Carta à Berta: Os Candidatos às Eleições Presidenciais de 24 de Janeiro - Ana Gomes
Olá Berta,
Hoje vou falar-te da quarta candidata à Presidência da República, nestas Eleições Presidenciais de 2021, a ex-diplomata, embaixadora e antiga eurodeputada pelo Partido Socialista, Ana Gomes. Nasceu, antes dos idos de março, em Estremoz, no ano de 1954, há quase 67 anos atrás.
Embora muitas vezes alcunhada de peixeira e recentemente de cigana (por outro concorrente à Presidência da República), muito pela forma firme e veemente com que defende (e sempre defendeu) as causas pelas quais luta, Ana Gomes é considerada, diria que mundialmente, uma verdadeira dama.
Aliás, ela é Dama da Ordem da Bandeira da Hungria, Dama da Ordem da Fénix da Grécia, Dama da Ordem do Mérito da República Italiana, Oficial da Ordem do Mérito Civil e Militar de Adolfo de Nassau do Luxemburgo, Dama da Ordem do Mérito do Congo, recebeu a Condecoração de Honra em Ouro da Grande Condecoração de Honra por Serviços à República da Áustria, é Comendadora da Ordem de Leopoldo II da Bélgica, ostenta a Ordem Soberana e Militar de Malta e Cruz da Ordem Pro Mérito Melitensi da Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, é Oficial da Ordem do Dannebrog da Dinamarca, Dama da Ordem do Falcão da Islândia, para além de Tenente Honorária da Real Ordem Vitoriana da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, foi ainda agraciada com a Quarta Classe da Ordem do Mérito do Egito, e a Insígnia da Ordem de Timor-Leste, porém, como se não fossem honras suficientes foi ainda galardoada em Portugal com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo, sendo também Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, para finalizar, Comendadora da Ordem do Mérito de Portugal. Só em distinções quase que cansa ler-lhe o mérito e o reconhecimento quer nacional quer internacional.
Na verdade, não conheço mais nenhuma mulher, no nosso país, com tão elevado número de distinções e tamanho reconhecimento mundial da sua pessoa. De todo o perfil de Ana Maria Rosa Martins Gomes, é esta entrega à luta por uma causa o que mais me impressiona. Não me interessa saber se foi membro do MRPP entre 1975 e 1976, se foi casada duas vezes ou se usa ou não usa batom. Importa-me sim, e muito, saber que a mulher e jurista Ana Gomes, luta de todas as formas que conhece pelas causas em que acredita, seja contra a corrupção, seja pelos direitos humanos, seja pelo que for.
Diz-se que Amália Rodrigues era a Rainha do Fado, pois bem, a meu ver, Ana Gomes é a Rainha das Causas. Podemos concordar ou não com ela, mas é impossível tirar-lhe o trono. Se fosse homem teria sido agradecida com outro respeito, reconhecimento e dignidade.
Afinal, quem tem provas dadas não precisa de se pôr em bicos dos pés. Com isto termino, minha querida Berta, esta abordagem de hoje. Despede-se com um beijo de amizade e muito carinho, este teu grande amigo,
Gil Saraiva