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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Desabafos de um Vagabundo: Série II - n.º 5: Jardim da Parada - A Réstia de Esperança...

Desabafos S-II-5.jpg Desabafos de um Vagabundo

A Réstia de Esperança...

COMENTÁRIO À CARTA À BERTA (JARDIM DA PARADA - NÃO HÁ CU QUE NÃO DÊ TRAQUE) N.º 622 NO SAPO BLOGS, 

«Sandra, 08.11.2022 - 10:30 h.

Tenho acompanhado esta situação que, por todos os fatores e mais alguns, se tornou mediática. É incrível como os próprios órgãos de comunicação social se contradizem a eles próprios, e é de causar estranheza parecerem estar a "defender" um dos lados (neste caso, o lado errado) quando deveriam ser isentos e limitar-se a divulgar a notícia. Parece que dão destaque e voz a quem defende não ser prejudicial o avanço das obras, em vez de dar, de forma justa e equilibrada, igual destaque a quem tem como provar o prejuízo irreparável que a construção de tal linha traz.

Não estou ligada diretamente a Campo de Ourique, ou ao Jardim da Parada, mas sinto-me ligada indiretamente a esta situação por ela representar todos "os Jardins da Parada" e todas as "linhas do metro" país fora. Enfim. No meio de tudo, trata-se de uma luta desigual, onde, na pior das partes, impera não a sincera preocupação com a população e a sua acessibilidade a essa zona, mas o ponto que parece reger este país: o fator interesse económico.

O tal jogo de interesses entre " os grandes", em que uma mão lava a outra e todos ficam a ganhar. Neste caso, nem todos ganham. Peço desculpa pela "intromissão" mas após ler as suas partilhas, não consegui sair daqui calada.

Boa sorte nesta luta, que a meu ver, ainda está para durar...»

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Cara Sandra,

Quando na Antiguidade Clássica se queria falar em lutas desiguais vinha sempre ao debate a luta entre David e Golias. Neste caso concreto, da batalha entre o Metropolitano de Lisboa e o Movimento "Salvar o Jardim da Parada", a velha comparação peca por defeito. Teríamos de arranjar outros intervenientes, algo do tipo "a batalha entre o T-Rex e a Pulga".

Com efeito, e apesar de se saber, pelos outros exemplos já ocorridos com o metro em Lisboa, que nenhuma árvore de grande porte sobrevive mais de cinco anos depois de ser implementada uma estação de metro debaixo dela, os especialistas do Metropolitano afirmam descaradamente que desta vez é que é. De realçar que por detrás do Metropolitano de Lisboa está o Governo de António Costa e todo o poder a ele associado. Para piorar as coisas, na Junta de Freguesia de Campo de Ourique encontra-se o filho do Primeiro-Ministro, Pedro Costa, com o cargo de Presidente da Junta, que, por sinal, pouco se preocupa com os seus fregueses ou se interessa sobre o que eles pensam.

Pedro Costa entrou para a política pela mão do pai, como número dois desta Junta de Freguesia. Conforme combinado antecipadamente o então Presidente da Junta, um tal de Pedro Cegonho, foi promovido a deputado na Assembleia da República nas eleições legislativas seguintes e o Costinha ascendeu, quase sem saber ler nem escrever, a Presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique. Finalmente, nas últimas eleições autárquicas, em que poucos eleitores sabiam da estratégia, foi eleito Presidente da Junta, com pouco mais que uma dúzia de votos do seu mais direto oponente.

Ora, Pedro Costa, não se preocupa com o que possa acontecer à Freguesia ou ao Jardim da Parada porque está em trânsito. Nas próximas eleições autárquicas já não será ele o candidato do PS a esta Junta. Seguirá o caminho de ascensão política desenhado pelo pai. Uma ascensão promovida pela genética, que não pelo mérito.

Pois é, cara Sandra, eu que sou socialista militante, daqueles com quotas em dia, tenho, contudo, a consciência que nem tudo é perfeito e são do seio do meio próprio partido. Há muito que no PS as promoções familiares são uma realidade. Posso, infelizmente, dar vários exemplos disso.

Depois a comunicação social, que depende bastante da publicidade institucional do Estado, só dá voz aos mais fracos quando a coisa é lançada em conjunto. Se todos contestam algo que o Governo faça, a situação passa e ninguém sofre consequências, mas se apenas um órgão de comunicação se manifesta ou tenta manifestar, aí o risco é bem maior e, normalmente a Direção de Informação censura a notícia.

Foi o caso da TVI, por exemplo, com uma boa reportagem feita sobre a polémica de se “Salvar o Jardim da Parada”. Essa notícia nunca viu a luz do dia. Ficou retida e enviada para arquivo pela Direção de Informação do canal.

Em conclusão, minha amiga, não é fácil ser-se pulga num mundo de T-Rex e outros gigantes de carapaça dura, quase impenetrável. Porém, por vezes, sem ninguém saber bem como, acontece uma exceção. É nessa réstia de esperança que a população do bairro se agarra. Quem sabe… quem sabe…

Gil Saraiva

 

 

 

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