Carta à Berta: Memórias de Haragano - A Revolução Começa na Cama - Parte VIII
Olá Berta,
Antes de começares a ler as memórias de hoje não te esqueças que são referentes a factos todos passados já lá vão mais de 4 anos, no mínimo, não me recordo se as escrevi em 2016 ou antes, mas foi algures entre 2012 e 2016. Mas, vamos a elas:
Memórias de Haragano: A Revolução Começa na Cama – Parte VIII
“Não basta falar apenas de comentadores e políticos, há mais mundo por aí. Se certas personalidades do jet-set fizessem Trios de Canto eu podia não os achar mais interessantes do que antes, mas considero que a coisa seria animada, principalmente se apresentada por um daqueles eternos rostos da RTP, acho mesmo. Esclareço que nada me move contra o jet-set ou outros ilustres da ribalta (alegadamente inútil), no que ao seu trabalho, enquanto profissionais, diz respeito, e que até prefiro nunca ter de vir a escrever sobre eles, mas faz-me confusão que se valorizem pessoas pelo simples facto de aparecerem em eventos sociais. Porém, nem sempre fazemos o que queremos e eu não sou ninguém para vir para aqui falar de Castelos Brancos ou de quaisquer outras cores monárquicas, nem de outras figuras tornadas intervenientes e famosas, sem que para isso se lhes descubra o mérito próprio, que lhes devia ser devido.
Mais a Norte e para um dia bem passado recomendo o Mercado do Bulhão. Porque, se um dia ele fechar para obras ou remodelação, só nos restará a Assembleia da República que pode ser até mais garrida, mas faltar-lhe-á sempre algum vernáculo característico.
Falando do tema da Presidência da República, nesta altura representada por alguém que prefere a palavra fonte a poço, sou da opinião que não se mexe no que está no seu devido lugar. Eu sempre disse, quando estava um outro naquela cadeira, que o impossível apenas levava mais tempo a acontecer, mas que acabaríamos por lá chegar. A única conclusão a tirar é que há quem nasça para nos representar e quem tenha uma excelente vocação para pastor de cabras ou para protagonista de filmes de místico mistério em peliculas sobre o Antigo Egito. Como já expliquei anteriormente, chama-se a isso progresso. Tempos virão em que o cargo terá um representante que verdadeiramente o dignifique e que nos conforte o espírito e a alma. Há que acreditar.”
Atualmente, em plena pandemia, é quase paradoxal comparar os nossos 2 últimos Presidentes da República. Ainda mais tendo em conta que ambos vieram da mesma área política e que deveria ser possível notar certas semelhanças nas atitudes e nos comportamentos. Porém, os factos revelam uma verdade completamente oposta. Compará-los é um exercício que até se torna penoso.
Tentando arranjar exemplos, seria como dar a escolher a alguém entre bofe (pulmão de vaca) e bife do lombo, isto não contando com os vegetarianos e os vegans que excluiriam ambos, ou entre Frankenstein e Charlie Chaplin, ou ainda entre Ana Gomes e Angelina Jolie quando ambas tinham menos 20 anos.
Passou-me pela cabeça compará-los com o vinho tinto. Fiz mal. Nesse campo, seria o mesmo que estar a tentar escolher entre um vinho velho, de uma marca desconhecida, que se passou e nem para vinagre serve, sendo uma total zurrapa e um Barca Velha em ano de absoluta excelência. Incomparáveis sobre qualquer espécie de parâmetros.
Já me alarguei no alegadamente imaginário, este teu amigo despede-se, amiga Berta, com o beijo e os mimos habituais até amanhã,
Gil Saraiva