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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta nº. 668: Os Incêndios de Setembro de 2024

Berta 668.jpg Olá Berta,

Ardeu, em 2024, uma área de 121 mil hectares, segundo o sistema europeu “Copernicus”. Não foi o pior ano de sempre, mas não deixou de ser gravíssimo. Porém, minha amiga, mais grave do que isso foi a atitude do Governo, perante uma situação desta envergadura. Primeiro tivemos uma ministra da Administração Interna que andou “escondida” a ver se, assobiando para o lado, passava despercebida por entre as chamas que assolaram o norte e centro deste país à beira-mar plantado.

Depois, minha querida, fomos confrontados com um Primeiro Ministro que veio a público apresentar uma teoria da conspiração em que os culpados da tragédia seriam uma série de meliantes (uns grandes malandros) ao serviço de forças ocultas que, pela descrição, mais pareciam pertencer às tropas de “Darth Vader”, o líder mais visível do lado negro da Força da saga Guerra das Estrelas.

Ora, cara confidente, o país não vive num mundo de ficção científica, nem Portugal tem um pacto com forças do mal em abstrato, ou mesmo em concreto. Isso não só é uma falácia como visou apenas atirar poeira para as imagens bem claras dos fogos de setembro de 2024, o que acabou não tendo efeito. Todavia, se o Governo tivesse, dando a mão à palmatória, falado da sua falta de experiência em fogos, tudo seria diferente e muito mais aceitável.

Todos sabemos, amiguinha, que este é o primeiro ano da governação de um partido há quase uma década afastado do poder. A humildade aceitar a culpa de alguma descoordenação gerada nas cadeias de comando, desde o Ministério da Administração Interna às cúpulas da Proteção Civil, passando pelas falhas de planeamento na coordenação e distribuição dos meios e pessoal das corporações de bombeiros e de todos os outros meios envolvidos, teria sido bem mais correto por parte do poder e mais facilmente aceitável e entendido por um povo que nada tem de burro, nem nunca teve.

Porém, caríssima, como enquanto oposição, no passado, o atual partido do Governo, nunca foi solidário com quem antes governava, assumir alguma culpa que fosse esteve totalmente fora de questão. A criação de uma cabala, tão em moda nos nossos dias, fruto dos ventos de populismo que sopram no país foi a escolha considerada mais adequada no entender do Governo.

Podia estar aqui a falar-te de inúmeros aspetos relacionados com os fogos deste mês, mas seriam muito parecidos aos de outros anos. A novidade aqui, foi mesmo a atuação do Estado que, mais uma vez, não se portou como pessoa de bem, desde que tomou posse. É cego, surdo e mudo, sempre que lhe interessa, e dá conferências de imprensa sem direito a questões por parte dos jornalistas, como se o próprio nome não implicasse a existência das ditas. Um horror, Bertinha.

Pois bem, vir culpar os incendiários pela situação gerada pelos fogos deste ano, teria sentido, pois sabemos que, em média, entre 15% e 33% dos fogos têm esta origem, todos os anos, em Portugal. Agora, eleger os meliantes como principal e quase única origem da tragédia não só é falso, Berta, como hipócrita, absurdo e muito pouco sério por parte de quem esperamos explicações, medidas e ações.

Muito fica por dizer, minha doce amiga, mas, pelo menos, já desabafei. Devo ser dos poucos que prefere eleições, a acreditar nas palavras do Presidente da República. Obrigado por escutares (ou leres) este teu velho amigo do peito. Deixo um beijo de despedida,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta n.º 587: S.O.S. - Incêndios!

Berta 587.jpg Olá Berta,

Eu sei que a vaga de calor de 2022 é, até ao momento, atípica, relativamente a anos anteriores. Não é apenas o calor que bate recordes, a terra, por seu lado, esta absolutamente ressequida, o país encontra-se, quase na sua totalidade, em seca extrema, falta água em todo o lado e, para tornar tudo verdadeiramente complicado, quase não há humidade no ar, raramente esta ultrapassa os 25% e o vento parece teimar em aparecer quando não faz cá falta nenhuma.

Porém, se os incendiários em Portugal, em vez de serem julgados e depois castigados com penas suspensas, fossem julgados como assassinos, na melhor das hipóteses, por tentativa e negligência (chega Pedrogão Grande para me fazer entender), estando a coberto de uma moldura penal, enquanto potenciais assassinos e levando penas efetivas de prisão superiores a dez anos, a crise seria muito, mas muito menor.

Estes indivíduos dão-nos cabo da paisagem, põem imensas vidas em risco, quando não as ceifam, diminuem gravemente recursos naturais, já por si escassos, e são tratados como delinquentes menores por uma justiça que pouco faz, enquanto que, se o incêndio fosse em sua própria casa, os olharia de outro modo bem diferente.

Para estes juízes picante na língua dos outros é refresco. Todavia, no entretanto, destroem-se propriedades, desfeia-se a paisagem, destroem-se recursos naturais, aniquilam-se poupanças de uma vida de um sem-número de famílias, geram-se pânicos pelo interior do país, colocam-se bombeiros e outros profissionais em risco de vida e os maiores culpados, quando são apanhados, são tratados com paninhos quentes em vez de serem julgados como perigosos criminosos, que é o que eles são.

Sou, querida Berta, totalmente contra este estado de coisas. Ainda por cima porque o SIRESP já “sirespa” e a Proteção Civil já protege. Contudo, há situações em que a lei tem de mudar se queremos sentir que vivemos numa sociedade justa. No presente estado da Justiça Portuguesa, esta premeia este tipo de criminoso, enquanto todo o país sofre com isso. Não é o único caso em que a falta de uma justiça verdadeira se faz sentir, mas se há que começar por algum lado, caramba, que se comece já por aqui. Despeço-me com um beijo de saudades, este teu amigo de sempre,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 104: Campo de Ourique - 2019 em Revista - fevereiro

Berta 83.jpg

Olá Berta,

Fico feliz por te ter agradado o primeiro mês do ano de 2019, em revista, no que concerne ao Bairro de Campo de Ourique. Hoje é dia de avançar com o senhor que se segue, ou seja, o curto mês de fevereiro, passado no meu bairro, com os destaques que, pelo menos para mim, são de realçar neste recanto de Portugal, onde batem corações unidos por um amor comum, que mais não é do que a paixão pelo bairro de Pessoa. Regressar a fevereiro de 2019 nesta freguesia, afinal, nada mais é do que continuar a fazer prova da vivacidade e vitalidade da mesma. Espero que esta revista do ano passado te continue a agradar.

Campo de Ourique em revista, fevereiro de 2019:

O dia 1 de fevereiro deu o alerta e o 2 de fevereiro levou o Bairro de Campo de Ourique até aos noticiários televisivos. O mau tempo, trazido pela tempestade Helena, fez abater uma parte da Rua 4 de Infantaria mesmo em frente do Jardim da Parada, tendo obrigado ao desvio das carreiras de autocarros e obrigado ao condicionamento da circulação automóvel. Elementos da Proteção Civil, da Polícia Municipal e a Junta de Freguesia estiveram no local a avaliar os estragos causados.

No dia 3 de fevereiro, minha querida amiga, o jazz regressou a Campo de Ourique, o Mercado manteve a sua promessa de, com entrada livre, nos proporcionar as sonoridades do “jam” e do “jazz” com o trio “Out of the Blue” a atuar entre as 18 e as 22 horas. Imperdíveis as “jam sessions” da banda.

Dia 4 foi a vez da Revista Evasões divulgar uma reportagem sobre a Pikikos – cut, care and coffee, uma loja, uma cafeteria e um cabeleireiro para crianças e adultos, acabadinha de inaugurar no Bairro de Campo de Ourique, um verdadeiro 3 em um, na Rua 4 de Infantaria no nº. 53, de que tu irias gostar bastante querida Berta.

“O Corvo” – sítio de Lisboa, uma publicação online sobre o que se vai passando pela urbe alfacinha, publicava, também a 4 de fevereiro, uma notícia denominada: “Há sinais contraditórios sobre o suposto regresso do tráfico de droga e da insegurança ao antigo Casal Ventoso”. No corpo da notícia eram sublinhadas as áreas em causa, que atualmente fazem parte integrante de Campo de Ourique, embora se encontrem na margem mais afastada do Bairro. São elas: a Quinta da Cabrinha, a Quinta do Loureiro e a Avenida de Ceuta Sul, que ainda abrangem, também, as Freguesias da Estrela e de Alcântara. Para uma leitura mais atenta recomendo, amiga Berta, que consultes a página: https://ocorvo.pt/ha-sinais-contraditorios-sobre-o-suposto-regresso-do-trafico-de-droga-e-da-inseguranca-ao-antigo-casal-ventoso/.

Também a 4 de fevereiro a Casa Fernando Pessoa deu lugar ao debate e leituras do Clube dos Poetas Vivos com a participação de Ana Paula Inácio entre as 19 e as 20 e 10.

Foi a 10 de fevereiro que as “jam sessions” da banda “Out of the Blue” nos voltaram a proporcionar mais 6 horas de música, no fim de tarde e noite, no Mercado de Campo de Ourique. O domingo ficou a ganhar com mais esta prestação das sonoridades do jazz, interpretadas pela cada vez mais experiente tríade de músicos.

A 15, 16 e 17 de fevereiro, no Mercado de Campo de Ourique, teve lugar a quarta edição do Mercado do Vinho, com música ao vivo, workshops e muitos tintos, brancos, rosés e espumantes para provar. Teria sido uma ótima altura para teres dado um salto até ao meu bairro, minha querida Berta. Na sexta-feira a banda “Groovelanders” fez as honras musicais a partir das 21 horas.

A 16, sábado, o almoço foi acompanhado pelas sonoridades de Joel Pinto, entre as 13 e 30 e as 15 e 30 e mais tarde, pelas 20 e 30, foi a vez de se fazer silêncio porque se cantou o fado, pela voz de Cristina Madeira.

Ainda no domingo, dia 17, a banda que tem por nome a música de Miles Davis “Out of the Blue”, e por filosofia a inspiração de uma fonte longínqua, mais propriamente o pensamento budista do filosofo e poeta japonês Daisaku Ikeda, trouxe o jazz e a música encheu o espaço entre as 18 e as 22 horas no muito ativo Mercado de Campo de Ourique.

No dia 18 de fevereiro, entre as 16 e 30, onde foi servido um chá, e as 19 horas, a exemplo do que já tinha acontecido no mês anterior e que escapou ao meu radar, foi dada continuidade na Fundação Maria Ultrich, no nº. 240 da Rua Silva Carvalho, à temática d’ “as idades da vida e o processo de desenvolvimento da Santidade”, com entrada livre. Este foi mais um encontro dos amigos e colaboradores da Fundação, com o tema a cargo da Drª. Deolinda Botelho.

Aconteceu no dia 19 na Mercearia do Campo, cuja morada na Rua Saraiva de Carvalho, já pertence à Freguesia da Estrela, mas que teima em afirmar-se um espaço do Bairro de Campo de Ourique e para isso criou o conceito “Mercearia -1” ( leia-se: menos um), criando um clube quase secreto no Bairro de Campo de Ourique, onde nos pudemos deliciar escutando, ao vivo, desde jazz a blues, passando pela Bossa Nova. A -1 encontra-se na cave da Mercearia do Campo, o concerto de dia 19 arrancou às 21 horas. Foi um tempo de Bossa Nova com Micheline Cardozo a dar a voz, o Maestro Luiz Antônio Gomes e o violinista do Seu Jorge, Júnior Mouriz. Lembrei-me de ti querida amiga, acho que terias apreciado muito toda a envolvência. Quanto ao dia 20 a sonoridade foi outra bem diferente, a cargo do BR DUO JAZZ.

A 20 de fevereiro o bairro foi bafejado pela sorte, com a presença do CNAP, Círculo Nacional de Arte e Poesia, na Biblioteca e Espaço Cultural Cinema Europa, com uma exposição coletiva de pintura de 12 artistas associados do círculo, denominada pelo patrocinador, a Junta de Freguesia de Campo de Ourique, de “Exposição de Artes Plásticas”. Quanto aos artistas representados pudemos ver obras de Adelaide Freitas, Catarina Semedo, Elmanu, Fernanda de Carvalho, Josefina Almeida, Luís Ferreira, Margarida Dias, Maria Rita Parada, Marisa Castro, Olímpia Campos, Teresa Filipe e Vitor Hugo.

A Sociedade Filarmónica Alunos de Apolo, fez no dia 23 e 24, uma incursão ao Pavilhão Desportivo do Complexo Desportivo Municipal Casal Vistoso, em Lisboa, a Sociedade tinha sob sua responsabilidade a organização da POC 2019 – WDSF World Open Latin, com as respetivas provas internacionais de Dança Desportiva, as quais foram integradas conjuntamente com a realização da vigésima edição do Portugal Open em Dança Desportiva. Foi um fim-de-semana recheado de boa-disposição e muito bom profissionalismo num evento apoiado pela Câmara Municipal de Lisboa, Instituto Português do Desporto e Juventude e pela Junta de Freguesia de Campo de Ourique. Na divulgação ainda esteve garantido o apoio total da Associação de Turismo de Lisboa.

Por sua vez o dia 24 de fevereiro, trouxe ao Mercado de Campo de Ourique, para a sua última atuação de fevereiro, a banda “Out of the Blue”, onde as sonoridades do jazz fizeram a transição perfeita entre o chegar do crepúsculo e a noite que se foi instalando, entre as 6 da tarde e as 10 da noite, como sempre, graças ao jazz e às as suas imperdíveis “jam sessions”.

O regresso das atuações da Mercearia -1 aconteceram a 26 e 27 de fevereiro, ambos os dias pelas 21 horas, no primeiro dia a atuação esteve sob a responsabilidade de Maestro Duo e no dia seguinte foi a vez da voz de Ana Moreira se fazer ouvir. A Mercearia -1 sugere ainda, para ambos os dias uma passagem pelo piso superior, onde é possível experimentar a nova carta assinada pelos chefs Maria José e Alberto Pranches. Seguindo para a cave, encontramos aquele que a Mercearia do Campo diz ser o único bar em Portugal a oferecer o conceito Johnnie Walkers Club, onde o cliente pode comprar uma garrafa de Johnnie Walker e guardá-la num armário no bar até acabar, sendo que apenas o próprio utilizador fica com a chave.

Foi a 27 de fevereiro que teve lugar na Casa Fernando Pessoa a Aula de Poesia Mundial onde Rosalía de Castro nos foi dada a conhecer por Ângela Fernandes. Se a minha amiga tivesse estado em Lisboa poderíamos ter ido os 2, pois sei bem quanto gostas de poesia. O evento teve início pelas 18 e 30 e terminou pelas 20 horas.

Este pequeno relambório constituiu, a meu ver, a principal atividade do Bairro de Campo de Ourique em fevereiro do ano passado. Amanhã será o dia de falarmos de março de 2019. Despeço-me com um beijo amigo,

Gil Saraiva

 

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