Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Dando seguimento à nossa história, e pegando no que eram eventos dispersos pelos bairros realizados em modos bem mais singelos, Campos Figueira foi realmente o homem que, com um golpe de asa, criou e fez nascer a mais bonita tradição de Lisboa. As suas marchas populares, as quais celebrariam, este ano os seus oitenta e oito anos de experiência, maturidade e engrandecimento. Mas, vamos ao nosso tema, minha querida amiga:
Das Ranchadas dos Santos Populares às
Marchas Populares de Lisboa
– Parte III/V
Conforme já referi, a primeira edição foi promovida pela revista “Notícias Ilustrado”, com a ajuda e o envolvimento do entusiasmado diretor, o ilustre Leitão de Barros, e pelo “Diário de Lisboa”. Os “ranchos” de cada bairro, seculares, porque afinal a tradição se inspirava no folclore regional associado, pelas efemérides dos santos, às festividades, receberam mesmo um subsídio para ajudar nas despesas e para que a produção se apresentasse mais glamorosa do que nos seus festivos bairristas, em atos desgarrados.
“Já se sentia em Lisboa que algo de novo ia a acontecer na noite de 12 de junho”, recorda José Ramalho. “Sucede que, alguns dias antes da data marcada para a exibição, só três ranchos estavam em perfeitas condições de se apresentarem em público, para o anunciado concurso.” A eliminação prévia dos os Bairros do desfile gerou, em toda a gente a expetativa de se tratar de uma grande final.
A imprensa envolvida tratou cuidadosamente de deixar clara essa mensagem, de forma a não causar demasiados danos nos Bairros não apurados e escolhidos e a permitir que os 3 que iriam desfilar se sentissem lançados num embate de finalistas em que, só uma garra titânica e um soberbo entusiasmo, poderiam, realmente, fazer a diferença.
Com as coisas anunciadas nestes termos a adesão da população geral, incluindo a dos Bairros eliminados ficou assegurada, bem para além das melhores expetativas da organização. Alto do Pina, Campo de Ourique e Bairro Alto disputariam o primeiro concurso e o Parque Mayer revelou-se pequeno e absolutamente diminuto, quase irrisório, para tanta euforia, fervor e bairrismo.
Não nos podemos esquecer, minha querida amiga, que aos moradores dos bairros que acompanharam as marchas até ao auditório, se foram juntando os curiosos, os, entretanto, eliminados daquela final e a população que os envolvia. A certa altura até parecia que Lisboa em peso estava ali.
“A multidão era tanta que as forças da PSP e da GNR, a cavalo, dificilmente continham esse mar de gente, que ia aplaudindo os ranchos conforme chegavam. E já dentro do Parque, eram dez horas da noite, os componentes não marchavam, deslizavam, perante aquela massa humana em delírio”, descreve o mesmo José Ramalho.
O “Notícias Ilustrado” publica imagens do “êxito popular” e o “Diário de Lisboa” deixa, para além do corpo das notícias, mais algumas notas, bem ao estilo da época, que fizeram as delicias dos leitores nos dias seguintes. A loucura foi tanta que quem não sabia ler arranjava quem soubesse. Foi banal observar grupos de gente reunida em volta de alguém que dava voz às letras impressas nas publicações:
“A menina Natália Moura, com o seu par, num grupo de raparigas da marcha de Campo de Ourique, que ontem nos descantes e nos bailados provocou a atenção do público pela sua formosura e pelo seu donaire, mantendo as tradições da alegria do povo, no qual se encontram verdadeiros exemplares de beleza física”, lê-se, a título de exemplo, numa legenda da edição de 13 de junho de 1932 do DN desse dia da consagração dos heróis.
“Só quem assistiu no Parque e nas ruas a esse espetáculo impressionante de beleza popular – e foram dezenas de milhares de pessoas – pode bem avaliar do interesse público, da graça, da alegria, da originalidade, do pitoresco simpático e da bizarria que distinguiram a realização da iniciativa que o nosso jornal patrocinou”, relata o vespertino Notícias Ilustrado, concordando com o apelo feito no “Diário de Notícias” nesse mesmo dia: “Lançaram-se os fundamentos para uma grande festa anual, tipicamente portuguesa e popular, a organizar com extensão e superior critério, e que a Câmara Municipal devia tomar a si.”
De um momento para o outro, amiga Berta, a adesão alfacinha à iniciativa, numa festa que parecia não distinguir classes sociais, no que ao apoio à iniciativa dizia respeito, estava lançada. A festa popular fora ímpar, desde o primeiro momento, e quando o povo está feliz, todos estão, pela lógica instalada, igualmente contentes.
Por hoje termino, esperando que esta pequena história te ajude a fazer esquecer este momento em que não pudeste ver na televisão as Marchas Populares de Lisboa de 2020, nesse Algarve distante onde te encontras. Despeço-me, com um beijo de alecrim, repleto de saudades, com os meus beijos de Santo António, que já conheces, mas que aqui te recordo uma vez mais, na esperança de te poder fazer sorrir num dia como hoje:
Beijo, que é Stº. António,
Dia 13, sexta-feira,
Que o santo do matrimónio,
Não vai cair da cadeira.
Beijo nesta lua cheia,
Noite de marchas e festa,
Que beijar não dá cadeia,
Se for dado assim na testa.
Beijo “prá” doce menina,
Dado com muito carinho,
Que o santo não se amofina,
E nem vai fazer beicinho.
Fica ainda um grande abraço, com a esperança de que consigas recordar Lisboa com uma excelente sardinhada, pois que, pelo que sei, a sardinha aí também não falta. Este teu eterno amigo,
Continuando a minha carta de ontem sobre as Marchas Populares de Lisboa e indo diretamente para as origens existem algumas coisas para referir com significado e muito valor sentimental. Assim:
Das Ranchadas dos Santos Populares às
Marchas Populares de Lisboa
– Parte II/V
Podes não saber, minha querida amiga, mas o Primeiro Concurso de Marchas de Lisboa foi organizado em 1932 por iniciativa e ideia do Dr. Campos Figueira, nessa altura, diretor do Parque Mayer. Aliás o sucesso de 32, 33 e 34 foram de tal forma relevantes que a Câmara Municipal de Lisboa agarrou a ideia e em 1935, com ganas de dar ainda maior projeção à iniciativa. A negociação com o Parque Mayer não foi difícil, pois a autarquia aceitou todas as condições impostas pelos, até então, responsáveis pelo notável evento.
Entre as alterações impostas pela edilidade, e foram várias, a principal prendeu-se com a existência de uma canção comum para todos os marchantes. Ainda longe da ribalta, foi também nesse ano que Amália se estreou como cantora solista pela Marcha de Alcântara, tinha apenas 14 anos de idade, esta jovem e então ilustre desconhecida.
Mas foi 3 anos antes, em 1932, ao som das quadras cantadas em tom de festa (transcritas abaixo), que Campo de Ourique, graças à brilhante direção da, ainda existente, Academia Filarmónica Verdi, fundada a 26 de maio de 1872 conquistou o Primeiro Lugar, vencendo o Prémio de Imponência e Movimento, que galardoava a melhor Marcha Popular de Lisboa. Vamos às quadras:
Não posso bailar na roda,
Deixá-lo pouco importa;
Quero andar a noite toda
À roda da tua porta
ai-ló! ai-ló! ai-ló!
ai-ló! É coisa boa
A gente é que ganha o prémio
do “Diário de Lisboa”
Com efeito, a divulgação do evento tivera o patrocínio do jornal “Diário de Lisboa”. Foi ainda a celebrar os seus 60 anos de existência que a Academia Filarmónica Verdi, cuja primeira sede tinha a Rua Maria Pia como morada e que depois se mudou para o Arco do Carvalhão, onde ainda se encontra nos dias de hoje, conquistou o “1º prémio” do novo evento denominado “Marchas Populares de Lisboa”. Os diretores da Marcha, honra lhes seja feita, foram os “Pimpões” Carlos Meneses, António Coelho e João Simões. O desfile foi efetuado na Sala do Capitólio, que estava a menos de um mês de celebrar o seu primeiro aniversário de existência e glamour. Os derrotados desta final foram os bairros de Alto do Pina e Bairro Alto. Corria o ano de 1932, os versos não eram de poetas conhecidos, nem as músicas de compositores célebres ou consagrados. Também não houve padrinhos de renome ou nomeada, mas a vontade bairrista de vencer já lá estava e a adesão da população superou qualquer expectativa, arrasando por completo todos os eventos desse ano, em termos de sucesso, reportavam os jornais da época, para que o evento ficasse marcado para a posteridade, e ficou. Este feito haveria de ser repetido em 1939, com Campo de Ourique novamente a conhecer o sabor da glória, mais uma vez sob a batuta da Academia Filarmónica Verdi.
Volto a recordar-te, amiga Berta, que esta brilhante iniciativa partiu do diretor do Parque Mayer, Campos Figueira, que chefiava à época esta casa de espetáculos e todo o seu recinto, no centro da vida lisboeta, fundada 31 anos antes, em 1901.
Os Santos Populares já eram festejados nas ruas da cidade e havia a memória das “velhas marchas populares” de cada bairro, chamadas também de “Ranchadas”, que se encontravam junto ao chafariz da rua Formosa, hoje rua do Século, lembra o ensaiador José Ramalho, num texto guardado no arquivo do Gabinete de Estudos Olisiponenses da Câmara Municipal de Lisboa, a propósito das celebrações dos Santos Populares. Aliás, as “Ranchadas” tinham tradições muito antigas na história de Lisboa, organizavam-se por altura do Carnaval e dos Santos Populares.
Foram estas mesmas “Ranchadas” que fizeram chegar ao Brasil, umas centenas de anos antes, no século XVI, aquele que seria para sempre consagrado como o maior evento festivo do mundo: “O Carnaval do Brasil”.
Foi graças a Campos Figueira, que pensou em revitalizar a tradição das Ranchadas criando um “espetáculo inédito”, com direito a palco e prémios, que se criou a competição que, mesmo com alguns anos de menor entusiasmo, ainda dura nos dias de hoje, percorrendo atualmente a Avenida da Liberdade: "As Marchas Populares de Lisboa"
Por hoje é tudo, minha amiga, despede-se com um beijo de saudades, este teu sempre amigo do peito, com um sorriso no olhar e um brilhozinho de arraial no coração,
Infelizmente este ano não existirão as Marchas Populares de Lisboa, muito menos se celebrará o Santo António. É triste, muito triste minha querida Berta. Por isso penso não haver melhor maneira de relembrar a história do que falar um pouco de como as coisas começaram e dar um lamiré dos primeiros eventos.
Das Ranchadas dos Santos Populares às
Marchas Populares de Lisboa – Parte I/V
Afinal, sendo eu um amante ferranho do Bairro de Campo de Ourique, irei relembrar aqui, que fomos nós, Bairro de Campo de Ourique, o primeiro grande vencedor das Primeiras Marchas Populares de Lisboa. Sagrados campeões no remoto ano de 1932. Mas antes de me adiantar neste regresso ao passado, tenho de dizer algo sobre este triste ano de 2020.
Embora eu esteja, na generalidade das afirmações, de acordo com a Ministra de Estado, Mariana Vieira da Silva, o modo escolhido, e os termos usados para o fazer, levantam-me sérias preocupações. Não consigo encontrar justificação para o seu aparecimento na conferência diária da DGS.
O meu desacordo está no tom implícito da ministra. Nas palavras proferidas como sendo uma pacifica e muito calma ameaça velada, quase revelando um potencial recurso à força bruta se tal se vier a demonstrar necessário. Ora, esta atitude, nunca se ouviu em mais nenhum membro do Governo, nem mesmo na DGS, no Primeiro-Ministro ou nas palavras do Presidente da República.
A Ministra da Presidência afirmou, esta quarta-feira passada, que as autoridades “vão garantir” que não se fazem arraiais e festas populares, mesmo que sejam promovidas informalmente por estabelecimentos com licença para funcionar. Muito bem, mas isto quer dizer o quê?
O que significam as palavras de Mariana Vieira da Silva? Porque apareceu ela na conferência de imprensa diária de acompanhamento da pandemia da Covid-19? O que quer ela dizer com:
1)"Em articulação com os municípios e com as forças de segurança, procuraremos garantir que aquilo que está proibido não se realiza apenas por que se considera ser informal.”
Ou ainda com:
2)"A ideia de que nos podemos relacionar normalmente sem garantir o distanciamento físico, estando em festas em que nem sequer conhecemos todas as pessoas que lá estão é uma ideia errada que importa combater.”
Mariana Vieira da Silva ainda proferiu outras frases bem “lapalicianas” como:
3)"desconfinamento não significa normalidade."
4)"festas populares e arraiais estão expressamente proibidos."
5)"as regras de distanciamento social impedem a realização de festas, mesmo que privadas”.
6)Aliás, "têm sido pontos problemáticos nas últimas semanas."
7) Embora os estabelecimentos de convívio, que estejam encerrados, possam ir reabrindo "à medida que tenham orientações específicas para o seu funcionamento", discotecas e espaços de dança vão continuar fechados porque "é pouco possível pensar neles como espaços de distanciamento social.".
8)"Mesmo os que têm, sobre o seu próprio caso, uma perceção de menor risco devem saber que são sempre, pelo menos, um risco para os outros."
9) O controlo sobre todas as pessoas com quem se entra em contacto é necessário para que, "caso alguém adoeça, se possa reconstituir toda a rede de relação."
Ao que parece, todas estas verdades “lapalicianas” de Mariana Vieira da Silva, são coerentes e estão, segundo a própria afirmou, plasmadas na resolução de Conselho de Ministros, aprovada na quinta-feira passada. O que me confunde é o que a Senhora Ministra foi fazer a uma conferência de imprensa da Direção Geral de Saúde?
Não é a área dela, nunca lá esteve antes, porquê uma Ministra de Estado e da Presidência ali, nesse momento? Foi apenas para repetir o que já era público e que tinha sido, antecipadamente, 6 dias antes, comunicado à comunicação social? Numa ação da DGS com os órgãos de comunicação? Faz algum sentido? Não! Efetivamente não faz. Terá a presença de Vieira da Silva algo a ver com a mobilização de mil elementos da PSP e de mais 800 polícias municipais para fiscalizar os bairros de Lisboa hoje e durante o fim-de-semana?
Seria mesmo necessário avisar e fiscalizar, desta forma tão musculada, o Zé Povinho para que este não celebre, seja lá como for, os seus santos populares, nomeadamente o Santo António? Acho que não. Portugal teve mais casos, é certo, nas últimas 3 semanas, mas precisamente porque resolveu testar, testar e testar. Este final de semana deve atingir um milhão de testagens. Ora isso é quase 10% do seu número de habitantes. É normal que o número de infetados aumente com algum significado.
Aliás, o país tapou os olhos desde que a pandemia começou a 2 grandes grupos de risco. Quer o setor da distribuição, principalmente a componente alimentar, quer o pessoal da construção civil nunca haviam sido testados. Entre fevereiro e o fim de maio fizemos de conta que esta gente não existia. Porquê? Para não parar setores da economia fundamentais. O primeiro, devido à necessidade de continuidade do funcionamento da logística alimentar e sua distribuição e o segundo, pelo peso imenso que tem na economia.
Agora, não venham culpar o Santo António, pela estratégia conscientemente adotada. Os santos populares são populares por serem festas do Povo de Portugal. Que se evitem grandes arraiais é uma coisa, que se queira aniquilar de todo a época festiva, que tanto tem de religiosa como de pagã é outra bem diferente. Da minha parte, Berta, eu grito bem alto: Viva o Santo António.
Infelizmente, este ano, não teremos as Marchas Populares de Lisboa. Tenho pena, principalmente porque os Alunos de Apolo tinham conseguido angariar os fundos e as pessoas para que Campo de Ourique voltasse a estar presente. Fico com pena de não poder ir ver aqueles que continuam o imenso legado dos Primeiros Vencedores e Campeões das Primeiras Marchas Populares de Lisboa, em 1932, ou seja, o Bairro de Campo de Ourique.
Despeço-me, querida Berta, com um beijo de manjerico, e a alegria dos Santos Populares com um até amanhã. Este teu eterno amigo,
Escrevi ontem um requerimento para a Câmara Municipal de Lisboa. Não fiques intrigada, isto sou apenas eu farto dos abusos praticados nas cargas e descargas dos 3 supermercados da Rua Francisco Metrass em Campo de Ourique. Já se tornou banal os camiões chegarem antes das 6 da manhã, como se fossem realmente os Reis da Rua. Nem sequer distingo o Minipreço, do Pingo Doce ou do Go Natural (da Sonae). São os 3 em conjunto que geram o problema. Em resumo, o direito ao descanso da vizinhança e ao respetivo silêncio, não tem lugar na ordem de prioridades destas superfícies do retalho.
Mando-te, embora tenha tapado os meus dados pessoais com uns “aliens”, uma cópia do requerimento enviado para a autarquia. Nele solicito 3 coisas:
Uma fiscalização devidamente bem elaborada que acabe, definitivamente, com os abusos praticados no que se refere aos horários de cargas e descargas presentemente em vigor na Rua francisco Metrass em Campo de Ourique, mas uma fiscalização que multe e penalize esta gente de acordo com o que a própria lei prevê;
Um esclarecimento sobre como é possível uma deliberação e regulamento camarário se poderem sobrepor aos Decretos-Lei que se encontram em vigor no que concerne ao Regulamento Geral do Ruído.
Um pedido de alteração do horário de funcionamento das cargas e descargas, para tentar que o mesmo só seja autorizado a funcionar a partir das 8 horas da manhã.
Eu sei que provavelmente esta última solicitação vai cair em saco roto. Afinal estas cargas e descargas afetam pouco mais de 200 pessoas. Um peso que pode não chegar para obrigar a Câmara Municipal a repensar o horário atribuído a estes “aliens” que, por não pertencerem ao bairro, se estão nas tintas pelo respeito de vizinhança que deveriam ter.
Contudo, se for efetuada uma fiscalização séria aos abusos no que aos horários diz respeito, pode ser que, com sorte e algum bom senso, deixem de existir cargas e descargas antes das 7 da manhã, o que, a acontecer, já era um progresso muito significativo.
Estou ainda curioso de saber como a Câmara vai ou não contornar o facto de estar a fazer letra morta do Regulamento Geral do Ruído ao colocar horários de carga e descarga de camiões, em áreas residenciais, antes da hora estipulada por aquele regulamento.
Prometo enviar-te notícias assim que obtiver uma resposta final dos serviços. Porém, caso tudo fique em águas de bacalhau, estou decidido a avançar para um abaixo assinado a enviar conjuntamente com um segundo requerimento, espero é que isso não seja preciso, mas apenas pela trabalheira que dá e pelo tempo que demora.
Por hoje é tudo, despeço-me com um abraço enorme, sempre saudoso, este que não te esquece,
Já lá vão 8 anos, desde que a 21/02/2012, uma terça-feira em dia capicua, como o que recentemente passámos, em que lancei a primeira magazine, em formato A4, denominada Centro Comercial de Campo de Ourique, que apenas durou 3 números e que, haveria de dar lugar, até 2015 à magazine Lisboa com Alma, que lançou mais 13 números, quer com publicação digital, quer em papel.
O conteúdo continuou a ser dedicado à alma de Lisboa, ou seja, a Campo de Ourique. De realçar que, no quarto e último ano, o formato foi alterado, a pedido dos leitores, de A4 para A5. A magazine só não se manteve até hoje, porque a exposição à austeridade, e a consequente falta de verbas extras no comércio do bairro, para publicidade, acabou por se tornar fatal.
As 68 a 128 páginas da Lisboa com Alma, tinham uma composição interessante, pois que a administração decidira nunca ultrapassar em publicidade mais de 50% do total do espaço da revista. Isto deu azo ao lançamento de alguns artigos de fundo sobre o bairro, as suas gentes e a sua história, que muito orgulho tive, enquanto editor, a trazer à luz.
Ao todo foram editados 48 mil exemplares da revista, a uma média de 3 mil por publicação, foram realizadas mais de 30 entrevistas com personalidades do bairro, o que foi verdadeiramente enriquecedor. Também se publicaram artigos de fundo sobre a Casa Fernando Pessoa, a Casa Museu Amália Rodrigues, o Museu João de Deus, o CACO (o clube Atlético de Campo de Ourique), a centenária Padaria do Povo e a sua capacidade de resistir ao passar dos anos, o Geomonumento da Rua Sampaio Bruno.
Ainda tivemos tempo para as histórias do Ginásio Clube Português, da Sociedade Filarmónica Alunos de Apolo, da Panificação Mecânica que, situada numa esquina da Rua Silva Carvalho (números 209 a 223), já ultrapassou, também ela, o século de existência, pois que nasceu em 1902, e ainda descrevemos o nascimento do “Amoreiras Shopping Center” e do “Amoreiras Plaza”, como também dedicamos várias páginas à “Fundação Maria Ulrich”, ao Quartel de Campo de Ourique e à nossa Associação Humanitária Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique.
Contudo, o que mais gozo me deu, foi a criação dos prémios de excelência dedicados aos serviços, comércio e restauração de Campo de Ourique. Digo isto porque, a grande maioria dos negócios do bairro premiados, na sua respetiva categoria, agraciados com o galardão e diploma -” Lisboa com Alma”, ainda hoje, seis anos depois da última entrega, continuam a ostentar, nas suas paredes, a atribuição do referido reconhecimento, com o orgulho bem vivo de o terem recebido. Mantive até hoje a propriedade intelectual do nome “Lisboa com Alma”, quem sabe…
Este quem sabe, amiga Berta, tem a ver com a minha esperança de voltar, um dia, a relançar no bairro este prémio maravilhoso que tanta alegria deu a muita gente.
Por hoje fico-me por aqui, despeço-me de ti com um beijo carinhoso, este teu amigo de todos os dias,
Fez este mês 6 anos e meio que lancei em Lisboa, no Bairro de Campo de Ourique, um jornal local gratuito, semestral, destinado ao bairro e a quem o visitava. A ideia manteve-se viva e ativa durante 3 anos e permitiu que fossem editadas 6 publicações e distribuídos um total de 18 mil jornais. Foi uma iniciativa que me ajudou imenso a desenvolver a minha relação de proximidade com as duas freguesias que compunham, à época, a zona a que me dediquei, nomeadamente a freguesia de Santa Isabel e a Freguesia de Santo Condestável. Foi um trabalho gratificante e extremamente enriquecedor para um jornalista profissional que, como eu, se dedicava pela primeira vez à imprensa local.
Hoje em dia, as duas freguesias estão unidas e tomaram o nome do Bairro, passando a chamar-se Freguesia de Campo de Ourique, pelo que constituem a mais densa freguesia de Lisboa em termos de população e de concentração de comércio e serviços, num total de quase 2.500 empresas de comércio, negócios e serviços, encaixadas numa área de 1,65 quilómetros quadrados, com uma população que ultrapassa os 25 mil residentes.
Para fazeres uma ideia mais abrangente do Bairro, basta que te dê a noção que no número de estabelecimentos ligados à restauração ultrapassam já os 250, incluindo quiosques alimentares, padarias, cafetarias, leitarias, pastelarias, confeitarias, doçarias, cafés, tascas, tasquinhas, snack-bares, bares, pubs, “bistros”, “croissanterias”, “gastropubs”, cantinas, postos sociais de refeições, mercearias com refeições, “take-aways”, churrasqueiras, hamburguerias e restaurantes.
Convém realçar que, só no campo da restauração podes encontrar mais de 25 países, das mais variadas zonas do globo, representados pelos seus pratos típicos apresentados nas ementas. Quanto à gastronomia nacional, é fácil descobrir restaurantes representativos dos arquipélagos portugueses, do Norte, do Centro e do Sul do país. Tens nessa área os restaurantes tradicionais, regionais, vegetarianos, continentais e depois os especializados. Podes comer em espaços com ementas económicas, acessíveis ou relativamente caras, podendo escolher onde ir tendo em conta o que se tem na carteira disponível para tal.
Mas regressando ao princípio da carta, o jornal chamava-se “O Javali” porque era essa a figura que eu via quando olhava para o mapa e para os limites do bairro. Havia quem dissesse que via um elefante e quem não visse coisa alguma, mas “O Javali” foi o nome que acabou por ficar. Infelizmente a publicação nasceu no tempo da Troika e da austeridade e a administração decidiu, por motivos de viabilidade económica, encerrar o jornal ao fim de 3 anos de navegação adversa, bem como a revista do bairro que intercalava com ele e da qual te falarei amanhã ou num outro dia.
Tive imensa pena na altura. Ali se contaram, em formato A3 e em 48 páginas, em duas línguas, português e inglês, narrativas de grandes personalidades do bairro, a história de casas, ruas, monumentos, instituições e pessoas, para além da promoção do comércio e serviços locais. Também se lançavam propostas de itinerários, se destacaram os pontos de interesse e as novidades do bairro.
Lançamos receitas de culinária, fizeram-se entrevistas, ouviram-se as gentes na primeira pessoa e até houve lugar para as previsões dos astros para cada signo. Quem sabe, alguém no bairro, um dia no futuro, não voltará a pegar na ideia e a lançar uma outra publicação, agora que a austeridade já não tem o mesmo peso que na época.
E não te incomodo mais com os meus saudosismos, minha querida amiga, despeço-me com um beijo carinhoso, deste teu amigo de sempre,
Esta segunda-feira, minha amiga, fiquei a saber que o Governo da Venezuela, o mesmo que comprava Magalhães às pazadas a José Sócrates, agora sob as ordens de Maduro em vez de Chaves, anunciou, há poucas horas, a suspensão por 90 dias das operações no país da companhia aérea portuguesa TAP. A medida, indica o Twitter onde a deliberação foi anunciada, prende-se com razões de segurança, após as acusações de transporte de explosivos para a Venezuela, feitas pelo executivo venezuelano, a um voo da companhia, oriundo de Lisboa.
"Devido às graves irregularidades cometidas no voo TP173, e em conformidade com os regulamentos nacionais da aviação civil, as operações da companhia aérea TAP ficam suspensas por 90 dias", disse o ministro dos Transportes da Venezuela, Hipólito Abreu, na sua conta na já referida rede social.
Na última semana, o Governo de Caracas acusou a TAP de ter violado os “padrões internacionais”, por alegadamente ter fechado os olhos ao transporte de explosivos e ter ocultado, no seu manifesto de passageiros, a identidade do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, num voo para a capital do país sul-americano.
O Estado Venezuelano justifica ainda a prisão do tio de Guaidó, Juan Marquez, que viajava com o sobrinho neste voo, por este ter transportado “lanternas de bolso táticas” que ocultavam “substâncias químicas explosivas no respetivo espaço destinado às baterias”.
São estas as razões que levam as autoridades venezuelanas a determinarem que a TAP, neste voo entre Lisboa e Caracas, violou as normas de segurança internacionais, permitindo explosivos e também ocultando a identidade do autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, na lista de passageiros, pese embora a segurança aeroportuária não ser da responsabilidade das companhias transportadoras. Um detalhe pouco significativo, ao que parece, nas terras de Maduro.
O Governo Português, ainda refém de uma significativa emigração lusa naquele país, já solicitou um inquérito para averiguar sobre a veracidade das acusações que envolvem a transportadora aérea portuguesa, não deixando contudo de avançar já que preliminarmente não parece existir qualquer indício de irregularidades no voo que transportou Marquez e Guaidó.
O que eu acho revoltante, minha querida amiga, é o Governo de Portugal não ter reagido exatamente como Marega reagiu (e que eu condenei) aos insultos de racismo, mostrando bem alto, e com os braços de todos os portugueses elevados ao máximo, o dedo a estes difamadores sem escrúpulos da Venezuela.
É nisto que dá negociar e passar a mão pelo pelo de ditadores cretinos e dignos da mais deplorável prisão, que se consiga descobrir pelas américas.
Porém, regressemos à última quadra, deste teu desafio de 21 dias, no âmbito das quadras populares sujeitas a mote a que, tão habilmente, me sujeitaste.
Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 21) Efeitos Secundários.
Efeitos Secundários
Trinquei de leve, com jeito,
A carne fofa, encantada,
E essa trinca em teu peito
Deixou-me a calça molhada...
Gil Saraiva
Fico a aguardar o veredito final à forma como superei ou não o teu desafio. Por agora despeço-me com um beijo,
Eu sei que o início temático, nestas minhas últimas cartas, tem sido um pouco pesado. Por isso, para aliviar a coisa, escolhi para o dia 7 de fevereiro o terceiro aniversário da nossa vitória no Festival da Eurovisão. Foi a 7 de fevereiro, precisamente há 3 anos que “Amar pelos Dois” de Salvador Sobral, terminou com a maldição das classificações secundárias de Portugal neste evento. Vencemos e deixámos a concorrência a milhas, relativamente aos pontos que cada canção atingiu, na final do certame de 2017.
Salvador Sobral era nessa altura um músico desenquadrado da ribalta festivaleira, que sofria de um grave problema de coração, sendo visto, por quem o conhecia, como uma espécie de anti-herói de quem não seria de esperar feito algum. Contudo, o mais imprevisto dos prognósticos concretizou-se quando conquistou o mundo, fazendo história ao interpretar o tema escrito pela irmã, Luísa Sobral, trazendo o ambicionado caneco para o país que oficialmente o desdenhava, mas que secretamente o ambicionava como de pão para a boca.
O ano passado o cantor, depois de uma operação bem-sucedida do transplante ao coração e da respetiva recuperação da mesma, regressou finalmente aos palcos, lançando o seu segundo álbum “Lisboa, Paris”.
Nos últimos tempos, o cantor, que sente orgulho de ter vencido o Festival da Eurovisão, mas que não dá relevância à excelente passagem que teve nos “Ídolos”, adora apresentar em palco, clássicos que considera imortais, com especial destaque para com aquele que julga ser o maior interprete de todos os tempos, ou seja “Jacques Brel”. Ouvi-lo no papel do seu herói é uma experiência singular que te recomendo, minha querida amiga.
Passemos agora às quadras populares sujeitas a tema com que me tens desafiado. O tema Vegan foi, entre os últimos o mais difícil. Contudo, gostei do resultado.
Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 15) Vegan.
Vegan
Dizes que carne não comes,
Vegan, é que é boa malha,
Ficas magra, quase somes,
Todo o burro come palha…
Gil Saraiva
Com esta quadra me despeço até à carta de amanhã. Recebe um beijo amigo, deste sempre presente compincha, que não te esquece nunca,
Esta é nonagésima nona carta que te escrevo. O tempo passa, minha querida amiga, e quase não damos por ele. Parece que foi ontem que começamos a trocar correspondência. Espero que as nossas cartas te tenham proporcionado o mesmo que a mim. Estes últimos 3 meses e tal foram deveras criativos. Este facto é, pelo que consigo lembrar-me, a única coisa boa da tua partida de Lisboa rumo ao Algarve.
Saber que alguém espera por um dado momento do dia para nos ler é algo muito agradável. Ainda para mais se for, como acontece, alguém com o devido sentido crítico. Contudo, se algum dia te fartares estás à vontade para avisares. Nada disto teria qualquer graça se fosse feito por frete, a contragosto ou algo do género.
O teu tema de hoje, para as quadras populares, foi dos mais difíceis até agora. Bem… também me pode ter faltado a inspiração na hora de escrever, porém, acho que consegui passar a ideia, mas tu é que serves de júri. Se reprovares alguma eu quero ter direito a, pelo menos, mais duas tentativas, combinado? Espero que sim.
Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 6) O Chico Esperto.
O Chico Esperto I
(Primeira Tentativa)
Quem sem água mata a sede,
É esperto ou oportunista,
É como pescar, sem rede,
Há que ser-se especialista.
O Chico Esperto II
(Segunda Tentativa)
A mim não me enganas tu...
Tudo sabe o rei do esquema,
Vende frango por peru,
Para ele, truque é poema.
Gil Saraiva
Por hoje é tudo, recebe este beijo com que me despeço, feliz por estas nossas conversas escritas, com carinho e saudade, este teu amigo do costume,
Deixei para hoje um restaurante e bar, quase pub, que nasceu em novembro de 2019, em Campo de Ourique. Estou a falar de um espaço, anteriormente ocupado pelo Túnel 16, snack-bar e restaurante, onde, agora, uma nova marca se assume como um dos mais inovadores e admiráveis espaços de restauração em toda a cidade de Lisboa.
A decoração, minha saudosa amiga, a lembrar velhos tempos, é paradoxalmente refrescante. O jogo de ornamentação varia entre espelhos, discos e capas de vinil, protegidas do ambiente por um acrílico transparente ou molduras com vidro frontal, que facilitam a limpeza e manutenção das paredes primorosamente alindadas, dando à limitada área de apenas 24 lugares sentados, uma dimensão que esta, efetivamente, não tem. É, portanto, altura de entrar no terceiro restaurante desta minha seleção de restaurantes do bairro.
Série: a Arte de Bem Comer em Campo de Ourique.
3) Dali, Cozinha Surreal:
O espaço culinário mais original de Campo de Ourique.
Estou, repito, a falar do Dali, Cozinha Surreal, na Rua Infantaria 16, no número 43, a pouco mais de 20 metros da Rua Ferreira Borges, mesmo em frente ao Quartel de Campo de Ourique, à direita de quem sobe, em direção à Rua Silva Carvalho. O local é notoriamente digno de elogios, mas, cara Berta, o que mais surpreende, não é o bigode, à Dali, de um dos coproprietários e barman do recinto, o senhor Victor Cavalheiro, um verdadeiro gentleman na arte de bem servir, mas o menu surreal com que somos brindados, de uma imaginação como não me lembro de ver outra.
É que, se os preços da carta de bar visam afastar, logo à partida, clientes de fraco nível económico, a ementa apresenta valores acessíveis e pensados para nos surpreender, deliciar o palato e confortar o estômago com as iguarias apresentadas. São 8 as regiões do globo contempladas em outros tantos pratos no menu.
Entre a seleção de comidas do Brasil apresentada encontramos a “Moqueca Brasileira de Peixe e Camarão”, do Oriente aparece o “Tartar de Salmão Maçaricado” e dos Estados Unidos da América podemos saborear as famosas “Asas de Frango Picantes”. Depois de Itália aparece o “Carpaccio de Vitela”, da vizinha Espanha é sugerido encomendar o “Polvo à Galega”, já do país dos mestres da culinária, ou seja, de França, vem o “Boeuf Bourguignon”. Por fim, as mil e uma noites da Arábia suportam um “Quibe Vegan de Abóbora e Quinoa”, bem dentro dos teus gostos, querida Berta, enquanto, de Portugal, não se pode perder o “Pica-Pau na Panelinha”.
Mas há mais, muito mais, a “Picanha Brasileira” um bom naco alto e malpassado de carne suculenta e deliciosa, o “Cachorro Quente” e o “Hambúrguer Dali”, ambos de inspiração americana, o “Camarão no Varal” das terras de Shiva, as espanholas “Gambas al Aguillo” ou o “Presunto Ibérico Genuíno”, o prato italiano de “Duo de Bruschettas de Pomodoro e Brie com Parma”, as francesas “Ostras Gratinadas” e o tradicional “Bacalhau à Gomes de Sá”, feito de forma irrepreensível.
Posso ainda destacar-te, cara amiga, como entrada os “Corações de Frango Grelhados” inspirado em Terras de Santa Cruz, as sobremesas “Brownie de Nozes” com gelado, uma tradição americana, a “Cartola” brasileira, de banana e queijo, ou o “Queque de Cacau” e o “Bolo de Rolo”.
A cozinha, aberta de segunda a sábado, com o mesmo horário do estabelecimento, do meio-dia à meia-noite e ainda aos domingos do meio-dia às 17 horas, tem num duo feminino o segredo das iguarias apresentadas, ambas sócias do Dali, ambas vindas do Brasil, Jaqueline Leite e a chef Carol Silva.
Os vinhos de reserva têm todos rótulo português e são de curadoria especial da Wine Concept, de Lisboa. Terias muito que provar ali, Berta, tu que és uma fã incondicional do vinho tinto. Todavia, voltando ao Dali, o restaurante faz, desta forma, um esforço em possuir uma adega que represente os principais vinhos de todas as regiões do país, com uma carta pronta a proporcionar excelentes descobertas aos apreciadores, principalmente, no que aos vinhos tintos diz respeito.
Contudo, aqui ficou-me a dúvida, pois sei que o sócio Tavinho Viera, é o responsável pelas opções vinícolas do Dali, estará este senhor também ligado à Wine Concept, deixo essa descoberta para os mais curiosos, uma vez que o que aqui me interessa é apenas e só aquilo que, como cliente, consigo desfrutar numa casa.
A não perder a recente criação da “Happy Hour” que se inicia pelas 17 horas. Caso o cliente não tenha preocupações económicas, recomendo ainda que não deixe de beber o “Cognac Especial” da casa, um “Camus” de ir às lágrimas e chorar por mais. Antes que me esqueça, recomendo a quem aqui deseje vir, principalmente, às horas das refeições, que faça marcação pois os lugares, como já referi, não são abundantes. Basta ligar para o número 966 259 945 e dizer o dia, hora e quantas pessoas são.
Se a habilidade e mestria das cozinheiras Jaqueline e Carol, é fundamental para a genialidade da casa, o atendimento, serviço e simpatia de Victor, um vero Cavaleiro feito Dali, é, sem qualquer margem para dúvida, o maior segredo daquele que considero ser, à distância, o espaço culinário mais original, desconcertante e arrojado de Lisboa.
Tipo: Especialidades / Cozinha do Mundo
Aberto: Todos os dias das 12 às 24 horas
Fecha: Domingo depois das 17 horas.
Preço: Restaurante: Acessível / Bar: Puxado
Classificação Única no Género: 5 Estrelas
Termino por aqui o meu discurso. Julgo que quando vieres a Lisboa, minha querida amiga, desejarás passar pelo Dali. Despeço-me com um beijo, este que não te esquece e muitas saudades sente,