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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta nº. 160: Covid-19 no Bairro de Campo de Ourique 1.º Caso Escola Secundária Pedro Nunes Dia 12/03/2020.

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Olá Berta,

Ontem, dia 12, recebi no meu correio eletrónico a confirmação, enquanto jornalista, do primeiro caso de infeção de coronavírus no Bairro de Campo de Ourique. Não me leves a mal se interrompo a sequência de cartas que te estava a mandar sobre o tema do vinho, “Os Segredos de Baco”, mas tinha-te prometido avisar quando o primeiro caso acontecesse.

Segundo a informação, a pessoa infetada era uma aluna da Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos, na Rua Coronel Ribeiro Viana, número 11, que se localiza no bairro. A escola, segundo uma vizinha que lá tem as netas, não esperaria por segunda-feira para ser encerrada e hoje já não abriria portas.

Este encerramento coincidiria com o Estado de Alerta Nacional ativado pelo Governo, que é o primeiro degrau de 3 a nível de situações excecionais no país, a seguir vem o Estado de Contingência Nacional e o último é o Estado de Calamidade Nacional. Estas crianças e jovens que agora regressam a casa devem cumprir rigorosamente as medidas de segurança recomendadas pela Direção Geral de Saúde, nomeadamente cumprir a quarentena que se impõe.

Entretanto, logo após a publicação desta carta, recebi informações de uma das minhas fontes na DGS que que não se trata de um caso confirmado, mas sim que uma criança que aguarda resultados do teste. O que é completamente diferente. Peço as minhas mais humildes desculpas por quase ter dado origem a uma notícia que está muito longe da realidade e que pode até nem ser nada. Por isso voltei a trás, amiga Berta, para acrescentar este parágrafo e corrigir os parágrafos anteriores e todo texto daqui para a frente.

Contudo, já ontem, o liceu francês Charles Lepierre, tinha também sido encerrado pela confirmação de outro caso. Ora, embora este estabelecimento não se encontre dentro do Bairro de Campo de Ourique, faz fronteira com ele e tem muitos, mas muitos, dos alunos que o frequentam a viver nesta freguesia. Também estes terão, por certo, quarentena programada.

Para além disso, e depois de muito barafustar com a minha fonte, fui avisado no Facebook que o primeiro caso do bairro já existe mesmo e que é da Escola Secundária Pedro Nunes, facto que já confirmei no site da escola e junto da DGS. Em suma, temos mesmo um caso de Covid-19 no Bairro. Esperemos que seja também o último.

É importante que todos estes jovens não passem agora estes dias sem escola a passear pelo bairro ou fora dele. Estamos perante um vírus que mata, numa situação gravíssima que importa ser levada a sério e respeitada em todas as suas vertentes. O melhor remédio é cumprir todas as recomendações da DGS.

Com o alargar do encerramento dos outros estabelecimentos de ensino e com as outras medidas de contenção já anunciadas, e as que se lhes seguirão, o apelo aos encarregados de educação para que cumpram, e façam os seus filhos cumprir, o isolamento social recomendado pelas autoridades torna-se prioritário.

A guerra contra o Covid-19 não se avizinha curta e é preciso manter a determinação e a luta até ao dia em que o seu fim for anunciado. Nem sequer está em causa se concordamos ou não com algumas das medidas adotadas, uma vez que, o importante mesmo é sabermos que temos de as executar sem hesitações e com respeito.

Afinal, o nosso bairro, tem uma elevada taxa de gente da terceira idade, quase um terço da sua população. É a vida desta gente que está nas mãos de todos e é bom que isso não seja esquecido por ninguém.

Despeço-me triste, segundo fonte que não confirmei ainda já são 2 os casos do Pedro Nunes. Recebe um beijo de amizade, este teu amigo de sempre,

Gil Saraiva

Carta à Berta nº. 147: Quando o Covid-19 chegar a Campo de Ourique Parte I/III

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Olá Berta,

O Covid-19, o novo nome do afamado Coronavírus, abre diariamente os telejornais de todos os canais generalistas e noticiosos. Por exemplo, sempre que a TVI ou a TVI24 nos mostra o mapa da propagação mundial do vírus fica cada vez mais evidente que o aparecimento dos primeiros casos em Portugal está por dias ou horas, não sabemos ao certo. Porém, a questão não é a de conhecermos a forma de como escaparemos à contaminação. Pensar isso seria um absurdo gigantesco que perdeu todo o sentido face ao apertar do cerco viral em torno da nossa Lusitânia. A verdadeira questão é, portanto, o quando, quando chega a Portugal o Covid-19?

Embora me preocupe com a problemática nacional, que tem uma imensa relevância para todos nós, vou tentar debruçar-me mais, nesta e nas minhas 2 próximas cartas, sobre o que a praga pode fazer em termos da freguesia de Lisboa onde resido, mais propriamente o Bairro de Campo de Ourique. É claro que primeiro terei de descrever o enquadramento geral antes de colocar o problema localmente.

Alegadamente, a minha opinião, não sendo eu um especialista em situações ligadas a pandemias, não vai além da exposição, minha querida amiga, de um raciocínio que considero lógico. O facto de ter sido filho de médico e de ser jornalista, realmente, não tem grande peso no assunto.

Todavia, a minha análise funciona como raciocínio coerente e é um parecer tão bom, como qualquer outro que esteja fora do círculo especializado de quem lida com isso profissionalmente. Mesmo esses apenas terão conhecimento daquilo que os circunda e não da panorâmica internacional e da realidade e abrangência e gravidade da situação. Os factos começam, cada vez mais a ser sonegados aos meios de comunicação, apenas chegando a público uma fração suficientemente preocupante para criar uma preocupação genuína nas populações.

Neste momento, o que me interessa verdadeiramente é saber como vou agir quando o vírus chegar e como vai reagir a zona onde moro, nomeadamente, todo o Bairro de Campo de Ourique. É por aqui que me vou movimentar, é aqui que eu moro, é esta a minha aldeia.

Para te explicar as minhas ideias vamos começar pelo geral e depois chegar ao particular. Em primeiro lugar, é fácil perceber que existe já um pânico generalizado e absurdo no que toca a esta pandemia viral. Só o pânico justifica a grave crise da cerveja Corona Extra do México, cujas exportações estão em risco de parar totalmente, bem como o seu consumo, até mesmo naquele país da América Central. Desde quando é que ter no nome de uma bebida a palavra Corona seria motivo para se deixar de consumir e vender uma cerveja se não fosse o irracionalismo generalizado das pessoas assustadas?

Também apenas o pânico justifica que o jogador do Futebol Clube do Porto, o Jesus Corona, se tenha visto obrigado a mudar o nome da camisola para Tecatito, a sua alcunha de criança e juventude. Lá porque o homem se chama Corona vai pegar alguma coisa a alguém? O pânico gera sempre comportamentos irracionais e o comportamento de manada que somos tentados a adotar prejudica ainda mais o discernimento e a razão.

No meu blogue, em gilcartoon.blogs.sapo.pt tenho brincado com o Covid-19 por diferentes ocasiões desde que a doença se tornou conhecida, mas o humor é apenas isso, brincar com coisas sérias sem fazer mal a ninguém e, muitas vezes, alertar para os disparates, como foi o caso da Cerveja Corona Extra. Os últimos 2 também têm a ver com o vírus e com o presidente da Venezuela andar a difundir que este pode ser uma arma contra a China. Também brinquei com o facto do Irão já ter perdido um deputado nacional.

Por muito que o presidente Maduro queira fazer do vírus uma arma contra comunistas ou povos a eles associados o absurdo continua e é tão grande como eu usar um cartoon para explicar que o deputado do Irão morreu, mas foi ter com as suas 7 virgens lá no paraíso muçulmano. Usar uma presidência para tentar passar uma imagem de que uma pandemia pode ser uma arma de guerra é grave, fazer cartoons a brincar com o assunto serve para suavizar a crise ou deveria servir.

Pelo menos é assim que eu penso e continuarei a pensar até prova em contrário. Tudo o que servir para retirar o medo quase que primitivo que se começa a instalar, ou que já se encontra genericamente incorporado nas pessoas, é bom. Todos os aproveitamentos e teorias da conspiração tentando tirar partido da pandemia têm e devem ser combatidos de todas as formas.

Aliás, só o pânico justifica o desaparecimento extremamente precoce, por exemplo, em Campo de Ourique, do stock total de máscaras e de gel desinfetante, em todas as farmácias do bairro, numa altura em que ainda não temos, sequer, um único caso confirmado do Coronavírus em Portugal. Estou a falar do bairro, contudo, o mesmo se passa em toda a cidade e em todos os aglomerados urbanos do país. A carneirada e o ditado: “mais vale prevenir do que remediar”, faz-nos tomar atitudes destas, mesmo que estas não tenham muita lógica, a não ser aquela que o medo inato em nós provoca.

Na minha próxima carta, tentarei, dentro daquilo que vislumbro aproximar mais o problema da minha comunidade específica. Temos de encontrar, todos unidos uma via inteligente para conseguirmos lidar devidamente com este fenómeno que nos torna primitivos e absolutamente irracionais. O “salve-se quem puder” é a última coisa que se deseja. Recebe um beijo e um abraço deste teu amigo,

Gil Saraiva

Carta à Berta nº. 119: Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 5) Violência Doméstica

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Olá Berta,

Hoje estou bem mais calmo. Já me passou a neura benfiquista. Por outro lado, este país continua, admiravelmente, a escapar, por entre os pingos da chuva, como se não fosse nada com ele, às maleitas do nosso mundo. Só mesmo por milagre é que se justifica ainda não termos infetados com o coronavírus, em Portugal. Basta pensar que só a região de Lisboa tem, por dia, em média, mais de 1200 novos turistas chineses. Ora, este número tão expressivo deveria constituir uma verdadeira ameaça no que concerne à propagação do vírus, mas não. Cá continuamos nós, alérgicos ao coronavírus, sem que a maleita nos invada a todo o gás.

Só de pensar no caos que é o aeroporto de Lisboa, me dão arrepios espinha abaixo se, valha-nos Nossa Senhora de Fátima (dirão os católicos), a pandemia chegar até ao nosso amado burgo. Por muito alerta que exista por parte das autoridades de saúde, uma chegada do vírus, via aeroporto, dificilmente seria travada e contida em tempo útil. Porquê? Porque simplesmente não existem condições. Em termos de ranking ocidental estamos em primeiro lugar e em terceiro, na lista dos piores aeroportos.

Acho que o que nos tem valido são as despistagens feitas nas partidas dos passageiros, principalmente os chineses, que para cá se deslocam.

Considero, muito sinceramente, que estamos perante uma bomba relógio. Ainda não aconteceu cá chegar um caso daqueles em que o vírus, na fase de incubação, não é detetado na origem, à saída. Quanto tempo durará essa sorte? Terá a Nossa Senhora mudado de poiso para os nossos aeroportos? Não vejo outra explicação e nem sequer sou crente.

Bem, pondo isso de lado e falando do teu desafio. O próximo assunto que escolheste para as quadras sujeitas a tema está mesmo na ordem do dia. Eu, não só consegui fazer a quadra, como tenho a certeza que se, as penas aplicadas aos prevaricadores pelos juízes, seguissem o meu conselho, quase que deixaríamos de ter violência doméstica em Portugal.

Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 5) Violência Doméstica.

 

Violência Doméstica

 

Não devia ter casado.

Quem, na mulher, bate, em casa,

Talvez se fosse castrado,

Perdesse força na asa…

 

Gil Saraiva

 

Com mais este desafio superado me despeço, deixo-te um beijo saudoso e amigo, como sempre é meu hábito quando te digo até à próxima, o mesmo de sempre,

Gil Saraiva

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