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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta: “A Prova dos Nove da Profecia de Haragano” ou a “Crónica do Impossível” - Parte II/III

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Olá Berta,

A prova dos nove é algo que aprendemos na escola primária ou, pelo menos, assim era quando eu a frequentei. Pegamos num número qualquer, por exemplo o n.º 4879, somamos os algarismos que o constituem (4+8+7+9), obtemos um resultado (=46), dividimos esse resultado por 9 e o n.º que sobra (o resto) é aquele que nos interessa obter, neste caso o resultado seria 1. A numerologia, uma das muitas ciências ocultas usa essa prova, com algumas exceções que lhe são próprias para obter determinados números sobre os quais faz previsões.

Também atribui a cada letra do alfabeto um número de 1 a 9 sendo que, quando uma sequência chega ao 9, a atribuição recomeça no 1 outra vez. É por isso que o A e o J têm o n.º 1 como seu. Esta tabela de correspondência alfanumérica é conhecida como Tabela Pitagórica e é um dos pilares da numerologia.

Fiz este pequeno aparte para te dar uma ideia de como cheguei a alguns dos números que te apresentarei em seguida e que, como é óbvio, são a base da “Profecia de Haragano”, que te prometi apresentar hoje. Contudo, tive de usar a astrologia e o “Relógio de Haragano” (podes ler a explicação na carta de ontem) para depois interpretar os números e gerar a profecia. A astrologia importa porque a localização dos signos do zodíaco ajuda à interpretação.

Quero eu dizer que os dias em que as coisas ocorrem e a sua relação com o mapa astral desses dias, onde se incluem a localização dos planetas ajuda na sua interpretação, na perspetiva das ciências ocultas, claro. Assim, no seguimento deste raciocínio, também fui buscar o “Relógio de Haragano” para finalizar a profecia. Porquê?

Porque o relógio não apresenta verdades absolutas. Pelo contrário, mostra caminhos que são consequência das nossas próprias escolhas. Assim, por exemplo, ao chegarmos a um ponto da vida em que existem duas ou mais opções para onde podemos seguir em frente, o relógio, aconselha uma, mas quem o consulta, tem o livre arbítrio de escolher outra qualquer. A previsão pode mostrar ou não as consequências dessa nova opção nessa consulta ou numa outra que a pessoa venha a fazer posteriormente. Todavia, a conjetura inicial fica invalidada porque a pessoa não seguiu a matriz apresentada pelo oráculo do relógio.

Espero ter sido claro nestas explicações prévias porque é nelas que assenta “A Prova dos Nove da Profecia de Haragano” ou, mais simplesmente, a “Crónica do Impossível”, que amanhã, finalmente irei expor. Sendo tu, amiga Berta, uma pessoa pouco ligada à área das ciências ocultas deves estar farta de te rir com as minhas conjeturas místicas. Porém, tens de reconhecer que eu não tinha como adivinhar a dois de março de 2020 o número de infetados a nível mundial a 21 de março de 2021.

Até me podes dizer que estou a inventar e que só agora escrevi a profecia. Isso é verdade apenas na parte em que só agora a interpretei e lhe acrescentei outros novos números e o seu significado para o presente e para o futuro. Todavia, faz hoje um ano e 19 dias em que eu lancei a hipótese de que, algures em março deste ano, o número de infetados pela pandemia atingiria, finalmente, o valor absoluto de 123.456.789 infetados no globo.

Esse número calhou hoje, dia 21 de março de 2021, ainda dentro do mês da previsão do ano passado e isso, por si só e para mim, já é espantoso. Repara bem que não é um número qualquer. São os algarismos de 1 a 9 todos seguidos, indicando a infeção por Covid-19 de milhões de pessoas no planeta Terra. A completa elaboração da profecia foi verdadeiramente terminada hoje (dia 21) e enviar-ta-ei amanhã (dia 22). Por hoje é tudo, fica bem com este beijo do teu amigo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta: “A Prova dos Nove da Profecia de Haragano” ou a “Crónica do Impossível”

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Olá Berta,

Hoje, neste dia 20 de março de 2021 e ainda amanhã e depois de amanhã, vou-te falar de um dos meus hobbies, nomeadamente o tempo que dedico às ciências ocultas. Aliás, este passatempo faz parte de um conjunto de matérias que me agradam, quer pelo mistério que encerram quer pelo lado místico e fantástico, como também é o caso das mitologias (principalmente a grega e a romana), da parapsicologia ou do fantástico. Fiz várias formações na área, ao longo dos anos, pois tal como sou fã de um filme de suspense ou policial, todo este mundo surreal me fascina.

Desde os dezasseis anos de idade que adoro cartomancia, runas, oráculos, I Ching e por aí em diante. Há muitos anos atrás, misturei algumas das teorias de adivinhação do I Ching às do Oráculo Egípcio e acabei por ocidentalizar ambas criando uma leitura de cartas original a que chamei de “Relógio de Haragano”.

Contudo, pese embora esta minha paixão, não te assustes, não me julgo nenhum mago ou adivinho, nem mesmo bruxo ou feiticeiro de qualquer espécie. Faço, isso sim, uma tentativa de interpretar o que as cartas podem dizer sobre alguém que, ao abrir um novo baralho e depois o baralhar e partir, passa parte da sua energia única para aquele monte 54 ou 55 cartolinas (divididas em quatro naipes e com dois ou três jokers),  como são únicas as impressões digitais, o código genético ou as nossas iris.

No entanto, e contra mim falo, não me levo muito a sério neste campo. Julgo que talvez seja porque não gosto muito do que vejo a representar o setor: as leitoras de tarot para os famosos, os bruxos de Fafe e os ditos “Professores Africanos de Submundo”.

Todavia, não sendo qualquer destes temas nenhuma ciência, existe aquele lado oculto e misterioso que me agrada imenso. Para além de que nunca ninguém, a quem eu tenha feito o “Relógio de Haragano”, me disse que o que “lia” nas cartas estava errado. Enfim, já lá vão 44 aninhos, a desenvolver o método, alguma coisa deve estar certa, se bem que não sei bem o quê.

Eu gosto de pensar que capto algum tipo de energia subconsciente da pessoa que abriu, baralhou e partiu um baralho virgem, para eu depois interpretar o que dizem as cartas, que vão saindo e sendo lidas em trios no sentido dos ponteiros do relógio em grupos circulares de 12 cartas. Por favor, não comeces agora a rir com o que te estou a dizer. Não te estou a tentar converter a este mundo de impossíveis que me fascina. Aliás, não te quero convencer a ti, amiga Berta, nem a ninguém. Estas coisas, são apenas um tipo de assuntos, onde muitas vezes, ao longo dos anos, ocupo os meus tempos livres e nada mais do que isso.

Tive que dividir em três partes o assunto desta carta para não me alongar demais com um tema que não sei se é do teu agrado. Tudo isto vem a propósito da atual pandemia. Aquela que ninguém previu que invadiria o mundo a partir de finais de 2019. No dia dois de março de 2020, quando tivemos o nosso primeiro caso eu fiz uma consulta mística usando aquilo que aprendi nas ciências ocultas. Desta consulta, usando a numerologia, o relógio e a astrologia saiu uma previsão tola que fiz para o dia 21 de março de 2021, isto é, para amanhã.

Eu chamei-lhe “A Prova dos Nove da Profecia de Haragano” ou, mais simplesmente, a “Crónica do Impossível”, mas não vou explicar agora em que consistiu e naquilo em que resultará amanhã (dia 21/03/21). Isso fica para a próxima carta do dia da profecia ou para o seguinte. Por agora despeço-me, com um abraço do tamanho do mundo, deste teu amigo de sempre,

Gil Saraiva

 

 

 

 

Carta à Berta: O Relógio de Haragano

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Olá Berta,

A teu pedido cá vamos nós entrar no capítulo das ciências ocultas, mais concretamente no Oráculo que constitui “O Relógio de Haragano”, uma junção de técnicas interpretativas, inspiradas no I Ching chinês e no Oráculo Egípcio.

Foi pelo desafio de uma amiga, editora de livros estrangeiros para a língua portuguesa, que me decidi a passar para o papel um método de cartomancia que uso e venho desenvolvendo e aperfeiçoando há mais de quarenta anos. Conforme ainda agora referi trata-se d’ “O Relógio de Haragano”.

Relógio porque tem por objetivo interpretar um determinado tempo de vida, de uma pessoa em concreto, num mapa de cartas que se dispõe em forma de relógio e lê no sentido do mesmo. A busca visa responder a questões para as quais o Consultante (a significar a pessoa que se dirige ao Oráculo para orientar a sua vida) procura respostas.

Embora o relógio possa ser usado para interpretar toda uma vida, passada, presente e futura, ele é usado mais correntemente para se cingir a um período temporal de quatro anos. Este percurso é analisado nas três vertentes do Tempo. Os seis meses anteriores e os seis meses posteriores à entrada do Consultante no Oráculo completam um período de um ano que se designa por Presente. Entre o início do sétimo mês anterior à visita e o fim do décimo oitavo analisa-se o Passado. Do princípio do sétimo mês ao fim do décimo oitavo posterior à consulta interpretam-se os caminhos possíveis de um Futuro.

O Relógio, mais do que uma forma de adivinhar e tentar ler a vida de alguém, funciona como um método interpretativo da existência do Consultante enquanto um ser que vive com as consequências do meio que o envolve e com as opções e respostas que ele próprio vai dando para se integrar nesse meio ou nele se distinguir. Pode mesmo dizer-se que a função do relógio é a de encontrar os caminhos mais acertados para que, o individuo que o procura possa fazer, mais conscientemente, as suas escolhas e tomar as melhores decisões que lhe propiciem uma vida melhor.

Mas não é nunca o Relógio que decide seja o que for. A decisão, a escolha das vias a traçar, está sempre na mão de quem o consulta. O Oráculo pode informar o Consultante que, segundo esta ou aquela interpretação, de um determinado conjunto de questões, a melhor opção é a via da esquerda e este tem total liberdade de o fazer ou não.

As escolhas do Consultante quando chocam com as apontadas pelo Relógio geram diferentes roteiros de vida dos previstos naquela consulta. E todo o caminho possível previsto pelo Oráculo poderá ficar irremediavelmente posto em causa. Mas esta decisão, de seguir ou não os passos indicados, é inteiramente da responsabilidade do Consultante e não lhe deve, em caso algum, ser imposta outra.

Afinal o Relógio apenas responde a perguntas e aponta para onde poderá ser melhor seguir, isto segundo a leitura que foi feita. Não determina nada. Para o Relógio a palavra Destino significa tão-somente futuro e não compartimenta ou acorrenta esse Futuro a qualquer previsão. O Futuro é algo que se constrói e não um roteiro traçado do qual não se pode fugir.

A filosofia do Relógio é a de poder servir de mapa, de GPS, um determinado comportamento, ou vários, do Consultante rumo a um Destino (leia-se Futuro) que este deseja melhorado ou reencaminhado numa nova e melhor direção.

Haragano, porque permite a livre escolha por parte do Consultante. Não o vincula, deixo-o seguir em liberdade as suas opções e apenas reporta quais deveriam ser as escolhas tendo em conta os objetivos de quem o consulta. Sendo um haragano, um cavalo selvagem que dificilmente se deixa domar, um ermita ou um vagabundo que não tem rumo aparente, assim poderá ser o Consultante, optando ou não pelo que lhe é dito ou recomendado.

Em 38 anos de uso deste método, cada vez mais aprimorado, nunca tive, até hoje, uma reclamação de ninguém. Pode ser por uma questão de sorte, mas eu acho que tem mais a ver com o cuidado que é posto nas interpretações. Contudo, na realidade, não sei o porquê de tal acontecer.

Espero que tenhas ficado com uma ideia do que é este método de cartomancia. Por hoje é tudo, com um beijo me despeço até amanhã, minha querida amiga,

Gil Saraiva

 

 

 

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