Carta à Berta nº. 681: Morreu Diogo Jota!
Olá Berta,
Minha querida amiga, estou de rastos, morreu Diogo Jota, o jogador da Seleção Nacional de Futebol, de 28 anos, vencedor este ano da Liga das Nações e da “Premier League”, em Inglaterra, ao serviço dos ingleses do Liverpool, no auge do melhor ano da sua vida aos 28 anos de idade, poucos dias depois do seu casamento com a sua namorada de sempre. Diogo deixa três filhos pequenos. Com ele faleceu igualmente o seu irmão, André Silva, também jogador profissional do Penafiel.
Como tu sabes bem, cara confidente, eu nem sou pessoa de muito choro, porém, esta morte súbita deixou-me lavado em lágrimas. Ontem, à noite, tinha estado a ver um dos jogos da Liga das Nações, onde precisamente o jogador, Diogo Jota, foi protagonista. A horrível sensação de injustiça não se me despega da pele. No ar sente-se o cheiro pérfido da dor e da mágoa. Caramba! Como pode morrer assim alguém, que eu não conheço, mas que me deu tantas alegrias e incontáveis horas de genuína felicidade?
A morte, é sabido, não escolhe raças, sexos, nem idades; muito menos faz distinção entre o feio e o bonito, entre o bom e o mau, ou entre o pobre e o rico, porque, para poder morrer, basta estar vivo. É certo que eu também chorei as vítimas injustas dos massacres em Gaza ou na Ucrânia, mas é na proximidade que a dor e a mágoa se tornam mais intolerantes. Não devia ser assim, mas é verdade. Darwin Nuñez escreveu a este propósito: “Não há palavras para tanta dor…” e ele foi apenas colega de equipa de Diogo Jota, Bertinha.
Eu sou somente um fã, um irmão de coração velho que já viu muito mundo, um admirador incondicional, um desconhecido para o Diogo, mas choro a sua morte com lágrimas de Portugal.
Fica bem, minha querida amiga, recebe um beijo de mágoa e pesar, deste teu amigo de sempre.
PS: 28 anos, ninguém merece morrer tão novo!
Morte: Na madrugada de 3 de julho de 2025, quando seguia num Lamborghini Huracán na A-52 com o irmão, o avançado André Silva, do Penafiel, de 26 anos, no sentido de Benavente, ao fazer uma ultrapassagem por alturas do quilómetro 65, no concelho de Cernadilla, província de Zamora, Espanha, um dos pneus terá rebentado, causando o despiste e posterior incêndio da viatura, resultando na morte dos dois jogadores. O embate causou um incêndio de grande intensidade, que se propagou à vegetação circundante, mobilizando vários elementos das corporações de bombeiros da vizinha localidade de Rionegro del Puente.
Gil Saraiva