Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Está quase a fazer 4 anos que te escrevi sobre os 4 novos Cavaleiros do Apocalipse. Ainda há pouco tempo te reenviei essas cartas para que as recordasses, cara confidente. Porquê? Porque nelas te tinha prometido um epílogo que demorou a chegar. Aparece hoje, finalmente, porque me parece a altura certa. Entre setembro de 2020 e maio de 2024 muita água correu debaixo da ponte e foi longa a caminhada dos 4 Cavaleiros do Apocalipse.
Há quase 4 anos, amiguinha, já a pandemia, a famigerada Covid-19, infetava que nem peste num mundo doente, ceifando vidas a torto e a direito. Contudo, se os dados oficiais apontam hoje para mais de 7 milhões de pessoas que tombaram perante a avalanche, dizem os especialistas que, os dados reais e não declarados, devem ter levado mais de 30 milhões de almas, não parece muito se comparado à população mundial, todavia, daria para encher de gente, por 3 vezes, um país como Portugal.
Há ainda, minha querida, que falar dos infetados que, a acreditar nos especialistas, não foram apenas os 700 milhões referidos nos dados da Organização Mundial de Saúde, mas sim, quase 3.000 milhões, ou seja, mais de um terço da população do globo. Sem a descoberta das vacinas, diz-se num dos últimos estudos publicados, teríamos perdido mais de um quarto da população mundial.
Mesmo que se possa pensar que os números são exagerados, na realidade, pouco importa, porque foram sempre gigantescos. As movimentações do sinistro Cavaleiro da Peste, Bertinha, foram gigantescas e ele nos últimos tempos, muito ativo em todo o planeta.
O imenso Cavaleiro da Fome, então, parece ter tomado proporções ciclópicas e devastadoras. Entre as suas tropas e vassalos, existem atualmente uma parafernália de fenómenos, entre eles, genericamente, em primeiro plano, as alterações climáticas. Na verdade, cara amiga, a subida da temperatura das águas nos oceanos, cujo grau de acidez aumenta a um ritmo assustador, junta-se à desertificação avassaladora de milhões de quilómetros quadrados por todo o globo, ao desaparecimento de lagos e lagoas, ao degelo dos glaciares e à consequente elevação do nível das águas nos oceanos.
Estes novos paladinos da Fome, minha querida, são agora apoiados por hordas de humanos negacionistas, que negam os factos científicos, associados aos fanáticos hooligans das teorias da conspiração e aos destrutivos radicais de direita apostados na instalação do caos.
Ciumento e conflituoso, o imprevisível Cavaleiro da Guerra, caríssima, aproveita-se de toda a situação para germinar um caminho seguro para o Apocalipse. Com efeito, a sua entrada em força no final do primeiro quartel do século XXI, não beneficia, de modo algum, a paz e a harmonia.
Com o seu apoio o Cavaleiro da Fome propaga-se de África para todo o mundo. A seu lado, amiga, está a seca extrema, em certas áreas do planeta, ladeada pelas chuvas devastadoras, por inundações e por cheias sem precedentes nos últimos séculos. Os povos tentam migrar fugindo à desgraça, que nunca vem só, criando mais conflitos, aumentando devastadoramente os fenómenos da xenofobia, do racismo, da homofobia, entre outros, proporcionando o aumento de ódios e o crescimento exacerbado do populismo fácil, destinado a aumentar o caos.
O Cavaleiro da Guerra rebenta com a pacífica Europa, com Médio Oriente, e, mais disfarçadamente, minha cara, com quase todo o mundo. A China sedenta por Taiwan, a Rússia pelo regresso do Imperio Soviético, Israel disposto a extinguir o povo palestiniano, como se um ataque que ceifou um milhar de israelitas pudesse justificar o genocídio. Já não bastavam o crescendo número de focos terroristas por toda a parte, agora, a guerra contra a Ucrânia chama-se Operação Especial e ser procurado pelo Tribunal Penal Internacional aparenta ser um estatuto de prestígio dos novos “democráticos” líderes mundiais.
O Cavaleiro da Morte, autoproclama-se de Imperador do Mundo e nesta calma aparente em que a comunicação social tudo relativiza, Berta, os cães ladram e a caravana passa. O que tiver de ser… será… e assim me despeço, com um beijo,
Entramos hoje no epílogo da “Prova dos Nove da Profecia de Haragano” ou, mais concretamente, a “Crónica do Impossível”. Ontem acabei a falar na capicua do número total de óbitos no mundo que chegou ao muito trágico valor de 2.722.272, o qual fazendo a operação dos noves fora não perfazia nenhum 666, mas apenas um único 6. Felizmente, embora sendo o primeiro algarismo do demo não era o número completo.
De repente vi o que ainda não vira, os 384 dias entre a primeira infeção e o dia 21/03/21 dera-me também um 6, ou seja, os algarismos dos quadros que faltavam (dias passados, total de recuperados e total de óbitos) cada um deles apresentava o algarismo 6. Ora, colocando todos, porque estavam intimamente relacionados num quarto e último quadro, teria outra vez o número de Satanás: 666 (ver quadro abaixo). Fiquei a olhar para o quadro de boca aberta. Era impressionante aquilo. Completamente incrível.
Fascinado com os quatro quadros, a apresentarem todos o número do cornudo, resolvi fazer um estudo paralelo. Apesar de tudo o que já tinha visto, estes números não podiam ser apenas fruto do acaso, nem sequer dizer respeito à profecia de acertar que entre março de 2020 e março de 2021 aconteceriam 123.456.789 infeções no mundo inteiro. Todos aqueles dados pareciam apontar para algo mais. Esta carta estava a transformar-se numa Crónica do Impossível e parecia apontar para a verdadeira Profecia de Haragano e não para um caso de sorte, em que aleatoriamente eu acertara no número de infeções mundiais a ocorrer no espaço de um ano e pouco.
Peguei nos meus livros de ciências ocultas e botei mãos à obra. Consultei vários livros, desde as “Profecias de Nostradamus” ao “Livro de São Cipriano”, passando pelo Oráculo Egípcio, pelo I Ching, pelas Runas, pela numerologia, pela astrologia (onde fiz a carta astral do dia 21/03/21) até ao “Relógio de Haragano”. Porém, não vou descrever aqui de onde fui tirando as minhas conclusões, pois nunca mais acabava, mas cheguei à conclusão que os quatro quadros representavam os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, sem tirar nem pôr.
O primeiro quadro representava a pandemia de Covid-19 (ou a Peste), o segundo quadro revelava a Guerra, os conflitos cada vez maiores contra os confinamentos em todo o mundo associados aos problemas climáticos e aos restantes conflitos mundiais, o terceiro quadro mostrava a Fome, também associada à grave crise económica a que as medidas da pandemia tinham conduzido, quando integradas nos outros já referidos problemas mundiais e, por fim, o quarto quadro, o mais complexo por ser o somatório de três números diferentes, apresentava-se como a Morte, o último dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse.
Ora, o mais interessante, foi que também cheguei à conclusão que o dia 21/03/21 é o momento zero, o ponto de partida da profecia. Assim sendo, posso afirmar que a humanidade tem dois caminhos daqui para a frente: um leva à vitória do caos e à glória dos Quatros Cavaleiros do Apocalipse, o outro conduz a população mundial ao regresso à normalidade e a um caminho parecido ao que tínhamos antes da pandemia.
A escolha é de todos, porém, existem dois números que não se podem voltar a repetir, pois já aconteceram em janeiro deste ano (embora em dias diferentes) e acabaram por despertar os Cavaleiros. Se os dois acontecerem em simultâneo entraremos numa nova Idade das Trevas. Assim se num mesmo dia tivermos mais do que 765.432 num único dia, no mundo inteiro, e, nesse mesmo dia, atingirmos no planeta, devido à pandemia, 15.651 óbitos o Diabo ficará à solta, o que é o mesmo que dizer que o caos já não terá retorno e o mundo enfrentará uma extinção em massa sem precedentes na história humana.
As capicuas são números enigmáticos e quando se ligam a desgraças tendem a instalar o caos. Já tivemos em termos de óbitos no mundo duas capicuas fatais: a primeira quando o número total de óbitos atingiu (a 21 deste mês) o fatídico número de 2722272 de óbitos registados e causados desde o início da pandemia. Também já tivemos 15651 mortos num mesmo dia, no mundo, em janeiro. Temos de evitar a todo o custo uma repetição deste triste total.
Portanto, em conclusão, “A Profecia de Haragano” diz que podemos sair de tudo isto se não tivermos um dia em que apareçam 765.432 infetados no mundo que causem 15.651 óbitos ou mais. A parte positiva é que, embora os casos estejam de novo a aumentar na Europa e na América do Sul, tudo aponta para que não voltemos a ultrapassar os 15,000 falecimentos num só dia. Há que ter fé, esperança e sobretudo muito acreditar. Espero ter-te agradado, minha querida amiga, despeço-me cansado desta Crónica do Impossível. Ainda bem que eu não passo de um aprendiz que brinca com os números. Deixo um beijo,
Esta é a quinta carta que te escrevo sobre os 4 Cavaleiros do Apocalipse. Desta vez para te falar do cavaleiro do cavalo preto, o último dos 4, cuja força reside na forte união que partilha com os outros 3, a Morte. Não é comum, nos dias que correm ouvirmos a palavra. Com efeito, cara confidente, a comunicação social, tem vindo a aprimorar a forma gentil como fala de Morte, principalmente da Morte de seres humanos.
Em situação de Guerra não nos comunicam o número de Mortos, nada disso, falam do número de Baixas, no caso da Fome escutamos a palavra Óbitos, para a Peste, por seu turno, a escolha recair sobre o termo Vítimas. E mesmo quando falam especificamente dos Mortos a palavra é substituída por Falecimentos ou Falecidos. O ridículo, amiguinha, é quando substituem a frase “aqueles que já morreram” pela simpática expressão “aqueles que nos deixaram”.
Os sinónimos são tantos que nos parecem realidades paralelas que nos fazem esquecer a Morte. Falam de Desaparecidos, de Massacrados, de Abatidos, de Trucidados, de Chacinados, de Sacrificados, de Extintos, de Fuzilados, de Finados, de fatalmente Atingidos e Alvejados ou, ainda os Baleados. Relatam os Assassinados, os Martirizados, os Cadáveres e os Corpos, mas, minha cara, evitam os Mortos.
Quando o Rei faz anos, e quando já não dá mesmo para esconder, lá aparece a Morte, os Mortos e a Mortandade, mas é raro, muito raro. Todos os termos são bons para transformar a Morte em algo que parece menos grave do que a verdadeira realidade. Efetivamente, minha querida, é mais fácil ouvir falar em velar o Defunto do que o Morto, como se este pudesse ficar ofendido pelo uso do termo e, quiçá, virar Alma Penada.
A realidade, cara amiga, não precisa de tantos floreados, todos sabemos, desde muito cedo, que o avô não Partiu, mas que Morreu. Para Morrer, aliás, já diz o povo, basta estar vivo. É algo que faz parte da condição humana, das especificidades de todos os seres vivos.
É conhecida a lenda da fonte da juventude, o desejo profundo de enganar a Morte, ficando para sempre jovem e saudável, mas mesmo que a fábula, como por milagre, se tornasse realidade, Bertinha, mesmo assim, a Morte podia acontecer acidentalmente, por muito que fossemos jovens e saudáveis.
Não há como enganar o Derradeiro Destino, chamado Morte. Ele vai vir, vai chegar e vai acontecer, quer queiramos quer não. Pode estar na moda tentar disfarçar a dureza dos factos e da vida, podem existir mil termos para não falar de Morte, mas não é por isso que ela deixa de existir. Por hoje é tudo, Berta, voltarei, para o epílogo final um destes dias. Beijo deste teu amigo de sempre,
Nesta quarta das 6 cartas sobre os regressados 4 Cavaleiros do Apocalipse, o assunto deriva para a Peste, um mal que nunca vem só. Hoje em dia, minha amiga, com a evolução da medicina, já não se fala desse termo arcaico e em desuso que dava pelo nome de Peste. Nos nossos dias a Peste chama-se Pandemia e é mais mundial do que nunca, no entanto, continua a ter os seus efeitos mais devastadores nas classes mais baixas da sociedade.
Seja por falta de informação, seja por falta de espaço para confinamentos, seja por dificuldades de isolamento dos infetados nos estratos mais baixos seja porque, nestas coisas o mexilhão é sempre quem mais se lixa, cara confidente. A Covid-19 é apenas a última forma pomposa de se falar em Peste.
Este flagelo, que ceifa a vida de milhões em todo o mundo, nem se sabe bem como surgiu. Os adeptos das teorias da conspiração, ainda sem estudos que o comprovem, afirmam ter a Covid-19 sido criada, em laboratório, pelos chineses, que podem ter espalhado deliberadamente a fatídica maleita. Outros afirmam, Bertinha, que os culpados continuam a ser os chineses, mas por comerem animais infetados como morcegos, como se os hábitos alimentares de um país ou de um povo pudessem, por si só, ser justificativos de uma Pandemia global.
Há até governantes responsáveis no mundo ocidental a declarar, com a maior das latas, que a pandemia é uma invenção conspirativa, que visa confinar e controlar as pessoas. Exemplos como Donald Trump, nos Estados Unidos da América, ou Jair Bolsonaro, no Brasil, caríssima, estão no pote dos casos mais evidentes.
À custa deles, e das seitas que os seguem, perdem-se milhões de vidas humanas por falta de medidas preventivas. Os Negacionistas são outra Peste igualmente perigosa nos dias de hoje. Apenas existe neste tipo de gente uma preocupação: a manutenção do poder do líder a qualquer custo. Na verdade, minha querida, os exemplos são, infelizmente, mais do que muitos.
Depois temos, por outro lado, os oportunistas. Uma quantidade de negócios que exploram as fraquezas humanas para prosperarem no seio da desgraça. É o caso das empresas farmacêuticas, cara amiga, que enchem os cofres à custa da Peste, sem grande preocupação em fazer dos povos cobaias, na procura interesseira de uma solução, que lhes dê o esperado rendimento.
Esta gente arranjará por certo, uma, duas, dez soluções, mas, infelizmente, nenhuma delas será altruísta. Os países que podem pagar, principalmente os mais desenvolvidos, estarão sempre na linha da frente, amiguinha, enquanto os outros terão de aguardar pelas migalhas, enquanto o seu sistema de saúde putrifica nas bases.
Não será a Covid-19, a última Peste do século XXI, enquanto o lucro e o poder forem os únicos valores dos ricos e poderosos, continuaremos a assistir ao aparecimento de outra Peste qualquer, seguida de outra e de mais outra. O imperialismo e o capitalismo desregulados até já inventaram uma nova forma de serem servidos disfarçadamente aos povos. Agora, Berta, são chamados pelo termo pomposo e fofinho de Liberalismo. Amanhã entro na quinta carta, contudo, por hoje fico-me por aqui, recebe um beijo saudoso, deste amigo do coração,
Nesta terceira das 6 cartas sobre os regressados 4 Cavaleiros do Apocalipse, vou falar-te da Fome, um flagelo cada vez mais agressivo que é proporcional ao aumento acelerado e progressivo das desigualdades sociais no mundo inteiro, minha amiga. Com efeito, a frase popular: “os ricos que paguem a crise”, devia, neste momento, já ter força de lei na maioria dos países. A miséria alastra nas classes mais baixas da sociedade, sugando, à sua passagem, os estratos mais baixos da antiga classe média.
No final do século passado, cara confidente, quando se ouvia a comunicação social falar de Fome eramos normalmente conduzidos a imagens de África, onde crianças subnutridas enchiam os televisores, com um ar miserável e os corpos esqueléticos cobertos de moscas, contrastando com as habituais barrigas imensas próprias da carência alimentar.
Porém, Bertinha, passadas 2 décadas depois de se entrar no século XXI a Fome está por todo o lado. Mesmo uma grande fatia das populações dos apelidados países desenvolvidos tem, atualmente, uma faixa de população urbana e trabalhadora que não consegue, com o que recebe de salário, mensalmente, pagar habitação e ter uma alimentação condigna com a sua própria condição de ser humano produtivo. A Fome alastra, escondida e envergonhada não apenas em África, mas em todo o mundo.
Mas, minha querida, com a globalização do fenómeno, os meios de comunicação deixaram de nos falar de Fome, isso parece muito dramático e trágico para países europeus, ocidentais e evoluídos. O eufemismo utilizado, com que agora se referem à Fome é: Crise.
Crise serve para tudo. Serve, caríssima, para esconder que os ricos estão cada vez mais ricos à custa da crise, serve para sobrecarregar de taxas e impostos a população que depende de um salário ao final de cada mês, serve para justificar a subida dos combustíveis, serve até para nos tratarem como se fossemos todos muito estúpidos e não fossemos capazes de analisar que 3 quartos da crise é artificial e visa enriquecer mais ainda uma pequena minoria.
Pior ainda, a palavra crise, minha amiga, serve para esconder a Fome. Como é preciso comer, quem tem o dinheiro contado, acaba por recorrer à comida barata, cheia de gorduras, de corantes e conservantes e coisas mais enervantes, cheias de emulsionantes, que provocam colesterol, problemas digestivos, cardíacos, obesidade e até cancro.
Depois, amiguinha, do alto da sua sabedoria, somos informados cinicamente, pelas empresas dos ricos que devíamos ter uma alimentação saudável e “oferecem-nos”, a pagar, uma série de soluções que passam por ginásios, veganismo, nutricionistas e especialistas em retirar mais a quem já nada tem. Porquê?
Porque é sempre possível esmifrar mais um pouco. Afinal, é tudo para o nosso bem. Em Portugal, por exemplo, ainda nos insultam a dizer que somos pouco produtivos. Quem tem Fome ou, usando o vocabulário atual, sente a Crise todos os dias no bolso e no estomago, tem de ser mais produtivo porque assim mandam os ricos e poderosos. Estou, Berta, farto de tanta hipocrisia. Por hoje, fico-me por aqui. Deixo um beijo de até amanha, este teu eterno amigo,
Nesta segunda de 6 cartas sobre os renovados 4 Cavaleiros do Apocalipse, vou falar-te da Guerra, que se tem vindo a desenvolver usando outros nomes mais imaginativos, pseudónimos que tentam esconder ao que vem, para que não se dê conta, cedo demais, do seu verdadeiro objetivo, minha amiga.
Às portas da terceira década do primeiro século do terceiro milénio d.C., a famígera usa agora, minha cara, nomes diferentes como, por exemplo, cibercrime, terrorismo (um termo que tem vindo a ganhar valoração própria desde o quarto quartel do século XX), nova ordem, “fakenews”, distorção histórica e sensibilidade hipócrita. Há mais, mas estes são apenas padrões entre outros.
Voltemos, amiguinha, à guerra, deste novo século. Desde 2000 que a Bielorrússia e a Rússia assinaram um tratado de cooperação, indicando uma possível formação de uma União Estatal. Esta foi a forma dissimulada com que Putin, com o conluio de Alexander Lukashenko, se tornou dono e senhor da denominada Rússia Branca (tradução de Bielorrússia), mantendo um fantoche no poder.
Foi neste formato, minha querida, num golpe de estado apelidado de tratado, que um país recentemente separado da antiga União Soviética, e a prosperar em democracia, se viu novamente sob o jugo do poder do novo Czar russo, Vladimir Putin. Também sob o jugo russo ficou a Venezuela, graças à forjada reeleição de Nicolás Maduro, em 2018, que se tornou assim um falso democrata. Um ditador que transformou um país próspero numa terra de corrupção (um outro nome da nova Guerra), enfim, numa nação à beira da miséria.
Com Bin Laden, em setembro de 2011, a palavra terrorismo ganhou folego para traduzir mais um aspeto assumido da nova Guerra. Com efeito, doce confidente, por toda a Europa se seguiram atentados, atos terroristas e tentativas de instalar o caos. Culpando o todo pela parte, o Ocidente ganhava uma nova aversão aos árabes, aos muçulmanos e a Guerra, Bertinha, rapidamente adotou os conceitos de racismo, xenofobia, supremacia branca, com rancor pela igualdade de género ou pela liberdade sexual dos indivíduos que tão justamente vinha em crescendo.
Um vento de direita, impulsionado pela revolta (nome oculto da Guerra) fazia renascer o machismo, gerava conflitos religiosos entre católicos, protestantes, evangelistas, muçulmanos, só para citar alguns. Por outro lado, ajudava a conflitos contra o Irão, contra a Rússia, que entretanto ocupou a Crimeia, gerando por toda a parte o aparecimento de líderes sem espinha vertebral, capazes das maiores mentiras e teorias da conspiração, como se tudo fosse, cara amiga, tão normal como beber água. As ideias de direita ajudavam à Guerra e ao conflito.
Subitamente ascenderam ao poder pessoas como Viktor Orbán, na Hungria, Erdogan na Turquia, Donald Trump, nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro no Brasil, Benjamin Netanyahu em Israel, e os exemplos não vão parar de crescer, minha querida. Não importa que se prometa, mentido, o paraíso aos carneiros, o sentimento de frustração e abandono dos mais desfavorecidos, dos ignorantes e a ascensão dos oportunistas, vai ajudar a fazer crescer a direita, novamente, como se de uma coisa normal se tratasse, conduzindo a manada que, entretanto, cegou.
A ideia, Berta, é banalizar conceitos antidemocráticos como sendo estes os verdadeiros representantes da nova verdade. Centralizar o poder e voltar a valores arcaicos e feudais de modo a que se possam voltar a instalar ditaduras como se de democracias se tratassem. A guerra agora é outra, mas poucos se dão conta do caminho que está a ser encetado paulatinamente. Enfim, amanhã falarei da fome. Recebe um beijo deste teu amigo do peito,
Ao entrarmos na terceira década, do primeiro século do terceiro milénio d.C., pairam no ar notícias de 4 renovados Cavaleiros do Apocalipse. Na verdade, minha cara, embora aparentem ser novos cavaleiros apenas a roupagem é diferente e simplesmente muda a forma e o feitio do embrulho com que nos são presenteados.
Nesta carta e nas próximas 5 seguintes, vou tentar dar-te a conhecer, o melhor que posso e sei, aquilo a que me refiro. Serão, portanto, um total de 6 cartas sobre estes obstinados personagens que nos invadem o quotidiano. Esta é, Bertinha, a carta introdutória de apresentação dos cavalgantes. Antigamente eles eram perfeitamente identificáveis, o primeiro era a Guerra, sempre montada num cavalo malhado de cor indefinida entre o cinza e castanho.
O segundo era a fome, que galopava embalado pelo primeiro, num garanhão creme, de crina ruiva, quase vermelha, determinado a levar a melhor sobre as gentes que encontrava no seu caminho. Sem se importar minimamente se ao passar devastava ou não, amiguinha, uma população amedrontada que tentava, a todo o custo, sobreviver. Unicamente focado em servir a causa dos 4 emissários.
O terceiro era a peste, que ajudava os 2 primeiros a manter o foco da missão, transportado pelo seu alazão branco, de meias negras, que sem piedade pisava e destruía a saúde daqueles que com ele se deparavam à sua passagem. Tudo porque, doce confidente, o seu objetivo era mesmo o de massacrar seres humanos. Sendo, como todos os outros, absolutamente insensível ao padecimento das suas vítimas, fossem elas homens, mulheres ou crianças.
O quarto era a morte, que trotava uma besta negra reluzente, enorme e possante, suportado pelo apoio dos outros 3 cuja missão era, minha querida, apenas e só ceifar vidas. Um verdadeiro colecionador de almas, corações, corpos e seres. Temido por não poupar nada, nem ninguém, na sua rota devastadora com destino ao abismo dos mortais, relegados à cova escura dos estros sem saudade ou esperança.
O facto de todos eles terem nomes femininos, Berta, era apenas mais um logro. Afinal, guerra, fome, peste e morte eram uma maneira, pouco subtil, de dizerem ao que vinham, sacudindo a água dos seus próprios capotes. Desprovidos de piedade e consciência, toda a vida, escudados nos seus contos e mentiras.
Amanhã, falo-te de como o primeiro destes cavalgantes iniciou o seu adaptado trotar neste princípio do terceiro milénio. Não mudou de nome, apenas adotou mais uns pseudónimos, para tentar passar despercebido no início da sua viagem pelos dias que correm. Deixo-te um beijo de despedida, alma gémea, com carinho, deste teu amigo de sempre,