Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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O Inverno regressa em força este fim-de-semana. A Proteção Civil já veio fazer (esta passada sexta-feira) o devido aviso à população. Com efeito, vem aí de novo a chuva, a neve, o vento e a agitação marítima, quer já para este sábado, quer para todo o domingo. A culpa deste alerta é inteiramente imputado à depressão Karim.
Dividindo o fim-de-semana nos dois dias o IMPA, o Instituto do Mar e da Atmosfera, diz que se pode contar, já para hoje com chuva temporariamente forte a partir da manhã no litoral Norte e Centro, progredindo gradualmente para o restante território, sendo que o vento deve rondar os 50 km/h do quadrante sul, por vezes, com rajadas até 90km/h no litoral e até 110 km/h nas terras altas. Contudo, a ventania deverá diminuir progressivamente de intensidade a partir da tarde. O IMPA prevê ainda uma redução de visibilidade devido a chuva e possibilidade de nevoeiro matinal no interior.
Quanto a domingo as previsões anunciam chuva temporariamente forte durante a madrugada no interior, passando a aguaceiros. Existe também a possibilidade de granizo e neve acima de 1000 metros de altitude. O vento deverá soprar até 30 km/h do quadrante oeste rodando para noroeste, por vezes temporariamente forte até 40 km/h nas terras altas. Também durante este segundo dia do fim-de-semana se notará uma redução de visibilidade devido a chuva. Mais aborrecida é a previsão de uma descida da temperatura.
Tendo em conta o que acabei de referir a Proteção Civil avisa para o perigo de existência de um piso rodoviário escorregadio por provável acumulação de gelo, neve e formação de lençóis de água, bem como emite um alerta para a possibilidade de cheias rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem. Na continuação das notícias menos agradáveis fica registada a possibilidade de inundação por transbordo de linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis, assim como a queda de ramos ou árvores e a possível interferência do mau tempo em infraestruturas associadas às redes de comunicações e energia e desconforto térmico.
Passo de seguida, a enviar-te, amiga Berta, o comunicado da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil onde constam as medidas preventivas, para os cidadãos, nomeadamente:
“Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas.”
“Adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de gelo nas vias rodoviárias.”
“Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas.”
“Nas vias afetadas pela acumulação de água, são desaconselhadas viagens com crianças, idosos ou pessoas com necessidades especiais.”
“Evitar circular naquelas vias com veículos pesados, em particular articulados, veículos com reboque e veículos de tração traseira.”
“Ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos ou árvores, em locais de vento mais forte.”
“Ter especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a estes fenómenos.
“Prestar atenção aos grupos mais vulneráveis (crianças nos primeiros anos de vida, doentes crónicos, pessoas idosas ou em condição de maior isolamento, trabalhadores que exerçam atividade no exterior e pessoas sem abrigo.”
Em resumo, a depressão Karim, vem ajudar toda a gente, minha querida Berta, a cumprir o confinamento e o isolamento social e bem podes voltar a pôr a roupa de inverno na cama. Despeço-me com um beijo,
Valência, é, nominalmente, a terra dos valentes de Edeta, dos que têm força, coragem e determinação. Edeta, que mais tarde se viria a chamar de Líria, emprestou a denominação do seu povo aos valencianos a quem os romanos chamavam de Valentia Edetanorum os seja a terra dos fortes, corajosos e determinados edetanos, possuidores de uma valentia assinalável. A cidade de Valência foi fundada pelos romanos no ano 138 a.C. Ou seja, Valência tem atualmente 2.162 anos de idade.
Quando há 4 anos te escrevi esta crónica ia falar-te dos diferentes parques temáticos existentes na comunidade valenciana, mas hoje isso não faz qualquer sentido. Porém, se analisarmos os tempos correntes temos, isso sim, que nos debruçar na temática das alterações climáticas e nos seus efeitos no seio da comunidade valenciana.
225 mortos! Uma tragédia provocada pelas chuvas e pelas inundações que se lhe seguiram. Ora, os dados indicam que 217 pessoas morreram na Comunidade Valenciana, sete em Castilla-La Mancha e uma na Andaluzia. Assim sendo, foram efetuadas 225 autópsias (oito pessoas morreram de causas não relacionadas com a catástrofe) e 217 foram totalmente identificadas, ou seja, morreram de causas relacionadas com a catástrofe.
Ainda segundo a atualização do governo espanhol, 209 corpos já foram entregues às suas famílias e 14 pessoas continuam desaparecidas. As Forças Armadas realizaram 1.783 missões e, entre outras tarefas, está a ser prestado apoio ao reconhecimento de gases tóxicos nos coletores da rede de esgotos, tendo sido inspecionadas 617 garagens e caves.
A população foi afetada pelas inundações causadas pela tempestade (conhecida localmente como DANA, ou seja, uma “depressão isolada em níveis altos”). O sistema de tempestades que afeta Espanha é causado por ar quente que colide com ar frio estagnado e forma poderosas nuvens de chuva. Uma verdadeira danação, diria eu.
Nestes últimos dias verificou-se uma diminuição acentuada dos pedidos de apoio por parte das localidades afetadas, de referi que 46 destas 72 localidades não solicitaram qualquer apoio, segundo os dados das últimas atualizações.
Só nas últimas 24 horas foram distribuídos 1.200 quilogramas de alimentos, 13.300 litros de água engarrafada e 11.000 quilogramas de produtos de higiene. Já em termos de infraestruturas, entre outros dados, foram recuperados até ao momento 148 quilómetros das 160 estradas estatais afetadas e foram removidos para pontos autorizados um total de 1.290 veículos.
Mas não é da situação atual que a população se queixa, o que as revoltou foi a falta de um alerta para a situação, a tempo e horas, e a demora na prestação de auxílio por parte das autoridades regionais e nacionais. As autoridades da região levaram imenso tempo a reconhecer a dimensão da tragédia e a autorizar a intervenção das autoridades nacionais. Tudo isto levou a tragédia a situações de desespero e à revolta das populações atingidas.
Aos locais valeram-lhes os voluntários valencianos, esse povo dos fortes, corajosos e determinados edetanos, possuidores de uma valentia assinalável, que acorrem massivamente para auxiliar as populações em dificuldades. A solidariedade não espera pelos políticos nem pelos fala-baratos de promessas mansas e quantas vezes falsas.
Pois é Berta, assistimos a uma tragédia sem igual, numa luta desumana em que centenas de pessoas morreram nas suas casas afogadas pela enchente do rio Túria que lhes invadiu as casas de água e lama até ao teto. Tivessem as autoridades agido atempadamente e provavelmente a tragédia seria bem menos impactante e grave. Fica de lição para um futuro que se espera que não se volte a repetir, despeço-me com um beijo,
Espero que esta carta te encontre bem de saúde e com boa disposição. Escrevo-te para perguntar se sabes alguma coisa sobre as histórias que cercam o novo aeroporto do Montijo. É que eu só tenho apanhado coisas preocupantes, quer na imprensa, quer nas rádios e nas televisões. Sinceramente, já não sei em que acreditar. A ser verdade tudo o que se diz, António Costa avança a passos largos para o abismo. Uma obra desta envergadura, a correr mal, leva consigo muita coisa atrás, de tal forma que não sei se o Governo aguenta com a pancada.
A primeira coisa que ouvi foi acerca de um estudo profundo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa sobre o impacto, em Portugal, da subida do nível das águas, que aponta, como primeiros pontos sensíveis em todo o território continental, as ilhas barreiras no Algarve e a zona de estuário do Tejo, onde deverá ficar localizado o aeroporto do Montijo. Entre os perigos apontados não constam apenas as possíveis inundações primárias na maré cheia, mas também a séria possibilidade de os locais ficarem submersos antes de 2050, o que, em ambas as situações, seria uma séria e grave calamidade.
Ainda na área do ambiente há um conjunto de especialistas a dizer que o estudo de impacto ambiental, e as soluções apontadas para o minimizar, não passam de meras compensações económicas, que, inevitavelmente, terão um efeito desastroso nas aves migratórias, que se servem do local como ponto de paragem, nos seus percursos sazonais, 2 vezes por ano.
Outros analistas avisam para o esgotamento funcional, do que se projetou, já para daqui a 15 anos; deixando o aeroporto, que ainda não foi construído, de dar resposta ao aumento de tráfego previsto. Para além desta trágica análise há ainda um aumento de 31 porcento de perturbação do sono e de incomodidade com o ruído, para os cerca de 100 mil residentes na área. Aumento este que somado aos problemas já existentes na zona pode tornar a vida destes habitantes num verdadeiro inferno.
Há ainda quem anuncie que o Governo parece ter desistido da criação da ligação ferroviária, entre o local e Lisboa, como no princípio aparecia anunciada, deixando em alternativa ligações rodoviárias de muito maior impacto e muitíssimo menos cómodas para os viajantes.
Também perturbador é o estudo onde se aponta, pelas caraterísticas do local, um significativo aumento de emissões de gases de efeito de estufa, derivados do tráfego aéreo projetado, cuja dissipação parece não ter solução. Aliás a Ordem dos Engenheiros lançou um documento de 26 páginas onde arrasa por completo a atual localização, alertando para um imenso conjunto de problemas, onde, para além de alguns já enunciados, se encontra a séria possibilidade de contaminação das águas do Tejo.
Pois é Berta, a situação parece próxima de um imenso caos e é bem capaz de poder vir a ser responsável por mais uns anos de instabilidade política, depois de concretizada. Ao que parece os estudos alternativos de Alcochete e Alverca, não só são mais viáveis e geram muito menos impacto, como são mais baratos, apresentam menos consequências e perigos e têm uma possibilidade de crescimento e longevidade que o Montijo não consegue apresentar.
Apesar, e para além, de todos estes factos António Costa, muito à semelhança de José Sócrates, parece estar votado a imitar a avestruz e a meter a cabeça na areia. A decisão é dada como irreversível e a coisa vai avançar quer a vaca tussa ou não. A arrogância e os ouvidos moucos já provaram, várias vezes no passado, não trazer nada de bom para os políticos que os adotam nem para as populações que são vítimas dessas teimas. No meu alegado entender caminhamos, a passos largos, para mais um desastre sério em Portugal.
Com alguma tristeza na alma me despeço. Diz-me o que pensas sobre o assunto, este teu amigo que não te esquece, um sempre saudoso beijo,