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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta n.º 581: ESTAÇÃO de METRO no Jardim da Parada - Pedro Costa Mentiu

Berta 581.jpgOlá Berta,

Pedro Costa mentiu, em vídeo, nos esclarecimentos proferidos aos residentes, moradores e lojistas de Campo de Ourique, na resposta à pergunta colocada online por Luís Malta sobre as obras da Estação do Metro sob o Jardim da Parada. Vou afirmar que mentiu por, alegadamente, não ter sido devidamente inteirado de tudo o que está em causa. Mas isso não impede o facto de ter mentido.

A resposta pode ser ouvida e vista em vídeo no grupo de Campo de Ourique, e noutros grupos certamente, no Facebook, a partilha foi efetuada às 17:31 por César Laranjo no dia 26 de maio de 2022.

À pergunta de Luís Malta:

“Gostaria de saber por quanto tempo vai ser instalado o estaleiro das obras do Metro e quais as árvores que vão ser abatidas?” Do que o Presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, Pedro Costa, respondeu importa-me realçar a grande maioria das explicações, assim como tentar verificar quais são os factos apresentados:

1) “Entendemos que é absolutamente prioritário a chegada do Metro a Campo de Ourique. Essa é a nossa principal prioridade.”

A minha Análise – Para quem e porque é que é prioritário colocar o Metro em Campo de Ourique, ainda por cima duas estações?

2) “Não devemos atrasar e discutir eternamente cada pedra tornando uma impossibilidade que o Metro cá chegue. O Metro tem que chegar e já vem tarde.”

A minha Análise – Ora, querida Berta, porque é que o Metro tem que chegar? Que franja dos habitantes o quer? Numa freguesia sobrelotada, uma das que tem maior densidade populacional em Lisboa e onde o custo de vida é um dos mais elevados, qual é a necessidade de duas estações de metro (sim duas, uma depois do shopping das Amoreiras, em direção ao centro do bairro e outra no Jardim da Parada) bem no centro do bairro. Não chegava a das Amoreiras? Porquê duas estações no bairro?

3) “Aquilo que existe é a garantia de que a expansão da linha vermelha é feita com fundos do PRR. O que significa que terão de ser gastos até 2025 ou 2026.”

A minha Análise – É óbvio que o Governo vai dar prioridade à linha de circular em Lisboa que, ao ligar o Rato ao Cais do Sodré completa o círculo daquela que será o eixo da circular fundamental do Metro em Lisboa. Depois vem a linha vermelha, como a menos prioritária, ou seja, minha querida amiga, enquanto o Estado pretende terminar o círculo até 2024, a linha vermelha está prevista terminar em 2026.

4) “Será esse o momento previsível da conclusão da obra. Em relação ao tema Estaleiro e Impacto Ambiental… Bom, o estudo de impacto ambiental que será apresentado amanhã…” (ou seja ontem dia 27/05/2022) ”… numa sessão onde estarei presente, e em que será, muito provavelmente, debatido, mais uma vez, na semana… na segunda semana de junho, no… no bairro, com o Metropolitano – foi esse o pedido que fizemos, pedimos que fosse feito esta semana… não houve disponibilidade do Metropolitano… estamos a discutir para a semana de 8 de junho - mas os resultados desse estudo apontam que não é provável que haja qualquer impacto no património arbóreo.”

A minha Análise – Aqui, Pedro Costa não responde a nada sobre o estaleiro da obra, o que constituía 50% da pergunta, fugindo absolutamente à questão de Luís Malta, (mas tendo em conta a duração dos estaleiros de outras estações o estaleiro ocupará a quase totalidade do Jardim da Parada e por um período nunca inferior a 18 meses). Porém, Pedro Costa mente, minha cara amiga Berta, muito embora use uma probabilidade para disfarçar a sua mentira, de forma a não parecer descarada, ao dizer que “não é provável que haja qualquer impacto no património arbóreo.” – Em resposta a Sara Beatriz Monteiro do Polígrafo, segundo os resultados do Estudo de Impacto Ambiental da APA, o Metropolitano de Lisboa enviou ao Polígrafo a seguinte resposta (que colocarei na integra no final desta carta) que é confirmada pela informação constante no artigo, ou seja, «é verdade. Obras de nova estação de metro em Lisboa vão obrigar a abater árvores no Jardim da Parada.» Mas o Polígrafo foi mais longe e apurou que não estão em perigo 3 lodãos, ou seja, 3 Celtis Australis, mas sim podem estar em causa um máximo de 11 árvores, 3 das quais fazem parte do lote das 4 árvores classificadas. Ora aqui não há como dizer que o Presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, Pedro Costa, não mentiu. Mentiu sim e mentiu com consciência do que estava a fazer. (não deixes de ver, amiga Berta, o que o Polígrafo publicou na integra no final desta carta, aqui só alterámos o tipo de letra e omitimos as imagens que foram publicadas no respetivo site).

5) “Ora, no primeiro projeto, não era exatamente isto que constava não era exatamente isto que constava, aquilo que constava era a necessidade de abater 3 lodãos do Jardim da Parada, mas garantir a segurança de todas as árvores classificadas. Este, para nós é um ponto essencial: Não serão postas em causa as árvores classificadas do Jardim da Parada.”

A minha Análise – Para que se saiba o Jardim da Parada só tem 4 árvores classificadas. Quanto ao lodão-bastardo, a árvore referida pelo Presidente, é uma árvore caducifólia cuja altura máxima varia dos 15 e os 30 metros, designada por Celtis Australis, que circunda todo o jardim, ou seja, não se tratam de árvores de pequeno porte. Ora, Pedro Costa fala de um novo estudo de impacto ambiental a ser apresentado a 27/05/2022 e afirma que não serão postas em causa árvores classificadas. Assim sendo, Pedro Costa, pelo que concluímos, não tem conhecimento, (tal como nós também não temos), do resultado do novo estudo (será que existe um novo ou trata-se apenas de uma presentação do atual estudo?). O que significa, minha querida Berta, que na data em que Pedro Costa respondeu a Luís Mata, voltou a mentir, desta vez desculpando-se com um futuro e desconhecido estudo de impacto ambiental a ser ainda apresentado em 27/05/2022, ou então já teve acesso privilegiado, o que seria irregular, a um estudo de impacto que ainda se desconhece e que seria duvidoso aparecer agora, uma vez que a discussão pública sobre o tema termina já a 2 de junho próximo. Só por si, um novo estudo, em cima do prazo de conclusão da discussão pública, devia originar o prolongamento do prazo da referida discussão pública, o que não consta que possa vir a acontecer e, Pedro Costa, mentiu também ao dizer que o primeiro projeto só previa o abate de 3 árvores quando na realidade eram realmente 8.

6) “Em relação às árvores… o projeto inicial previa a necessidade de abater três lodãos. Não é um problema sério. Mas abater 3 árvores adultas é, na minha opinião, uma inutilidade e deve ser evitado.”

A minha Análise – Mais uma mentira reforçada, e vinda já do ponto anterior, querida amiga, sendo que esta mentira é absolutamente descarada, pois que segundo o Polígrafo o projeto inicial, “no Estudo de Impacto Ambiental relativo ao prolongamento da Linha Vermelha a Alcântara que se encontra atualmente em Consulta Pública, é referida a necessidade de abate de oito árvores”.

7) “E, portanto, aquilo que propus ao metro a 23 de dezembro…” (2021) “… foi a transferência da Estação debaixo do Jardim da Parada para a porta do quartel da Infantaria 16. Fechando a circulação daquele cruzamento, fazendo uma praça na porta do quartel e instalar ali a Estação de Metro de Campo de Ourique. Perde centralidade. Dois quarteirões, eventualmente, mas não uma centralidade extraordinária, a parte das saídas, podem, aliás manter-se, e, portanto, esta foi a proposta.”

A minha Análise – Como se o Metropolitano fosse fazer uma alteração tão radical que implicaria novo Estudo de Impacto, mais nova consulta pública e mais custos acrescidos de projeto, para além do facto de deixar duas estações de metro a apenas trezentos e poucos metros uma da outra. Esta resposta de Pedro Costa é o que eu chamo, minha amiga Berta, empurrar o problema com a barriga. E não sendo uma mentira, é, certamente, um absurdo.

8) “A resposta que tivemos do Metropolitano foi de dificuldades de engenharia na adaptação do traçado. Hoje mesmo, voltei ao assunto, junto do novo Ministro do Ambiente, que ficou de recuperar o tema junto do Metropolitano, e conversarmos nos próximos dias à cerca dessa hipótese ou da sua impossibilidade. Na sua impossibilidade, ficou assente a necessidade de reduzir ao máximo os impactos no Jardim da Parada. E de impactos falo de dois impactos: Primeiro – a necessidade de abater as árvores. - Está fora de questão o pôr em risco as árvores classificadas - aliás, o estudo do impacto ambiental diz que é pouco provável que haja qualquer impacto no património arbóreo e, portanto, façamos fé nesse estudo. E mesmo a defesa dos lodãos, que não sendo, eventualmente, património arbóreo, não me parece que haja um ganho extraordinário em que sejam abatidos e, portanto, aquilo que ficou de ser estudado e amanhã repetirei exatamente isto, na discussão pública é da hipótese de transferir os tuneis de ataque da obra do Jardim da Parada para as ruas Tomás da Anunciação e 4 de Infantaria.”

Um Pequeno Aparte: Aproveito este ponto, cara Berta, para fazer uma declaração de interesses. Não tenho nada de pessoal ou político contra Pedro Costa. Com efeito, fui militante do PS, com quotas pagas, até há uns sete anos atrás. Já fui assessor autárquico, na década de 90 de um Presidente de Câmara de Faro e também já estive quer na Comissão Executiva da Comissão Política Concelhia do PS Faro, quer na Comissão Política Executiva da Federação do PS Algarve. O PS tem sido, portanto, a referência política da minha vida. Apesar disso reconheço que sempre fui contra o direito monárquico há muito em voga no PS de os filhos dos políticos ascenderem, por causa de laços familiares a cargos políticos. Na década de 90 fui contra a ascensão de Jamila Madeira pelo simples facto de ser filha do notável do PS, Luís Filipe Madeira, tal como hoje sou contra a ascensão, pela via familiar, de Pedro Costa, a nível político, por ser filho de António Costa.

A minha Análise – Pedro Costa volta a mentir ao dizer que: “Está fora de questão o pôr em risco as árvores classificadas - aliás, o estudo do impacto ambiental diz que é pouco provável que haja qualquer impacto no património arbóreo e, portanto, façamos fé nesse estudo.” Mas não é isso que o Estudo de Impacto Ambiental diz, minha saudosa e querida amiga Berta, podemos ler no Poligrafo que: os autores do relatório consideram que “poderá haver impactos indiretos sobre as três árvores classificadas presentes no Jardim Teófilo Braga”. Ainda assim, este impacto negativo será “pouco provável, indireto, local, temporário, reversível, de reduzida magnitude”, podendo ir de “pouco significativo a significativo, dependendo das consequências da perturbação das raízes para a integridade das árvores”. Isto quer dizer que o Metropolitano tem o conhecimento prévio de que a construção da Estação do Metro de Campo de Ourique por debaixo do Jardim da Parada pode prejudicar, de modo significativo, 75% das árvores classificadas no Jardim da Parada, por consequência da perturbação das raízes na manutenção da integridade das árvores mas que deposita, tal como Pedro Costa, uma grande fé de que isso não venha a acontecer. Ainda assim, solicita à população que tenha fé de que tudo decorrerá, se houver otimismo e fé, sem incidentes graves. Viva a fé que todos nós, portugueses, temos nas expetativas auspiciosas de construtores de infraestruturas, do Metropolitano e das afirmações do inexperiente político (neste capítulo) Pedro Costa. Deixar o património Arbóreo entregue à fé é no mínimo algo muito preocupante.

9) “Esta é a proposta que farei amanhã e que espero ver garantida. Na primeira reação que tive do Sr. Ministro do Ambiente é da mesma vontade. Conciliar vontades com os autarcas e com as populações no âmbito da discussão pública do projeto.”

A minha Análise – Mas onde é que a dita vontade de políticos e ministros tem validade na prática e nas ações das construtoras? E desde quando é que a vontade de Pedro Costa é a vontade da população do Bairro de Campo de Ourique, o que te parece Berta? Saberá Pedro Costa que o Metropolitano prevê uma afluência de 5 milhões de passageiros por ano, no mínimo, às estações do Metro de Amoreiras e Jardim da Parada, as duas estações de Campo de Ourique? E saberá que isto resulta em que, no horário das 8 da manhã até às 19 horas, o Metropolitano prevê um fluxo de 1500 utentes por hora, todos os dias, doze meses por ano, incluindo sábados, domingos e feriados no nosso já congestionado bairro? E saberá que as saídas de Metro vão implicar a supressão de, no mínimo, 25 lugares de estacionamento na Rua Francisco Metrass e de, pelo menos, mais 10 na Rua Almeida e Sousa? E saberá que é do interesse dos residentes da Rua Francisco Metrass, que já têm cargas e descargas de dos camiões do Pingo Doce, Go Natural do Continente e Minipreço, a partir das 6 da manhã, ter mais de 600 pessoas por hora a sair e entrar nas Estações de Metro que irão ficar entre o Edifício Europa e o Supermercado Go Natural nesta rua? Não tem como saber. Como não pode saber que os habitantes do bairro queiram mais 5 milhões de pessoas, por ano, a andar ou passear pelo bairro.

10) “Julgo ter esclarecido os principais pontos do comentário do Luís Malta, mas de vários comentários que fui lendo ao longo da semana. Este afastar dos poços de ataque do centro do jardim permite, aliás, manter, naturalmente, o jardim mais transitável. O Metro tem previsto para o Jardim da Parada apenas uma saída, uma saída de elevador no local onde estão hoje os sanitários, e, portanto as saídas dos Metros de elevador nunca são saídas principais, são sempre saídas residuais. Há poucas pessoas que utilizem uma saída de elevador para sair de uma estação de Metro.”

A minha Análise – Não consigo compreender, cara Berta, como é que se coloca um elevador de Metro encostado a um Parque Infantil, achas que alguém me consegue explicar? Está certo que os 5 milhões de utilizadores anuais das estações de Metro de Campo de Ourique não irão todos usar o elevador do Metro do Jardim da Parada, encostado ao Parque Infantil, mas daqueles que usarem o elevador qual é a probabilidade de existirem pedófilos entre eles? Entre 5 milhões acho que a probabilidade tenderá a ser elevada. E dá-se acesso a possíveis predadores pedófilos a um Parque Infantil encostado a uma estação de Metro, ainda por cima, através de um elevador? O Senhor Presidente da Junta que me desculpe, mas acho que, uma obra destas, roça a incúria e incentiva o ataque dos predadores que, como é sabido, de anjinhos nada têm.

11) “As saídas previstas estão na Rua Almeida e Sousa, na Rua Francisco Metrass, e está-me a faltar uma, não consigo, não me lembro exatamente onde é, mas estão previstas duas na Francisco Metrass e uma na Almeida e Sousa e serão as principais saídas do Metro e não exatamente no jardim.”

A minha Análise – Ora bem, e tu acho que concordas comigo, minha cara Berta, o uso pouco frequente do elevador do Metro no Jardim da Parada, encostado a um Parque Infantil, ainda mais a possibilidade de este ser de uso apetecível dos prováveis predadores pedófilos que o descubram, não lhe parece senhor Presidente da Junta de Freguesia, Pedro Costa?

12) “Dar ainda nota sobre uma outra questão dos pedidos que fizemos ao Metropolitano para a intervenção no Jardim da Parada, garantir que um respiradouro previsto para uns canteiros seja uma grelha e não uma torre e, portanto, reduzir o impacto visual do mesmo num espaço tão importante como o Jardim da Parada.”

A minha Análise – Com efeito, caro Pedro Costa, espero que pelo menos essa sua expetativa se possa cumprir. Quando ao resto, infelizmente, a minha costela de ateu, não me deixa grandes esperanças na fé que o senhor e, pelo que afirmou, o senhor Ministro do Ambiente e também o próprio Metropolitano, parecem ter. O que te parece, amiga Berta?

------------------------- Fim da Carta à Berta -------------------------

Polígrafo

Passemos agora ao artigo de Sara Beatriz Monteiro, que aqui reproduzo na integra e que é acompanhado de imagens e que poderá consultar na integra no Site do Sapo, na respetiva página do Polígrafo, de 6 de maio do corrente ano em https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/e-verdade-obras-de-nova-estacao-de-metro-em-lisboa-vao-obrigar-a-abater-arvores-no-jardim-da-parada#. Onde se lê (as palavras a negrito são da minha responsabilidade):

Polígrafo

«É verdade. Obras de nova estação de metro em Lisboa vão obrigar a abater árvores no Jardim da Parada.

O QUE ESTÁ EM CAUSA?

Escreve-se nas redes sociais que o Jardim Teófilo Braga, também conhecido como Jardim da Parada, em Campo de Ourique, foi escolhido para “instalar uma estação de metro”. Numa publicação do Facebook, assinala-se que naquele espaço “existem algumas das mais importantes árvores de Lisboa”. O Polígrafo consultou o estudo de impacto ambiental da obra e concluiu que o projeto obrigará ao abate de algumas árvores sem classificação de interesse público.

“Esta gente perdeu o juízo de vez e acredita que vale tudo para concretizar as suas loucuras. Quem no seu devido juízo escolheria o histórico Jardim da Parada, onde existem algumas das mais importantes árvores de Lisboa, como o local ideal para esburacar e instalar uma estação de metro?”, questiona-se numa publicação partilhada num grupo de Facebook com mais de 27 mil membros, a 24 de abril.

O texto é acompanhado de uma imagem onde se vê um projeto da localização exata da futura estação que, segundo o post, poderá ser construída sob o Jardim Teófilo Braga/Jardim da Parada, no bairro de Campo de Ourique, em Lisboa.

Confirma-se?

O Polígrafo consultou o Estudo de Impacto Ambiental do prolongamento da Linha Vermelha entre São Sebastião e Alcântara do Metropolitano de Lisboa, que está em consulta pública de 21 de abril a 2 de junho, e confirmou que as alegações feitas na publicação em análise são verdadeiras.

Segundo este documento, será “inevitável a necessidade de abate de algumas das árvores do Jardim da Parada para a instalação dos dois poços de ataque”, sendo que o número e porte das árvores a abater “dependem da localização exata e das medidas de segurança associadas à abertura dos poços de ataque”.

O estudo explica, contudo, que serão abatidas apenas árvores sem classificação de interesse público. No entanto, os autores do relatório consideram que “poderá haver impactos indiretos sobre as três árvores classificadas presentes no Jardim Teófilo Braga”. Ainda assim, este impacto negativo será “pouco provável, indireto, local, temporário, reversível, de reduzida magnitude”, podendo ir de “pouco significativo a significativo, dependendo das consequências da perturbação das raízes para a integridade das árvores”.

Num esclarecimento enviado ao Polígrafo, o Metro de Lisboa sublinha que “o abate de árvores no Jardim da Parada fica a dever-se apenas a necessidades imprescindíveis de âmbito técnico e de segurança para a concretização da construção da estação Campo de Ourique”.

Nesse plano, acrescenta, “os estudos das componentes de paisagismo e fitossanitária considera o abate de seis lódãos (celtis australis) no Jardim Teófilo Braga/Jardim da Parada, mas não integram o grupo de espécies florestais protegidas por lei específica”. A empresa adianta que “está prevista a reposição no final da obra de quatro árvores no âmbito da preocupação do Metro de Lisboa a nível paisagístico”.

 Importa sublinhar que, apesar de estar previsto o abate de apenas seis árvores no Estudo de Impacte Ambiental, um aditamento a este relatório salienta que "apenas em fase de projeto de execução será possível determinar, com rigor, quais as árvores afetadas pela implementação do projeto". Assim sendo, nesta fase, não se pode afirmar o número concreto de árvores não classificadas que serão abatidas.

De acordo com a mesma fonte oficial, “no Estudo de Impacto Ambiental relativo ao prolongamento da Linha Vermelha a Alcântara que se encontra atualmente em Consulta Pública, é referida a necessidade de abate de oito árvores”. No entanto, “o Metro e as entidades envolvidas já conseguiram reduzir esse número para seis árvores, com vista a minimizar e proteger a natureza envolvente”.

Em suma, é verdade que a construção da nova estação do metro em Campo de Ourique obrigará a abater algumas árvores. No entanto, segundo o estudo de impacto ambiental, os exemplares arbóreos com classificação de interesse público não correm risco de abate.»

Declarações do Metropolitano de Lisboa

Outras divulgações públicas do Metropolitano de Lisboa: “Amoreiras - A estação Amoreiras terá a sua localização ao longo da Rua Conselheiro Fernando Sousa, próximo do cruzamento desta com a Av. Engenheiro Duarte Pacheco. Prevê-se a sua construção a céu aberto, por método C&C (cut and cover) e terá uma profundidade de 18,5 metros.”

“Campo de Ourique - A estação Campo de Ourique ficará localiza sob o Jardim Teófilo Braga/Jardim da Parada, no bairro de Campo de Ourique. Esta estação representa um grande desafio do ponto de vista construtivo, considerando a malha urbana apertada, com arruamentos com uma única faixa de circulação por via e com falta de alternativas de estacionamento. A estação terá uma profundidade de 31 metros e três pontos de acesso.”

“O prolongamento da linha Vermelha está enquadrado no Plano de Recuperação e Resiliência 2021-2026 com um financiamento no montante global de € 304.000.000,00 (trezentos e quatro milhões de euros). A expetativa é que esta extensão da linha Vermelha esteja em concurso no ano de 2022 e que seja uma realidade em 2025/2026.”

“Os estudos realizados indicam que a procura diária captada nas quatro estações que integram este prolongamento corresponderá a um acréscimo no primeiro ano após a entrada em exploração de 11 milhões de passageiros (4,7%) em toda a rede. Considerando a análise a 30 anos, os benefícios gerados por este projeto da linha Vermelha ascendem a 1.047 milhões de euros. A nova configuração da linha Vermelha vai conseguir retirar da circulação diária de Lisboa 3,7 mil viaturas individuais, o que significa menos 6,2 mil toneladas de CO2 no primeiro ano de operação.”

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta: O Novo Confinamento na Rua Francisco Metrass em Campo de Ourique - Conclusão

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Olá Berta,

Não estava à espera de voltar ao tema de ontem logo no dia seguinte. Com efeito, por ontem ser sábado pensei que o fenómeno de gente aglomerada a tentar ir às compras tinha tido o seu pico nesse final da manhã, início de tarde. Contudo, hoje, eram 11,30, ainda a uma hora e meia do confinamento cheguei à janela e pasmei. Em pouco mais de um minuto contei mais de 223 pessoas na rua.

Mesmo com a cafetaria Metrass fechada e julgo que o “take-away” Dez para a Uma também (não consegui ver bem para ter a certeza), esta manhã tinha mais gente a circular do que ontem que, segundo o senhor António Silva que ontem comentou a tua carta num grupo de Campo de Ourique, tinha o interior do Pingo Doce cheio pelas costuras, o que obrigou o gerente de loja a pôr na ordem o segurança que controlava as entradas. Como estará a situação hoje, pergunto-me eu…?

Já não fui a correr para apanhar a máquina fotográfica para te ilustrar a manhã. Podia facilmente acontecer como ontem e já não apanhar o mesmo movimento, porém, envio-te mais uma panorâmica de como a rua estava, neste sábado passado, numa parte diferente do trajeto.

Continuo a achar que a culpa não é de quem precisa de se abastecer. Sinceramente acho que as pessoas estão a fazer o melhor que podem fruto das circunstâncias.

Hoje, por exemplo, não vi um único individuo sem máscara. Nem mesmo um grupo de 4 crianças que atravessavam a rua com a mãe e cuja mais nova deveria ter cerca de 4 anos de idade. Todavia, o que também não presenciei foi a presença de uma autoridade que desse uma ajudinha no ordenamento e na manutenção da distância social. Garanto-te, minha querida amiga que teria sido bastante importante nessa hora.

Afinal, a esquadra da PSP fica a cerca de 500 metros, nem sei se tanto do ponto em que me encontro. Acho que não era logisticamente impossível que pudessem ter vindo dar um apoio na organização da multidão. Se a situação se mantiver nos próximos dias espero sinceramente que alguém se lembre de atuar. Posso ter dúvidas quanto à forma com que o Governo definiu este confinamento, mas, apesar de tudo, julgo que estão com boas intensões a tentar abrandar a evolução da pandemia. Não é assim tão escandaloso que a autoridade possa e deva colaborar.

Não me alargo mais com este assunto, minha querida Berta, espero que o teu domingo tenha sido tranquilo. Despeço-me com abraço saudoso e cheio de carinho,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta: O Novo Confinamento na Rua Francisco Metrass em Campo de Ourique

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Olá Berta,

Começaram ontem os novos confinamentos para os fins-de-semana de 27 de novembro a 2 de dezembro e de 4 a 9 de dezembro de 2020. Uma modalidade mista entre confinar com recolher obrigatório e proibição de deslocação entre concelhos para as autarquias de risco muito elevado e extremamente elevado.

Vivo há cerca de 12 anos, na Rua Francisco Metrass, em Campo de Ourique, Lisboa. Um bairro que tomei como meu, como nunca tinha feito com outro local em toda a minha vida. Amo a história do Bairro, adoro a arquitetura e o urbanismo típico, o sorriso e a simpatia das gentes, o burburinho do comércio, das ruas, dos cafés, pastelarias e restaurantes, enfim, esta freguesia faz-me sentir em casa de tal forma que, por vezes, me esqueço que não nasci aqui, mas sim em Campo Grande.

Este início de tarde, por volta do meio-dia fui até à janela da sala-de-estar do meu terceiro andar, virada para a rua e com vista para 7 esplanadas e 3 supermercados, um take-away e uma farmácia e fiquei boquiaberto. Acreditem se quiserem, mas entre o Restaurante Europa e o Restaurante Cantinho de Campo de Ourique, passando pela Farmácia Porfírio, Pastelaria Aloma, Pastelaria Az de Comer, Cafetaria Metrass, take-away Dez para a Uma, Supermercado e Cafetaria Go Natural, Supermercado Minipreço, o Snack-Bar Bowl e o Supermercado Pingo Doce, contei 198 pessoas.

Para além disso ainda registei uma fila de viaturas em transito que passava as 35. O movimento era tal que parecia que a rua tinha sido invadida por uma “black Friday” promocional de dimensões épicas, que nunca antes tinha presenciado. A correr fui buscar a câmara para registar o momento. Infelizmente quando regressei à janela já o panorama era diferente.

O aproximar da hora de recolher fizera desaparecer um grande número de indivíduos e viaturas da zona. Mesmo assim ainda contei cerca de 97 pessoas na rua. Só na zona do Pingo Doce eram mais de 30. Já tinha visto filas maiores para este supermercado, mas nunca um tão gigantesco número de pessoas a entrar e sair dos estabelecimentos que te referi, amiga Berta, em simultâneo, por toda a via pública. Na esquina do Az de Comer, por exemplo, contei 28 pessoas, 11 na do Aloma, 17 entre o Restaurante Europa e a Farmácia Porfírio, etc. e, ainda, todas filas que se cruzavam entre o Go Natural e o Pingo Doce, enfim, uma verdadeira multidão.

Dei comigo a pensar se o Governo não se teria equivocado nestas novas normas de confinamento. De que serve confinar à noite e à tarde se, de manhã, uma catrefada de gente invade as ruas? A fotografia que te envio para ilustrar esta carta não conseguiu captar o que eu vi 15 minutos antes, mas eram mais do dobro as pessoas que ali estavam, só na zona abrangida pela imagem. Torna-se fácil calcular o restante povoamento destes 50 a 60 metros de rua.

Contudo, nem tudo o que vi foi mau. Talvez uns 90 a 95% das pessoas tivessem máscara. Isso significa que no meio da loucura ainda houve muita gente a tentar cumprir algumas normas. Sinceramente, no meio do caos que observei neste início de tarde, tenho mesmo que atribuir a culpa à forma como foi desenhado este confinamento e não às pessoas que ficaram limitadas às manhãs para se abastecerem. A limitação temporal de circulação entre 27 de novembro e 9 de dezembro vai gerar certamente mais momentos como aquele a que hoje assisti.

Se esta zona tivesse pelo menos durante esta manhã uma fiscalização policial talvez a circulação das pessoas pudesse ter sido mais ordenada ou talvez não. Estes funis temporais que foram criados nestas novas normas para circulação na via pública são propícios a ajuntamentos deste calibre. Não culpem disso os habitantes deste bairro, nem de outros onde o fenómeno se repita. A culpa não é de quem tenta sobreviver ao que lhe é imposto, mas de quem elabora planos sem pensar seriamente nas consequências daquilo que cria meio em cima do joelho.

E mais não digo minha querida amiga, despeço-me com um beijo saudoso de amigo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta: O Requerimento à Câmara Municipal - Ruído em Campo de Ourique

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Olá Berta,

Escrevi ontem um requerimento para a Câmara Municipal de Lisboa. Não fiques intrigada, isto sou apenas eu farto dos abusos praticados nas cargas e descargas dos 3 supermercados da Rua Francisco Metrass em Campo de Ourique. Já se tornou banal os camiões chegarem antes das 6 da manhã, como se fossem realmente os Reis da Rua. Nem sequer distingo o Minipreço, do Pingo Doce ou do Go Natural (da Sonae). São os 3 em conjunto que geram o problema. Em resumo, o direito ao descanso da vizinhança e ao respetivo silêncio, não tem lugar na ordem de prioridades destas superfícies do retalho.

Mando-te, embora tenha tapado os meus dados pessoais com uns “aliens”, uma cópia do requerimento enviado para a autarquia. Nele solicito 3 coisas:

  1. Uma fiscalização devidamente bem elaborada que acabe, definitivamente, com os abusos praticados no que se refere aos horários de cargas e descargas presentemente em vigor na Rua francisco Metrass em Campo de Ourique, mas uma fiscalização que multe e penalize esta gente de acordo com o que a própria lei prevê;
  2. Um esclarecimento sobre como é possível uma deliberação e regulamento camarário se poderem sobrepor aos Decretos-Lei que se encontram em vigor no que concerne ao Regulamento Geral do Ruído.
  3. Um pedido de alteração do horário de funcionamento das cargas e descargas, para tentar que o mesmo só seja autorizado a funcionar a partir das 8 horas da manhã.

Eu sei que provavelmente esta última solicitação vai cair em saco roto. Afinal estas cargas e descargas afetam pouco mais de 200 pessoas. Um peso que pode não chegar para obrigar a Câmara Municipal a repensar o horário atribuído a estes “aliens” que, por não pertencerem ao bairro, se estão nas tintas pelo respeito de vizinhança que deveriam ter.

Contudo, se for efetuada uma fiscalização séria aos abusos no que aos horários diz respeito, pode ser que, com sorte e algum bom senso, deixem de existir cargas e descargas antes das 7 da manhã, o que, a acontecer, já era um progresso muito significativo.

Estou ainda curioso de saber como a Câmara vai ou não contornar o facto de estar a fazer letra morta do Regulamento Geral do Ruído ao colocar horários de carga e descarga de camiões, em áreas residenciais, antes da hora estipulada por aquele regulamento.

Prometo enviar-te notícias assim que obtiver uma resposta final dos serviços. Porém, caso tudo fique em águas de bacalhau, estou decidido a avançar para um abaixo assinado a enviar conjuntamente com um segundo requerimento, espero é que isso não seja preciso, mas apenas pela trabalheira que dá e pelo tempo que demora.

Por hoje é tudo, despeço-me com um abraço enorme, sempre saudoso, este que não te esquece,

Gil Saraiva

 

Carta à Berta: Série: a Arte de Bem Comer em Campo de Ourique. 2) Verde Gaio

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Olá Berta,

Sabes, coloquei ontem online, no Facebook, o primeiro restaurante dos que classifiquei, aqui do meu bairro. Ainda estou abismado com o número de pessoas que foram ler a minha opinião. Ao que parece não sou o único a gostar de comer e de ver o que os outros acham dos locais escolhidos. Fiquei bastante satisfeito. Aqui vai mais um do meu registo pessoal. Irei pôr até os que gostei menos, mas isso não quer dizer que sejam maus, apenas direi que, por um ou outro motivo, não se coadunam tanto comigo.

Série: a Arte de Bem Comer em Campo de Ourique.

2) Verde Gaio:

A melhor grelha a carvão de Campo de Ourique.

Quando falo em restaurantes familiares, minha amiga, estou logo a querer dizer que o local me faz sentir em casa ou que este é um ambiente acolhedor. Ora, no Verde Gaio, para além disso, a família faz realmente a diferença. O senhor Jorge é um especialista nos grelhados, a acompanhá-lo, na cozinha, a esposa dirige a equipa dos tachos e na sala o filho, Rafael, e a nora, Verónica, fazem as delícias de todos no simpatiquíssimo atendimento aos clientes. O restante pessoal varia mais, embora tenham tendência a ficar bastante tempo na casa. Chego a pensar que a comida é confecionada como se fosse para eles.

Sou um fanático, embora a preferência não seja muito ecológica, pela grelha a carvão. Normalmente, amiga Berta, corro o risco de comer as coisas secas e queimadas ou malpassadas e sem sabor. Porém, tal nunca me aconteceu no Verde Gaio. A mestria do senhor Jorge, nesse departamento, faz do restaurante um ponto de paragem obrigatório para quem vive ou passa por Lisboa.

Conforme já descrevi, aqui trabalham, lado a lado, marido e mulher, filho e nora, gente próxima da família e, mais raramente, um ou outro elemento mais afastado deste padrão. Mesmos os poucos desacatos familiares a que por vezes assistimos no espaço dão ao estabelecimento o seu ar mais genuíno e verdadeiro, marcadamente “made in Portugal”. Aliás, querida amiga, os pequenos conflitos são gerados pela razão última de fazer com que o cliente desfrute de uma refeição de topo, a preços que sempre nos parecem de promoção ou de saldos.

Um achado, dirão, por certo, os que o experimentarem pela primeira vez. Pena o orçamento não dar para cá vir todos os dias, pensarão outros. Mas passando à comida, ou seja, àquilo que realmente importa quando se pensa em comer fora. Imagina, minha saudosa amiga, uma paleta de tintas, com as mais variadas cores e tonalidades, com que um artista pinta um quadro. Agora, transpõe a paleta para a grelha e esta vira protagonista de relevo, de uma panóplia de sabores, para as tuas papilas gustativas.

Será escusado dizer que o peixe e a carne são sempre frescos e que se encontram bem expostos nas duas vitrines, logo na entrada do restaurante, quase parecendo sorrir para quem entra, acho que ias adorar o aspeto, Berta. Contudo, grelhar é uma arte e o maior segredo do Verde Gaio é a mestria do verdadeiro artista, o Grão-Mestre Grelhador, da Ordem Culinária da Antracite, o Mestre Jorge. Pode até parecer que me estou a repetir, mas há coisas cuja importância não pode ser descorada. Pois a verdade é que, para mim, esta é a melhor grelha de Lisboa, bem na frente do Mercado de Campo de Ourique, na rua Francisco Metrass, no número 18.

Como a casa também trabalha com a Uber, e os demais distribuidores, e com Take-Away, convém dizer que poderias, cara amiga, se não estivesses a morar no Algarve, fazer diretamente as encomendas pelo número de telefone 213 96 95 79 ou, em alternativa, para os diferentes canais de recolha. Como conselho, recomendaria que ligasses a saber quais são os pratos recomendados para o dia, pois poderias ter a sorte de apanhares umas deliciosas ovas cozidas ou uma garoupa, linguado, e muito mais, como bónus extra à ementa do dia-a-dia.

Embora já tenha referido alguns pratos, destaco, ainda, o melhor piano grelhado de Lisboa, quiçá do país, os legumes grelhados com broa de chorar por mais, peixe ao sal (desde que encomendado previamente), joaquinzinhos fritos, rins fritos ou grelhados, iscas de porco à portuguesa, franguinho frito à ribatejana, costeletas de porco preto grelhadas, robalos ou douradas ou salmonetes grelhados, salmão na grelha à posta, garoupa grelhada, bacalhau assado à lagareiro, lulas grelhadas, camarão na brasa, enfim, podia estar a escrever mais 2 páginas, Berta, que não terminava. Todavia, alguns dos pratos só existem quando o Mestre Jorge os arranja frescos, pelo que convém ligar a combinar previamente, certas iguarias mais especiais.

Destaco ainda as entradas e as sobremesas, com ameijoas à bulhão pato, cogumelos recheados, empadas de frango, de legumes ou de atum, entremeadinha frita, gambas fritas “al ajillo”, linguiça assada, mini alheira grelhada, rissol de camarão, morcela assada com laranja, ovos mexidos com farinheira, “pimentos padron”, paio do lombo fatiado, pica-pau, favas salteadas e até salada de polvo. Continuando para as sobremesas, para além da fruta da época, recomenda-se a sericaia com ameixa, bolo de bolacha ou de mousse, mousse de manga ou de chocolate, tarte de limão “merengada”, pudim de ovos e torta de laranja.

Tipo: Grelhados / Cozinha Portuguesa / Take-Away

Fecha: Domingo ao Jantar e Segunda

Preço: Acessível

Classificação no Género: 5 Estrelas

Sugiro ainda que se experimentem os vinhos tintos do Douro, Alentejo, Lisboa ou Dão, mas aconselho e destaco especialmente o Dão “Quinta de Cabriz” 2015, cuja garrafa sai a 9 euros. Tu ias adorar, Berta.

Bem, minha amiga, por hoje é tudo, despeço-me de água na boca, sempre saudoso, com um beijo, este teu eterno amigo de longa data,

Gil Saraiva

Carta à Berta: Série: a Arte de Bem Comer em Campo de Ourique. 1) Churrasquinho do Bairro

Churrasquinho do Bairro.JPG

Olá Berta,

Começo por te pedir desculpa por não terminar já o epílogo sobre Isabel dos Santos, contudo, há informações e algumas fontes que preciso de confirmar nos próximos dias. Talvez, algures no primeiro terço de fevereiro consiga estar em condições de terminar essa saga.

Acho que ainda não te informei, mas tenho vindo a colaborar com o site “Tripadvisor” no que às classificações de turismo diz respeito, principalmente na classificação que tenho dado aos restaurantes de Campo de Ourique, mas não só, eventos, viagens de avião, hotéis, locais e país para férias, monumentos, locais de diversão ou de turismo, imagens que fui recolhendo, entre outras coisas. É com uma parte dessas histórias que te vou entreter nos próximos dias.

Começo pela coleção de restaurantes que tenho visitado no meu bairro, o bairro de Campo de Ourique, que, como sabes é uma das minhas grandes paixões. Sabias que eu e a minha última companheira (acho que não a chegaste a conhecer) fomos as únicas 2 pessoas a realizar o casamento na Casa Fernando Pessoa? Já lá vão uns anos largos, mas realmente aconteceu. Bem, então aqui vai:

Série: a Arte de Bem Comer em Campo de Ourique.

1) Churrasquinho do Bairro:

O melhor Frango de Churrasco de Campo de Ourique.

O Churrasquinho do Bairro situa-se no Mercado de Campo de Ourique, na Rua Francisco Metrass, Lojas 3 e 4, e é uma churrasqueira familiar de excelente qualidade. O frango assado, todo ele do segmento médio, no que ao tamanho diz respeito, regado com o molho especial do Sr. António e algum piripiri, é de comer até fartar. Peça para ser ele mesmo a cortar-lhe o frango. É de mestre.

O Churrasquinho do Bairro tem alguns detalhes imprevisíveis de que não nos lembramos à primeira vista. Experimente encomendar, com antecedência, um polvinho à lagareiro. Vai ter uma agradável surpresa. Contudo, possuem outros pratos, como este, mas, seja para comer no local ou para levar para casa, é necessário fazer encomenda prévia e verificar que opções existem na altura em que o decidir fazer.

Como exemplos simples posso recomendar a posta de lombo de bacalhau na brasa ou à lagareiro, mas há mais, muito mais para descobrir, telefone para o 312 976 682 e combine com o senhor António o que quer comer, bem combinadinho (sempre previamente) e, principalmente, se for para grelhar no carvão, ele arranja quase tudo, de boa vontade e com prazer.

Convém saber que o restaurante tem bar completo, bancos altos para comer no interior (atenção que são poucos), esplanada para 12 pessoas, televisão com canais desportivos e, como não podia deixar de ser, “Wifi”. Mantém-se a leste dos negócios das tascas dentro do mercado e têm tentado correr com ele por não fazer parte do monopólio do grupo que gere os alugueres das tasquinhas no interior do mesmo.

Porém, conservando-se rigorosamente dentro de todas as normas de qualidade e sanidade, o mestre António, tem sobrevivido aos ataques, mal-intencionados, de quem não deseja concorrência (há quem diga que, alegadamente, com a cumplicidade autárquica). Ainda por cima porque esta churrasqueira serve bem e barato e sem pretensões a ascender a qualquer categoria gourmet.

Churrasquinho do Bairro, Mercado de Campo de Ourique, Lisboa. Palavras para quê? É delicioso.

Tipo: Churrasqueira / Take-Away

Fecha: Domingo

Preço: Económico

Classificação no Género: 5 Estrelas

E com esta minha primeira recomendação me despeço por hoje, minha querida Berta, recebe um beijo amigo deste velho conhecido,

Gil Saraiva

 

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