Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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No rescaldo destas eleições ouvi, em quase todas as televisões, serem tiradas conclusões que me deixaram abismado. Parece que os analistas políticos, em vez de se preocuparem apenas em fazer um trabalho sério sobre os resultados eleitorais, apenas lhes interessa promover aquilo que está na moda ou o que parece ser uma nova onda ou uma vertente de onde podem vir a tirar frutos no futuro (isto, para não dizer que muitos aparentam estar não ao serviço da análise política, mas de outros interesses menos claros, os quais são pagos para promover).
Para que entendas o que eu quero dizer dou apenas, a título ilustrativo, dois exemplos claros. O primeiro tem a ver com a análise ao resultado de João Ferreira, candidato apoiado pelo Partido Os Verdes e pelo Partido Comunista Português, o qual, na generalidade das análises, pese embora o facto de ter ficado precisamente no meio das preferências nacionais, é apelidado de ser um dos grandes derrotados destas presidenciais.
Ora, não entendo como se consegue tirar essa conclusão. O terceiro lugar de João Ferreira no Alentejo, não é mais demonstrativo do enfraquecimento do PCP do que do PS. Mais, os comunistas sobem, relativamente às anteriores presidenciais quatro décimas em número de votos no país. Como pode uma subida ser uma derrota? Logo depois, nas legislativas os verdes e os comunistas conseguiram mais de 6,4% dos votos, fazendo eleger 12 deputados, ou seja, mantendo as proporções, o PEV-PCP deverá fazer eleger nas próximas legislativas 14 deputados. Isso é mau? Sinceramente não consigo entender, a não ser pela vontade oculta de deitar abaixo os comunistas.
O outro exemplo é o do candidato da IL que é dado como um dos grandes vencedores da noite. A coisa é tão ridícula, para quem ficou em penúltimo lugar que me deixa parvo. O argumento de que a Iniciativa Liberal triplicou os seus votos é, na melhor das hipóteses, uma falácia. Nestas eleições apenas concorreram 7 candidatos, nas legislativas concorrem 20 a 25 forças políticas. Um cenário completamente diferente. Pior ainda se repararmos que um partido com representação parlamentar apenas conseguiu mais 11.684 do que o Tino de Rans. Este sim, devia estar feliz pois o seu partido, o RIR, subiu de 34, 637 nas últimas legislativas para 122,743 agora, quase quadruplicando a votação.
Enfim, minha querida Berta, com isso se conclui, pois podia dar muito mais exemplos, que há uma intensão geral dos analistas em deitar abaixo a esquerda e promover os novos partidos da direita. Dizer o quê? É a nova moda pós-geringonça. Despede-se este teu amigo de sempre, com um imenso chi-coração,
Quando há quatro anos atrás o PS deixou liberdade de voto aos militantes e socialistas, a quando da recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência da República, deixando Ana Gomes sem o apoio oficial do Partido nada fazia prever que passados quatro anos o drama fosse ainda Maior. Mas é! Não te cheguei a enviar essa carta na altura, mas desta vez segue mesmo e envolta num novo dilema. Quem vai o PS apoiar para as próximas presidenciais?
Ao que parece os militantes socialistas querem que o PS apoie Gouveia e Melo na corrida a Belém. Há vários militantes que estão a informar os dirigentes socialistas de que votariam em Gouveia e Melo para Presidente da República, facto que está a gerar preocupação dentro do partido. Faz sentido, até porque foi António Costa quem o descobriu. Daí que uma parte significativa do eleitorado socialista veja com simpatia a possível candidatura do almirante Henrique Gouveia e Melo à Presidência da República, porém, este facto está a gerar preocupação em alguns setores do Partido Socialista (PS). Segundo o diário Público, vários dirigentes têm recebido indicações de militantes que admitem que estão inclinados a votar em Gouveia e Melo caso a sua candidatura se materialize.
E até já existe quem se esteja a posicionar na grelha de apoiantes à partida, caso de Daniel Adrião, que sempre foi uma tendência minoritária no PS e um crítico de longa data de Costa, defendeu que o partido deveria considerar o apoio a Gouveia e Melo, argumentando que a direção precisa de “seguir a posição da maioria do seu eleitorado” e lembra que os militantes são apenas 5% dos eleitores socialistas. Daniel Adrião chega mesmo a dizer que: “Se as sondagens nos estão a dizer que uma parte significativa do eleitorado do PS está disponível para apoiar Gouveia e Melo, a direção do PS não pode ignorar isso”, referiu Adrião ao Público, enquanto considerava que o almirante era uma figura “da área do PS” que, ainda por cima, “inspirava confiança”.
Ainda por cima, as sondagens reforçam esta visão. Basta ver que na última pesquisa da Intercampus, Gouveia e Melo lidera com 23,2% das intenções de voto, enquanto que o pseudocandidato socialista mais bem posicionado, Mário Centeno, tem apenas 6,4%.
A popularidade do almirante, que se tornou uma figura conhecida do público quando assumiu a liderança da gestão da vacinação contra a covid-19, contrasta com a falta de consenso em torno de outros potenciais candidatos socialistas. A direção do PS, no entanto parece relutante em abraçar um eventual apoio a Gouveia e Melo. Pedro Nuno Santos já afirmou que desta vez: “o partido apoiará um candidato como há muito tempo não o faz”, e pareceu afastar o almirante da sua possível lista de possibilidades, ao afirmar: “O PS deve apoiar um candidato da sua área política. Não conheço o pensamento político do almirante Gouveia e Melo e é muito importante, quando apoiamos alguém, acreditarmos e conhecermos qual é o pensamento e o posicionamento político do candidato”, defendeu o líder socialista.
O secretário-geral também destacou nomes como António José Seguro, Ana Gomes e Augusto Santos Silva como alternativas possíveis, mostrando que o partido ainda não chegou a uma decisão final. Porém, se o PS não apoiar Gouveia e Melo arrisca-se a conhecer, mais uma vez o sabor amargo da derrota. No meu entender Nuno Santos já devia ter tido uma conversa com Gouveia e Melo, apurado o pensamento do Almirante e decidido se este se apresenta em condições de ser, ou não, o próximo candidato do PS à Presidência da República.
O que eu sei é que o homem dos olhos cinzentos, que parecem azuis quando não estão verdes, tem um problema numa das vistas e que anda sempre com um olho mais fechado do que o outro, mas daí a avaliá-lo como pirata vai uma grande diferença. Na política as pessoas primeiro conversam e conhecem-se e só assim podem tomar opções conscientes.
Eu não tenho a menor dúvida que o Almirante irá apresentar a sua candidatura em março próximo, quer o PS o apoie quer não. Também sei que Marcelo Rebelo de Sousa não pode com o homem, só não sei é porquê. Seria péssimo ver Gouveia e Melo apoiado pelo PSD, mas não tenho dúvidas que Pedro Nuno Santos terá de tomar rapidamente uma decisão se quiser partir na “pole position” da corrida às presidenciais. Mas, para mim, não restam dúvidas que Gouveia e Melo será candidato.Por hoje é tudo, minha querida Berta, despede-se com um beijo franco, este teu amigalhaço,