Carta à Berta: Registos da Memória IX - Cabo Verde, Ilha do Sal, Cidade de Santa Maria - O "PIRATA"
Olá Berta,
Não poderia deixar de referir, nestes registos da memória referentes à Ilha do Sal e à cidade de Santa Maria, em Cabo Verde, O Pirata, uma discoteca vestida a rigor e que nos remete para os tempos idos dos aventureiros do mar, das águas, dos oceanos. Se alguma vez fores à Ilha do Sal, minha querida Berta, tira uma noite para te divertires neste espaço. Garanto que não há maneira de te arrependeres de o ter feito.
A casa relembra tempos idos de aventura, viagens e ilustres malfeitores, romanceados na literatura em textos de empenho, valor, coragem e glória. Posso dizer que se trata de uma danceteria, uma discoteca, um poiso para se beber uns copos e abanar o capacete depois do cair da noite que tudo isso é verdade. A decoração deste espaço em Cabo Verde, Ilha do Sal, cidade de Santa Maria, denominada “PIRATA” não se fica apenas pela fachada do edifício.
Com efeito a decoração do interior e as vestes dos anfitriões, bem como de todo o “staff”, tenta, ao pormenor, recriar um passado romântico e aventureiro, de época, ao turista acidental que ali chegue na procura de diversão, dança, música, uns copos, enfim, de uma noite bem passada. As moças bonitas e tisnadas naturalmente pela sua origem crioula, tentam, com um sorriso cristalino, do tamanho do mundo, trajadas a rigor, levar os visitantes ao consumo, enquanto uns jovens piratas de porte atlético, bronzeado e cativante, fazem o mesmo papel com as damas que ingressam no espaço em busca de dança e alegria.
Por hoje, fico-me alegremente por aqui, ainda com os ritmos mornos de Cabo Verde no espírito, cheio de vontade de regressar ao Pirata. Mas nem sempre a vontade coincide com a capacidade. Presentemente, com esta pandemia, a casa está provavelmente encerrada. Uma pena. Despeço-me com um sereno beijo, este teu eterno amigo,
Gil Saraiva