Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Já te estava a escrever outra carta quando recebi um aviso no meu correio eletrónico. Fui ver. Ao abrir deparei-me com o anúncio da realização de um evento que me tinhas pedido para avisar quando voltasse para uma nova edição. Não sei se ainda te lembras, mas quando te enviei o resumo dos eventos do primeiro trimestre do ano passado em Campo de Ourique, falaste no interesse que tinhas em saber quando se voltaria a realizar este ano e pediste para te prevenir. Infelizmente a minha notícia parte um pouco tarde, começou hoje e termina amanhã. De qualquer maneira e como o prometido é devido, aqui fica o anúncio.
Estou certo que já adivinhaste do que estou a falar. Com efeito, começa hoje a Quinta Edição do Mercado do Vinho e Enchidos no Mercado de Campo de Ourique. Como já é habitual, serão 2 dias dedicados a quem aprecia os aromas e as degustações de Baco enquanto prova ou compra alguns dos melhores enchidos nacionais. Não faltará o paio, o chouriço, a linguiça, a farinheira, a morcela e a tradicional alheira, mas há mais surpresas, se te apetecer fazer uma visita a Lisboa, de preferência amanhã, uma vez que será esse o dia principal do evento. Serás, obviamente, muito bem acolhida por este teu amigo.
O primeiro dia, hoje, 28 de fevereiro, conta, a partir das 21 horas, com o acompanhamento musical do grupo Groovelanders, banda sobre a qual já te falei noutras vezes, que inclui os elementos habituais, nomeadamente, Robert Light, Sescon, Mano e Felippe. Quanto às sonoridades, minha querida, eles começam nos anos 50 e, sem esquecer os 60, 70, 80 e 90, chegam mesmo até alguns dos maiores sucessos da atualidade. Os géneros são variados, desde o pop ao rock, jazz, soul, funk e disco. Uma excelente banda para ouvir enquanto, sentados numa das mesas da praça central do Mercado de Campo de Ourique, se bebe um bom copo de vinho tinto e nos deliciamos com um delicioso paio fumado concebido na mais genuína tradição nacional.
O dia 29 conta com o principal cartaz desta edição do Mercado do Vinho e Enchidos. Podes acompanhar as variadas provas de vinho de marca, como, por exemplo, Vinalda, Felix Rocha, Iberica Wines, Família Carvalho Martins, Casa Santos Lima e José Maria da Fonseca. Por outro lado, vão haver 2 workshops a não perder. O primeiro, pelas 5 da tarde, organizado pela Adega Caminhos Cruzados e logo de seguida, pelas 18 horas, com o patrocínio da Best Wine Team, que é uma empresa de produção, distribuição e exportação de vinhos nacionais, terá lugar o segundo e último workshop do dia.
Não te referi, por me parecer óbvio, mas onde há vinho e enchidos também se encontram os azeites e os queijos de diferentes regiões do país. Aliás, nenhum evento deste género estaria completo sem a prova dos queijos portugueses a acompanhar os enchidos. O realce para os enchidos deve-se não só ao seu maior peso neste evento, mas, principalmente, pela importância que têm tido ao longo destas 5 edições do Mercado do Vinho e Enchidos, neste local tão característico, moderno e tradicional como é o Mercado de Campo de Ourique.
Quanto à animação do dia 29 podes acompanhar os sons e a dança do Rancho Folclórico do Bairro da Fraternidade, bem na hora do almoço, pela uma e meia da tarde e, depois, para abrir o apetite para o jantar é hora de se fazer silêncio porque se vai cantar o fado. Em palco estarão Maria Carvalho Silva, António Duarte Martins e Jerónimo Mendes.
Francisca Costa Gomes inicia o seu espetáculo pelas 21:30. A cantora nacional da Música Soul, uma voz ímpar no panorama português, é, a meu ver, razão necessária e imperativa para não se perder esta 5.ª edição do Mercado do Vinho e dos Enchidos no Mercado de Campo de Ourique. Recomendo-te que procures uma das suas músicas no youtube, vais ficar espantada, amiga Berta, com o que vais ouvir. Recomendo especialmente a música original da cantora, denominada “Gaducho”. Ninguém diria que estamos a escutar a mesma menina que aos 17 anos foi rejeitada no concurso “Ídolos”. Agora, 10 anos mais tarde, dá gosto ouvir a sonoridade e o timbre únicos de Francisca Costa Gomes.
Com esta panorâmica do que podes encontrar neste final de fevereiro no Mercado de Campo de Ourique me despeço, com um beijo amigo,
Começo por te pedir desculpa por não terminar já o epílogo sobre Isabel dos Santos, contudo, há informações e algumas fontes que preciso de confirmar nos próximos dias. Talvez, algures no primeiro terço de fevereiro consiga estar em condições de terminar essa saga.
Acho que ainda não te informei, mas tenho vindo a colaborar com o site “Tripadvisor” no que às classificações de turismo diz respeito, principalmente na classificação que tenho dado aos restaurantes de Campo de Ourique, mas não só, eventos, viagens de avião, hotéis, locais e país para férias, monumentos, locais de diversão ou de turismo, imagens que fui recolhendo, entre outras coisas. É com uma parte dessas histórias que te vou entreter nos próximos dias.
Começo pela coleção de restaurantes que tenho visitado no meu bairro, o bairro de Campo de Ourique, que, como sabes é uma das minhas grandes paixões. Sabias que eu e a minha última companheira (acho que não a chegaste a conhecer) fomos as únicas 2 pessoas a realizar o casamento na Casa Fernando Pessoa? Já lá vão uns anos largos, mas realmente aconteceu. Bem, então aqui vai:
Série: a Arte de Bem Comer em Campo de Ourique.
1) Churrasquinho do Bairro:
O melhor Frango de Churrasco de Campo de Ourique.
O Churrasquinho do Bairro situa-se no Mercado de Campo de Ourique, na Rua Francisco Metrass, Lojas 3 e 4, e é uma churrasqueira familiar de excelente qualidade. O frango assado, todo ele do segmento médio, no que ao tamanho diz respeito, regado com o molho especial do Sr. António e algum piripiri, é de comer até fartar. Peça para ser ele mesmo a cortar-lhe o frango. É de mestre.
O Churrasquinho do Bairro tem alguns detalhes imprevisíveis de que não nos lembramos à primeira vista. Experimente encomendar, com antecedência, um polvinho à lagareiro. Vai ter uma agradável surpresa. Contudo, possuem outros pratos, como este, mas, seja para comer no local ou para levar para casa, é necessário fazer encomenda prévia e verificar que opções existem na altura em que o decidir fazer.
Como exemplos simples posso recomendar a posta de lombo de bacalhau na brasa ou à lagareiro, mas há mais, muito mais para descobrir, telefone para o 312 976 682 e combine com o senhor António o que quer comer, bem combinadinho (sempre previamente) e, principalmente, se for para grelhar no carvão, ele arranja quase tudo, de boa vontade e com prazer.
Convém saber que o restaurante tem bar completo, bancos altos para comer no interior (atenção que são poucos), esplanada para 12 pessoas, televisão com canais desportivos e, como não podia deixar de ser, “Wifi”. Mantém-se a leste dos negócios das tascas dentro do mercado e têm tentado correr com ele por não fazer parte do monopólio do grupo que gere os alugueres das tasquinhas no interior do mesmo.
Porém, conservando-se rigorosamente dentro de todas as normas de qualidade e sanidade, o mestre António, tem sobrevivido aos ataques, mal-intencionados, de quem não deseja concorrência (há quem diga que, alegadamente, com a cumplicidade autárquica). Ainda por cima porque esta churrasqueira serve bem e barato e sem pretensões a ascender a qualquer categoria gourmet.
Churrasquinho do Bairro, Mercado de Campo de Ourique, Lisboa. Palavras para quê? É delicioso.
Tipo: Churrasqueira / Take-Away
Fecha: Domingo
Preço: Económico
Classificação no Género: 5 Estrelas
E com esta minha primeira recomendação me despeço por hoje, minha querida Berta, recebe um beijo amigo deste velho conhecido,
Peço desculpa pela demora da carta de hoje, mas tenho estado meio engripado. Descansa que não é nada mais do que isso. Voltando ao tema que temos em cima da mesa, ou seja, o que aconteceu em Campo de Ourique em 2019 com relevância para mim, o que é sempre subjetivo, passamos para a revista do mês de março de 2019. Com a chegada deste mês terminamos o inverno do ano passado e afloramos a chegada da primavera. É engraçado seguirmos a evolução dos acontecimentos passados e tentarmos descobrir se alguns deles mostram a passagem pelas estações do ano ou se tudo parecerá mais ou menos indiferente.
É claro que este mês ainda não é a altura ideal para se poder notar com clareza essa alteração, porém, sendo a última semana a da chegada da época das flores, sempre me fica alguma expectativa. A ver vamos se as 2 coisas se correspondem entre si. Espero que, mais uma vez, este recordar seja do teu inteiro agrado e que aí, à distância, tires algum partido daquele que é, para mim, evidentemente, o melhor bairro de todo o universo conhecido.
Campo de Ourique em revista, março de 2019:
Fechou, logo no dia 1 de março, para uma remodelação geral, a Casa Fernando Pessoa. O prazo previsto para a reabertura, segundo fonte oficial, é apontado para depois do verão. Contudo, minha amiga, os gestores da Casa anunciaram já a reabertura, algures, durante o primeiro semestre de 2020. Cá para mim a 30 de junho de 2020.
A sexta-feira, dia 1, serviu de porta de entrada para a música. No mercado de Campo de Ourique, a banda “Groovelanders”, fez, a partir das 21 horas, as honras da casa. O Pop, o Rock, o Funk a Soul e finalmente o Disco, foram as sonoridades deste grupo dedicado aos “covers” dos clássicos da múcica nos últimos 70 anos. Acho que a banda te teria agradado, amiga Berta.
O dia 2 foi dedicado ao inglês, assim aconteceu porque a Academia de Inglês mais famosa do Mundo (estando presente nos 5 continentes em 36 países e possuindo um dos seus mil centros de ensino do inglês, para qualquer idade, como segunda língua, no nosso bairro), o “Helen Doron”, situado na Rua de Campo de Ourique no n.º 36B, realizou, desta vez para os mais jovens, um Workshop Especial gratuito, no Centro Comercial do Campo Pequeno, dedicado à ciência em colaboração com a “Science4you” entre as 4 e as 5 da tarde.
No domingo, dia 3, o Mercado de Campo de Ourique contou, com a presença do trio de música jazz “Out of the Blue”, tendo a banda atuado no horário nobre do mercado, entre as 20 e as 23 horas. Um parâmetro horário ligeiramente diferente do habitual neste grupo no espaço.
A música aconteceu, novamente, nos dias 5 e 6, na Mercearia do Campo, num número da Rua Saraiva de Carvalho, pertencente à Freguesia da Estrela, que teimosamente insiste em afirmar-se como sendo um espaço do Bairro de Campo de Ourique. Na sua cave, a “Mercearia -1” (leia-se: menos um), pudemos deliciar-nos escutando, ao vivo, sempre a partir das 21 horas, Areia Rotsen, no dia 5 e Ana Moreira no dia 6. A entrada foi, mais uma vez, livre e o espaço esteve, como seria de esperar com muito bom ambiente em ambos os dias.
Com a chegada de sexta-feira, dia 8, o Mercado de Campo de Ourique voltou a dar música a todos os seus clientes e apreciadores das mais diversas sonoridades. A banda “Brass & Brass” fez a sua aparição pelas 8 da noite e proporcionou algumas horas de bom som a todos os visitantes deste espaço onde se bebe, come e ouve com prazer. O mercado afirma-se, cada vez mais, como a grande referência musical do bairro.
O Mercado de Campo de Ourique reinou mais uma vez no sábado, dia 9, querida amiga, principalmente no que ao som diz respeito. Foi cerca das 21 horas que a banda “Bossa Alibi” iniciou a sua atuação. O duo trás consigo as sonoridades da Bossa Nova e algumas das sonoridades dos anos 50 e 60 do século passado com um “jazz lounge” fácil de ouvir e ainda mais fácil de apreciar com gosto.
A banda “Out of the Blue” regressou ao Mercado de Campo de Ourique no dia 10, para mais uma atuação. Reinaram as “Jam Sessions” uma vez mais no habitual horário entre as 6 da tarde e as 10 da noite.
Foi a 12 e 13 de março que terminou o ciclo de concertos intimistas da Mercearia -1. Pena que este tipo de iniciativas não tenham o apoio político que mereciam ter, quer pela qualidade, quer pelo bom gosto demonstrados. Desta vez, quem lá esteve pode apreciar as sonoridades de Meri e Nadia Leirão, no dia 12, com a música a variar entre a Soul e o chili RnB e, no dia 13, o Clube do Blues. Foram 2 dias e 2 valências que mereceram bem o registo que aqui faço, querida Berta.
O dia 15, à noite, pelas 21 horas dessa sexta-feira, foi um tempo para escutar no mercado do bairro, o “Fados e Guitarradas Trio” porque a organização faz questão de incluir no seu programa mensal, sempre que a oportunidade surge, o que a música portuguesa tem de mais popular e tradicional. Seria uma noite ao teu gosto Berta, sei bem como adoras noites de fado.
Para sábado, dia 16, foi a vez de o mercado apresentar, às 8 e meia da noite, a “Belle Blue Band”, uma banda de “covers” escolhidos a dedo, para, com a devida nostalgia, nos trazer à memória temas de outros tempos que nos foram tão queridos e sentidos, havias certamente de ter gostado amiga Berta.
Sempre no Mercado de Campo de Ourique foi possível escutar no dia 17, a banda de jaz “Out of the Blue”. A entrada livre, e a busca incessante da banda por novos temas tem transformado o horário de domingo das 18 às 22, num fenómeno de afluência de público, querida Berta. Ao que parece o jazz criou uma atmosfera perfeitamente compatível com o feitio sereno do bairro.
Foi a 18 deste mês que o Ginásio Clube Português celebrou o seu 144º Aniversário assinalado com uma cerimónia solene à altura das comemorações, que pelas 18 e 30 tudo se iniciou com uma missa na Igreja do Jardim das Amoreiras, onde se pode escutar o Coro do Clube. Pelas 7 e meia da tarde, agora no restaurante da Sede do GCP, houve um desfile de apresentação da nova linha de Merchandising “GCP Old School”. O ato seguinte foi a apresentação da Caderneta de Cromos do GCP e logo depois houve ainda lugar à Cerimónia de entrega de Galardões e Diplomas de Louvor, terminando a sessão com a esperada entrega de Emblemas e Diplomas aos sócios que completaram 25, 50 e 75 anos de membros efetivos e com a entrega de Diplomas aos atletas, Campeões Nacionais, de 2018.
Realizou-se nos dias 21, 22, 23 e 24 de março, mais uma vez por iniciativa da Junta de Freguesia e da Casa Fernando Pessoa, a Feira do Livro de Poesia, no Jardim da Parada. A programação, se a quiseres consultar, minha amiga, encontra-se, no formato PDF, na internet, basta copiares o endereço e procurar no google, em: http://www.jf-campodeourique.pt/wp-content/uploads/2019/03/cartaz-A4-Feira-do-Livro-JFCO-FPESSOA-2019.pdf.
O sábado, 23, pelas 20 e 30, começou com os sons, do fim-de-semana, no Mercado de Campo de Ourique. Em atuação esteve a banda “Philip Stones”, o quarteto, que deriva as suas influências entre os Blues e o Rock Psicadélico, esteve muito bem.
Domingo, 24, como de costume, pelas 18 horas e até à última badalada das 22 horas, no mercado, como não podia deixar de ser, o conjunto musical de jazz “Out of the Blue”, esteve mais uma vez a emprestar a sua sonoridade tranquila ao espaço envolvente.
Nos dias 25, 26, 27 e 28, sob a coordenação da instituição “Procjeto Alkantara”, decorreu, numa das zonas mais periféricas e desfavorecidas de Campo de Ourique, na Quinta da Cabrinha, a fazer fronteira com a freguesia de Alcântara, no Pátio da Cabrinha, no prédio bem no início da Rua da Fábrica da Pólvora, um projeto de arte urbana, onde Ivo Santos, um dos mais prestigiados artistas nacionais de “street art”, conhecido pelo nome de Smille, esteve a criar, para quem quis assistir, um enorme mural na empena cega do referido prédio. Aliás, amiga Berta, um outro imenso mural, denominado “hall of fame”, dessa vez coletivo, protagonizado por um grupo de artistas conhecido pelo nome de “Vale Encantado” tinha sido pintado na Quinta do Loureiro 15 dias antes, o qual, por lapso, eu não referi na revista ao passado mês de fevereiro.
Dia 29, estando a obra terminada, foi o Corvo, Sítio de Lisboa, a página noticiosa sobre a capital na internet, que fez as honras da reportagem e divulgação nacional de mais esta obra de arte criada onde menos seria de esperar.
Foi igualmente a 29, sexta-feira, às 9 da noite, que, no Mercado de Campo de Ourique, se pode assistir àquela que, para mim, querida Berta, foi a melhor atuação no espaço no primeiro trimestre de 2019. O rock e as baladas, em cover, de Francisca Costa Gomes, trouxeram ao bairro uma excelente voz, um timbre único, de alguém que, noutro país, com outro tipo de oportunidades, já estaria apenas a frequentar os grandes palcos com temas próprios, em concertos apinhados de fans e completamente esgotados. Foi uma maravilha que deu mesmo muito gosto de ouvir, ver e desfrutar.
Terminou no dia 30 de março na Biblioteca e Espaço Cultural Cinema Europa uma excelente “Exposição Coletiva de Pintura”, com mostra de 12 artistas do CNAP, o Círculo Nacional D’Arte e Poesia, com o patrocínio da Junta de Freguesia de Campo de Ourique.
O sábado dia 30, pelas 21 horas, foi de outras sonoridades, mais próprias da juventude. Essa foi a noite a que a organização dos eventos do Mercado de Campo de Ourique apelidou de “Dj no Mercado” e o nome, realmente, diz tudo em termos de sabermos o que se passou.
A honra de terminar o mês, dia 31, acabou por calhar à banda “Out of the Blue”, no Mercado de Campo de Ourique. Entre as 6 da tarde e as 10 da noite as “Jam Sessions”, o jazz, e alguns solos instrumentais deste grupo, embalaram os visitantes com a sua música, especialmente selecionada para produzir uma harmonia calma e bem-disposta a todos os presentes no recinto.
Como pudeste ler este foi um mês muito musical, com iniciativas que realmente nos aproximaram da primavera. Despeço-me com um beijo franco e saudoso,
Fico feliz por te ter agradado o primeiro mês do ano de 2019, em revista, no que concerne ao Bairro de Campo de Ourique. Hoje é dia de avançar com o senhor que se segue, ou seja, o curto mês de fevereiro, passado no meu bairro, com os destaques que, pelo menos para mim, são de realçar neste recanto de Portugal, onde batem corações unidos por um amor comum, que mais não é do que a paixão pelo bairro de Pessoa. Regressar a fevereiro de 2019 nesta freguesia, afinal, nada mais é do que continuar a fazer prova da vivacidade e vitalidade da mesma. Espero que esta revista do ano passado te continue a agradar.
Campo de Ourique em revista, fevereiro de 2019:
O dia 1 de fevereiro deu o alerta e o 2 de fevereiro levou o Bairro de Campo de Ourique até aos noticiários televisivos. O mau tempo, trazido pela tempestade Helena, fez abater uma parte da Rua 4 de Infantaria mesmo em frente do Jardim da Parada, tendo obrigado ao desvio das carreiras de autocarros e obrigado ao condicionamento da circulação automóvel. Elementos da Proteção Civil, da Polícia Municipal e a Junta de Freguesia estiveram no local a avaliar os estragos causados.
No dia 3 de fevereiro, minha querida amiga, o jazz regressou a Campo de Ourique, o Mercado manteve a sua promessa de, com entrada livre, nos proporcionar as sonoridades do “jam” e do “jazz” com o trio “Out of the Blue” a atuar entre as 18 e as 22 horas. Imperdíveis as “jam sessions” da banda.
Dia 4 foi a vez da Revista Evasões divulgar uma reportagem sobre a Pikikos – cut, care and coffee, uma loja, uma cafeteria e um cabeleireiro para crianças e adultos, acabadinha de inaugurar no Bairro de Campo de Ourique, um verdadeiro 3 em um, na Rua 4 de Infantaria no nº. 53, de que tu irias gostar bastante querida Berta.
“O Corvo” – sítio de Lisboa, uma publicação online sobre o que se vai passando pela urbe alfacinha, publicava, também a 4 de fevereiro, uma notícia denominada: “Há sinais contraditórios sobre o suposto regresso do tráfico de droga e da insegurança ao antigo Casal Ventoso”. No corpo da notícia eram sublinhadas as áreas em causa, que atualmente fazem parte integrante de Campo de Ourique, embora se encontrem na margem mais afastada do Bairro. São elas: a Quinta da Cabrinha, a Quinta do Loureiro e a Avenida de Ceuta Sul, que ainda abrangem, também, as Freguesias da Estrela e de Alcântara. Para uma leitura mais atenta recomendo, amiga Berta, que consultes a página: https://ocorvo.pt/ha-sinais-contraditorios-sobre-o-suposto-regresso-do-trafico-de-droga-e-da-inseguranca-ao-antigo-casal-ventoso/.
Também a 4 de fevereiro a Casa Fernando Pessoa deu lugar ao debate e leituras do Clube dos Poetas Vivos com a participação de Ana Paula Inácio entre as 19 e as 20 e 10.
Foi a 10 de fevereiro que as “jam sessions” da banda “Out of the Blue” nos voltaram a proporcionar mais 6 horas de música, no fim de tarde e noite, no Mercado de Campo de Ourique. O domingo ficou a ganhar com mais esta prestação das sonoridades do jazz, interpretadas pela cada vez mais experiente tríade de músicos.
A 15, 16 e 17 de fevereiro, no Mercado de Campo de Ourique, teve lugar a quarta edição do Mercado do Vinho, com música ao vivo, workshops e muitos tintos, brancos, rosés e espumantes para provar. Teria sido uma ótima altura para teres dado um salto até ao meu bairro, minha querida Berta. Na sexta-feira a banda “Groovelanders” fez as honras musicais a partir das 21 horas.
A 16, sábado, o almoço foi acompanhado pelas sonoridades de Joel Pinto, entre as 13 e 30 e as 15 e 30 e mais tarde, pelas 20 e 30, foi a vez de se fazer silêncio porque se cantou o fado, pela voz de Cristina Madeira.
Ainda no domingo, dia 17, a banda que tem por nome a música de Miles Davis “Out of the Blue”, e por filosofia a inspiração de uma fonte longínqua, mais propriamente o pensamento budista do filosofo e poeta japonês Daisaku Ikeda, trouxe o jazz e a música encheu o espaço entre as 18 e as 22 horas no muito ativo Mercado de Campo de Ourique.
No dia 18 de fevereiro, entre as 16 e 30, onde foi servido um chá, e as 19 horas, a exemplo do que já tinha acontecido no mês anterior e que escapou ao meu radar, foi dada continuidade na Fundação Maria Ultrich, no nº. 240 da Rua Silva Carvalho, à temática d’ “as idades da vida e o processo de desenvolvimento da Santidade”, com entrada livre. Este foi mais um encontro dos amigos e colaboradores da Fundação, com o tema a cargo da Drª. Deolinda Botelho.
Aconteceu no dia 19 na Mercearia do Campo, cuja morada na Rua Saraiva de Carvalho, já pertence à Freguesia da Estrela, mas que teima em afirmar-se um espaço do Bairro de Campo de Ourique e para isso criou o conceito “Mercearia -1” ( leia-se: menos um), criando um clube quase secreto no Bairro de Campo de Ourique, onde nos pudemos deliciar escutando, ao vivo, desde jazz a blues, passando pela Bossa Nova. A -1 encontra-se na cave da Mercearia do Campo, o concerto de dia 19 arrancou às 21 horas. Foi um tempo de Bossa Nova com Micheline Cardozo a dar a voz, o Maestro Luiz Antônio Gomes e o violinista do Seu Jorge, Júnior Mouriz. Lembrei-me de ti querida amiga, acho que terias apreciado muito toda a envolvência. Quanto ao dia 20 a sonoridade foi outra bem diferente, a cargo do BR DUO JAZZ.
A 20 de fevereiro o bairro foi bafejado pela sorte, com a presença do CNAP, Círculo Nacional de Arte e Poesia, na Biblioteca e Espaço Cultural Cinema Europa, com uma exposição coletiva de pintura de 12 artistas associados do círculo, denominada pelo patrocinador, a Junta de Freguesia de Campo de Ourique, de “Exposição de Artes Plásticas”. Quanto aos artistas representados pudemos ver obras de Adelaide Freitas, Catarina Semedo, Elmanu, Fernanda de Carvalho, Josefina Almeida, Luís Ferreira, Margarida Dias, Maria Rita Parada, Marisa Castro, Olímpia Campos, Teresa Filipe e Vitor Hugo.
A Sociedade Filarmónica Alunos de Apolo, fez no dia 23 e 24, uma incursão ao Pavilhão Desportivo do Complexo Desportivo Municipal Casal Vistoso, em Lisboa, a Sociedade tinha sob sua responsabilidade a organização da POC 2019 – WDSF World Open Latin, com as respetivas provas internacionais de Dança Desportiva, as quais foram integradas conjuntamente com a realização da vigésima edição do Portugal Open em Dança Desportiva. Foi um fim-de-semana recheado de boa-disposição e muito bom profissionalismo num evento apoiado pela Câmara Municipal de Lisboa, Instituto Português do Desporto e Juventude e pela Junta de Freguesia de Campo de Ourique. Na divulgação ainda esteve garantido o apoio total da Associação de Turismo de Lisboa.
Por sua vez o dia 24 de fevereiro, trouxe ao Mercado de Campo de Ourique, para a sua última atuação de fevereiro, a banda “Out of the Blue”, onde as sonoridades do jazz fizeram a transição perfeita entre o chegar do crepúsculo e a noite que se foi instalando, entre as 6 da tarde e as 10 da noite, como sempre, graças ao jazz e às as suas imperdíveis “jam sessions”.
O regresso das atuações da Mercearia -1 aconteceram a 26 e 27 de fevereiro, ambos os dias pelas 21 horas, no primeiro dia a atuação esteve sob a responsabilidade de Maestro Duo e no dia seguinte foi a vez da voz de Ana Moreira se fazer ouvir. A Mercearia -1 sugere ainda, para ambos os dias uma passagem pelo piso superior, onde é possível experimentar a nova carta assinada pelos chefs Maria José e Alberto Pranches. Seguindo para a cave, encontramos aquele que a Mercearia do Campo diz ser o único bar em Portugal a oferecer o conceito Johnnie Walkers Club, onde o cliente pode comprar uma garrafa de Johnnie Walker e guardá-la num armário no bar até acabar, sendo que apenas o próprio utilizador fica com a chave.
Foi a 27 de fevereiro que teve lugar na Casa Fernando Pessoa a Aula de Poesia Mundial onde Rosalía de Castro nos foi dada a conhecer por Ângela Fernandes. Se a minha amiga tivesse estado em Lisboa poderíamos ter ido os 2, pois sei bem quanto gostas de poesia. O evento teve início pelas 18 e 30 e terminou pelas 20 horas.
Este pequeno relambório constituiu, a meu ver, a principal atividade do Bairro de Campo de Ourique em fevereiro do ano passado. Amanhã será o dia de falarmos de março de 2019. Despeço-me com um beijo amigo,
Conforme te tinha prometido na nossa última conversa telefónica vou-te enviar o ano de 2019, em revista, no que ao Bairro de Campo de Ourique diz respeito. Dividi o ano em várias partes, porque esta é, conforme sabes pelo que te costumo contar, uma “aldeia” muito dinâmica. Não se trata de uma descrição exaustiva nem completa do ano de 2019 no meu bairro, pois apenas te vou referir as coisas que, de uma forma ou outra, me foram chamando à atenção. Contudo, não deixa de ser uma curiosidade interessante, que espero que leias com gosto.
Campo de Ourique em revista, janeiro de 2019:
Logo a 3 de janeiro, quinta-feira, no Mercado de Campo de Ourique abriu o Hummusbar, um novo restaurante para quem não vive sem húmus, o espaço só tem saladas, pitas e pratos feitos com a conhecida pasta de grão. O restaurante tem uma ementa onde quase todas as sugestões são preparadas com húmus. O Hummusbar, querida Berta, é um conceito internacional que já conta com espaços na Hungria, Bulgária, Eslováquia e agora também em Portugal. Este é o primeiro no País. Todos os pratos são acompanhados com pão pita normal ou feita com farinha integral. Todas as sanduíches são recheadas com húmus, creme de tahine e legumes frescos. Depois escolhe as restantes opções.
A Junta de Freguesia abriu o mês de janeiro, no dia 4, sexta-feira, a promover o Concerto de Reis e Ano Novo, com entrada livre, na Igreja Santa Isabel, no nº. 2 da Rua Saraiva de Carvalho, pelas 21,30 com o “Coro Menor de Campo de Ourique” a abrir a primeira parte, seguido do “Bayan Quartet”, um harmonioso e bem estruturado quarteto de acordeões.
Foi no princípio do dia 10 de janeiro que abriu o restaurante Sublime na Rua Silva Carvalho. O restaurante servia (já não serve, pois, encerrou portas no final de 2019) “croquetes de farinheira” e “bowls de quinoa”. A decoração era excelente e o espaço magnífico. Toda a ementa primava por um certo requinte e inovação, porém, a escolha da rua, numa esquina pouco visível acabou por ser fatal a quem precisava de singrar desde o início. Poderia descrever-te aqui, Berta, as imensas potencialidades do espaço e as ideias da gerência, mas visto que já se encontra encerrado, não acho que valha a pena.
No dia 11 de janeiro, logo no início da tarde, pelas 13 horas, dessa sexta-feira, amiga Berta, um incêndio que deflagrou no topo do prédio nº. 91, da Rua de Infantaria 16, mobilizou 37 elementos do Batalhão de Sapadores Bombeiros e 11 veículos, a que acresceram mais 2 viaturas e 6 homens dos Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique. O incidente foi rapidamente dado como extinto às 13 e 33, tendo ficado circunscrito à cobertura do referido edifício. Por precaução foram ainda obrigados a evacuar, pelos soldados da paz, os moradores dos 2 prédios contíguos.
Na senda da boa música e sem cobrança de entrada, no dia 12 de janeiro a cantora Francisca Costa Gomes, que responde pelo nome musical de Kika, que não sei se conheces minha amiga, efetuou uma atuação ao vivo a partir das 21 e 30 da noite, no Mercado de Campo de Ourique. O estilo musical, muito característico desta voz, manteve-se enquadrado dentro dos parâmetros do rock-blues com as costumeiras pitadas de soul e pop à mistura.
A 16 de janeiro a Casa Fernando Pessoa continuou a apresentar, uma vez por mês, a visita Fernando Pessoa e Paris. De Paris, o autor português recolheu inspiração para os seus poemas franceses e o seu pré-heterónimo Jean Seul; e era também de Paris que chegavam as aguardadas cartas do amigo Mário de Sá-Carneiro. Fernando Pessoa nunca visitou a capital francesa, mas cruzou-se com ela ao longo da sua vida. Nestas visitas guiadas especiais, demos a conhecer esses pontos de ligação entre o escritor português e a francofonia. Esta visita guiada teve como anfitrião Ricardo Belo de Morais.
Foi no sábado, dia 19 de janeiro, que o Mercado de Campo de Ourique recebeu a atuação do pianista Manel, conhecido pela dinâmica das suas performances. O estruturado recital de piano, mais uma vez de entrada livre, iniciou-se pelas 20 horas, tornando a noite numa melodia de horas musicadas pelas cordas de um piano que se fez ouvir com muito agrado e mestria.
A 20 de janeiro, entre as 18 e as 22 horas, a banda de jazz, “Out of the Blue”, iniciou a sua primeira atuação ao vivo das “Jam Sessions”, que se iria repetir à mesma hora todos os domingos até 29 de dezembro, numa parceria bem conseguida com o Mercado de Campo de Ourique. As tardes de domingo ganharam sonoridades de “jam” e “jazz” para serem disfrutadas a solo, com a família ou com os amigos neste espaço do bairro, sempre com a entrada livre, o que, se estivesses por cá Berta, teria dado para termos passado uns momentos bem agradáveis.
Foi na sexta-feira, dia 25, que se pôde assistir ao vivo, sem pagar nada, ao concerto da Banda Groovelanders no Mercado de Campo de Ourique. A atuação no recinto iniciou-se pelas 9 e meia da noite. Esta banda portuguesa tem sonoridades muito próprias pois constrói os seus próprios arranjos de clássicos que vão desde os anos 50 e anos 60 do século passado até aos mais recentes sucessos da rádio. O estilo mantém-se fiel ao perfil do grupo, com a sua caraterística batida balizada entre o pop-rock e a Soul e o Funk e o Disco.
Para quem conhece a casa não são de estranhar as iniciativas da loja “Maria Granel”. Foi no sábado, a 26 de janeiro, que teve lugar o Workshop n’A Mesa “Alimentar as emoções- Impacto da alimentação na saúde mental” com a formadora Alexandra Barros, psicóloga clínica e psicoterapeuta, coadjuvada pela nutricionista Carolina Santo. Esse workshop, era algo em que devias ter adorado participar, amiga Berta. O preço era em conta, cerca de 25 euros e a participação limitada devido ao espaço. Nesta ação Alexandra abordou essencialmente a forma como a alimentação pode influenciar as emoções e a saúde do cérebro, mas falou igualmente da relação inversa, para percebermos o impacto das emoções e do stress na digestão e no comportamento alimentar. Houve ainda lugar para uma pequena degustação com alimentos amigos do cérebro. A sessão iniciou-se às 10 e 30 da manhã e terminou pelas 13 e 30 da tarde.
O dia 27 de janeiro começou com uma tragédia. Mais um incêndio, que deflagrou pelas 6 e 10 da manhã desse domingo, num edifício devoluto, no nº 138 da Rua de Campo de Ourique. As chamas foram combatidas por 18 elementos do corpo do BSB (Batalhão de Sapadores Bombeiros). A lamentar houve apenas um homem ferido, que foi conduzido pelos ativos do batalhão de sapadores bombeiros ao hospital. Segundo a Agência Lusa, minha querida amiga, pelas 10 horas da manhã, os bombeiros entraram na fase de rescaldo.
Também a 27 de janeiro, o Mercado de Campo de Ourique começou a tarde com as “Jam Sessions” do trio “Out of the Blue” e realizou à noite a sua celebração do Dia Internacional do Vinho do Porto, com a presença de várias marcas de referência em provas de degustação e pratos muito especiais para assinalar a data.
O mês fechou, na minha lista de acontecimentos, com “O piano no meio da sala”, com Filipe Melo, que se realizou, com lotação esgotada na Casa Fernando Pessoa, durou uma hora e tinha um custo de 8 euros. Para falar um pouco do músico convém referir que Filipe Melo nasceu em Lisboa. Cedo descobriu a música Jazz e o seu gosto pela improvisação levou-o a estudar no Hotclube de Portugal e posteriormente no Berklee College of Music, em Boston. É pianista, compositor, professor e arranjador. Realizou filmes, escreve Banda Desenhada e tem mais de 12 discos gravados, entre projetos conjuntos e colaborações. Com quase 25 anos de atuações Filipe Melo estreou-se a solo neste dia, no auditório da Casa Fernando Pessoa.
Podia ainda falar-te, minha amiga, de lojas que fecharam e abriram neste mês no Bairro de Campo de Ourique, das iniciativas dos clubes desportivos ou das coletividades, mas corria o risco de parecer exaustivo e talvez menos interessante.
Despeço-me querida Berta, com um beijo pleno de saudades, este teu amigo do fundo do coração, que não te esquece nunca,
Li a tua última carta e peço desculpa se nunca te trouxe a conhecer o bairro onde vivo, para além de uma ou outra refeição que nos reuniu num dos restaurantes da zona. Dizes que, apesar de um passeio ou outro comigo pelo Jardim da Parada e por outras pequenas vindas ao Bairro, sabes muito pouco sobre ele. Acho que te posso dar uma pequena ajuda quanto a este meu bairro, para mim, o melhor de Lisboa.
O Bairro de Campo de Ourique, minha amiga, coincide com uma nova freguesia portuguesa, homónima, do concelho de Lisboa, resultante de uma fusão em 2012, que junta as freguesias de Santo Condestável e Santa Isabel, que já anteriormente davam nome ao Bairro.
Campo de Ourique pertencente à Zona do Centro Histórico da capital, com 1,65 km² de área e 22 mil habitantes. Talvez seja por só ter metropolitano na sua periferia, no Largo do Rato, que o Bairro funcione como uma pequena aldeia, onde as pessoas se conhecem e convivem como tendo uma identidade própria, característica dos pequenos povoados. Pelo formato da sua área ficou com uma configuração que, no mapa, nos faz lembrar um animal. No meu entender a figura parece um javali, uma fêmea, pronta para ir às compras pelo Bairro, que, pela profusão de comércio num tão pequeno espaço, é designado como sendo o Maior Centro Comercial de Ar Livre de Portugal. São mais de 1.500 espaços comerciais e de serviços e, pelo menos, 250 estabelecimentos ligados à restauração. Por aqui, Berta, podes provar um pouco de quase tudo. Neste mundo da restauração encontras imóveis com as mais diversas variantes, sejam eles edifícios de hospedagem, restaurantes, pastelarias, tascas ou cafés. Se fossem todos implantados a nível térreo isso daria uma atividade de comércio ou serviços, com uma implantação de um estabelecimento por cada m² e um restaurante ou similar a cada 6,2 m². Um verdadeiro absurdo.
Contudo, se quiseres investigar os pontos de interesse, tudo depende da abordagem que fizeres: na área do Desporto e da Dança é aqui que encontramos a sede dos Alunos de Apolo, especialistas nacionais nas danças de salão, ou o CACO, Clube Atlético de Campo de Ourique e até o Ginásio Clube Português. Na área da governação não existe apenas a Junta de Freguesia, pois é, também aqui, que está situada a Presidência do Conselho de Ministros do país e até a Embaixada Britânica.
A nível histórico, cultural e educacional, para além de várias galerias de arte, encontramos a Estátua da Maria da Fonte, enquadrada pelo acolhedor Jardim da Parada, que na toponímia se designa por Jardim Teófilo de Braga, que já conheces; a Casa Museu Amália Rodrigues, a maior diva nacional do fado de todos os tempos; a Casa Fernando Pessoa, um dos mais prestigiados nomes da literatura nacional, um espaço de cultura ímpar, que te recomendo como visita imprescindível, e ainda, o Museu João de Deus e a Fundação Maria Ultrich.
Na área artística e cultural há a referir também o Páteo dos Artistas, na Rua Coelho da Rocha, ou o das Barracas, na Rua de Infantaria 16; a moderna Biblioteca Europa; o Grupo Dramático e Escolar Os Combatentes; as escolas Secundárias Josefa de Óbitos e a Manuel da Maia; a Redbridge School; o Colégio religioso dos Salesianos; a Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa e uma Delegação da UAL, Universidade Autónoma de Lisboa, onde funciona o Instituto de Artes e Ofícios e o Curso de Arquitetura. Como podes ver, minha amiga, a cultura, a arte e a história conjugam-se harmoniosamente com o quotidiano do meu Bairro.
Ora, se fores mais terra-a-terra, podes ir ver um dos mais antigos Geomonumentos de Lisboa, com pelo menos 21 milhões de anos, na Rua Sampaio Bruno. Depois aconselho a visita às Igrejas de Santa Isabel e do Santo Condestável e ao Quartel de Campo de Ourique, de onde partiu a Revolução dos Cravos e a implantação da liberdade no país. No Bairro estão presentes, o Grupo de Teatro Inglês, The Lisbon Players; a AMA, Academia Mundo das Artes; a Companhia da Chaminé e, já na centenária Padaria do Povo, está sedeada a Associação Cultural Fermento.
A componente turística apresenta diferentes tipos de instalações hoteleiras e vários pontos de interesse, se preferires instalar-te numa delas, quando por cá passares, em vez de aceitares a minha hospitalidade, é claro. Podes pernoitar quer nos variados espaços de alojamento local do Bairro ou optar pelo Hotel da Estrela; o Lisbon Luxury Palace; o ACM Lisbon; o Hotel Sua; o Hotel Lissabon; o Starhostel, o Royalty Hostel; o Ourique Hostel; o Apartamento Lisboa; o Tilty Lisbon ou a Pensão Madeira. Como outros atrativos Berta, ainda tenho que te referir a Praça de S. João Bosco de onde partem os elétricos 25 e 28; o Amoreiras Shopping Center e o Amoreiras Plaza ou o Mercado de Campo de Ourique.
No que diz respeito à alimentação, tens, nos mais de 250 estabelecimentos de restauração, um pouco de tudo: da cozinha tradicional portuguesa à da Serra da Estrela, passando pela alentejana, minhota, madeirense, portuense e a da bairrada; há ainda os vegan e os vegetarianos e na vertente internacional pode experimentar a comida chinesa, macaense, japonesa, coreana, nepalesa, tailandesa, árabe, marroquina, do médio oriente, indiana, goesa, africana, italiana, francesa, belga, americana, israelita, alemã, grega, espanhola, mexicana, peruana e brasileira. Por fim, podes terminar a visita com as escolhas noturnas, desde os diferentes bares do bairro até a uma passagem pelas salas de cinema do Amoreiras.
Campo de Ourique é o único Bairro que conheço que tem turistas da própria cidade de Lisboa, que aqui se deslocam para fazer compras neste imenso Centro Comercial de Ar Livre ou para frequentar a sua restauração. Imperdível por quem passa por Lisboa, imperdível para ti.
Espero ter-te esclarecido um pouco mais sobre este que considero o meu cantinho do Paraíso, despeço-me com o carinho do costume, com um beijo, o mesmo de sempre,