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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta nº. 471: Mudança na Casa Branca

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Olá Berta,

Amanhã, de uma vez só, Joe Biden toma posse na Casa Branca e Donald Trump abandona a mesma, sem passar pela casa da partida, que é o mesmo que dizer: sem assistir à posse do seu concorrente. Se te refiro isto hoje é porque, em termos políticos, este será o que maior receio gera em termos de expetativas, a nível mundial.

Irão ou não haver tumultos? Eu (mas a minha opinião vale o que vale) sou dos que pensam que tudo vai decorrer pacificamente. A razão pela qual penso assim tem a ver com a raiz, e possível proveniência, de qualquer incidente que, no caso, a acontecer, será por parte de elementos da direita trampista.

Ora, estamos a falar de gente mais cobarde do que aparenta ser. Com o seu líder supremo a sair, de bicos dos pés pela porta dos fundos, a mais pequena das portas, não me parece estarem criadas as condições para ações de revolta ou rebelião.

Amanhã cá estarei, se for esse o caso, para dizer que fui ingénuo ou para confirmar a minha razão. A ver vamos. Todavia isso não é impeditivo no nervoso miudinho generalizado criado na maior economia do mundo. Acho mais perigosa a expetativa do que será o próprio dia.

Despede-se este teu amigo, com os mimos de sempre e com um fofo até amanhã,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 461: Ovnis, Eles Existem? As Novidades Vêm dos Estados Unidos da América

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Olá Berta,

O Pentágono e a grande maioria das agências de inteligência norte-americanas entraram já na contagem final e decrescente para revelarem ao Comité de Inteligência e ao Comité dos Serviços Armados do Senado o que sabem sobre a temática OVNI ou UFO (em inglês, Unidentified Flying Object).

Com efeito, hoje, 9 de janeiro, faltam 9 dias, até ao próximo dia 18 de janeiro de 2021, para que seja divulgado publicamente tudo o que, alegadamente, as secretas sabem ou não sobre ovnis. Há uma ressalva que permite a entrega complementar de um dossier anexo com classificação de TOP SECRET, apenas para ser lido pelos olhos dos Comités, porém, a grande maioria da informação deverá, no espírito da lei, ser tornada pública.

Por exemplo, será secreta a informação que contenha conteúdos que possam revelar ameaças de países terceiros, ou seja, de objetos voadores não identificados que possam pertencer a outros países, sendo, portanto, “Made in World”, isto é, feitos na Terra, e que possam representar um perigo para a segurança dos Estados Unidos da América.

Porém, a documentação que inclua informações sobre ovnis, com forte suspeita de seres de origem extraterrestre será tornada pública, porque o Senado não a considera relevante para a segurança nacional.

A legislação aprovada é clara ao explicar que só poderá ser considerada sensível e, portanto, constar em anexo separado e secreto, o que forem informações sobre ovnis que se suspeite serem de origem terrestre, embora desconhecida ou pertencente a inimigos americanos.

Uma boa noticia, amiga Berta, para os amantes das teorias da conspiração ligadas aos ovnis. Por hoje é tudo, todavia, ainda deixo para amanhã algumas reticências que tenho sobre este delicado assunto. Despede-se, com saudades e um beijo, este teu amigo e camarada,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 395: O Povo dos Estados Unidos da América

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Olá Berta,

As eleições nos Estados Unidos da América estão hoje em primeiro lugar na agenda mediática mundial. Parece que o mundo inteiro quer saber quem ganha a contenda. Por um lado, temos os republicanos de Donald Trump, o presidente em exercício e, por outro, os democratas de Joe Biden que pretendem assumir o poder. Em termos nacionais seria como uma batalha entre Chega e CDS.

Custa imenso aos europeus entender como é possível que cerca de metade dos americanos ainda seja capaz de, ao fim de quatro anos, votar em Trump. Ora, minha querida amiga, embora eu não seja um comentador político de pensamentos profundos como a analista de hoje na TVI, a Professora Raquel Vaz Pinto, que nos lembrou que não nos podemos esquecer que Trump é Trump, tenho, ainda assim, uma ideia sobre o que acontece nos Estados Unidos.

Afinal, eu, que há uns anos visitei a América, durante 21 dias, tendo percorrido 9 Estados de costa a costa, e tenho, por isso, uma opinião bem mais simples e menos intrigante que a dita analista. Assim, no meu entender, e olhando para a distribuição dos votos em ambos os candidatos, é fácil de chegar-se à conclusão que todas as grandes cidades americanas votaram em Biden e que o povo, no interior dos Estados, a chamada gente do campo, votou em Donald Trump.

O porquê de tal divisão tem a ver com o acesso ao conhecimento e à cultura. Não tem a ver com inteligência, nem com sagacidade, mas simplesmente com nível civilizacional deste povo do interior que não vive nas cidades cosmopolitas. Chamar a estas populações de gente muito terra-a-terra é quase um elogio. A maioria deles tem um acesso limitadíssimo ao saber e à cultura geral. Sabem ler e escrever, mas se alguém lhes disser que a Alemanha é um país da Ásia não acham estranho, apenas e só porque desconhecem tudo o que se refere ao exterior do seu mundo de poucos quilómetros de raio.

Estou a falar de gente que não tem cultura geral porque ela não é ensinada em nenhum lugar, de gente que assim que acaba a escola nunca mais lê um livro, de gente sem apetência e com muito pouco acesso a qualquer tipo de cultura que não seja a do seu próprio meio.

Enfim, um povo esquecido por quem governa e a quem Trump agora deu valor e relevo, não por os ajudar fosse no que fosse, mas somente por se considerar ao lado deles. É triste que assim seja, mas é esta a realidade americana. Recebe um beijo virtual de despedida deste teu velho amigo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 131: Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 11) Presumível Inocente

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Olá Berta,

Como vai a vidinha de algarvia? Espero que tudo continue pelo melhor. Hoje, estou espantado, para não dizer algo mais forte porque, para falar verdade, quando um Presidente da República, neste caso do Brasil, um tal de Jair Bolsonaro, afirma perentoriamente, na televisão o que eu hoje ouvi é porque o decoro, a decência e até o conhecimento abandonaram o poder. Longe de mim fazer a analogia deste personagem com um jagunço, porém, quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele.

No caso, Jair Bolsonaro não se limitou a questionar quem era a Greenpeace, a ONG (organização não governamental internacional), que se dedica às causas do ambiente, isto a propósito de uma critica desta ao novo Conselho Nacional da Amazónia Legal, recriado pelo presidente, que deixa de contar com os governadores dos Estados envolvidos na Amazónia e passa a ser exclusivamente constituído por ministros da federação brasileira, ou seja, do poder central, o que é realmente um absurdo.

Para ser mais direto, o impoluto líder do Brasil, sua excelência (palavra que rima com excrescência – nem sei porque me lembrei dela agora), afirmou, ao vivo para as câmaras, que a Greenpeace não era apenas uma porcaria, mas, reforçando a ideia, que a organização se tratava de um lixo. Tal e qual. Todavia, ainda pior e mais grave do que a falta de respeito por uma organização ambiental que celebra em 2021 os seus 50 anos de existência, na luta persistente pelo ambiente em todo o mundo, foi a forma agressiva e fora de tom em que a situação se desenrolou. Um disparate total que nem perante a situação faz qualquer sentido, a não ser neste tipo de mentes perturbadas, já para não me referir ao elevado grau de ignorância que, alegadamente, parece existir com consistência no individuo, que, na senda do seu colega laranja, o afamado presidente dos Estados Unidos da América, sente orgulho no seu papel de jalbote, que tão bem lhe parece assentar.

É triste, quase desolador, assistir a esta governação de um Estado soberano, que fala português, e que eu adoro, por gente mentecapta e malformada. Não sendo eu brasileiro sinto a mesma vergonha que muitos dos seus cidadãos terão sentido. As consequências deste poder populista, ainda por cima arriscam pôr em causa todo o planeta como se a Amazónia fosse um brinquedo nas mãos de quem deveria mesmo era ir brincar com o… com a pilinha. Enfim, minha amiga, voltemos ao teu desafio de escrever quadras populares sujeitas a tema.

Embora eu ache que presumível inocente é um tema dentro da justiça, não deixei por isso de tentar fazê-lo.

 

Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 11) Presumível Inocente.

 

Presumível Inocente

 

Quem diz que sou pecador,

Pobre e mal-agradecido,

Deve ser bom orador,

Acusa, sem ter vivido…

 

Gil Saraiva

 

Com esta quadra me despeço, amanhã haverá mais que te dizer, certamente, recebe um beijo do teu velho amigo de muitos anos,

Gil Saraiva

 

 

Carta à Berta nº. 129: Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 9) O Seu a Seu Dono

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Olá Berta,

Hoje estou horrorizado com o que ouvi nas notícias, um padre americano de Rhode Island diz que “ao contrário do aborto a pedofilia não mata”. Em primeiro lugar, muitos pedófilos matam efetivamente as suas vítimas, em segundo lugar, a comparação para defender o não ao aborto é tão descabida e despropositada, que apetece perguntar ao reverendo Richard Bucci, o clérigo que a proferiu, o que é que ele acha que a pedofilia faz:

Será que, como dizia Raúl Solnado na sua paródia sobre a guerra, “não mata, mas desmoraliza muito”? Ou, em alternativa, será que o padre responderia que “o que não mata engorda”? Quando te digo, amiga Berta, que anda tudo louco é porque penso realmente que se perdeu o bom senso. Nos Estados Unidos da América, com o Presidente Donald Trump a dar o exemplo sobre onde consegue chegar a cretinice, talvez não seja para nos admirarmos de ouvir um vigário dizer o que disse.

Pior que tudo é o ar natural como o infeliz padre (para não usar uma expressão mais contundente) proferiu para as câmaras de televisão a afirmação. Falava com uma naturalidade como se estivesse a anunciar as recém-lançadas hóstias sem glúten, recentemente adotadas pela igreja católica e à disposição dos fiéis que as requisitam para a sua comunhão.

Às vezes penso que sou eu que já não consigo acompanhar os sinais do tempo. Mas depois recuo nessa ideia. O que se passa mesmo é que gente estúpida e cretina perdeu a vergonha de lançar bojardas para cima da mesa. Bolsonaro e Trump, entre muitos outros, iniciaram o jogo do vale tudo e quem se lixa continua a ser o mexilhão.

Bem, minha querida amiga, passemos às nossas quadras populares, sujeitas a mote, antes que eu fique com alguma alergia estranha e me julgue infetado, por algum vírus ainda desconhecido da humanidade.

 

Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 9) O Seu a Seu Dono (entre invejas e cobiças).

 

O Seu a Seu Dono

 

Porta-chaves, chaves porta,

No seu anel prateado,

A chave da minha porta,

Não serve na porta ao lado…

 

Gil Saraiva

 

E assim termino mais uma carta, não sem antes me despedir com um beijo saudoso, deste que não te esquece e muito estima,

Gil Saraiva

 

Carta à Berta nº. 106: Isabel dos Santos - Uma Saga de Família que vem do Século XVII - Parte I

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Olá Berta,

Hoje, e nos próximos dias, faço um intervalo no que concerne à revista dos eventos do meu bairro em 2019. Mandar-te-ei o segundo trimestre daqui a mais algum tempo, para que a coisa não se torne uma maçada, em vez de uma curiosidade interessante. Possivelmente voltarei ao próximo trimestre algures no mês seguinte.

Este domingo andei a ler e a rever outras coisas sobre o que se anda a passar por este mundo fora. Podia pegar em vários temas, mas vou dedicar esta carta e talvez as próximas apenas a um deles. Nem sequer vou falar das investigações que fiz no passado sobre ele, e que ainda foram algumas, nem na existência ou não das possíveis evidências. Nada disso, vou apenas referir o que me parece por demais evidente. Contudo, e como sempre, nas minhas crónicas mantenho-me no domínio estrito do alegadamente. Estou-me a referir a Isabel dos Santos e às origens que têm sido contadas de um modo que me parece, no mínimo, lírico e bem pouco próximo daquela que, para mim, é a realidade. Esta primeira carta é o início de um tema que divido em 4 atos, ou cartas.

Porém, e para agora, vamos esquecer a princesa de Angola e voltar atrás no tempo. Não são 10 nem 20 anos… imagina-te, querida Berta, num retrocesso longínquo, distante e nublado. Pensa numa época onde prevalecia a lei do mais forte, do mais apto e do hábil em impor a sua vontade, forma de estar e de agir. É nesse tempo que começo.

Em meados de mil e seiscentos a coroa portuguesa contratou um tal de Baltazar Van Dum. Um homem, de origem holandesa, especializado no comércio de escravos. Para muitos um pirata, nome dado aos mercenários e a alguns esclavagistas arrojados da época, que procediam a capturas, transporte e negócios de escravos intercontinentais. O nome de família de Baltazar evoluiu ao longo dos tempos até se tornar Van-Dunem. Mas a origem é toda deste homem que percorreu todos os territórios ultramarinos portugueses da época a que me refiro.

Baltazar Van Dum esteve em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Angola, Guiné, no Brasil e em mais algumas regiões que, para a história em causa não são relevantes. O seu acordo com a coroa nacional incluía toda a África Portuguesa e o Brasil. É de assinalar que ele fez o possível e impossível por deixar bem marcada essa responsabilidade.

Diz uma espécie de lenda angolana que Baltazar teve mais filhos do que anos de idade. Filhos da própria mulher, uma negra que se dizia ser o símbolo da beleza africana, de concubinas, de prostitutas e de escravas. Contudo, ao contrário do macho latino, que tenta passar despercebido e tudo fazer à socapa, na sombra, sem assumir grandes responsabilidades, o muito ilustre pirata Baltazar funcionava precisamente ao contrário. Fazia questão de dar o seu nome a todos os seus descendentes, fossem eles filhos de que tipo de mulher  fossem.

É por isso mesmo que o apelido, atualmente “Van-Dunem”, aparece difundido abundantemente por toda a África, América do Sul e Estados Unidos da América, onde o primeiro Van Dunem escravo aportou no século XVII, numa primeira remessa de 20 escravos enviados por Baltazar, tão importante que, ainda hoje, é assinalada nas relações bilaterais entre Angola e os Estados Unidos.

A poligamia estava para Baltazar como o vinho para Baco. Era, mais do que uma imagem de marca, uma questão de princípio. Rogam as histórias de então que não havia mulher negra que passasse na sua presença que não fosse devidamente testada e carimbada com o fálico selo de Van Dum. Certamente um exagero, contudo, bem demonstrativo da “fama cobridora” deste verdadeiro touro ou garanhão dos novos mundos que, então, ganhavam protagonismo para a economia mundial e para o desenvolvimento e enriquecimento da Civilização Ocidental.

Pode-te parecer, querida amiga, que estou a ser exagerado, mas, este meu primeiro herói, foi alvo de um livro de Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, sob o famoso pseudónimo de Pepetela, um dos nomes maiores do romance angolano, que sobre ele romanceou,  descrevendo aquilo que eram os filhos legítimos da mulher, que ele chama de Dona Inocência, e os filhos das escravas da casa e não só, os chamados filhos do quintal. O livro tem um nome muito sugestivo que resume muito do que aqui disse e direi, de uma forma romanceada, mais restrita, mas com o mesmo significado; chama-se: “A Gloriosa Família”, e está deliciosamente escrito por um dos grandes escritores angolanos que, em Portugal, foi editado pelas Publicações Dom Quixote.

Mais te poderia descrever sobre este profícuo homem do passado, este Baltazar sem controle de natalidade, porém, para o cerne da questão, o que importa mesmo é saber que não existe na atualidade, em toda a América ou em África um Van-Dunem cuja origem não seja essa, única e comum, aliás, aquela que aqui descrevi.

Espero que estejas a gostar da narrativa, despeço-me com um gigante beijo de carinho, este que será sempre teu amigo enquanto o coração lhe bater,

Gil Saraiva

 

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