Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Hoje, por estes dias que vimos atravessando, existem quatro tipos de notícias. As primeiras, que nos chateiam porque somos impotentes para lhes pôr um fim, são as que se referem à invasão da Rússia à Ucrânia.
O país não deixou de ser solidário, amiga Berta, nem de estar do lado dos mais fracos, de apoiar os oprimidos e detestar os opressores, nada disso, o país está é farto de notícias miseráveis que exploram a guerra até ao tutano, uma guerra a que apenas podemos assistir de sofá.
Ouvimos dizer que a Europa está unida. O que une estes povos, contudo, minha querida, pouco tem a ver com solidariedade e muito deve à necessidade de manutenção dos níveis de vida de cada um dos países em si mesmos. É cínico? Muito. Mas é verdade. Tudo o resto é espetáculo mediático. No entanto, para as pessoas, a coisa tem elevados padrões solidários e é disso que todos os governos se aproveitam, embora ninguém o assuma publicamente, porque, no mínimo, seria egoísmo.
O segundo tema destes tempos quentes são as alterações climáticas, a seca, os fogos, o calor extremo. A comunicação social pela-se por colocar um bom bosque a arder na sua magnificência. Se aparecerem umas casas a arder e umas velhotas a chorar então, Berta, a cereja é colocada no topo do bolo. Até parece que lhes agrada a desgraça dos outros.
E nós, o povo, genuinamente solidário, engolimos todas as notícias sem sequer nos apercebermos que são exploradas até ao tutano, em prole de audiências ou de maiores tiragens de jornais nos pasquins deste nosso mundo.
O terceiro assunto envolve política. Este é, aliás, um tema, minha querida Berta, que dura todo o ano e que é algo de que todos estamos fartos, mas que afeta o nosso dia-a-dia. Sejam as tomadas de posição dos diferentes partidos políticos, sejam os atos dos dirigentes de outros países ou dos nossos, a comunicação social raramente informa sobre o que de bom acontece no mundo, mas vende facilmente a informação do que correu errado ou foi corrompido ou que possa vir a acabar de forma menos boa.
O quarto grande assunto estival é o desporto, nesta altura com imenso destaque para o futebol, com o mercado das transferências aberto e os clubes a formarem as equipas que apresentarão já em agosto próximo, minha amiga. Mas tudo sempre muito manipulado, cheirando a desgraça alheia, como se o povo a quem a comunicação social se dirige não estivesse já farto de desgraça em todo o lado.
Pois é Berta, a matemática de hoje é usada para estudar o que nos move e comove e nos faz consumir qualquer porcaria que nos queiram impingir. Claro que tem de vir devidamente embrulhada. Nós, infelizmente, aderimos ao processo calculado em computadores caros que acedem ao nosso modo de vida sem pedirem licença.
Um conjunto de coisas, mais ou menos abstratas para o cidadão comum, como matemática, estatísticas, rankings, algoritmos, padrões, comportamentos, psicologia emocional, probabilidades, perfis, e mais uma parafernália de ferramentas são interligadas e trabalhadas por forma a conseguirem, em última análise, influenciar o nosso comportamento, sem que nós mesmos demos conta de que estamos a ser manipulados por um produto ou algoritmo, traduzido em uma qualquer aplicação, publicidade, produto ou apresentação.
Ás vezes penso no que diriam as grandes mentes da história da humanidade, que viveram antes da revolução industrial se pudessem comentar o nosso quotidiano e atualidade. Tenho a certeza que de Platão a Camões e até a outros pensadores bem mais recentes, seriamos apelidados de idiotas ou de algo muito parecido com isso. Por isso, minha querida Berta, o meu conselho, antes de me despedir, é: antes de fazermos algo ou comprarmos algo, pensarmos se realmente isso ou aquilo nos interessam realmente ou se nos estamos apenas a deixar levar… fica com um beijo,
Tu, minha querida amiga, como eu, já ouviste falar em coisas estranhas que a ciência dos nossos tempos não explica e cuja própria existência põe em dúvida. São os eternos campos entre o mundo real, provado e cientificamente demonstrado e tudo o resto que ainda não se enquadra nesse patamar de lógica demonstrada onde a matemática ocupa um papel central. Contudo, embora isto nos pareça, por demais, evidente, nos dias de hoje, e nos achemos muito mais esclarecidos e iluminados que os nossos ascendentes e ancestrais, a verdade é que tem sido sempre assim ao longo da história do ser humano, pelo menos até onde a conhecemos.
Se na pré-história o fogo era considerado uma arte mágica, toda a evolução cognitiva do ser humano e a respetiva experimentação e explicação tem-nos feito passar para o lado da razão cada vez mais conhecimentos, que antes eram considerados mágicos ou transcendentes.
Atualmente até já criamos uma área da ciência, a que chamamos de paranormal, uma espécie de purgatório do saber, para onde diversas matérias têm transitado, enquanto aguardam pelos dias em que o seu funcionamento seja claro, compreendido, explicado e até, sem margem para quaisquer dúvidas, matematicamente comprovado. Sempre que um destes setores atinge a independência é elevado a ciência.
Na área da medicina, do estudo do cérebro, da composição da matéria e do universo, da genética e da biologia existem, nos últimos 200 anos, muitos capítulos anteriormente absurdos, que têm contribuído para o crescimento de novas ciências, e que, dessa forma, fugiram definitivamente do campo da pré-ciência ou mesmo da magia ou do paranormal. Assim como outras matérias, como a nanotecnologia ou os campos dos tecidos e materiais ditos inteligentes, com propriedades até aqui consideradas bem sobrenaturais e obscuras, têm trilhado o mesmo caminho, a mesmíssima rota em que a demonstração, comprovação e aplicação os ou as transforma definitivamente em produtos da ciência.
Numa busca simples, não seria um espanto que, nos anos 20 do século XIX, alguém fosse considerado de satânico se visto a falar a um telemóvel com um outro alguém ou a comunicar, por um qualquer sistema informático, com bases de dados ou com outras pessoas. Tudo imensos absurdos impossíveis de então.
Nos anos 20 do século passado. 100 anos depois, seria natural alguém ser internado num hospício se começasse a anunciar que daí a menos de 50 anos o Homem poria o pé na Lua. Se repararmos bem, a evolução do conhecimento humano tem sido cada vez mais rápida e exponencial. Há 50 anos atrás, seriamos escritores de ficção científica se falássemos ou descrevêssemos o uso de dispositivos, sem fios, de conversa, imagem ou transmissão de dados.
Coisas sem as quais, as novas gerações, de hoje, acham impossível viver, sendo a sua inexistência e respetiva possibilidade da sua não utilização, um enorme absurdo arcaico inconcebível.
Por mais que a evolução nos tenha demonstrado que continuaremos a evoluir e a adquirir cada vez mais matérias dos campos mágicos ou paranormais para o lado da ciência, em cada presente, mostrar-nos-emos sempre relutantes à aceitação de que esta seja a verdadeira realidade.
Se eu afirmar aqui, em 2020, que daqui a 50 anos, a telepatia ou a telecinesia serão áreas da ciência e terão abandonado em definitivo a parapsicologia, facilmente, uma imensidão de meus conterrâneos me chamaria de alucinado ou tentar-me-ia explicar que tenho um parafuso em falta no cérebro, que me faz pensar disparates.
Em resumo, estamos moldados para só ir aceitando como válido o que, pelo trabalho de muitos, vai entrando no campo da lógica científica e saindo das malhas do parapsicológico ou do sobrenatural.
António Gedeão tinha toda a razão quando afirmava que: “sempre que o Homem sonha o mundo pula e avança”. Até lá, os que acreditam, no que não está efetivamente demonstrado, serão sempre os tolinhos, os bruxos, os incrédulos, os místicos ou os sonhadores da época em que estivermos a viver.
Não há como imaginarmos que isso vai mudar. Não muda, minha querida amiga Berta, mas acredita em mim quando afirmo que o impossível apenas demora mais tempo. Porém, cada vez menos… deixo-te um beijo de até amanhã, deste teu eterno amigo,