O Melhor Restaurante da Europa
Olá Berta,
Estou cansado de todos os dias te vir falar em coisas menos positivas ou mesmo em totais desgraças. Eu sei que é importante estarmos informados, mas esta coisa, tão portuguesa, dos desgraçadinhos e dos coitadinhos, não faz realmente o meu estilo. Por isso, hoje, vamos virar o bico ao prego.
Soube ontem, através de uma reportagem num dos noticiários da RTP, que Portugal foi mais uma vez premiado. Desta vez com um galardão atribuído anualmente ao “Melhor Restaurante da Europa”.
Deves estar a pensar que o prémio é atribuído pela marca do fabricante francês dos pneus Michelin, André Michelin, o tal que em 1900 iniciou a edição de 2 revistas de turismo, para promover o turismo automobilístico, na vertente de hotelaria e gastronomia, que são as publicações de capa vermelha, e na vertente de património natural e cultural de cada região, publicadas com capa verde, para premiar os melhores, entre os melhores, na hotelaria e restauração ou na natureza e cultura com 1, 2 ou 3 estrelas. Enganas-te, minha querida Berta.
Este não é um prémio de uma empresa para outras, com critérios, que geram regras e espartilhos, para os premiados, se quiserem manter os seus galardões ao longo do tempo. Nada disso, este prémio não interfere em nada com a essência e natureza do premiado, apenas lhe reconhece o mérito, entregando-lhe aquele que é o coroamento de excelência de um restaurante. O galardoado torna-se rei, por um ano, e a coroa é entregue a um restaurante em toda a Europa, nesse mesmo ano.
Assim aconteceu este ano com a atribuição de Melhor Restaurante da Europa ao “Rei dos Leitões” na Mealhada.
O prémio é atribuído pelo Conselho Europeu de Confrarias Vínicas e Gastronómicas, que incluí 14 galardões em diferentes categorias. Por exemplo, o jornalista da TVI, Paulo Salvador recebeu, também este ano, o Prémio de Melhor Jornalista Europeu de Gastronomia, 2019.
Já no campo dos empreendimentos turísticos foi o Zoomarine o vencedor, recebendo o prémio de Melhor Empreendimento Turístico da Europa, 2019. No que se refere à atribuição do melhor produto gastronómico artesanal o prémio foi atribuído, em simultâneo a 3 produtos, sendo que um deles é português e da zona de Leiria. Assim, ganharam a “Morcela de Arroz”, a “Terrine de Volailles aux Marrons de Redon”, de França, e a “Tarte au Crastofé” da Bélgica, partilhando o Prémio de Melhor Produto Artesanal Gastronómico de 2019.
Por outro lado, Rita Cabral, atualmente Chef em Macau, repartiu com o Chef italiano Domenico Longo o Prémio de Melhor Chef Europeu, 2019. Já o Restaurante “Mato à Vista”, em Paderne no Algarve, recolheu o troféu de Melhor Restaurante Nacional, 2019, que premeia apenas um restaurante nesta categoria entre os países participantes.
Como vês, minha amiga, guardado está o bocado para quem o há de comer. Despeço-me enviando-te um saudoso beijo gratinado, este teu amigo,
Gil Saraiva