Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Hoje deves-te sentir como no verão aí pelo Algarve. Se aqui está excelente, imagino aí, minha querida amiga, até deve dar vontade de ir até à praia. Porém, tem cuidado com os ajuntamentos pois atravessamos momentos de crise muito sérios em termos virais. Hoje, todavia, mudando de assunto, cheguei ao ponto de te falar das caraterísticas mais relevantes dos vinhos. Aquelas que, normalmente, o ajudam a classificar.
Por isso, o capítulo VII de “Os Sabores de Baco” vai ser totalmente dedicado aos parâmetros de qualidade do vinho inseridos na classificação dos vinhos. Para não gerar confusão deixo apenas um último esclarecimento sobre a matéria. Nem todos aqueles que classificam se regem pela totalidade dos 10 critérios, embora esta devesse ser a norma. Há quem, por exemplo, não valorize o décimo ponto, aquele que se refere à apresentação.
Contudo, todos os grandes avaliadores optam por levar em linha de conta este parâmetro porque, afinal, o olhar aguça a sede e estimula o cérebro. Portanto, os verdadeiros especialistas não minimizam este ponto que pode ser fundamental, principalmente quando chegamos aos 2 mais elevados níveis de classificação. Um vinho de topo é facilmente prejudicado por uma garrafa ou um rótulo criado sem os devidos cuidados de maneira displicente. Na opinião dos críticos isso pode demonstrar descuido na produção ou falta de empenho integral no produto, ou seja, não é apenas necessário ser, mas, também, parecer excelente, para o ser.
C) A Classificação dos Vinhos - Parâmetros de Qualidade:
1) Cor: Para os vinhos brancos as cores observadas podem ir desde uma quase ausência de cor, passando por alguns tons de esverdeado até aos diversos amarelos. Paro o vinho tinto as cores podem variar por todas as tonalidades de vermelho e alguns azuis (quase violeta) até ao vermelho tijolo e ao bordeaux bem carregado e escuro, bem perto do negro.
2) Claridade: A maior parte dos vinhos não demonstra problemas de claridade, no entanto ,se o vinho se apresentar “turvo”, com uma espécie de “nevoa” que o impede de ver a outra face do copo e se essa “névoa” se mantiver mesmo depois do vinho decantado a apreciação será sempre negativa.
3) Aroma ou Bouquet: Cada vinho oferece uma variedade de aromas e o nosso olfato apenas é capaz de identificar aromas que já tenha sentido anteriormente, por isso, nos cursos de vinhos usam-se kits de aromas para que os alunos se familiarizem com os diversos aromas que, eventualmente, podem existir no vinho (e cuja tabela completa contém mais de 1000). Para ajudar a identificar os aromas é necessário conhecer as castas que compõem um vinho e os aromas de cada uma delas.
4) Equilíbrio: Toma-se um gole de vinho e rola-se pela boca, algo parecido com um bochechar e antes de cuspir o vinho deixa-se entrar um pouco de ar. Embora o termo equilíbrio seja um vocábulo muito subjetivo, toda a avaliação também tem o mesmo problema. Aqui devemos ter em atenção se nenhum dos componentes do vinho sobressai sobre os restantes, por exemplo, se os elementos químicos sobressaem dos restantes a pontuação deve ser baixa, mas se existir um equilibro perfeito essa pontuação deve ser alta.
5) Açúcares: é preciso ter em atenção se estamos a beber um típico vinho seco ou se estamos a beber um vinho de sobremesa (por exemplo um vinho do Porto). Se se tratar de um vinho seco, mas sentirmos o açúcar isso não é bom. Nos vinhos de sobremesa (doces) a análise deve ser contrária. A bota tem sempre de bater com a perdigota.
6) Acidez: é um dos aspetos principais pois pode tornar um bom vinho num vinho de difícil digestão. Se um vinho for ácido, mas ao mesmo tempo é equilibrado por outros aspetos do vinho (taninos, álcool, sabores, etc.) isso é positivo, mas se a acidez desequilibra o vinho ao ponto de o tornar difícil de beber isso é péssimo.
7) Corpo: é a sensação de textura que o vinho deixa na boca. Uma boa forma de analisar o corpo de um vinho é tomar um gole de água, se, após isso, o vinho que provamos tem um maior corpo (peso), uma maior presença na boca, estamos perante um vinho com mais corpo (ou encorpado), se, por outro lado, o vinho se aproximar do peso da água na boca, é um vinho sem corpo. Quanto maior o corpo do vinho maior deve ser a pontuação.
8) Taninos: são os elementos químicos que resultam das sementes da uva e do carvalho onde o vinho pode estagiar (caso tenha estágio em madeira). Conferem estrutura aos vinhos, particularmente aos tintos, sendo indispensáveis à sua longevidade. Um vinho jovem (com capacidade de envelhecimento) deve ter uma boa presença de taninos, esse mesmo vinho, com o passar do tempo, acaba por ter os taninos mais equilibrados, por isso encontrar um vinho jovem com taninos fortes é bom sinal (principalmente é sinal de que devemos guardar o vinho e voltar a bebê-lo mais tarde), implica que estamos perante um vinho que vai crescer na garrafa por um determinado tempo, o qual até pode ser de vários anos.
9) Qualidade Geral: a melhor forma de avaliar a qualidade geral é pensar se voltaria a beber esse vinho, se for um "sim definitivo" o vinho é bom e um "não claro" também não deixa dúvidas, já os valores intermédios dependem da avaliação do vinho em causa.
10) Apresentação: muitos especialistas não classificam este item, o que é um erro. Os olhos também bebem e por muito bom que um vinho seja ninguém apreciaria vê-lo servido numa garrafa mais parecida em rótulo e forma à da lixivia de casa. Um bom design sempre ajuda um bom vinho.
Minha querida amiga, despeço-me com um beijo, este teu amigo de sempre,
Conforme pudeste reparar pela carta de ontem, a minha decisão de atualizar as Eco Crónicas que escrevi, em 2004, já lá vão 16 longos anos, para o semanário Expresso, denominadas em subtítulo “A Voz da ABAE” revelou que as coisas nem sempre correm da melhor maneira, mesmo quando existe a melhor das intenções.
Porém, quanto te disse que fui nessa altura o editor do Boletim Oficial da ABAE, o TerrAzul, pouco mais referi sobre esta ONG, isto é, sobre esta Organização Não Governamental. Tu, minha amiga, por acaso sabes o que é a ABAE?
Na época, querida amiga, prometi aos leitores do Expresso que, para aqueles que, à data, se deparavam com esse simpático “spot” ficava a promessa de o continuarem a poder encontrar enquanto o Expresso e a ABAE mantivessem o protocolo que o tornava possível e que fora cuidadosamente acordado.
Semanalmente iriam ser ali depositadas crónicas, notícias ou simplesmente fotografias comentadas, sobre o Ambiente e o que todos estávamos dispostos, ou não, a fazer para dar aos portugueses, crianças em particular, uma boa educação ambiental, para que o futuro pudesse vir a ter, realmente, um amanhã, em conjugação plena e perfeita com o globo em que habitávamos e continuamos a habitar.
Mas, voltando à vaca fria, o que é a ABAE, sabes amiga? Bem, em poucas palavras, Berta, trata-se da Associação Bandeira Azul da Europa, uma Organização Não Governamental, inscrita como Associação de Defesa do Ambiente e que visa a Sensibilização e a Educação Ambiental.
A ABAE é membro da Fundação para a Educação Ambiental na Europa (FEE), a qual agrupa Entidades Internacionais que, em conjunto, promovem atividades de sensibilização e educação ambiental dos cidadãos, atualmente, em mais de 30 países.
A ABAE/FEE Portugal desenvolve algumas iniciativas de âmbito internacional, na área específica do seu objeto. Importa destacar, minha amiga, que existem projetos, alguns deles bem relevantes, cuja implementação desde há muito que apresenta resultados práticos:
A Campanha da Bandeira Azul para as Praias ou para as Marinas e Portos de Recreio, é um desses programas (o mais antigo na ABAE com 30 anos já celebrados);
Outro é o Programa Jovens Repórteres para o Ambiente, destinado a ser aplicado no ensino secundário;
Ainda existe, também com grande relevância, o Programa Eco Escolas, onde a educação ambiental é levada, principalmente, aos alunos do 1º, 2º e 3º ciclo do ensino básico.
Porém, na senda ambiciosa de nos tornar a todos um pouco mais conscientes, a ABAE, lançou há mais de 15 anos, em 2004, um novo desafio:
O Eco XXI, um Programa destinado a premiar os municípios cujo caminho aponte, claramente, uma preocupação crescente com o ambiente. Hastear uma Bandeira Eco XXI passaria a significar que um dado Concelho de Portugal estava no caminho certo, para que os seus munícipes vivessem em harmonia com o ambiente envolvente.
Não é sem alguma vaidade que me recordo de ter tido essa ideia enquanto estive no seio da Associação, inventei o conceito, em que o meu conceito base era que se conseguisse premiar, com uma bandeira e um diploma comprovativo, os municípios portugueses que estivessem no bom caminho para a Sustentabilidade.
Contudo, a criação desta noção não surgira do nada, pelo menos a mim as criações não caem do céu. Eu fora, querida amiga, uma década e pouco antes, por um período de 4 anos, assessor do presidente da Câmara de Faro, onde fui responsável também pelo boletim municipal da edilidade. Essa experiência autárquica é que me fez pensar na necessidade que o poder local tinha em se agarrar a coisas que projetassem e promovessem para o exterior, e também dentro de portas, o esforço e trabalho municipal. Daí à ideia do se lançar o ECO XXI foi uma questão de oportunidade, ocasião e de estar no local certo, com as pessoas corretas, na hora exata.
Criei até o nome desse novo programa ambiental, mas foi, basicamente, tudo o que fiz, minha querida amiga, afinal, enquanto jornalista, faltam-me uma parafernália de conhecimentos técnicos e ambientais, para parametrizar os indicadores, os critérios, os índices, todos os parâmetros e os diferentes níveis de progresso, bem como engendrar uma forma de se ter um júri credível e de confiança, em cada um deles, para se poder ir mais longe.
Contudo, para isso existiam na Associação os especialistas que se uniram em torno do conceito, lhe deram corpo e forma e o tornaram naquilo que é hoje em termos de ação local, um pouco por todo o território nacional.
Mais do que isso, o projeto demonstrou, de tal forma, o seu potencial, depois de devidamente estruturado pelos peritos, que é hoje em dia uma aposta da FEE, estando difundido a nível internacional, com uma força, amiga Berta, que eu jamais imaginaria possível de se vir a alcançar.
Tudo, numa altura, em que o semanário Expresso nos facultou esse meio de difusão nacional, sem dúvida mais uma via para que pudéssemos continuar a ir mais além e para lá disso... Assim fizemos…
Espero, minha querida amiga, que te tenha agradado esta carta que te envio com algum orgulho, por alguns dos meus atos que já lá vão, perdidos na memória das histórias de uma vida. É com carinho que me despeço, este teu saudoso amigo para a eternidade,
Olá Berta, Continuando a nossa conversa anterior, os pressupostos ontem referidos são válidos para todos os nossos posteriores contactos ou posts, como se chamam por estes lados e, como aqui ficam definitivamente firmados, escuso-me de os repetir em futuros contactos. Não faria sentido estar sempre a dizer a mesma coisa. No fundo, minha querida amiga, tu vais servir de recetáculo ao que me vai na alma, na consciência e no coração. Espero sinceramente que não te aborreças com a leitura e com as divagações que alegadamente vou tendo sobre os mais variados temas.
Um nosso amigo comum perguntava-me, quando soube que eu ia dar início a estas cartas, para que serviam elas se tudo, o que aqui escrever neste blog, fica preso no rótulo inequívoco do que se diz alegadamente. Respondi-lhe conforme sabia. As minhas cartas para ti servem para que eu limpe a minha essência, repondo a higiene na minha consciência e ego. Pode não ser muito, contudo, como qualquer pessoa as pode ler, pode ser que ajudem outros a desabafar o que lhes vai no ser, nem que seja nos comentários que à nossa correspondência forem postando.
Deixo-te ainda um alerta. Os temas que for escolhendo para estas cartas podem não ser os mais fundamentais ou relevantes da atualidade local, regional, nacional ou internacional. Serão apenas o que me apetecer. Espero, sinceramente, que tenhas a paciência de me ler mesmo que a insignificância da abordagem se resuma a um desabafo sobre a chuva ou a respeito do chulé, vindo das sapatas do homem que, sendo empregado de uma certa pastelaria, não o consegue disfarçar, nem com o cheiro que paira no ar dos bolos acabados de fazer.
Afinal, a importância do quotidiano depende da atenção que dermos a cada detalhe do mesmo. Todavia, como já me conheces, espero que me desculpes e compreendas, principalmente nos casos em que os meus desabafos te parecerem menos interessantes. Fica descansada que as tuas respostas para mim ficaram guardadas fora da exposição mediática deste blog. Sei perfeitamente que dás grande importância à tua privacidade.
Sem outro assunto de momento, despeço-me com saudades e carinho, este teu amigo de sempre,