gilcartoon n.º 1108 - Miga, a Formiga: Série "Dah!" - O Apoio ao Desporto Olímpico
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Olá Berta,
Na conclusão da carta anterior, querida amiga, recordo ainda os insultos do senhor Silva, que se mantiveram até ao fim do seu infame discurso de ódio, como se atreve o homem que defendeu Ricardo Salgado e o BES, enquanto, à socapa, salvava o seu dinheiro, de vir falar em mentir aos portugueses. Nem dá para acreditar ou tentar levar o discurso como algo de sério.
Estas acusações precisam de provas, caríssima, e não é por serem ditas da boca seráfica de uma múmia paralítica que se tornam verdade. Não é preciso muito para se descobrir que o homem “que nunca se engana” está redondamente enganado ou a mentir, ele sim, pérfida e descaradamente no seu discurso verborreico.
Afinal, Berta, ele está a falar de um Governo e de um Primeiro-Ministro que nos tirou do estrangulamento das medidas estranguladoras de Passos Coelho e da Troika, voltando a repor o subsídio de férias e o de Natal e que acabou com a sobretaxa.
Mas também é o meu Governo que superou uma pandemia nunca antes vista e uma guerra na Europa, como já não se via desde os anos quarenta e que, ainda por cima, foi capaz de fazer baixar a dívida pública e fazer subir o PIB em índices superiores aos do resto da Europa. Para mim, amiguinha, Aníbal Cavaco Silva é a Semente do Mal, tem mau fígado e piores vísceras.
Porém, Berta, recordo ainda os insultos do senhor Silva, que se mantiveram até ao fim do seu infame discurso de ódio, quando falou de outros dois primeiros-ministros socialistas: “O governo de António Guterres deixou o país no pântano. O governo de José Sócrates deixou o país na bancarrota. O governo de António Costa vai deixar ao próximo governo uma herança extremamente pesada”.
De uma assentada, cara amiga, o repelente Conde Drácula junta o atual Secretário Geral da Organização das Nações Unidas com Sócrates, um Primeiro-Ministro que ainda está para ser julgado, substituindo-se à justiça e cuja bancarrota não passou do resultado da Assembleia da República o ter derrubado a meio do seu segundo mantado.
Sim, porque Aníbal, o manipulador de focas, considera, Bertinha, que o atual líder do PSD está: “tão ou mais bem preparado” do que ele próprio quando governou (aí até acredito), afirmando que o PSD é: “a única alternativa” ao Partido Socialista (o que só nos pode fazer rir).
Mas o vampiro também acha, minha querida, que: “O doutor Luís Montenegro tem mais experiência política do que eu tinha quando eu subi a primeiro-ministro em 1985, e está tão ou mais bem preparado do que eu estava.”, (mais uma vez, sou levado a crer que a falsa modéstia do Conde, nos quer fazer acreditar que ele fez um bom trabalho, mas a esse respeito nem preciso de me preocupar, a História ocupar-se-á de provar mais um dos seus muitos enganos).
Sem se rir, doce amiga, mas com a mesma boca seráfica, ouvimos Cavaco afirmar: “o PSD é inequivocamente a única, verdadeira alternativa credível ao poder socialista” que, segundo o mesmo, é suportada por: “oligarquia que se considera dona do Estado”.
Num Estado de Direito, minha querida, onde existisse respeito pelas instituições, um ex-presidente não devia poder dizer isto impunemente, a não ser num espetáculo de “stand up comedy” para surdos.
Contudo, Berta, a múmia considera ainda que Luís Montenegro: “tem identificado bem o adversário político do PSD: o PS e o seu Governo”, enquanto acusa os socialistas de terem posto: “o país na trajetória de empobrecimento e de profunda degradação da situação política nacional”.
Também escutámos a múmia paralítica, minha cara, a dizer que: “É no governo socialista que o PSD deve centrar a sua atenção. Não deve dispersar energias com outros partidos, nem responder às provocações que deles possam vir, assim como de alguns analistas políticos”.
Nestes dois últimos parágrafos a ignominia vem barrada de infâmia, numa altura em que a dívida pública desce aceleradamente, em que o desemprego perde a sua vertente vertiginosa e em que o PIB sobe de forma consistente. Mas o pior, Berta, é ouvir o vampiro a aconselhar Montenegro a não divulgar acordos com outros partidos, antes de conseguir o poder.
O pedido do Chacal (outro bom nome para o sujeito), minha cara, para o atual líder do PSD não responder a comentadores, que para Montenegro seria uma virtude, foi uma das queixas que o canídeo apresentou contra António Costa no seu discurso. Mas no senhor Silva dar o dito por não dito é política corrente.
Avançou ainda, Bertinha, o viperino que: “é totalmente falsa a afirmação de que o PSD não tem apresentado políticas alternativas ao poder socialista… o PSD é a única opção credível para todos os que queiram libertar Portugal de uma oligarquia que se considera dona do Estado”.
Por fim, qual Oráculo do Apocalipse, o Conde Drácula anunciou que considera excelentes os “programas bem estruturados” referidos pela presente liderança do PSD, atrevendo-se a deixar alguns conselhos e sugestões, terminando dizendo: “Na minha opinião, o PSD não deve cometer o erro de pré-anunciar qualquer política de coligações tendo em vista as próximas eleições legislativas. Se o PS, que está em queda, não o faz, porque é que o PSD, que está a subir, deve fazê-lo?”.
Ora, querida confidente, provavelmente, Aníbal, sem o saber, está gravemente afetado por alguma espécie pouco estudada de Alzheimer. Como é possível afirmar que Montenegro apresentou qualquer programa, ainda para mais bem estruturado, quando a realidade demonstra o contrário?
Como pode a múmia paralítica, Berta, tentar elevar o valor político do Luís se a sua oposição se resume em dizer mal do PS, ajudado pela comunicação social, sem ter um plano, uma visão ou sequer uma estratégia?
É triste reconhecer a senilidade de Cavaco, aos 83 anos, mas ela é uma realidade, espero que na hora da partida algum padre exorcista lhe retire do corpo, de uma só vez, o chacal, a múmia paralítica, o Conde Drácula e os demos todos que fizeram da sua alma uma estalagem para o mal. Deixo um beijo,
Gil Saraiva
Olá Berta,
Eu sei que te prometi falar de João Galamba ontem ou hoje, minha querida. Só que algo surgiu no panorama político nacional há dois dias atrás. Um senhor de avançada idade, a quem só faltam os dentes de vampiro, apareceu viperino, minha querida, com uma verborreia própria das múmias do Antigo Egipto, a proferir profecias maléficas e insultuosas contra António Costa e logicamente contra o PS.
Ora, quando as trevas se levantam no horizonte luso, há que comentar, vou fazê-lo em duas cartas porque uma seria demasiado extensa. Pese embora a minha humilde opinião, não passe disso mesmo, minha amiga, isso não quer dizer que o meu alegadamente, não possa vir a provar-se como algo absolutamente correto.
Pode não ser fácil quando apelido Cavaco de vampiro ou de múmia paralítica, mas isso, Bertinha, não pretende ser factual, apenas procura representar o que me faz sentir quando o oiço, como sempre, revoltado contra quem está no poder, que não seja ele mesmo.
Aliás, minha amiga, nem sequer tem a ver com o facto de o homem já ter 83 anos, porque há muita gente dessa idade sem um décimo do fel que, para mim, esse “Velho do Restelo” consegue produzir.
Para além disso, cara amiga, também não me considero culpado por comparar a sua lividez, hostilidade e forma quase esquelética, à de um vampiro ou de uma múmia amaldiçoada do Antigo Egipto.
Se o casaco de Cavaco Silva tivesse as abas elevadas em torno do pescoço, seria quase como olhar para o próprio Conde Drácula, em pessoa, bastava enquadrá-lo num castelo medieval, à luz das velas, aparecendo por detrás de uma porta empoeirada, cheia de teias de aranha ou a emergir, no escuro de uma cripta, de um caixão forrado de veludo bordeaux, envergando o seu tradicional sorriso seráfico, não te parece, amiga? Mas isso é apenas culpa minha e da fértil imaginação que possuo a funcionar.
Tenho dúvidas, doce confidente, que Cavaco alguma vez tenha conseguido amar alguém que não o venere na cripta sombria onde descansa, não sei a que horas, entrapado pelas suas vestes de múmia a que certamente chama de pijama.
O Presidente que aconselhou os portugueses a investir no BES, enquanto ele retirava de lá as suas economias, quando já sabia que o banco ia colapsar, acusou no sábado o primeiro-ministro, António Costa, de perder a sua autoridade, dizendo que, por vezes, os primeiros-ministros “decidem apresentar a sua demissão” devido a “um rebate de consciência”, coisa que o próprio não sabe em que consiste, nem para que serve, Berta.
É claro, para mim, minha cara, que se Lucifer quisesse arranjar um representante seu na Lusitânia, só poderia ter escolhido o Aníbal.
Se tivesse optado por Salazar, minha querida, teria perdido tempo, o homem já era mau por si mesmo, e não o escondia de ninguém.
Já, por outro lado, amiguinha, o Diabo escolher André Ventura, seria outro insulto para os infernos, pelo pouco significado do sujeito em si.
Porém, Cavaco, Bertinha, serviria como a acha perfeita para a fogueira, escondido no seu seráfico sorriso donde não vem ponto sem nó.
A múmia paralítica disse, minha cara, e cito: “Em princípio, a atual legislatura termina em 2026. Mas às vezes os primeiros-ministros, em resultado de uma reflexão sobre a situação do país ou de um rebate de consciência, decidem apresentar a sua demissão e têm lugar eleições antecipadas – foi isso que aconteceu em março de 2011”.
Ora, neste tom inocente, perfeitamente seráfico, Berta, o senhor Silva está a comparar Sócrates com António Costa, como se fossem ambos farinha do mesmo saco. É verdade que foi Ministro no Governo de Sócrates, mas também muitos outros que nada sabiam sobre a vida pessoal do então Primeiro-Ministro.
Assim sendo, como é que alguém totalmente desprovido de “consciência” consegue usar a palavra “consciência” sem que lhe caiam os dentes todos ou sem que os olhos lhe saltem das órbitas, isso é inexplicável para mim, minha cara, e um dos mistérios deste ser nefasto residente num mundo pérfido e oculto.
Cavaco Silva falou no fecho do 3.º Encontro Nacional dos Autarcas Social-Democratas, em Lisboa. Numa verborreia cínica sobre a governação socialista, chamando-a de “desastrosa”, defendendo que o primeiro-ministro “perdeu a autoridade” e que, amiguinha, “não desempenha as competências que a Constituição lhe atribui”.
Olha quem fala! Afinal, estamos perante o homem que “nunca se engana e raramente tem dúvidas”. Se António Costa tivesse perdido a autoridade aceitaria a demissão de João Galamba e, aí sim, não teria desempenhado as competências que a Constituição da República Portuguesa lhe atribui, que te parece, amiga? Para desgosto do senhor Silva, que teve de dar posse ao primeiro Governo de Costa, isso não aconteceu.
O Conde, minha querida, vai ao ponto de, no seu inqualificável discurso de ódio, palavrear que o Governo de Costa não passa de: “um somatório desarticulado e sem rumo de ministros e secretários de Estado, incapaz de lidar com a crispação social e os grupos de interesse, a sua tendência será para distribuir benesses e comprar votos e para despejar dinheiro para cima dos problemas e não para preparar um futuro melhor para Portugal”.
Este é o mesmo homem que mandou construir um mamarracho junto aos Jerónimos, em vez de tentar fazer baixar uma inflação, na altura, quase o dobro da atual, conforme te deves lembrar, minha cara.
Este, que foi o Primeiro-Ministro das autoestradas e do betão, em tempos em que os juros bancários em Portugal batiam recordes nunca mais superados no país, tem a desfaçatez, Berta, de proferir enormidades como se estivesse, como outros, a comer um gelado Santini.
Todavia, caríssima, as acusações do vampiro foram ainda mais longe, segundo ele o PS “passa a vida a mentir” e “nunca desceu tão baixo”. “Ainda se pode acreditar num o Governo que passa o dia a mentir?”, chegou a perguntar.
Afirmando ainda, Berta, que este Governo é perito em: “Mentiras, propaganda e truques.” E ainda que: “O Governo é um vazio. A palavra socialista é apenas um slogan. A ação do PS resume-se a manter-se no poder e controlar o Estado sem olhar a meios.”, e mais: “Este Governo é uma oligarquia que se considera dona do Estado”.
Os dois últimos parágrafos são tão nojentos, negativos, macabros e viperinos que apenas merecem desprezo total e absoluto. Concluirei na próxima carta, minha querida. Beijo,
Gil Saraiva
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