Carta à Berta nº. 278: Livro - O diário Secreto do Senhor da Bruma - II - Abordagens Sobre a Burrice (continuação - II - 3)
Olá Berta,
Espero que estejas a gostar deste novo capítulo. Conforme já te contei, na minha opinião a burrice deriva de um somatório de fatores. Por um lado, temos a questão hereditária contra a qual pouco se pode fazer, contudo, por outro lado, com alguma atenção e muito foco, é possível minimizar o impacto genético. Para isso é preciso combater os comportamentos de carneirada ou rebanho, evitar seguir modas, populismos ou tendências que aparentemente fazem as pessoas sentirem-se integradas. É falso!
Com efeito, esses procedimentos ajudam à instalação de elevados índices de burrice e estupidez e ao apurar do embrutecimento do individuo que, sendo burro à partida, deixa de pensar por si para seguir a manada. Contrariar essas atitudes é meio caminho para uma vida mais feliz e com menos ódios e melhores parâmetros de felicidade e alegria. Mas continuemos, pois, a nossa abordagem sobre a burrice:
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II
Abordagens sobre a Burrice (continuação - II - 3)
Fevereiro, dia 22:
No âmbito estritamente nacional há quem procure incluir o populista Ventura na categoria dos asnos, mas, indevidamente. Não existe falta de inteligência na alegada e imensa cabeça narcisista de André. Aí, apenas se encontra uma suposta aptidão rara para o oportunismo lucrativo, um invulgar dom que é difícil de desenvolver num supremacista branco demasiado vaidoso para cortar o cabelo. Aliás, eu, no lugar dos portugueses, não me preocupava com o líder do CHEGA, para quem o espelho e a sua própria imagem são possivelmente bem mais importantes que qualquer ideia. A perfeição do nó da gravata em Ventura tem uma relevância que nunca poderá ser batida por qualquer das suas ideias políticas, as quais, segunda as más línguas, vão e vêm ao sabor das manadas de asnos que lhe admiram a camisa imaculada, o casaco fechado a preceito ou o corta-palha aberto, na medida certa, para cobrar alguns dividendos publicitários à Colgate.
Fevereiro, dia 23:
Se querem chamar algo ao André, chamam-lhe “pastor belga”, ele parece atuar como qualquer bom cão pastor que reúne a carneirada e os asnos que a seguem na sua cerca de populismo narcisista, comodista, oportunista e bem engomado. Não restam dúvidas que Ventura é um animal, pode não ter a inteligência e a sagacidade de um “border collie”, mas de burro não tem nada mesmo, a não ser as hipotéticas palas que o impedem de tirar os olhos da sua imagem no espelho.
Fevereiro, dia 24:
No provérbio “burro que é burro é um animal sem chatice, nem sabe o tamanho da sua burrice”, de minha autoria, podemos verificar a gravidade da situação. Não tendo conhecimento das suas limitações o asno nada faz para as minimizar. Ora, é possível diminuir o grau de gravidade e o nível de burrice de um individuo, mas, somente, se disso ele tiver alguma consciência.
Fevereiro, dia 25:
A mula, seja ela uma fêmea ou um macho, é o animal que resulta do cruzamento de um burro com uma égua. Ora, a existência dos tais movimentos feministas, que incentivam este tipo de cruzamentos dentro da esfera humana, estão a gerar cada vez mais bestas, que, na realidade, são um sinónimo de mulas. Graças aos grandes progressos da genética e da evolução do conhecimento da esterilidade, muitas destes novos indivíduos já não nascem estéreis, como antigamente acontecia, estando a surgir cada vez mais casos de seres destes em segundas e terceiras gerações de descendência. O resultado é o do aparecimento crescente de um número substancialmente maior de bestas quadradas: as mulas ou bestas de segundas ou mais gerações.
Fevereiro, dia 26:
A besta quadrada, é muito mais difícil de ajudar no que à burrice diz respeito. Se a besta simples, a chamada mula de primeira geração, já era, por si só, mais resistente a tratamentos do que o comum jerico, por associar com mais facilidade a burrice com a teimosia, uma caraterística inata das mulas, imaginem o grau de inoperância de uma besta quadrada no que à aprendizagem e tratamento da burrice diz respeito. Pior, a besta é mais resistente e fisicamente mais forte do que o jumento, além de ter mais facilidade em executar tarefas pesadas com um muito menor esforço, o que leva à criação dos chamados “paus mandados” ou “paus para toda a obra”. Se ampliarmos estas caraterísticas para a besta quadrada é fácil pensar nas consequências.
Fevereiro, dia 27:
Analisando seriamente estes cruzamentos de asnos com éguas (mais conhecidas no universo humano como libertinas ou meretrizes), estamos a permitir a criação de indivíduos sem princípios morais, extremamente teimosos, por vezes bastante musculados e detentores de um grau de burrice muito desenvolvido.
A situação só não é mais grave porque os bardotos ou as bardotas, ou seja, os filhos resultantes de cruzamentos de cavalos, também apelidados de garanhões ou cavalões, com burras, está morfologicamente mais delimitado, principalmente, devido ao tamanho que os fetos podem atingir no ventre das fêmeas jumentas.
A quantidade de abortos destes cruzamentos é imensa e, a esmagadora maioria, resulta em nados-mortos. Os abortos que sobrevivem são aqueles seres conhecidos, na gíria humana, pelos verdadeiros abortos. Mesmo assim, ainda aparecem bastantes, na sociedade contemporânea.
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Podia, minha querida amiga Berta, dar-te aqui vários exemplos dos abortos públicos, que abundam na nossa sociedade, porém, a exposição dos casos não traz grandes benefícios. Apenas torna mais alerta o bando de cretinos a que me refiro. Dito isto, está na altura deste teu amigo se despedir com um beijo ameno e desejar-te um bom dia de verão, parto saudoso da tua companhia, sempre disponível para o que quer que seja,
Gil Saraiva