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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Desabafos de um Vagabundo: Série II - n.º 4: O Impossível Apenas Demora Mais Tempo

Desabafos SII - 04.jpgDesabafos de um Vagabundo

O IMPOSSÍVEL APENAS DEMORA MAIS TEMPO

Hoje, ao intervalo, a seleção feminina portuguesa de futsal universitário estava a perder contra o Brasil, na final do mundial de futsal universitário feminino, por uns expressivos 5–1. As meninas portuguesas foram para intervalo com o peso da derrota que se anunciava e, nos rostos de cada uma, apenas se espelhava a frustração.

Ninguém sabe o que o treinador Ricardo Azevedo disse às jogadoras no final do primeiro tempo, durante o intervalo. O que sabemos é que o treinador substituiu a guarda-redes, trocando Madalena Galhardo, a número 12, por Ana Pinto, a número 1. Incrivelmente tudo mudou e a quarenta segundos do final da segunda parte Portugal já tinha conseguido marcar dois golos, estando a perder por 5–3 uma vez que Ana Pinto manteve inviolável a baliza nacional.

O quarto golo da equipa portuguesa nesta final do mundial apareceu aos 40 segundos para o final do jogo e o quinto golo, o do empate, chegou, qual filme de ficção, a 1,1 segundos do final da segunda parte, colocando o resultado em 5–5 nesta mirabolante final do campeonato do mundo de futsal feminino universitário. O resultado não se alterou durante as duas metades do prolongamento e a escolha da equipa feminina campeã do mundo de futsal universitário ficou para ser decidida nos penáltis.

A grande heroína desta final foi mais uma vez Ana Pinto que conseguiu defender primorosamente o quinto penálti brasileiro. Com esta defesa Portugal ganhou nos penáltis por 5-4 contra o Brasil. Assim, a equipa feminina de futsal universitário de Portugal consagrou-se Campeã Mundial. Um feito inédito do futsal feminino universitário português. Um resultado construído na garra, na fibra, no muito acreditar destas heroínas inacreditáveis.

Eu, que tenho por lema, que “O Impossível Apenas Demora Mais Tempo” pude ver em direto, graças ao canal 11, o canal da Federação Portuguesa de Futebol, a absoluta e inequívoca confirmação desta minha máxima. É com reverência que tiro o meu chapéu a estas valorosas guerreiras do futsal feminino, um conjunto de estudantes universitárias que elevaram até ao supremo topo o nome do país que representam, o nome de Portugal.

Viva a Seleção Feminina de Futsal Universitário de Portugal. São as campeãs do mundo. Somos todos, mais uma vez, Campeões do Mundo. Caramba! Viva Portugal, porque o impossível apenas demora mais tempo., porque a realidade superou uma vez mais a ficção. Sonhar não paga imposto, acreditar nos sonhos também não e concretizar um sonho é chegar mais alto, mais longe e mais além. Parabéns Seleção, parabéns Portugal, parabéns Seleção Feminina Portuguesa de Futsal Universitário. Viva Portugal!

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 302: O Impossível Apenas Demora Mais Tempo...

Berta 280.jpg

Olá Berta,

Depois das últimas 4 cartas que te escrevi, fiquei a pensar no assunto. Por isso mesmo hoje posso dizer-te que já estive bem pior do que no meio desta história da pandemia, do atraso na minha operação à vesícula e dos 9 AVC do último ano e pouco.

Com efeito, há cerca de 38 anos despertei de um coma de 6 meses, provocado por um acidente no serviço militar. Algo que me deixou um ano sem voz e um pouco mais do que isso sem andar. Na altura, tive uns dias desanimado em que um fado de Coimbra com uma quadra de Augusto Gil, me embalava o ser e o existir. Rezava assim a quadra:

 

“Se aquilo que a gente sente,

Cá dentro, tivesse voz,

Muita gente, toda a gente,

Teria pena de nós…”

                    Augusto Gil

 

Com base nessa quadra, usando-a como mote, eu escrevi um outro fado na época, bem demonstrativo daquilo que era o meu estado de espírito de então. É esse fado que hoje te envio. Para que fiques com a noção que tudo passa e que mesmo o impossível apenas demora mais tempo. Esta crise, como tantas outras há de passar. Temos que ter paciência, que tudo voltará ao normal. Deixo-te o fado de então:

 

"TODA A GENTE..."

 

Se aquilo que não tem voz,

Pudesse gritar, por fim,

Haveria quem de vós,

Jamais se risse de mim…

 

Porque ao escutar essas almas,

Onde vive eterna mágoa,

Não se encontram marés calmas,

Mas um remoinho de água…

 

Se aquilo que a gente sente,

Cá dentro, tivesse voz,

Muita gente, toda a gente,

Teria pena de nós…

 

Não perguntes quanto dói

Tudo o que sinto, por dentro,

Se a água a pedra mói,

Um dia, chega-lhe ao centro…

 

Ele há quem sofra de amor,

Quem sinta os males da paixão,

Porém, não há maior dor

Do que viver morto. Não!

 

Se aquilo que a gente sente,

Cá dentro, tivesse voz,

Muita gente, toda a gente,

Teria pena de nós…

 

Se tudo aquilo que me arde,

Gerasse um fogo real,

Cedo, se faria tarde,

Num fogo, em mim, tão fatal…

 

Se aquilo que nos faz gente,

Deixar de existir, um dia…

Perdemos nós a semente,

Ganhámos a agonia…

 

Se aquilo que a gente sente,

Cá dentro tivesse voz.

Muita gente, toda a gente,

Teria pena de nós…

 

Assim me despeço, querida Berta, fica a esperança e, lá bem no fundo, tudo ficará de novo bem. Recebe um beijo deste teu amigo,

Gil Saraiva

 

PS: Aqui fica um pouco do Haragano que me sinto:

 

Poema de Ary dos Santos, voz de Fernando Tordo

 

 

 

 

 

 

 

 

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