Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Hoje é dia de reflexão. É algo que não existe nas outras democracias, mas que nós possuímos. Um dia consagrado nas leis eleitorais do nosso país para que o povo possa refletir em paz, aproveitando este ano, ainda mais, porque o confinamento pode ajudar o pensamento a atingir profundidades especiais e muito úteis neste momento atual.
Mas sobre o que vamos nós refletir? Será que o pensamento nos foge para os números galopantes da pandemia em Portugal? Sim, porque 274 mortos por Covid-19, num único dia neste país é uma barbaridade absoluta. Isso e o funesto número de 10.194 óbitos em terras lusas deste o início da pandemia. Pela primeira vez temos a certeza que, pelo coronavírus, acabamos de perder uma décima do total da população nacional. Assim sendo, com menos 0,1% dos portugueses entre os vivos, começa a ser palpável a mossa que a pandemia tem feito no país.
Iremos refletir se amanhã vamos ou não votar? Claro que votar é um dever cívico, mas confinar é já uma obrigação. Valerá a pena correr o risco? Eu, que por motivos pessoais confino há mais de um ano, acho que sim. Mesmo sendo um cidadão de risco vou ás urnas deixar a minha opinião. Todavia, isso sou eu, nem todos pensarão da mesma forma e com toda a razão e legitimidade, precisamente igual à minha que, ainda assim, me faz sair de casa.
Será que vamos refletir sobre se temos ou não cumprido com sensatez as regras do Estado de Emergência e deste último confinamento? Ou iremos mesmo refletir em qual dos 7 candidatos vamos votar?
No meu entender, minha querida Berta, devemos refletir sobre tudo o que já referi. Também acho que devemos mesmo ir votar. Mas entendo perfeitamente as alegações e os motivos de quem assim não pensa. A atual situação presta-se a todo um imenso e vasto campo de pensamentos contraditórios, onde dever, obrigação, medo e revolta têm lugar numa tribuna muito especial. O que posso pedir a cada um é que reflita primeiro e decida depois.
Com estas palavras se despede por hoje este teu amigo, até amanhã, dia de eleições e que não tenhamos surpresas desagradáveis. Já bastam as que nos têm invadindo as casas pelas notícias deste quotidiano sinistro e muito sombrio em tempos de frio e pandemia. Recebe um beijo, do mesmo de sempre,
Hoje está a ser um dia estranho. No Parlamento, a Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, afirmou perentoriamente que: "O que posso e venho aqui assegurar aos senhores deputados é que não houve nem da minha parte, nem tenho elementos que me permitam sequer suspeitar que as pessoas que na Direção-Geral de Política de Justiça trabalharam nessa nota, tivessem tido a mínima intenção de alterar dolosamente qualquer facto".
Com a investigação do caso a decorrer Francisca Van Dunem nega assim qualquer conhecimento das alterações feitas por aquela Direção-Geral e garante desconhecer ainda o procedimento que levou aos lapsos abonatórios ao currículo de José Guerra, o procurador português nomeado para o cargo de procurador português em Bruxelas.
A ministra, depois de explicar uma vez mais aos deputados todo o Processo de Seleção do procurador português para procurador europeu, em Bruxelas, só não conseguiu explicar como e quem cometeu os erros, lapsos ou enganos, cometidos na nota interna que seguiu da Direção-Geral para os serviços nacionais em Bruxelas. No entanto, defende-se alegando que essa é uma investigação ainda em curso, que brevemente terá a sua conclusão. Ora, sem querer parecer espertinho, amiga Berta, eu, que nada entendo destes meandros, acho que deve ser fácil descobrir o redator.
Também acho que não deve ser difícil saber quem foi que a conferiu, antes do respetivo envio para Bruxelas. Mas pronto, isto sou eu que não entendo nada da burocracia interna de uma Direção-Geral de Política de Justiça. Aliás, a minha ignorância é tanta que nem sabia da existência de tal Direção-Geral, nem sei sequer quantas pessoas a compõem e quais as funções que desempenham, no quadro do Ministério a que pertencem.
Quanto ao facto de hoje estar a ser um dia estranho realço ainda o facto de ter ficado a saber que no outro lado do Oceano Atlântico, nos Estados Unidos da América, a invasão do Capitólio ter tido o trágico resultado de quatro mortos. Tal número demonstra que a situação foi ainda bem mais grave do que aquilo que as imagens noticiosas apresentam. Salva-se o facto de as duas câmaras, Senado e Câmara dos Representantes, terem posteriormente ratificado a eleição do presidente eleito pelos democratas. Biden poderá assim tomar posse no próximo dia 20 de janeiro, agora que estão cumpridas todas as formalidades deste processo.
O dia estranho de que falei no início desta carta é ainda reforçado pelos estragos que a tempestade Filomena continua a provocar na pérola do Atlântico que, a esta hora, mais parece a ostra do que a pérola desse oceano. Por fim, os 19.954 casos de Covid-19 registados em Portugal entre ontem e hoje, tornam este dia não apenas estranho, mas, mais do que isso, deveras sinistro e sombrio.
Não sei o que se passa com os astros, mas parece-me que este início de janeiro de 2021 nos tenta tirar a esperança de um ano de 2021 mais risonho do que o ano que o antecedeu. Espero que a expressão popular de que “o que importa não é como as coisas começam, mas como acabam”, se venha efetivamente a concretizar, no que ao alento diz respeito. Afinal, eu sou um otimista por natureza e pretendo manter o meu otimismo bem vivo e aceso.
Resta-me, portanto, a convicção de que hoje foi apenas e só um dia estranho e que tudo irá mudar para melhor a breve trecho. Assim se despede hoje, querida Berta, este teu eterno amigo que nunca te esquece, com um beijo de até amanhã e sempre pronto para o que dele possas vir a precisar, atenciosamente,