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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta nº. 392: Gouveia e Melo Será o Próximo Presidente da República

Berta 370.jpgOlá Berta,


Quando há quatro anos atrás o PS deixou liberdade de voto aos militantes e socialistas, a quando da recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência da República, deixando Ana Gomes sem o apoio oficial do Partido nada fazia prever que passados quatro anos o drama fosse ainda Maior. Mas é! Não te cheguei a enviar essa carta na altura, mas desta vez segue mesmo e envolta num novo dilema. Quem vai o PS apoiar para as próximas presidenciais?


Ao que parece os militantes socialistas querem que o PS apoie Gouveia e Melo na corrida a Belém. Há vários militantes que estão a informar os dirigentes socialistas de que votariam em Gouveia e Melo para Presidente da República, facto que está a gerar preocupação dentro do partido.
Faz sentido, até porque foi António Costa quem o descobriu. Daí que uma parte significativa do eleitorado socialista veja com simpatia a possível candidatura do almirante Henrique Gouveia e Melo à Presidência da República, porém, este facto está a gerar preocupação em alguns setores do Partido Socialista (PS). Segundo o diário Público, vários dirigentes têm recebido indicações de militantes que admitem que estão inclinados a votar em Gouveia e Melo caso a sua candidatura se materialize.


E até já existe quem se esteja a posicionar na grelha de apoiantes à partida, caso de Daniel Adrião, que sempre foi uma tendência minoritária no PS e um crítico de longa data de Costa, defendeu que o partido deveria considerar o apoio a Gouveia e Melo, argumentando que a direção precisa de “seguir a posição da maioria do seu eleitorado” e lembra que os militantes são apenas 5% dos eleitores socialistas. Daniel Adrião chega mesmo a dizer que: “Se as sondagens nos estão a dizer que uma parte significativa do eleitorado do PS está disponível para apoiar Gouveia e Melo, a direção do PS não pode ignorar isso”, referiu Adrião ao Público, enquanto considerava que o almirante era uma figura “da área do PS” que, ainda por cima, “inspirava confiança”.


Ainda por cima, as sondagens reforçam esta visão. Basta ver que na última pesquisa da Intercampus, Gouveia e Melo lidera com 23,2% das intenções de voto, enquanto que o pseudocandidato socialista mais bem posicionado, Mário Centeno, tem apenas 6,4%.


A popularidade do almirante, que se tornou uma figura conhecida do público quando assumiu a liderança da gestão da vacinação contra a covid-19, contrasta com a falta de consenso em torno de outros potenciais candidatos socialistas. A direção do PS, no entanto parece relutante em abraçar um eventual apoio a Gouveia e Melo. Pedro Nuno Santos já afirmou que desta vez: “o partido apoiará um candidato como há muito tempo não o faz”, e pareceu afastar o almirante da sua possível lista de possibilidades, ao afirmar: “O PS deve apoiar um candidato da sua área política. Não conheço o pensamento político do almirante Gouveia e Melo e é muito importante, quando apoiamos alguém, acreditarmos e conhecermos qual é o pensamento e o posicionamento político do candidato”, defendeu o líder socialista.


O secretário-geral também destacou nomes como António José Seguro, Ana Gomes e Augusto Santos Silva como alternativas possíveis, mostrando que o partido ainda não chegou a uma decisão final. Porém, se o PS não apoiar Gouveia e Melo arrisca-se a conhecer, mais uma vez o sabor amargo da derrota. No meu entender Nuno Santos já devia ter tido uma conversa com Gouveia e Melo, apurado o pensamento do Almirante e decidido se este se apresenta em condições de ser, ou não, o próximo candidato do PS à Presidência da República.


O que eu sei é que o homem dos olhos cinzentos, que parecem azuis quando não estão verdes, tem um problema numa das vistas e que anda sempre com um olho mais fechado do que o outro, mas daí a avaliá-lo como pirata vai uma grande diferença. Na política as pessoas primeiro conversam e conhecem-se e só assim podem tomar opções conscientes.


Eu não tenho a menor dúvida que o Almirante irá apresentar a sua candidatura em março próximo, quer o PS o apoie quer não. Também sei que Marcelo Rebelo de Sousa não pode com o homem, só não sei é porquê. Seria péssimo ver Gouveia e Melo apoiado pelo PSD, mas não tenho dúvidas que Pedro Nuno Santos terá de tomar rapidamente uma decisão se quiser partir na “pole position” da corrida às presidenciais. Mas, para mim, não restam dúvidas que Gouveia e Melo será candidato.Por hoje é tudo, minha querida Berta, despede-se com um beijo franco, este teu amigalhaço,


Gil Saraiva

Carta à Berta nº. 70: O Orçamento de Estado e o Triplo XXI

Berta 51.jpg

 

Olá Berta,

Já vi nas notícias que choveu e bem por aí. Espero que dê para encher as barragens e para deixar os solos húmidos. A chuva faz muita falta ao Algarve.

Hoje, estou aqui para te falar da apresentação do OE, isso mesmo, o Orçamento de Estado. Mas fica descansada, não me vou armar em José Gomes Ferreira, nem em Manuela Ferreira Leite ou em Francisco Louça, muito menos em comentador bailarino, tipo Marques Mendes, que tudo comenta sem de tudo saber.

Nada disso, apenas vou falar enquanto portuga mediano que escuta o que se diz sobre o orçamento e tira as suas conclusões, próprias, pouco analíticas, do ponto de vista económico, e mais baseadas naquilo que é o seu dia-a-dia, com tudo o que um documento desta natureza lhe pode afetar e alterar rotinas estabelecidas.

Depois de ouvir os especialistas da televisão, e de ler as notícias online, acho que vou ficar na mesma. Sem grandes alterações ou sobressaltos no meu quotidiano, sendo que isso, por si só, já não é uma má notícia.

Contudo, há algumas notas que terei de realçar: o Ministro das Finanças, Mário Centeno, não abre mão do seu porquinho de zero vírgula dois porcentos de excedente orçamental. Com isso, os transportes, nomeadamente os ferroviários, voltam a ficar apenas na pouca-terra, pouca-terra; com a Linha de Sintra, já em processo de rotura para quase meio milhão de pessoas, a não ver a resolução deste problema ao fundo do Túnel do Rossio ou seja de que túnel for; a educação mantem-se em níveis que não perspetivam uma melhoria para os alunos, os auxiliares de ação educativa, os professores ou até para as imensas instalações afetadas pelas más condições ou pelo amianto; ao que parece quer o IVA da eletricidade, para os clientes de menor consumo, quer os escalões do IRS, passam para a discussão na especialidade sem garantias, até ao momento, de mexidas substanciais, mais uma vez.

Mário Centeno fala em factos históricos. É uma realidade que este é o primeiro orçamento da democracia portuguesa a dar lucro, feito alcançado pelo XXI Governo Constitucional, no século XXI, mesmo às portas do ano XXI. Mas essa bonita trilogia nada resolve de substancial.

Os ordenados da Função Pública voltam a derrapar; os impostos indiretos sobre os produtos açucarados, o tabaco, o álcool, os produtos petrolíferos, entre outros, mantém as previsões de subida; as pensões mais baixas continuam muito aquém do que era ambicionado; os desempregados de longa duração e o elevado nível de jovens à procura do primeiro emprego parecem destinados à estagnação, as soluções de fundo para a habitação ficaram esquecidas nalgum sótão perdido nos Paços do Governo; não se apresentam projetos de investimento e relançamento económico, no panorama macroeconómico, por parte do Estado; até mesmo a grande injeção de capital na saúde parece deixar apenas a ferida do SNS desinfetada, mas sem apresentação de uma cura à vista.

No entanto, minha adorada amiga, temos mais de 17 mil milhões de euros em reservas de ouro, fora os outros (vários) milhares de milhões em reservas em moeda corrente, cerca de metade guardado por cá e a outra metade em diversos locais do mundo, estando uma boa parte do bolo à guarda de um tal de Donald Trump, nos Estados Unidos da América. Uma história rocambolesca a lembrar o Tio Patinhas que deixa a família viver com salários ridículos, enquanto ele se banha na sua imensa caixa forte recheada de fortunas.

Não compreendo as lógicas de mercado, nem as negociatas da alta finança, mas sei que a utilização de apenas 20 porcento do ouro libertava completamente Portugal do sufoco e gerava um boom nacional nunca visto por terras lusas. Contudo, devo estar louco, por só eu pensar desta forma.

O uso cirúrgico dessas verbas ou até um pouco mais do que isso, não apenas podia servir para pagar os compromissos da dívida pública da República para este ano, como libertava do Orçamento de Estado uma verba tão significativa que seria equivalente a alcançarmos uma tal prosperidade que poderia levar à angariação de verbas superiores às inicialmente aplicadas.

Seria como meter um foguete na Lua, carregá-lo de pedras preciosas e com estas, de regresso à Terra, pagar o foguete e ainda ter lucro com a expedição. Enfim, coisas de quem não entende nada de economia e finanças, minha querida amiga. Isto sou eu a sonhar à noite.

Despeço-me com um beijo saudoso, enviado com gosto por este que não te esquece,

Gil Saraiva

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