Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Já deves ter visto nas notícias, amiga, que Marta Temido, a Ministra da Saúde, apresentou na quarta-feira passada a sua demissão. O caso de Marta estava tremido e o que antes era temido tornou-se realidade. A super-ministra sai, a nova militante do PS desliga-se do Governo, a quinta Delfim de António Costa vira bacalhau com natas. Porquê?
Não é, certamente, Berta, pela morte de mais uma grávida às portas do SNS, conforme anuncia a comunicação social. Nada disso! Nem é cansaço com o peso do cargo, porque Marta pode bem com algum excesso de peso. Nem sequer é porque se tornou incompetente devido aos problemas que se agravam no seio do Serviço Nacional de Saúde.
Nem mesmo será por motivos pessoais, porque, nesse caso, não se ia manter no cargo até lhe ser possível apresentar a restruturação que tem programada para o Ministério, no âmbito do SNS. Nem tão pouco, minha querida, é devido às múltiplas calinadas da Direção Geral de Saúde e do comportamento errático da sua Diretora Geral, Graça Freitas, tornada, pela Covid-19, a taralhouca do Ministério.
Marta Temido, ao contrário dos companheiros de Astérix na BD, não teme que o céu lhe caia em cima da cabeça, Berta. O que faz tremer Marta é o novo Arséne Lupin, de nome Fernando Medina, que conspira, qual doninha fedorenta, nas catacumbas sombrias do Ministério das Finanças.
Porém, ao contrário do famoso ladrão da literatura francesa, amiguinha, este Arséne, tem mais de Arsénio do que de Arséne e se Lupin queria dar uma ideia de Loup (lobo em francês) ou seja, um predador bonzinho que roubava os ricos, distribuía pelos pobres e contentava-se com uma mera comissão pelos seus serviços, o nosso Arsénio é mais Lupin no verdadeiro sentido da palavra em francês (uma vez que Lupin é a palavra francesa para tremoço), é mais, dizia, um tremoço, ou seja, um tipo que não sabe a nada, nem nada sabe, a não ser que sendo um tremoço de Arsénio, é efetivamente um composto mortal. Seca tudo à sua volta.
Se não se adequa a Medina o lobo, já a raposa, cruzada com um vampiro, é bem mais adequada para o nosso Arsénio. Este animal, graças à sua fusão com o venenoso elemento, o Arsénio, na sua fatiota preta, consegue, minha querida, passar disfarçadamente pelos pingos da chuva, sem que ninguém se aperceba bem da sua letal figurinha insignificante. Sim, porque, Fernando Medina, enquanto homem de pequeno porte, nada tem de bailarino. É muito mais um velhaco cínico de sorriso sibilino.
Isto vem, Berta, desde que António Costa o escolheu como Delfim, nos tempos da Câmara Municipal de Lisboa como presidente, para seu sucessor na autarquia de Lisboa. Medina tem de soberba o que Temido tem de capacidade. E este Delfim penteadinho não vai descansar enquanto não limpar do executivo todos os outros Delfins de Costa.
O escorregadio e sebento Delfim continuará a sua senda de eliminar, caso a caso, as duas Ministras políticas de Costa, bem como o barbudo responsável pelas Cavernas, Infraestruturas e Transportes, esse novo Brejnev Coração-de-Leão que cuida da TAP como se ela fosse sua filha porque, minha amiga, Fernando Medina é, mais uma vez, recorrendo à Banda Desenhada de Goscinny, como o Grão-Vizir Iznogoud (leia-se “he’s no good”, ou seja, “ele não presta”). Ele quer ser Califa no lugar do Califa. Ele quer ser, em suma o sucessor de António Costa. E não se vai inibir de, na devida altura, espetar a faca nas costas largas de Costa.
Face ao que já referi, cara amiga, nem sequer considero que esteja em causa a capacidade de Marta para reestruturar as carreiras Médicas, de Enfermagem e dos respetivos Auxiliares no seio do Serviço Nacional de Saúde, penso até que ela sabe bem como reformular a gestão hospitalar e o restante SNS, porém, nada pode fazer contra o tenebroso Arsénio. Também sei que não devo escrever este tipo de afirmações sobre o nosso Ministro das Finanças, pelo que, reitero que as minhas conjeturas se alojam no nublado mundo daquilo que poderia ser alegadamente verdade, mas que só o será depois de provado com factos e evidências.
É claro que, sobre Fernando Medina, o que atrás vai dito apenas são as minhas alegadas conclusões do seu comportamento político, mas posso estar enganado e tratar-se de uma pessoa que até seja um verdadeiro poço de virtudes, mas, Berta, embora não tenha olho clínico estou longe de pensar estar a errar.
Tenho pena de ver sair Marta Temido, mas esta batalha foi vencida por outro Delfim… talvez nem mesmo um Delfim, mas antes um tubarão branco disfarçado de golfinho, não há como saber, pelo menos por agora, deixemos o tempo correr e vamos esperar pelo desenrolar dos acontecimentos… deixo um beijo de despedida, querida amiga,
A Carta de hoje é quase uma segunda parte da carta de ontem. Porquê? Porque o assunto volta a ser sobre Ana Paula Martins, a Ministra da Saúde, e sobre o seu ministério onde, afirma: “Enquanto for titular desta pasta, farei a organização do meu ministério como entender, perante a lei”.
E lei, neste caso, significa que a Ministra se esqueceu de todo que faz parte de um Governo minoritário onde deveria tentar encontrar consensos. Porém, empossada pela teimosia e com uma arrogância ímpar no cargo, eis que volta a anunciar que as Centrais do INEM vão usar Inteligência Artificial. “Vou organizar o ministério como eu entender”. Ora, do alto do seu pedestal, a Ministra da Saúde tentou explicar no Parlamento como vai funcionar a “refundação” do INEM.
Porém, apesar de tudo, ela não admite colapso do Instituto, mas fala em “caos” no dia 4 de novembro, quando quase metade das chamadas ficaram por atender. E reafirma que: “Este Governo não vai privatizar o Centro de Orientação de Doentes Urgentes” (CODU), diz a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, ouvida esta quarta feira no Parlamento, citada pelo Expresso.
O INEM será, então, a partir de agora, requalificado como um instituto público de regime especial, com um conselho de administração com mais um vogal (fica com dois), e um presidente. A ministra quer, segundo relata o Jornal Público, “alterar de forma profunda o funcionamento” do INEM, e por isso vai utilizar Inteligência Artificial no CODU. “O CODU tem muitas deficiências e equipamentos muito pouco modernos”, disse, e por isso os sistemas de Inteligência Artificial chegarão “dentro de poucas semanas”.
“Se isto não é refundar o INEM, eu pergunto o que é”, lança a ministra, que nem consegue explicar minimamente, ao Parlamento, como funcionará a tal dita e proclamada Inteligência Artificial. Porquê? Porque a ministra não faz a mínima ideia sobre o que é que está a falar. Tudo leva a querer que alguém vendeu, tipo banha da cobra, um programa de IA à ministra, e esta comprou a ideia sem saber muito bem qual é o seu conteúdo.
O Público avançou na passada quarta feira, noutro artigo, que no pior dia de greves no INEM, a 4 de novembro, ficaram 2300 chamadas por atender, ou seja, quase metade das 4815 chamadas recebidas nesse dia, sendo que este foi o número mais baixo de chamadas a serem atendidas pelo serviço nos últimos 10 anos. Porém, e agora de acordo com o que escreve o Jornal de Notícias a ministra já admitiu que “no dia 4 de novembro houve caos no INEM, mas afirma ainda que isso não se traduziu num “colapso”.
A ministra, que aparenta andar sob o efeito de antidepressivos, calmantes e outros tranquilizantes, explicou ainda, citada nesse mesmo artigo, que o INEM assegura menos de 10% da atividade, sendo o resto passado aos bombeiros, à cruz vermelha e aos helicópteros: “Externalizamos 93% da atividade do INEM”, disse Ana Paula Martins, abrindo a possibilidade de ter de constituir parcerias plurianuais com os bombeiros e Cruz Vermelha, que podem incluir contratos-programa.
Outra medida “peregrina” anunciada é a utilização, daqui em diante, de desfibrilhadores automáticos externos (DAE). “O modelo de utilização da DAE é muito restrito e deveríamos iniciar um processo de liberalização do uso de dispositivos de fibrilação externa, com o alargamento da obrigatoriedade aos cidadãos e obrigatoriedade de formação para os alunos do 12.º ano”, diz a ministra. Como se o alargamento do uso de desfibrilhadores automáticos fosse algo brilhante, enquanto ideia, para pôr nas mãos de adolescentes.
Ainda sobre o facto de ter reivindicado a tutela do INEM, a ministra disse que “por enquanto, que eu saiba, ao Governo e a cada ministro compete aquilo que entende que a sua equipa pode ou não pode, deve ou não deve fazer”. “Neste caso concreto”, continuou, “entendi que o INEM, nomeadamente pela situação gravíssima que estávamos a viver, devia depender da superintendência da ministra, razão pela qual decidimos, em conversa com a minha secretária de Estado, que passaria para a minha superintendência”.
Ana Paula Martins corre assim, contra tudo e contra todos, numa demanda, sem fim, na sua luta desenfreada para dominar e domar a saúde em Portugal e para isso pretende vir a colocar equipamentos sensíveis, nas mãos de gente sem o mínimo de experiência profissional. Aliás, de forma a garantir que vai ter o apoio do INEM prepara-se para aumentar disparatadamente o pessoal deste serviço e reformular-lhes as carreiras indo diretamente ao encontro de velhas reivindicações deste setor com aumentos superiores a 250 euros mensais entre outros bónus e acordos.
Para já, querida Berta, eu vou ficar a assistir de camarote, o que vai acontecer aos outros profissionais de saúde, quando virem os seus colegas do INEM aumentados, nalguns casos em mais de 25% da sua habitual remuneração salarial? Não sei se Ana Paula Martins sofre de alguma demência ou patologia grave, mas sou tentado a pensar em algo parecido. Por hoje é tudo, despede-se com um beijo, este teu amigo do coração,