Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Estava-se mesmo a ver… que o Governo ia tomar novas medidas face ao relaxe total da população no que diz respeito às Medidas de Confinamento do passado dia 15 de janeiro deste ano. Eu, como tu sabes, passei os primeiros três meses de 2020 em casa por causa da infeção das pedras na minha vesícula e, mesmo quando achava que estava melhor, acabei por ser hospitalizado por 14 dias quando a infeção se agravou, no Hospital Egas Moniz.
Ao regressar a casa continuei confinado, até porque, como tinha tido aqueles nove AVCs em 2019, era, no entender do meu neurologista, uma pessoa de risco se viesse a contrair Covid-19 e deveria, na medida do possível, manter todo o isolamento que me fosse possível.
Quero eu com isto dizer que estou confinado há já mais de 12 meses. Todas as saídas que fiz de casa ou foram por necessidades ligadas à minha saúde, como consultas, farmácia, análises, exames e internamento hospitalar ou por questões inadiáveis relacionadas com trabalho ou aquisição de alimentos (uma vez por mês) e com entrega em casa por parte do supermercado.
Além disso encontro-me em lista de espera para ser operado à vesícula (que já ia, em novembro deste ano, num ano, faz agora 4 meses) e neste momento nem sei quando será com mais todas estas paragens ocorridas nestes últimos tempos.
O máximo que posso lembrar a quem sai de casa a toda a hora, sempre com uma nova desculpa, é que se lembrem dos outros e que sejam solidários. As saídas sem motivo urgente, de quem não liga ao confinamento, põe em risco a minha saúde (e a de muita gente como eu ou pior), mesmo mantendo-me isolado em casa, pelo simples facto de fazer adiar continuamente a minha possível operação.
Para além disso, moro num trecho de rua com três supermercados, sete esplanadas, e mais um monte de atividades, onde de confinamento, pela janela do meu terceiro andar, vejo muito pouco. Por favor sejam conscientes e fiquem em casa sempre que puderem. Agradeço do fundo do coração a vossa compreensão e estimo a vossa solidariedade. Obrigado.
Minha querida Berta, desculpa ter aproveitado a tua carta para fazer este apelo. Despeço-me com um beijo,
Gil Saraiva
Reforço das medidas de confinamento
O Conselho de Ministros reuniu extraordinariamente esta segunda-feira, 18 de janeiro, para reforçar as medidas de combate à pandemia. Assim, além das medidas já em vigor, o Governo decidiu:
Proibir circulação entre concelhos aos fins-de-semana;
Exigir emissão e apresentação de declaração da entidade empregadora para quem circula na via pública por motivos de trabalho;
As empresas de serviços com mais de 250 trabalhadores devem comunicar à ACT nas próximas 48 horas a lista nominal de todos os trabalhadores cujo trabalho presencial considerem indispensável;
Limitar horários de funcionamento das lojas até às 20h00 em dias úteis e até às 13h00 aos fins-de-semana. Os estabelecimentos de retalho alimentar só podem funcionar até às 17h00 nos fins-de-semana;
Proibir vendas de bens ao postigo. No caso de cafés e restaurantes, a venda ao postigo só é permitida para produtos embalados e sem bebida;
Proibir o funcionamento de restaurantes em centros comerciais, mesmo em regime de take-away.
Proibir ajuntamentos e consumo de bens alimentares nas imediações de restaurantes e cafés;
Encerrar todos os equipamentos desportivos, incluindo courts de ténis e de padel ao ar livre;
Encerrar centros de dia, universidades sénior e espaços de convívio;
Proibir a permanência de pessoas em jardins e espaços públicos de lazer;
Proibir campanhas promocionais que promovam a deslocação de pessoas;
Funcionamento dos centros de ATL para crianças até aos 12 anos.
A par destas medidas, o Governo determinou ainda:
Aumentar a fiscalização por parte das forças de segurança, sobretudo nas imediações dos espaços escolares, bem como por parte da ACT;
Acelerar a vacinação em estruturas residenciais para idosos de modo a concluir a primeira toma até ao final do mês do janeiro.
Sabias que estamos quase, quase, a fazer 6 meses de correspondência? Pois é, minha querida, não sei como ainda me aturas. De qualquer forma, fico-te muito grato. Não é fácil ter uma leitora paciente e atenta aos meus desabafos durante tanto tempo. Escolhi o dia de hoje para regressar a um tema de que já não falava tem imenso tempo. Estou a referir-me à deputada Joacine Katar Moreira. Já te falei dela no passado, se bem te lembras.
Joacine, a deputada, é aquela senhora que acusa todos os que a criticam de racistas, xenófobos, machistas, entre outros impropérios que lhe são tão queridos e comuns no seu abastado vocabulário, como se a vaidade, a petulância, a tacanhez, a ganância, a arrogância e a estupidez tivessem preferência pela cor da pele.
Na realidade, ela desconhece que qualidades e defeitos não escolhem idades, raças, sexos ou credos para se instalarem. Uma verdade tão pura como as águas de uma fonte, em plena serra, no meio da natureza. Todos temos coisas muito boas e outras muito más nos nossos feitios. Porém, quando se é figura pública, com ou sem merecimento, o radar é sempre muito mais escrutinador e a peneira sobre o que somos e fazemos extremamente mais fina. Ora, o cuidado com as nossas atitudes e atos tem, por isso mesmo, de ser redobrado, triplicado ou mais até.
A mim pouco me interessa se a menina Moreira é uma negra bonita ou feia, que veste bem ou mal, que gagueja ou não. Nada disso é relevante para o caso. O que me importa é o que ela pensa, as atitudes que toma, as causas que defende e como tem tratado aqueles que a elegeram nas urnas em 2019. Por outro lado, para ser bem claro, repudio veementemente todos aqueles que a compararam a símios africanos, selvagens e vingativos para com a comunidade branca que, por acaso, é maioritária em Portugal. Acho isso abjeto e sem qualquer sentido que não o de um racismo primário, totalmente condenável e repulsivo.
Deves estar a pensar porque falo eu da menina Moreira nesta altura? Falo, por causa da sua nova tentativa de se colocar em bicos dos pés ao votar contra a revalidação do Estado de Emergência em Portugal. Diz assim a deputada não inscrita: «O Estado de Emergência veio reforçar a vulnerabilidade social e financeira de milhares de cidadãs e cidadãos. Serve apenas como uma espécie de alvará para despedimentos em massa».
É pena, que a incompetência consistente e reiterada, não possa ser considerada uma justa causa para se poder acabar com um mandato de um deputado. É pena ouvir demagogia baratucha da boca de alguém que devia servir apenas e não se servir de quem a elegeu, usando a palavra para lançar chavões antigos e obsoletos, nesta altura e no atual estado da nação.
No meu alegado entender a menina Moreira, deputada não inscrita na Assembleia da República, tem, durante o decurso do seu mandato na AR, executado um péssimo papel na defesa das mulheres, na luta antirracista e na representação de quem a elegeu. Embora as opiniões sejam apenas isso, opiniões, a minha é de que esta senhora é uma pessoa de uma vaidade extrema, de um egoísmo nervoso, de uma incompetência total, de uma petulância absurda, de uma tacanhez revoltante, de uma arrogância sem explicação e, finalmente, de uma estupidez consideravelmente a cima da média.
Mas isto é apenas a minha opinião e vale o que vale. Em sua defesa apenas posso dizer que existem mais casos deste calibre na nossa Assembleia da República, ou seja, embora sendo a única deputada não inscrita na AR, outros há que fariam uma excelente companhia a este triste exemplo, felizmente, sim, felizmente, não é algo generalizado pelas galerias do parlamento nacional.
Despeço-me com a saudade imposta pelos confinamentos sociais e pela ausência de demonstrações de carinhos presenciais, este teu sempre amigo,
SNS e DGS: Mentira ou uma grande coincidência? Se as tuas cartas tivessem título, esta questão devia ser o que constaria, como legenda titular, na carta de hoje. Era para a ter escrito ontem, todavia, ainda pensei, umas quantas vezes, que estava a ficar como aqueles maluquinhos, que vêm teorias da conspiração em todo o lado. Resolvi deixar passar 24 horas. Afinal, achei necessário pensar bem no assunto, antes de escrever e parecer ridículo, neste meu raciocínio.
Contudo, as 24 horas passaram e, em vez de achar que tudo não passava de um pensamento absurdo da minha parte, cada vez mais penso que tenho mesmo razão. Ou seja, o Governo, o Presidente, enfim, o Estado anda a esconder-nos informação. Eu sei, amiga Berta, que as minhas cartas para ti são todas, sem exceção, incluídas no domínio do alegadamente. Mesmo assim, após 40 anos de jornalismo, prefiro ter as minhas fontes, sobre qualquer tema que escrevo, o melhor documentadas e verificadas que me for possível.
Não é essa a situação de hoje. Não tenho, efetivamente, como fazer prova sobre o que se passa de concreto no âmbito das minhas interrogações, nem sequer sei se tudo o que agora afirmo poderá alguma vez sair do universo do alegadamente. Apenas tenho a enorme convicção de que alguma coisa se está a passar e de que a verdade está a ser distorcida.
Deves estar a interrogar-te sobre que raio é que eu estou para aqui a escrever. Para te responder a isso tenho que te explicar que, dos meus 40 anos de atividade profissional enquanto jornalista, mais de metade foi passada a fazer investigação. Ainda por cima, manter uma carteira profissional nos últimos 25 anos, na qualidade de freelancer, em Portugal, não é pera doce.
A importância da investigação gera em nós, enquanto investigadores, uma espécie de instinto para detetar quando algo não bate certo. Podemos nem saber ao certo do que se trata, mas se algo estiver errado, no meio de um conjunto de informações que nos vão chegando, algures, cá dentro do meu cérebro, toca uma espécie de alarme como que a prevenir que há um erro seja lá onde for. Foi esse alarme que eu passei a sentir desde o último sábado.
Já agora, falando concretamente do que me chamou a atenção, no sábado, eu vi e ouvi uma reportagem com o Jorge Jesus, em que este se mostrava visivelmente abalado, com o facto de ter perdido um grande amigo, nesta luta contra o Covid-19. No entanto, a única morte confirmada pelo SNS apenas teria lugar na segunda-feira, tendo sido anunciada como um óbito, efetivamente, ocorrido na segunda. (Um aparte: eu digo “o” Covid-19 porque se trata de um vírus e não “a” Civod-19 por ser uma doença, aliás, também digo o Cancro ou o Ébola, mas admito que existam opiniões divergentes sobre masculino ou feminino na designação).
Ora bem, pela entrevista de Jorge Jesus, o que me pareceu, na altura, foi que a família do antigo massagista do Estrela da Amadora, um homem de 80 anos, tinha acabado de comunicar o óbito, derivado por infeção com o coronavírus, ao treinador, mostrando-se esse sinceramente consternado com a notícia. Já a repeti por diversas vezes, pois guardei o videoclip, e chego sempre à mesma conclusão: Mário Veríssimo faleceu a 14 de março de 2020.
Contudo, o Serviço Nacional de Saúde, apenas declara a morte no dia 16 de março. Como se esta tivesse ocorrido na madrugada desse dia. Para ainda me deixar mais incomodado, no dia 15 dá-se a transmissão de um novo clip de Jorge Jesus, 24 horas depois da sua primeira declaração, com o homem notoriamente atrapalhado, a dizer que fez confusão, que sabia que o amigo estava em risco de vida e que poderia perecer, tentando dar o dito por não dito, coisa que não se pode pedir a este ilustre homem do futebol, devido à sua falta de jeito para as artes teatrais.
Porém, alguém, na minha interpretação a própria Direção Geral de Saúde ou o Ministro da tutela, solicitou este desmentido. O óbito acaba por ser declarado dia 16, provavelmente alguns dias antes do que o SNS pretendia, para que não se levantasse a lebre sobre a fiabilidade das informações da DGS ao público em geral. Em conclusão, passei a achar que o fluxo diário das informações da DGS, todos os dias ao meio-dia, não passa de um cozinhado.
Repito, um cozinhado, criado para nos ir dando, ao ritmo desejado, as notícias sobre o vírus que o Governo julga aconselhável transmitir. Aliás, se este fosse um caso único, se esta fosse a única ação fora de contexto, eu até poderia estar realmente a imaginar uma Teoria da Conspiração. Todavia, juntando esta coincidência (e eu não acredito em coincidências) a outros detalhes ocorridos durante todo este mês, desde o dia 2, levam-me a acreditar que a informação está a ser globalmente manipulada pelo Estado.
Algumas das incongruências foram assinaladas na Sic, por Miguel Sousa Tavares, outras fui apanhando nos diferentes noticiários, imprensa e nas notícias que recebo via Agência Lusa. Por exemplo, na semana passada o Infarmed ia distribuir um milhão de máscaras, a notícia foi transmitida e ninguém mais se lembrou disso. Contudo, este passado fim-de-semana, os dentistas, o pessoal dos aeroportos, algum pessoal médico, e outros, queixaram-se de não ter máscaras, bem como diversos equipamentos de proteção, também, anteriormente anunciados como prontos para entrega, pelo Infarmed.
Hoje, perante a insistência dos repórteres, o mesmo Instituto anunciou a distribuição de 2 milhões de máscaras e mais equipamentos, entretanto, passou uma semana. As ordens da DGS saíram, rigorosas e nacionais, mas os portugueses que regressam a Portugal, por fronteira terrestre, vindos por ou de Espanha, não estão a ser monitorizados.
Então estamos a receber pessoal de elevado risco e não estamos a verificá-los? O mesmo se passa nos aeroportos, quem lida com aquela gente toda, funcionários, seguranças, polícia, e por aí em diante, não tem sequer uma máscara para se proteger dos magotes de gente que acedem ao local e aos balcões. Estranho, não?
Estou convicto que não só não temos conhecimento de toda a estratégia global do Estado, como considero ser real a manipulação dos dados relativos ao Covid-19, por parte da DGS, como punha as mãos no fogo como temos muito menos material de proteção do que aquele que tem sido anunciado publicamente de 2 de março até ao dia de hoje.
Há outros detalhes que não jogam uns com os outros, nem batem certo, como as explicações dadas para a instalação dos hospitais de campanha ou de triagem, ou, ainda, a forma como foram amontoados os 70 nepaleses, num único local, no Algarve. Todos estes detalhes não combinam com o plano concertado e anunciado aos portugueses, como sendo aquele que está a ser posto em prática.
Até a quarentena do Presidente da República me parece, neste momento, uma estratégia forjada, para amanhã, se anunciar o Estado de Emergência, saltando 2 patamares de uma vez, o Estado de Contingência e Estado de Calamidade. O caso de Ovar, então, soa incrivelmente a gato escondido com rabo de fora. Só espero que toda esta estratégia de segredo esteja a ser concertada para se evitar o pânico.
Em conclusão, parece-me evidente, pelo desenrolar dos eventos e pelas discrepâncias que vou detetando, ajudado por 40 anos de atividade jornalística que o SNS, a DGS, o Infarmed, o Governo e a Presidência da República, nos estão a mentir descaradamente, contudo, até prova em contrário, espero que seja porque eles pensam ser essa a melhor maneira de manter a população calma. Caso seja por isso ainda lhes dou o benefício da dúvida, embora, pessoalmente, preferisse saber a verdade.
Fica descansada, amiga Berta, que continuarei atento. Darei novidades sobre a pandemia, sempre que se justificar. Despeço-me com um beijo fofo,