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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta nº. 553: MEO, NOS e VODAFONE, o Trio da Vida Airada

Berta 548.jpgOlá Berta,

Lembraste de eu ter-te contado que reclamei sobre o facto de agora termos que levar com 30 segundos de publicidade obrigatória sempre que queremos ver um filme ou um documentário nas gravações automáticas da MEO? Pois bem, já tenho resposta à minha reclamação e passo a transferi-la para esta carta.

“Caro Gil Saraiva,

Em resposta ao seu pedido que mereceu a nossa melhor atenção informamos que à semelhança do que se verifica nos restantes formatos de publicidade em televisão, não existe forma de excluir a publicidade. O que este novo modelo traz de diferenciador é a possibilidade de a publicidade ser segmentada consoante o perfil de cada utilizador. A partir de agora, terá sempre a opção de escolher entre publicidade personalizada ou genérica. Para visualizar o conteúdo gravado terá sempre de escolher uma das opções de visualização da publicidade. A plataforma tecnológica utilizada para a entrega de publicidade foi desenvolvida, em cooperação, pela MEO, NOS e VODAFONE. O projeto obedece às mais rigorosas normas de privacidade e proteção de dados de clientes. A par disso, todos os dados recolhidos para efeitos de publicidade são processados de forma anonimizada na plataforma criada para o efeito. Estão por isso garantidos todos os direitos consagrados no Regulamento Geral de Proteção de Dados. A não aceitação da visualização da publicidade, genérica ou personalizada, implica a não visualização do programa gravado. Mais informamos que pode consultar as Condições de Utilização das Gravações Automáticas em:

https://www.meo.pt/condicoes-de-utilizacao/gerais-dos-servicos...”

A resposta é muito esclarecedora, contudo omite tudo o que é importante e revela que realmente existiu concertação entre empresas de comunicação. Portanto, os cérebros da MEO, da NOS e da VODAFONE juntaram-se todos para lançarem esta publicidade obrigatória, concertando estratégias. Mas o que é, realmente, grave é o facto de todos eles acharem que estão no direito de alterarem unilateralmente as regras das gravações automáticas, acrescentando às mesmas uma obrigação que não constava nos contratos feitos com os seus clientes, ou seja, connosco. Eu poderia ir para tribunal? Podia, se fosse multibilionário para combater este lóbi na barra de um tribunal e provavelmente ganhava.

Eles afirmam que o projeto obedece às leis da privacidade, mas esquecem-se de dizer que alteraram um contrato comigo, enquanto operador, sem aviso ou autorização prévia. O que importa não é a garantia dos direitos de privacidade, mas a garantia da manutenção do contrato tal e qual foi feito comigo.

Alterar as Condições de Utilização das Gravações Automáticas devia requerer o meu consentimento e o de qualquer outro utilizador dos serviços destas empresas. O erro está no abuso de poder. Eu já pago uma verba no contrato com a MEO para poder ter acesso às gravações automáticas. A obrigatoriedade de me fazer ver 30 segundos de publicidade, antes de cada filme ou documentário, das gravações automáticas, é um preço acrescido, pago em tempo, por mim e por qualquer utente destes serviços, sem o nosso consentimento. Ou será que para estas tempo não é dinheiro? Claro que é e são bem pagas pela alteração que fizeram abusivamente.

Ás vezes tenho pena de não ser rico apenas por coisas assim. Iriam ter que retirar a nova norma ou reduzir os custos do contrato, repartindo os chorudos benefícios que têm com esta nova norma publicitária, isto se me fosse viável pô-los em tribunal. Assim, infelizmente minha querida Berta, ficam-se a rir, descaradamente na minha cara.

Mandei também a minha reclamação para as entidades de defesa do consumidor, até ao momento nem uma respondeu. Infelizmente é assim que funcionam os grandes grupos e pouco podemos fazer do modo como as coisas estão implementadas. Despeço-me triste, até à próxima carta, a imaginar que a MEO é um enorme “smile” de riso cínico e arrogante, fica um beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 548: MEO e os Abusos das Grandes Empresas

Berta 548.jpgOlá Berta,

Cá estou eu, de novo, a reclamar. Desta vez, e ainda agora voltei ao meu convívio contigo através destas cartas, contra a MEO. Esta entidade está, uma vez mais, a abusar dos seus direitos e a obrigar-me a ver o que eu não quero ver. O problema tem a ver com publicidade obrigatória, daquela que não dá para saltar ou passar à frente, sempre que quero ver um documentário ou um filme nos canais incluídos no meu pacote de “canais pagos à MEO”, através das gravações manuais ou automáticas.

Ainda por cima, querida Berta, como se já não fosse um total abuso de poder impor publicidade na modalidade de obrigatória, a referida propaganda é sempre um anúncio de jogos ou casas de apostas ou de casinos online. Uma publicidade que deveria inclusivamente estar banida da televisão por ser, de longe, bem mais prejudicial para as famílias portuguesas do que o álcool ou o tabaco.

Não sei o que se passa nas outras operadoras como a NOS ou a Vodafone, porém, se o arranjinho for generalizado, o caso é ainda mais grave. Grave porque traduz uma ação concertada que visa viciar os mais fracos na prática do jogo a dinheiro, uma atividade que causa uma terrível dependência e graves problemas em muitos lares deste país que é o nosso. No entanto, eu estaria contra a propaganda obrigatória mesmo que ela fosse sobre a vacinação.

O meu contrato com a MEO, minha querida amiga, não tem nenhuma cláusula onde diga que, para além do pagamento mensal a que estou obrigado para usufruir dos serviços, eu ainda tenho que levar com a obrigação de gastar o meu tempo a ver publicidade que não quero.

Por isso mesmo, através do portal da queixa, apresentei a seguinte reclamação contra a MEO: “Venho, por este meio, reclamar contra a nova forma de publicidade imposta na MEO sempre que pretendo ver um filme ou um documentário nas gravações manuais ou automáticas dos canais pagos da MEO, ou seja, se eu já pago para ter acesso a um pacote de canais de filmes e documentários porque é que sempre que recorro às gravações sou obrigado a ver uma publicidade de 28 segundos, onde não me é permitido avançar para o que quero ver, sem primeiro ter de visualizar um spot de uma casa de jogos online?”

Não sei, minha querida, com que operadora tu tens contrato, mas se for outra que não a MEO, diz-me se isso também acontece contigo ou não e de que operadora se trata. Tenho estado a pensar apresentar queixa formal, contudo, não sei se o melhor canal para o fazer é o Provedor de Justiça, se as organizações de defesa do consumidor ou o PAN. Sim, sim, o PAN, porque só podem ser animais, para não dizer umas grades bestas, quem teve a ideia peregrina de implementar este sistema. Ora, o PAN tem certamente muito mais jeito do que eu para lidar com animais.

Por hoje é tudo, despeço-me sem reclamações, recebe um beijo deste teu amigo sempre pronto para desabafar e também para te escutar quando precisas, espero que tudo continue bem contigo e deixo um imenso registo das minhas saudades, sempre ao teu dispor,

Gil Saraiva

 

 

 

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