Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Marisa Matias é a candidata que se segue na contagem decrescente, da minha análise aos proponentes, desta próxima eleição presidencial. Sendo a terceira pessoa a ser apresentada numa escala aleatória dos candidatos.
Marisa é, entre todos os sete intervenientes, a candidata do mérito. Não importa sequer que os seus nomes do meio sejam Isabel dos Santos, pois isso apenas representa uma curiosidade, nada mais. Aliás, apenas prova que não é o nome que trás dinheiro, como que por arrasto. O mérito de Marisa Matias vem desde a infância.
Sendo natural de Coimbra, onde nasceu, é de Alcouce, no Concelho de Condeixa-a-Nova, que lhe veem as origens. Uma aldeia que conhecia como a palma das suas mãos. Fazia diariamente quase meia dúzia de quilómetros de marcha para chegar à escola e, ao regressar ajudava os progenitores na agricultura e no pastoreio do gado.
Aos 16 anos entrou na vida ativa para poder continuar a estudar, apoiando em simultâneo o equilíbrio do orçamento familiar. Fez limpezas, serviu à mesa, pintou a manta e aos 22 anos foi a primeira pessoa da família a conseguir uma licenciatura. De fevereiro de 1976 até 1998 não foram anos fáceis, porém, uma vez aí chegada, acabou por dar o seu primeiro grande salto: Tinha o curso superior de Sociologia. A primeira grande batalha estava ganha.
Porém, em 2009 é com o título: "A natureza farta de nós? Saúde, ambiente e novas formas de cidadania" que apresenta a sua tese de doutoramento, concluída, com louvor e distinção, na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, sob orientação de João Arriscado Nunes, cinco anos depois de ter aderido ao Bloco de Esquerda. Mantendo o ritmo apertado na sua corrida de obstáculos onde a cada novo salto tentava alcançar um novo objetivo.
Os últimos 12 anos da vida de Marisa Matias são mais conhecidos e, para trás ficaram os seus anos de professora do secundário ou de investigadora assistente no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Desde 2009 até aos dias de hoje que construiu um currículo vastíssimo no Parlamento Europeu, enquanto eurodeputada eleita em representação do Bloco de Esquerda. Para além disso detém a honra de ser a mulher mais votada para a Presidência da República Portuguesa, votação ocorrida em janeiro de 2016, atingindo quase meio milhão de votos.
Vale a pena, para os mais interessados, consultar o site https://www.marisa2021.pt/biografia, para se inteirarem do seu papel enquanto eurodeputada. Contudo, uma coisa é certa, Marisa Matias é, sem qualquer dúvida, a candidata do mérito, do brio e do profissionalismo e não é a cor do seu batom que, por certo, a determina enquanto pessoa, mas sim as causas, as lutas e o seu trabalho notável.
Durante esta investigação, amiga Berta, o meu respeito por Marisa Matias foi elevado a níveis onde nunca pensei chegar. A determinação de alguém ainda consegue, neste nosso país, embora raramente, vencer sobre a cunha e o compadrio. Com esta afirmação me despeço por hoje. Fica bem e até amanhã. Recebe um beijo deste teu eterno amigo que não te esquece,
Começaram ontem os debates entre os candidatos à Presidência da República Portuguesa. Sobre Marcelo Rebelo de Sousa não vou fazer grandes juízos de valor. Toda a gente tem uma opinião formada sobre o Professor Marcelo e sobre o Presidente que tivemos nos últimos cinco anos. Será quase de certeza absoluta o grande vencedor das eleições deste mês a não ser que aconteça alguma calamidade ao próprio, o que não se antevê.
Contudo, estes debates não são apenas para que se possa escolher um candidato. Eles servem para aferirmos o tipo de políticos que temos no país (e as ideias que aqueles que são apoiados por partidos beberam dos mesmos ou o que defendem os que concorrem por sua conta e risco, sem a rede partidária por detrás).
Pude constatar que Marisa Matias é uma Senhora. Não só manteve total respeito pelo candidato Presidente, como não teve qualquer problema em reconhecer aquilo que considera méritos ou deméritos no seu opositor, esclarecendo perfeitamente aquilo que defende e qual é a sua linha de pensamento relativamente ao que deve ser um Presidente da República Portuguesa oriundo da área da esquerda democrática com representação parlamentar quer na Assembleia da República quer no Parlamento Europeu, onde aliás atualmente exerce funções.
O candidato apoiado pelo PCP, João Ferreira teve a garra necessária para não se rebaixar perante o seu opositor e foi claro em explicar o que defende, mesmo perante o imoral comportamento da moderadora da TVI que não soube, não quis ou teve ordens para deixar que se instalasse o caos, no respetivo debate. Para minha surpresa não trazia nos apontamentos nada que pudesse ser conotado com a velha cassete comunista. Foi coerente na apresentação da sua visão do papel presidencial e deixou clara a defesa inequívoca da Constituição da República Portuguesa. Tem nível, é não apenas bem parecido como bem formado e sabe na perfeição o que quer e ao que vem.
Quanto a André Ventura, parece ser, alegadamente, o novo palhaço da política nacional, embora sem a respetiva indumentária, numa altura em que os circos estão confinados há quase um ano. A tentativa de imitação do estilo de Donald Trump correu-lhe na perfeição. Mal-educado, rude, a roçar o burgesso, demonstrando ora estupidez ora ignorância. Um estilo que alguns poderão confundir com virilidade, mas com a diferença de ser provido apenas da arrogância machista normal entre pessoas sem cultura, sem educação e de níveis sociais onde as dificuldades económicas não permitiram os devidos estudos ou o melhor ambiente para a existência do dito saber estar. O ar de arruaceiro de gravata, que afirma não querer cumprir nem muito menos fazer cumprir a Constituição pode trazer-lhe os votos dos saudosistas e descontentes, mas é triste.
E assim se resume a minha primeira análise aos debates dos candidatos presenciais. Não te prometo comentar todos os debates, porém, sempre que se justifique, aqui estarei para te dar a minha opinião. Todavia, a situação em torno dos debates, nas televisões não começa nada bem.
Deixo uma nota para dizer que Tino de Rans não estava abrangido nas opções televisivas para os debates, porém, face à lei, a SIC, a TVI e a RTP viram-se obrigados a adaptar o calendário criado de modo a incluírem, forçosamente, o calceteiro na sua programação. Assim, em vez dos 20 debates anteriormente anunciados, teremos 26. Vivam a democracia e as regras impostas à comunicação social como forma de os obrigar a dar iguais oportunidades a todos os candidatos, sem qualquer exceção.
Por hoje fico-me por aqui, espero que a análise te ajude a entender o que eu penso sobre estas eleições e prometo voltar com futuros esclarecimentos. Despede-se este teu amigo, sempre pronto a prestar qualquer apoio de que necessites, com um beijo cheio de saudades,