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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta n.º 608: Homenagem a Isabel II

Berta 608.jpg Olá Berta,

Conforme pudeste acompanhar no circo mediático morreu Isabel II, a rainha de Inglaterra, da Grã-Bretanha, do Reino Unido, da Commonwealth, aos 96 anos e meio. A monarca foi rainha durante 70 anos e foi fundamental no papel de afirmação do Reino Unido no mundo e na universalização do inglês como a língua universal de comunicação entre os povos. É claro, minha amiga, que os americanos também deram uma ajudinha neste último aspeto, mas o importante agora é realçar o papel da rainha.

Diz-se que Isabel II se manteve afastada da política durante os seus 70 anos de reinado, ficando isso a cargo dos governos britânicos ao longo das décadas e dos seus respetivos parlamentos. É quase verdade, Bertinha, mas sem Isabel II nunca teria existido, nem mesmo durado até ao presente momento a Commonwealth. Uma meia centena de países que se mantiveram ligados à coroa inglesa adotando o inglês como uma das suas línguas oficiais, e mantendo uma parafernália de acordos comerciais, industriais e de serviços pelos quatro cantos do mundo beneficiando largamente Inglaterra com esta influência alargada.

Ora, se isto não é política, não sei o que será… aliás, foi também graças a ela, Berta, que a Irlanda do Norte, o País de Gales e a Escócia se mantiveram como parte integrante do Reino Unido. Algo de fundamental para a influência britânica da política inglesa no mundo, reforçando o ditado de que “unidos venceremos”. Veremos se as coisas se conseguirão manter sem ela e se a política de união do reino sobrevive ao seu falecimento por muito tempo.

Não há dúvidas de que Isabel II foi uma mulher notável e uma das figuras fundamentais na história contemporânea do século XX. Poucos são os erros que se lhe podem apontar. Talvez uma crítica à forma como lidou com a entrada da Princesa Diana na realeza britânica e ao modo como lidou com a sua morte. Porém, minha querida amiga, no conjunto dos anos que compõem a sua existência enquanto rainha, a Commonwealth, o Reino Unido, a Grã-Bretanha e Inglaterra devem-lhe quase tudo. Por tudo isto não há como negar que se tratou de uma grande senhora e de uma enorme rainha e é por esse papel fundamental que Isabel II tem o meu total respeito e admiração.

Quanto às aventuras e desventuras da família real inglesa, descrita nos pasquins e nas revistas cor-de-rosa isso é-me totalmente irrelevante e até supérfluo. De igual modo acho absurdo que Portugal tenha três dias de luto oficial pela morte da rainha. Eu vivo, querida Berta, como tu, num país republicano e passo bem sem as palhaçadas deste país no que respeita a deferência do nosso Governo ao nosso mais velho e oportunista aliado. Não me vou adiantar mais. Deixo um beijo de despedida. A Rainha morreu. Viva o novo Rei!

Gil Saraiva

 

 

 

Desabafos de um Vagabundo: Série II - n.º 1: Um Adeus a Boris Johnson

Desabafos SII -1.jpgDesabafos de um Vagabundo  

Um adeus a Boris Johnson

Finalmente demitiu-se de líder do Partido Conservador o inconformado, rebelde e inexplicável Boris Johnson. “L’enfant terrible” para já apenas se demitiu enquanto líder do partido, mas continua a ser o primeiro-ministro britânico enquanto é escolhido um sucessor. Pelo menos é isso que o atual Primeiro-Ministro britânico pretende fazer. O homem considerado o responsável máximo pelo Brexit foi, contra a sua vontade, obrigado a sair.

Amado por uns, odiado por outros, Boris Johnson nunca deixou que a sua pessoa fosse indiferente. Longe disso. Venceu na sua luta para tirar o Reino Unido da União Europeia, ultrapassou a crise dramática da Covid-19 em terras de sua majestade. Tornou-se peça chave no apoio europeu à Ucrânia, contra a invasão russa, mas acabou por cair devido aos problemas internos, gerados em catadupa, nos corredores do poder, muito fruto da sua irreverência de vagabundo carismático e irresponsável, ou seja, Boris Johnson, demite-se pelas mesmas razões porque foi eleito, por ser o “l’enfant terrible” da política britânica.

Na minha perspetiva, Boris Johnson nunca foi diretamente responsável pelos factos passados que acabaram por o fazer demitir-se, nem as festas, nem o último escândalo.

Das festas em tempo de confinamento ao seu conhecimento de alegações de conduta sexual imprópria de um deputado antes de o promover para o governo, tudo é apenas resultado do seu feitio balofo, despenteado e totalmente rebelde e irreverente. Era como se o Primeiro-Ministro apenas tivesse de prestar contas a si próprio. Cai assim por motivos de lana-caprina, algo que nunca seria suficiente para causar a demissão um presidente americano, nos nossos dias, conforme se viu com Donald Trump, um outro poderoso balofo como Boris Johnson.

Johnson irá abandonar as rédeas do Reino Unido, com um terço da população britânica infetada pela Covid-19, ao longo de dois anos, e mais de 180 mil mortos provocados pelo vírus. No que respeita às suas relações com Portugal as coisas correram-nos de feição. Os britânicos continuaram a ver assegurados os seus direitos de virem para Portugal viver tranquilamente os anos da reforma, os emigrantes portugueses viram assegurados os seus direitos no Reino Unido e foi assinado, entre os dois países, o maior acordo comercial da história da velha aliança.

O humor mundial sofre um revés, uma vez que Boris era um dos personagens preferidos dos cartoonistas, dos rapazes da “Stand-Up Comedy”, dos comediantes em geral, para dizermos o mínimo. A política externa britânica ficará mais débil, porque o que se perdoava a um “l’enfant terrible” não se perdoará a um político sério. Por colorir a cinzenta política mundial resta-me desejar a Johnson um feliz regresso ao anonimato e pouco mais. Adeus Boris!

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta: Reino Unido Decide Vacinar Imigrantes Ilegais

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Olá Berta,

Sem querer sequer ser controverso eu sempre tive a noção que os britânicos, principalmente os ingleses, são tradicionalmente dos povos mais racistas que eu conheço. Porém, eu que adoro, como sabes, andar de chapéu hoje tiro-o ao Primeiro-Ministro Boris Johnson. Faço-o porque, segundo notícia do Jornal de Notícias quer os imigrantes ilegais quer os indocumentados no Reino Unido vão ter o direito de ser vacinados gratuitamente contra a pandemia, sem serem obrigados a provarem que têm direito de residência ou visto para se encontrarem no Reino de Sua Majestade, segundo o que anunciou, ontem o Governo britânico à comunicação social.

A divulgação foi acompanhada do seguinte discurso, traduzido pelo JN: "As vacinas contra o coronavírus serão oferecidas gratuitamente a todos os que vivem no Reino Unido, independentemente de seu estatuto de imigração. Os que estão registados com um médico de família serão contactados o mais rápido possível e estamos a trabalhar em estreita colaboração com parceiros e organizações externas para contactar aqueles que não estão registados e garantir que tenham acesso à vacina”.

Aliás, embora o Ministério do Interior tenha acesso a certos dados sobre os pacientes registados em centros de saúde do sistema nacional, o Governo fez questão de avisar os seus funcionários que a vacinação e igualmente a testagem (e ainda o tratamento contra a Covid-19) não estariam sob a alçada da necessidade de controle de vistos.

Porém, porque o seguro morreu e velho, a organização representante dos médicos, a British Medical Association, pediu a devida suspensão da transmissão de informações sobre estes imigrantes durante a pandemia, bem como uma comunicação "clara e ampla" da medida. O diretor britânico da comissão de ética da ordem dos médicos, afirmou inclusivamente que: "Para que a campanha de vacinação seja um sucesso, é fundamental que o maior número possível de pessoas seja vacinado". Acrescentando que a sua preocupação vai para o impacto da Covid-19 no seio das minorias étnicas existentes no Reino Unido.

Ora, sendo verdade que o país já leva mais de 112 mil mortes desde que a pandemia teve início, sendo aquele que maior número de óbitos tem na Europa e estando em quinto lugar no mundo em termos absolutos, o que importa no momento é que a vacinação seja um sucesso.

Para isso, a atual campanha de vacinação de larga escala, envolvendo meios que vão desde o exército, passando pelos profissionais de saúde, até aos milhares de voluntários que ajudam neste complexo processo, procurou trabalhar com a finalidade de se conseguir uma ampla vitória neste que é um projeto de gigantes.

Este raciocínio já permitiu administrar uma primeira dose a mais de 12 milhões de pessoas, mas as autoridades temiam que pudessem existir categorias da população que não fossem vacinadas por desconfiança, especialmente entre as minorias, o que levou às declarações prestadas ontem pelo Primeiro-Ministro, Boris Johnson.

Se todo este processo for sério e honesto, eu, minha querida Berta, não apenas tiro o chapéu a Boris, como quase me proponho a comê-lo a seco, embora o chapéu custe a digerir, tal é o meu grau de espanto. Nada mais há a dizer, a não ser que a história me provará se devia ter ou não mastigado o ornamento craniano. Despede-se com um beijinho o teu amigo, repleto de saudades,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta: Covid-19 – A Chegada da Contra Vaga

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Olá Berta,

Covid-19 – A Chegada da Contra Vaga, este seria o título que eu escolheria para relatar o que está atualmente a acontecer com a pandemia. Foi ontem à noite, no programa “Circulatura do Quadrado”, da TVI24, que o Primeiro-Ministro, António Costa, aventou, a medo, que um dos especialistas que servem de consultores ao Governo, lhe terá falado na possibilidade de estar a ocorrer não propriamente uma terceira vaga, mas uma vaga de sentido inverso a que eu chamei de contra vaga.

Intrigado por aquela afirmação, que passou totalmente despercebida quer no programa quer depois nas diferentes análises dos comentadores, em todos os canais televisivos, resolvi verificar eu, na parafernália de gráficos e dados que tenho em casa, se essa coisa da contra vaga, como lhe chamei, seria realmente possível e poderia estar mesmo já a acontecer, o que, a ser verdade, irá apanhar a Europa, África, Ásia e Oceânia totalmente de surpresa.

Segundo a teoria avançada quase como nota de rodapé, esta nova terceira vaga que temos em Portugal e no Reino Unido, não se está a movimentar como as outras duas anteriores de Oriente para Ocidente, mas precisamente no sentido inverso. Começou nas Américas e expandiu-se para a Europa atingindo primeiro os países mais periféricos, nomeadamente Portugal e Reino Unido. Pior, ganhou nova volumetria com a soma das estirpes inglesa, brasileira e da África do Sul.

Ora, a ser assim, coisa que me pareceu muito evidente nos meus gráficos, Portugal e Inglaterra não estariam a ser os piores casos da Europa, mas sim, os primeiros países europeus da contra vaga, que se irá em breve estender para o leste em direção à Ásia, África e Oceânia, no sentido inverso ao que até esta altura tem ocorrido.

O mais grave, querida Berta, é que se este for o caso, vão todos ser apanhados de surpresa por este movimento inverso. No caso europeu, será notório esta nova maré já a partir de meados de fevereiro, quando Portugal e o Reino Unido já estiverem a descer no número de óbitos, infetados e internados em UCI.

Se a nova teoria se confirmar vamos assistir a um novo agravamento em todo o espaço europeu já em meado do próximo mês. Por hoje fica-se por aqui este teu amigo do peito, que se despede com o usual beijinho,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta: Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 14) O Corrupto

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Olá Berta,

6 de fevereiro é, a partir deste ano, também em Portugal, o Dia da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina. Podes pensar que este é um assunto que nada tem a ver com os hábitos e costumes lusos e, estando totalmente correta, tenho é que te lembrar que, cada vez mais, temos migrantes a residir no nosso país onde essas práticas são de uso corrente, muito para além do que nós, à partida, imaginamos possível e aceitável. Daí a medida fazer todo o sentido, servindo de alerta para o problema.

No mundo são mais de 200 milhões de meninas e mulheres sujeitas a este ato de barbárie que continua a subsistir no século XXI. O fenómeno é usual na Etiópia, na Eritreia, na Gâmbia, no Mali, na Nigéria, no Senegal, no Sudão, na Tanzânia, na Costa do Marfim, no Djibuti, no Benin, no Burkina Faso, na Índia, na Indonésia, no Sri Lanka, na Malásia, no Egito, em Omã, no Iémen, nos Emiratos Árabes Unidos e no Peru.

Contudo, face às migrações, o problema já se espalhou para países como a Austrália, o Canadá, a Dinamarca, a Alemanha, a França, a Itália, a Holanda, a Suécia, o Reino Unido, os Estados Unidos da América e Portugal. Todavia, esta lista apenas apresenta os países onde o problema já tem proporções significativas. Basta olhar para o nosso exemplo nacional. Quem imaginaria que, segundo os números relativos a 2018, 43 mil mulheres e crianças, neste cantinho à beira mar, foram sujeitas à Mutilação Genital Feminina? É difícil de engolir estes números, contudo, o problema é bem mais extenso uma vez que estes são apenas os números oficiais confirmados. Inacreditável, não é, minha querida amiga? Mas bem real, infelizmente.

Assim, a existência de um “Plano de Ação para a Prevenção e o Combate à Violência Contra Mulheres e à Violência Doméstica 2018-2021”, integrado na “Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não-descriminação 2018-2030” e do “Programa Portugal + Igual”, faz todo o sentido. É aqui que se prevê e enquadra o combate às práticas tradicionais nefastas, como é o caso da Mutilação Genital Feminina. Uma praga que urge combater com a maior seriedade e prontidão, criando os normativos necessários a uma atuação que não apenas seja célere como também eficaz.

Voltando agora à temática do teu desafio, no que se refere à criação de quadras populares, sujeitas a tema, a tua última escolha recaiu sobre “O Corrupto”. Tentei o meu melhor para estar à altura de mais esse desafio. Espero que a próxima quadra o supere. Posso afirmar que, embora existam temas mais difíceis que outros, às vezes não é bem na dificuldade do tema que eu encontro o problema, mas sim na limitação curta dos versos de uma quadra, para se expor uma ideia, de modo claro e sintético. Enfim, eu vou tentando, quando tiver que me render, também o farei. Tema de hoje:

Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 14) O Corrupto.

 

O Corrupto

 

Defender o que é de todos,

Mas não pertence a ninguém,

Pode bem gerar engodos,

Para o proveito de alguém…

 

Gil Saraiva

 

Chegada que é a hora de mais um adeus, é com um beijo saudoso que se despede este teu amigo eterno, sempre ao dispor da sua boa amiga,

Gil Saraiva

 

 

 

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