Carta à Berta: Pedro Costa e o "Eu É Que Sou o Presidente da Junta" - Parte I
Olá Berta,
Cá estou eu feliz por retomar estes meus desabafos contigo. Foste votar? O que achaste das eleições autárquicas? Votaste bem? Certamente que sim. Só vota bem quem vota em consciência e sabe porque o faz. Eu também votei fazendo justiça às minhas convicções políticas e não me saí nada mal. Adorei os resultados e as surpresas eleitorais. Hoje envio-te a primeira parte do que eu chamei de “Pedro Costa e o “Eu É Que Sou o Presidente da Junta”.
Sabes, minha amiga, fez-me lembrar o tempo em que pertenci a uma comissão política distrital de um partido e depois à sua comissão executiva, juntamente com lugar na comissão política do mesmo partido num conselho algarvio. Ainda me lembro das duas eleições autárquicas em que participei como responsável de campanha autárquica e ajudei a eleger, em ambas, o Presidente da Câmara.
Como deves saber porque me conheces, amiga Berta, eu sou um pacato vagabundo de esquerda, embora nada tenha de radical. Mas é essa origem, tão contrária à minha família, que me faz ter pena de ver o PS perder a Câmara de Lisboa. Porém, embora me custe, não foi nada de que eu não tivesse à espera. Fernando Medina descurou todos os sinais e deixou-se estar soberbamente deitado à sombra da bananeira.
As duas grandes barracas deste ano deviam ter sido bandeiras vermelhas para o autarca, mas não foram. O mal é que ninguém avisou Medina, minha querida, que as suas atitudes perante as situações não estavam a ser bem aceites.
Não se defendeu convenientemente das celebrações da vitória do Sporting no Campeonato e, pior ainda, geriu pessimamente o caso das comunicações das manifestações às embaixadas. Em ambas as situações, Berta, se sentiu negligência e soberba, como se ele estivesse, enfim, bem acima da carne seca. Fernando Menina, digo, Medina, ficou na manicure, fiou-se na virgem, ou seja, nas “santas sondagens” e não saiu da sombra fresca da bananeira.
Em sentido contrário agiu o antigo dono do Winston Bar, situado na Rua do Sol ao Rato, em Campo de Ourique. Pedro Costa, filho de António Costa, é o exemplo perfeito de um percurso político, planeado ao detalhe (não me perguntes por quem). Contudo, esse planeamento só se iniciou há cinco anos, em 2016, mas já lá irei.
Aliás, continuo esta trilogia na próxima carta, para não me alongar demasiadamente hoje. Deixo um beijo de despedida, certo de que estás curiosa por saber como vai terminar esta saga, porém, para já, vais ter de aguardar um pouco mais, com amizade, saudosamente,
Gil Saraiva