Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Vem aí o arranque da primeira grande cruzada desportiva do país para uma projeção e afirmação internacional em 2021. Estou a falar da Liga das Nações com os próximos jogos a acontecerem em setembro. Fernando Santos, o selecionador nacional já divulgou os convocados. Sinceramente, minha querida Berta, eu espero que o treinador se mantenha como um homem de fé aos comandos dos lusos cruzados.
Contudo, e acima de tudo, conto que continue bem afastado dos vendilhões do templo das previsões. Estou a falar de gente como os astrólogos, os cartomantes, os videntes e os outros nigromantes, que pululam no seio da nossa comunicação social. Gente sem conhecimentos ou escrúpulos, que apenas cumprem o papel de denegrir as ciências ocultas. Se falo disto agora é porque ainda não me esqueci das previsões dessa gentinha oportunista, no final do ano passado, sobre a maravilha de ano que Portugal iria ter em 2020, um ano que foi, sem margem para discussões, o pior ano da democracia portuguesa ou até o pior desde a implantação da República em Portugal.
Volto à Seleção Portuguesa de Futebol e ao treinador, Fernando Santos, que anunciou ontem, na Cidade do Futebol, a lista de convocados para os jogos da Seleção Nacional diante da Croácia e da Suécia, a contar para a Liga das Nações, prova que Portugal já ganhou em 2019.
O Selecionador tem de preparar os convocados para 2 embates. A equipa da Lusitânia enfrenta a Croácia no dia 5 de setembro, às 19h45, no Estádio do Dragão, naquele que será o primeiro jogo durante a pandemia e passados 3 dias será a vez de competir com a Suécia, em Solna, também às 19h45.
Verificou-se, amiga Berta, a chamada de alguns novos elementos ao plantel, conforme poderás comprovar na lista que apresento de seguida. Porém, pessoalmente, gostaria de dar as boas-vindas a Trincão, de quem espero grandes coisas nesta caminhada que se avizinha.
CONVOCADOS:
Guarda-redes: Anthony Lopes, Rui Patrício e Rui Silva.
Defesas: João Cancelo, Domingos Duarte, Nélson Semedo, José Fonte, Pepe, Rúben Dias, Mário Rui e Raphael Guerreiro.
Médios: Danilo Pereira, Rúben Neves, André Gomes, Bruno Fernandes, João Moutinho, Renato Sanches e Sérgio Oliveira.
Avançados: André Silva, Bernardo Silva, Cristiano Ronaldo, Diogo Jota, Gonçalo Guedes, João Félix e Trincão.
São estes os novos cruzados da Ordem Templária da Grande Bola, chamados para os próximos 2 jogos. Os que ainda não foram batizados pelo Grão-Mestre Fernando Santos, sê-lo-ão nos próximos dias e passarão a conhecer o Profeta.
Santos, o Supremo Líder do Esférico Luso, irá, uma vez mais, lançar os seus acólitos na demanda da Santa Taça Futebolística das Nações, imbuído da sua inabalável fé nos céus e nos seus bravos cruzados. O caminho pode ser árduo, mas nunca vi, em toda a minha existência, alguém com tamanho acreditar nesta que, não sendo uma guerra santa, nem tendo os adversários como inimigos, é uma luta pelo brio e glória nacional. É isto, e a passagem deste testemunho às tropas, que faz de Fernando Santos o nosso mais bem-sucedido Marechal da Redondinha.
Espero, sinceramente, que a RTP 1 cumpra o serviço público para a qual se mantém como televisão pública nacional e que transmita ambos os jogos. É com estes votos que deixo um beijo amigo de despedida,
A Ressurreição de Jesus, e obviamente estou a falar do Benfica, já todos os meus amigos sabem que não me agrada, ainda há dias o referi aqui. Porquê? Porque este Jesus é o protótipo chapadinho do orgulho e narcisismo luso, cruzado com o Marialva do Cais do Sodré, ou com o pintas do Zezé Camarinha ou do 3 Beiços, lá dos Algarves, de tempos idos. Podia dizer que ele seria o Chico Fininho da cantadeira, mas Jesus não consome drogas, embora às vezes pareça, com aquele penteado e perfume bem semelhante.
Contudo, é o melhor exemplo que conheço do “Made in Portugal com muito orgulho”. Não gosto, e já não gostava em Cavaco Silva, do ar de quem nunca se engana e raramente tem dúvidas. Por outro lado, também não me agrada este novo Jesus emigrante regressado a casa, que, no seu “riquíssimo novo modo de vida”, abana a pulseira de ouro à “Senhorzinho Malta” e pouco sabe daquilo que se usa no português enquanto língua, incluindo a conjugação gramatical ou a sintaxe, semântica e tudo o resto.
Nem sequer gosto da importação excessiva de azulejos (entendam-se jogadores) para adornar a casa que, segundo as mais recentes influências bebidas no estrangeiro, precisa de renovação evidente. Embora concorde que algo tem de ser feito na equipa para animar as hostes e veja, com bons olhos, a possível, mas longínqua, contratação de Cavani.
O problema é a tendência de Jesus para algum exibicionismo desmedido, fruto da sua nova riquinha prosperidade (sim, porque uma riqueza começada há 10 ou 11 anos ainda é nova, na mesma). Com isso, o Benfica vai ter o Pedrinho, já contratado antes da chegada do Senhor, mais o Everton Cebolinha, o Gilberto, depois, anuncia-se Cavani, agora o Di Maria, também chegam rumores por de Bruno Henriques e de mais uma boa meia dúzia de grandes talentos de vários pontos do mundo do futebol.
Parece, à primeira vista, que o Benfica vai inscrever uma segunda equipa na Primeira Liga, tantos são os reforços sonantes que aparecem, por arrasto, associados a Jesus, a Deus (o treinador adjunto) e ao Espírito Santo (que é, na ostensão, uma espécie de Novo Banco, que embora anuncie tudo o que de bom existe no seu seio, não mostra o quanto de mal pode vir à tona).
Se o Senhor tem estes defeitos evidentes, que me desagradam de forma clara, também tem a qualidade do “Chico Esperto” nacional e do “Desenrasca” para todo o ofício. Por fim, os “Galifões” têm a caraterística de serem seguidos com afinco pela sua prole de fãs, neste caso: os jogadores, que, perante o Senhor, tentam muitas vezes demonstrar que também eles conseguem fazer milagres no relvado bendito. Dito isto, também é óbvio para mim, que, na presença de adversários, sempre defenderei o Benfica, mesmo que para isso tenha que engolir um sapo.
Neste caso, o sapo, é a hóstia sagrada e a doutrina de um Jesus que me desagrada, mas que tem de ter algum mérito face ao que fez recentemente no Flamengo, por exemplo, ou seja, não gosto, mas como, mesmo que para isso tenha que recorrer a alguma poção com o mesmo princípio ativo dos sais de frutos “Eno”.
Agora, e isso é inevitável, sou daqueles que estará de navalha em punho para a “noite dos facas-longas” quando Jesus meter o pé na argola. Pode parecer injusto, mas é a natureza humana. Ninguém critica aqueles de quem gosta, por vezes até lhes desculpa os defeitos, mas os que lhe provocam urticária que se cuidem, pois sobre esses pode muito bem cair o Carmo e a Trindade.
Sou daqueles que facilmente dirá, se Jesus tiver sucesso, que tudo se deve aos jogadores e ao clube e que estará sempre pronto para colocar Jesus ou Luís Filipe Vieira no banco dos réus se preciso for. Acima deles está o Benfica, o voo da águia, o vermelho e branco de uma paz conquistada com sangue suor e lágrimas, em caso de necessidade. É engraçado, mas quando o Senhor andava por terras de Copacabana eu até era um apoiante convicto, mas isso era longe, bem longe do meu amado Benfica. Pronto, e mais não digo. Recebe um beijo de despedida, amiga Berta, deste teu velho amigo,
Espero que esta carta te vá encontrar de boa saúde. Eu hoje estou um pouco triste. O Benfica foi ao Porto jogar e, infelizmente, contraiu o Corona. Falta saber se é mesmo o vírus. Pelo que se fala, vai ficar pelo menos 3 dias de quarentena, para despistar a maleita. É bem feito que é para aprender que as estratégias se planeiam jogo a jogo. Não há, nem nunca houve, uma fórmula mágica geral contra as epidemias. Afinal treinador prevenido vale por 2. Não achas?
Há quem diga, ainda, que a culpa foi do hotel, que andou a dar cerveja mexicana aos jogadores, mas não me parece que a Corona Extra fizesse mal a todos os atletas e pior ainda ao treinador. Se fosse por mim era uma laje pela cabeça abaixo, não muito grossa, apenas o suficiente para fazer galo, para ver se o homem não arranja desculpas parvas para mais uma humilhação. Já chega, diria um certo político que também parece ser do Benfica, pelo menos, a ter em conta, a quantidade de disparates que vomita.
Eu, por enquanto, estou convencido que é alergia ao Dragão. Nunca se sabe se o bicho não tem assim uma espécie de bafo de onça. Ah, por falar nisso, que rico tema que a minha querida me arranjou para hoje, já não chegava a minha disposição:
O amigo da onça. Não me bastava o bafo do animal, a espalhar a nova gripe das aves pela Águia, ainda tenho essa quadra para criar. Se a quadra sair com asneira à mistura não te admires, pois, como deves calcular, não me encontro nos meus melhores dias. Tentarei, dentro do exequível, ser o mais suave possível.
Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 4) O Amigo de Onça.
O Amigo da Onça
Se queres ser meu amigo,
Mal de mim não digas tu,
Acredita que consigo
Mandar-te levar no cu.
Gil Saraiva
De repente sinto-me mais relaxado. Desabafar fez-me bem. Despeço-me com o costumeiro beijo saudoso, deste teu grande amigo que não de esquece, sempre ao teu dispor e com a maior das considerações,
Espero que te encontres bem e que não estejas zangada comigo por causa da história da Miss Universo. Tu conheces bem o que eu penso sobre esse assunto e decerto não levaste a mal eu continuar a teimar que não gosto desse tipo de concursos.
Também não gosto da apresentadora da Sic, a Cristina Ferreira, e tu gostas. Não há nada a fazer. Eu não gosto pelo tom, timbre, ausência de cultura geral e alguma falta de polimento da pessoa, enquanto que tu a admiras pelas conquistas, pelo protagonismo e pelo destaque num mundo de homens. É assim mesmo, não somos iguais, mas damo-nos muito bem, mesmo com as nossas diferenças.
Hoje, o assunto desta carta prende-se com as sansões impostas à Rússia pela Agência Mundial de Antidopagem, a AMA, que, com uma votação por unanimidade, determinou a exclusão da Rússia dos Jogos Olímpicos de Verão Tóquio 2020, de Inverno Pequim 2022 e de todos os campeonatos do Mundo nos próximos 4 anos. A organização prevê, contudo, a possibilidade de os atletas russos competirem sob bandeira neutra, o que, porém, só nos desportos individuais é que a coisa faz sentido. Em causa estava o esquema de dopagem concertada, planeada, desenvolvida e apoiada pelo Estado Russo aos seus atletas, de forma a que os mesmos conseguissem despistar as análises do controlo antidoping.
Foi precisamente a descoberta do esquema, e o seu desmantelamento, o que levou ao castigo agora proferido pela AMA. Será algo para dizer que a organização AMA trata todos por igual e que, alegadamente, não tem filhos nem enteados. O controlo antidoping desde que nasce é para todos.
Dizem, contudo, as más línguas, que certos Estados e não apenas o Russo, estão a desenvolver novos tipos de drogas, que, num futuro próximo, consigam fintar as análises com novas indetetáveis drogas pelos sistemas de análises em uso e normalizados pela AMA. A ser verdade, o desporto mundial não terá paz tão cedo e é bem provável que a organização de controlo se tenha que vir a adaptar muito rapidamente se quiser manter a sua eficácia nos níveis atuais.
Em causa está o facto dos velhos tubarões do desporto não quererem perder protagonismo face a países emergentes onde, finalmente, o desporto tem vindo a ser levado mais a sério. Tudo parece valer para suplantar os rivais em medalhas, sejam elas individuais ou coletivas. Já nem se importam apenas com o serem melhores, a preocupação mudou de paradigma, o que é realmente importante é parecerem melhores.
Não se sabe ainda se a Rússia vai recorrer ao TAS, o Tribunal Arbitral do Desporto, sobre as sansões impostas pela AMA, no que ao cumprimento dos regulamentos antidoping diz respeito, porém, tudo leva a crer que tal possa não vir a acontecer.
Afinal, a coisa não correu assim tão mal à Rússia que vai acolher, apesar da suspensão imposta, o Euro 2020 e a final de 2021 da Liga dos Campeões. Isto acontece porque, sendo estas são competições sectárias, que envolvem apenas um território mais restrito, a Europa, neste caso, e que não sendo mundiais, escapam à alçada das sanções e penalizações agora impostas.
O que é triste, minha amiga Berta, é a falta de vergonha, de pudor, de humildade e de desportivismo com que estas coisas são planeadas e levadas a cabo. A corrupção está de tal forma banalizada que tudo parece normal e corriqueiro. Durante quanto tempo mais conseguirão as “AMAs” deste mundo levar a bom porto a sua missão de controlo?
Podemos estar na era da informação, dos média, das bases de dados, das redes sociais, mas também estamos na era dos contactos, das cunhas, da troca de favores, das subidas na horizontal ou de bandeira hasteada, dos lóbis, das boleias e da falta de promoção do mérito, como primeiro fator realmente diferenciador.
Raramente, alguém atinge o topo, por mérito próprio. Nessas alturas é quase cómico observar as reações que um tal facto provoca. Com uma velocidade estonteante aparecem histórias e páginas de jornal ou nas redes, relatando cada podre com linhas vermelhas onde o ódio predomina. Antigamente, se nada havia a apontar a esse vitorioso, essas vozes iam-se calando até a pessoa ser esquecida, agora tudo mudou. Nada mais fácil do que pôr a correr umas “fake news”, várias, se possível, por forma a deitar a baixo o “self made” campeão ou campeã. Sim, porque para esta gente é quase um crime alguém triunfar apenas pelo seu mérito próprio.
É com tudo isto que temos de viver. Vamos protestando, um pouco no vazio, e tentando, a custo, fazer a diferença. Importante é nunca desistirmos. Nem tu, Berta, nem eu, nem quem acredita que a justiça e o mérito podem um dia vir a prevalecer.
Deixo-te um beijo de saudades, recebe-o com carinho deste teu eterno amigo,