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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta: Memórias de Haragano - Confissões em Português - Parte XV

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Olá Berta,

Ontem, ao falar da justiça e de possíveis forças ocultas, acabei por não dar exemplos, nem expor muito, o que penso sobre o assunto. Por isso, aqui vai a continuação:

Memórias de Haragano: Confissões em Português – Parte XV

“Não fiquei convencido no caso Carlos Cruz, como já te contei, caro leitor, nem tantos outros casos que se mediatizam para nos atirar areia para os olhos.

Esses e outros, que nem vale a pena referir, são os gladiadores escravizados, e antes senhores, do Coliseu de uma Justiça que não tem apenas os olhos vendados, mas que aparenta servir sociedades secretamente organizadas e portadoras de agendas especificas.

Podia falar aqui dos interesses escondidos da Opus Dei, da Maçonaria e de mais uma dúzia de organizações mais ou menos secretas, que vão desde os Rosa-Cruz, os Lions Club até aos beneméritos do Rotary Club, todos agindo na sombra em prol dos seus interesses. Talvez esteja a ser injusto, afinal isso é única e exclusivamente a minha forma de pensar.

Porém, vejamos: quem julga o bom ou mau trabalho dos juízes e determina se estão ou não ao serviço de algo menos visível? Outros juízes? Não me façam rir. Isso sim, era importante, digo mesmo, fundamental, podermos saber de forma bem clara e transparente quem lhes avalia os procedimentos e atuações, para que assim a nossa fé na justiça fosse reposta.

Se o Governo tem uma Assembleia da República que o fiscaliza, se o Presidente da República está sujeito ao julgamento popular através do voto, quem supervisiona o poder judicial? Eles, em Portugal, são uma carreira pública, não vão a votos, mas são controlados por quem? Haverá alguém que saiba?

De vez em quando lá nos atiram com um juiz, para a arena dos média, para nos distrair. Mas quem são esses juízes? Os que já estão tão queimados, que já nem os estagiários se oferecem para ir tomar um cafezinho com eles, ou os que precisam de um apertão por estarem a tentar fugir aos poderes ocultos?

Quando um procurador nos ofende em tribunal, antes que o que quer que seja fique provado, porque é que o referido senhor não é devidamente repreendido pelo atentado ao meu bom nome que, até ao veredito final, deveria continuar a ser considerado como bom? A justiça deveria ter júri na grande maioria dos casos, principalmente nos mais graves, e prazos. Sempre prazos e responsabilidades por incumprimento desses prazos. Enfim, os desabafos, como diz uma amiga minha, não me levam a lugar algum e, ainda, segundo ela, não interessam a ninguém (para quem pudessem ou possam serem relevantes e a quem, verdadeiramente, se interessasse ou interesse por eles).”

Eu sei que tu entendes as minhas dúvidas existenciais, querida Berta. Aliás, tu e pouca gente mais. A maioria conforma-se com o que existe e escolhe nem pensar nestes assuntos. Por hoje despeço-me amigavelmente com um beijo, saudoso,

Gil Saraiva

 

 

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