Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Minha querida amiga, estou de rastos, morreu Diogo Jota, o jogador da Seleção Nacional de Futebol, de 28 anos, vencedor este ano da Liga das Nações e da “Premier League”, em Inglaterra, ao serviço dos ingleses do Liverpool, no auge do melhor ano da sua vida aos 28 anos de idade, poucos dias depois do seu casamento com a sua namorada de sempre. Diogo deixa três filhos pequenos. Com ele faleceu igualmente o seu irmão, André Silva, também jogador profissional do Penafiel.
Como tu sabes bem, cara confidente, eu nem sou pessoa de muito choro, porém, esta morte súbita deixou-me lavado em lágrimas. Ontem, à noite, tinha estado a ver um dos jogos da Liga das Nações, onde precisamente o jogador, Diogo Jota, foi protagonista. A horrível sensação de injustiça não se me despega da pele. No ar sente-se o cheiro pérfido da dor e da mágoa. Caramba! Como pode morrer assim alguém, que eu não conheço, mas que me deu tantas alegrias e incontáveis horas de genuína felicidade?
A morte, é sabido, não escolhe raças, sexos, nem idades; muito menos faz distinção entre o feio e o bonito, entre o bom e o mau, ou entre o pobre e o rico, porque, para poder morrer, basta estar vivo. É certo que eu também chorei as vítimas injustas dos massacres em Gaza ou na Ucrânia, mas é na proximidade que a dor e a mágoa se tornam mais intolerantes. Não devia ser assim, mas é verdade. Darwin Nuñez escreveu a este propósito: “Não há palavras para tanta dor…” e ele foi apenas colega de equipa de Diogo Jota, Bertinha.
Eu sou somente um fã, um irmão de coração velho que já viu muito mundo, um admirador incondicional, um desconhecido para o Diogo, mas choro a sua morte com lágrimas de Portugal.
Fica bem, minha querida amiga, recebe um beijo de mágoa e pesar, deste teu amigo de sempre.
PS: 28 anos, ninguém merece morrer tão novo!
Morte: Na madrugada de 3 de julho de 2025, quando seguia num Lamborghini Huracán na A-52 com o irmão, o avançado André Silva, do Penafiel, de 26 anos, no sentido de Benavente, ao fazer uma ultrapassagem por alturas do quilómetro 65, no concelho de Cernadilla, província de Zamora, Espanha, um dos pneus terá rebentado, causando o despiste e posterior incêndio da viatura, resultando na morte dos dois jogadores. O embate causou um incêndio de grande intensidade, que se propagou à vegetação circundante, mobilizando vários elementos das corporações de bombeiros da vizinha localidade de Rionegro del Puente.
Lembras-te dos “Vampiros” de Zeca Afonso? Rezava assim: “No céu cinzento sob o astro mudo, batendo as asas pela noite calada, vêm em bandos, com pés veludo, chupar o sangue fresco da manada. Eles comem tudo, eles comem tudo… eles comem tudo e não deixam nada… eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada. Se alguém se engana, com seu ar sisudo, e lhes franqueia as portas à chegada, eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada… eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada…”
A letra continua, minha querida amiga, mas o sentido, até ao final, não muda, apenas se agrava. É o que eu sinto com algumas das nossas instituições e com certas empresas de prestação de serviços e bens essenciais. Vêm, “com pés de veludo” prometendo defender o consumidor final, os utentes que deveriam servir e ajudar, mas é tudo uma grande farsa, pois, podendo, “eles comem tudo, eles comem tudo… eles comem tudo e não deixam nada”.
A imprensa escrita avançou ontem que a EDP foi condenada a pagar três milhões de euros a cinco câmaras, pelo uso dos postes de eletricidade, utilizados para permitir a passagem de cabos de comunicações, cuja propriedade é autárquica. Assim sendo, de acordo com os contratos, a EDP está obrigada a obter autorização das autarquias.
Ainda de acordo com esta contratação entre o poder autárquico e a EDP, esta é obrigada a negociar repartição de receitas, quando as infraestruturas são usadas para outros fins que não os da concessão inicial, ou seja, a distribuição de eletricidade em baixa tensão.
O que está em causa é a concessão de infraestruturas camarárias, com os tribunais a reconhecerem a obrigação da EDP repartir receitas provenientes do uso de postes de eletricidade, para passagem de cabos, por terceiros. Até porque, diga-se em boa verdade, a EDP cobra-se bem pela permissão do uso dos postes por parte das empresas de comunicações.
Desde dois mil e quinze já houve cinco condenações, com decisões de indeminizações ás Câmaras de Santo Tirso, Alcácer do Sal, Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira e Gaia. Contudo, o número tende a aumentar substancialmente e os pagamentos poderão, com relativa facilidade, ultrapassar os cinquenta milhões de euros, numa primeira fase.
Porém, a EDP tem vindo a recorrer e a perder os casos, confirmando-se as condenações proferidas. Plena de “chico-espertismo” a elétrica argumenta que é obrigada, por lei, a ceder as infraestruturas às empresas de telecomunicações e que as receitas arrecadadas se destinam a compensá-la pela construção e manutenção dos equipamentos, como se (coitadinha da EDP) ela não tivesse sempre de o fazer.
A incompreendida fornecedora de energia elétrica defende ainda que os valores são abatidos aos custos de exploração das redes e que os benefícios revertem a favor dos consumidores. Uma ação tão benemérita que eu te pergunto, querida Berta, quantas vezes viste tu o teu custo da mensalidade de eletricidade baixar por força do altruísmo da EDP?
Em resumo, a EDP aluga, às escondidas e sem negociar com as autarquias, conforme a lei obriga, a passagem dos cabos ás empresas de comunicação pelos postes das câmaras, de uma forma totalmente ilegal, roubando o poder autárquico e depois vai para tribunal armar-se em vítima de injustiça, arrastando as decisões com todos os recursos que os gabinetes jurídicos, ao seu serviço, lhe conseguem arranjar, sem a mínima preocupação de honra, deontologia ou brio profissional próprios de uma empresa séria.
Esta atitude era igual a eu arrendar um casarão enorme para minha habitação, esquecer que o contrato com o senhorio me obriga a avisá-lo de qualquer outro fim que eu dê ao imóvel, e alugar ao dia, quarto a quarto, a turistas, todos os quartos e salas da habitação, ocultando os factos, não pedindo autorização e, ainda por cima, não pagando qualquer montante por isso ao verdadeiro proprietário. Porém, ao ser descoberto, em vez de reconhecer o erro, argumentar que a limpeza da mansão me fica muito cara e que a vítima sou eu, coitadinho de mim…
Haja paciência. Não restam dúvidas, minha querida Berta, que a justiça tem de arranjar um procedimento mais célere e sumário na resolução deste tipo de esquemas. Antigamente nós tomávamos este tipo de companhias e grandes empresas como gente de bem. Ora isso é, cada vez mais, algo que pertence ao passado. No caso da EDP, aqui em foco, a única parte a quem hoje se exige que seja “de bem” é ao consumidor final.
Não fosse a EDP ter o poder de me cortar o fornecimento de energia, dava vontade de gritar, como naquela velha canção da banda dos “Trabalhadores do Comércio”: “Chamem a polícia, que eu não pago!” Por hoje é tudo querida Berta, recebe um grande abraço e um beijo de despedida, deste teu velho amigo,