Carta à Berta nº. 671: A Melhor Padeira do Mundo.
Olá Berta,
Na passada terça-feira, dia 22 de outubro de 2024, o país ganhou uma nova protagonista em termos mundiais. Pela primeira vez, desde que existe a União Internacional de Panificação e Pastelaria, (UIBC - International Union of Bakers and Confectioners), fundada em 1931, uma mulher ganhou o título de Melhor Padeira do Mundo (World Baker of the Year).
Dos confins da interioridade de Trás-os-Montes, Elisabete Ferreira, de 46 anos, foi a Veneza ganhar um título mundial nunca antes atribuído a um português e menos ainda a uma mulher. Foi a primeira vez que o prémio galardoou uma mulher e a honra coube a uma bragantina, ou pela origem latina, brigantina, proprietária da Padaria Pão de Gimonde.
Gimonde, de um dia para o outro, entrou do mapa mundo. Ali vive e trabalha a Rainha do Pão, Elisabete Ferreira, de seu nome. E foi à quinquagésima segunda edição do Concurso Internacional da União Mundial dos Padeiros e Pasteleiros que uma mulher, chegou ao primeiro lugar do pódio. Uma mulher lusa, diga-se, e isto ao fim de 51 edições em que apenas homens ergueram o troféu.
Portugal inscreve assim a segunda padeira na sua nobre História. A primeira venceu os espanhóis, lá para os lados de Aljubarrota, a segunda venceu os mundos, o mundo masculino e o próprio mundo, lá para os lados de Gimonde.
Tinha 8 anos quando os pais ficaram com a padaria que agora, 38 anos depois, colocou Gimonde e Bragança no mapa da panificação mundial. Não foi no Porto e muito menos em Lisboa que o facto ocorreu, nada disso, foi mesmo do interior profundo e esquecido pelos políticos que o pão de lenha conquistou padeiros e pasteleiros do universo conhecido. Ah, grande Elisabete.
É normal ouvirmos falar na raça e perseverança dos transmontanos, agora, ficamos com a certeza que a referência se estende às transmontanas. Parabéns à presidente do Club Richemont Portugal, a destinta Elisabete Ferreira, um clube sucursal do Club Richemont fundado em 1945 e sediado em Lucerna, que tem como objetivo ser um centro de competência independente, nacional e internacional para todo o sector da panificação.
Não admira, portanto, que à primeira participação do concurso, Elisabete Ferreira, tenha trazido o caneco para casa. Ah, grande mulher. Despeço-me com um beijo de amizade, este teu amigo que nunca te esquece,
Gil Saraiva