Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Há quem diga que somos um país transparente, mas isso não é assim e nunca foi. O Estado em Portugal sempre preferiu a opacidade e o segredo a dar conhecimento ao povo daquilo que faz e das decisões que toma e em que são fundadas. Efetivamente, é mais fácil decidir se, quem tem de cumprir, não souber bem porque é que o tem de o fazer. Está na lei, dizem.
Podem pensar alguns que esta é a maneira socialista de governar, mas o erro será grave para quem pense desta forma. Este modo de agir vem dos tempos da monarquia, da ditadura e manteve-se depois de iniciada a democracia. Porém, como dá jeito, nunca se acabou com isso. Não importa se é o PS ou o PSD quem controla o Governo, porque ambos agem, nesse campo específico, exatamente da mesma maneira.
Desta vez foi a DGS (leia-se Direção Geral de Saúde) que decidiu tornar ainda mais opaca a pandemia em Portugal. Já existiam laivos graves de secretismo, todos sabemos que os dados da pandemia por freguesia, embora fossem conhecidos do Governo, nunca foram transmitidos ao público. Contudo, já nos tínhamos habituado a esta opacidade, agora, na ânsia da DGS se tornar em DGSS (leia-se Direção Geral de Saúde Secreta), o Ministério da Saúde permitiu que a esta direção geral se tornasse, de um momento para o outro, na Direção de Saúde mais secreta do mundo, aliás, corrigindo, na segunda Direção de Saúde mais secreta do mundo, pois que o primeiro lugar é ocupado pela Coreia do Norte, no que há divulgação dos dados da COVID-19 diz respeito.
Com efeito, até a Rússia Czarista de Putin é mais transparente relativamente aos dados da COVID-19 do que a nossa DGS. É triste que estejamos no 225.º lugar, em 226 países e territórios do total mundial, no que à transparência dos dados da COVID-19 diz respeito. Nem a China, nem a Venezuela, ocultam desta forma e com tanto apego os dados relativos à COVID-19. Aliás, conforme já disse e reforço, pior que nós só mesmo a Coreia do Norte.
Poderão os mais despreocupados dizer que também não precisamos de saber tudo. Que vivemos num país de medricas e que era preciso afastar da cabeça dos portugueses o fantasma da COVID-19. Todavia, o mais grave é que a DGS não está a ocultar os dados apenas da generalidade dos portugueses. Está enganado quem pensar que assim é. Até os especialistas, aqueles que até agora, desde que a pandemia começou, tinham acesso aos dados, para poderem criar os cenários de atuação ou fazer previsões da evolução futura da pandemia, ficaram, de um momento para o outro, sem acesso aos dados.
Mais grave ainda é que a tabela semanal divulgada pela DGS, vem agora carregada de erros. Por exemplo, esta semana, pelos dados divulgados e fazendo as contas seria de pensar que o famoso RT era inferior a 1, mas é o próprio relatório da DGS que afirma que ele já se encontra em 1,06. A coisa é de tal forma alarmante que o matemático Henrique Oliveira, veio esta semana denunciar que tudo está mal nesta nova atitude da DGS porque ela torna, assim, "verdadeiramente impossível fazer previsões a médio e longo prazo”, uma vez que os relatórios não incluem os dados diários e reportam dados com dias de atraso.
O matemático vai mais longe e chega a dizer que o novo relatório “é um relatório pobre” e que, “como matemático, não hesitaria em chumbar um aluno" que lhe "apresentasse um relatório destes”, com “muito pouca qualidade”. O homem diz não perceber “porque é que de repente números que são conhecidos das autoridades de saúde ficam secretos” e pede que: “Divulguem os dados, não soneguem informação, não escondam informação dos cidadãos”, para acrescentar que: é "verdadeiramente impossível fazer previsões a médio e longo prazo, uma vez que os relatórios não incluem os dados diários e reportam dados com dias de atraso, por serem divulgados à sexta-feira, com informação relativa à segunda-feira anterior.” Por isso, afirma: “É completamente impossível monitorizar e prever. E é completamente impossível atuar.”
Este e os outros especialistas que frequentavam as reuniões do INFARMED, para aconselharem o Governo nos passos a dar seguidamente, dizem que deixaram de ter acesso a qualquer informação credível, fiável e fidedigna, como até aqui acontecia. Ora sem isso, dizem, o país está a navegar completamente às cegas a coberto da guerra da Rússia e da invasão da Ucrânia.
Porém, afirmam, que o mais grave é que tudo aponta para estarmos a caminhar para uma sexta vaga e para um novo fenómeno já chamado de Longo Covid, uma doença que não fica no hospedeiro por uns dias, mas que pode demorar semanas ou meses a passar. Se nada for feito, afirmam, podemos um destes dias acordar no olho da tempestade perfeita, só que, nessa altura, será tarde demais para atuar.
É assim, minha querida Berta, que este nosso país à beira-mar plantado continua. Sujeito às birras de uma Graça Freitas (e companhia), que pretende retomar o poder perdido e agir a seu belo prazer. Só espero que alguém faça alguma coisa a tempo, enquanto há tempo. Despeço-me por hoje, com um beijo saudoso,
Terminando o assunto relativo à entrevista dada ao jornal Público, no início da semana pela alegadamente ignóbil Graça Freitas, passo a comentar a restante entrevista e o que me ficou por assinalar sobre essa senhora na carta anterior e que não quero deixar de referir.
Na entrevista ao Público, a Diretora-Geral de Saúde sublinhou que, num tempo em que a Covid-19 está a começar a ser confinada, muitas das normas que estão em vigor deverão desaparecer brevemente. Ora, minha querida amiga, tu vês algum controle efetivo da pandemia? Neste momento só não estamos pior do que nos meses de janeiro e fevereiro e talvez março deste ano. O famoso RT continua acima dos 0,8. O número de casos ainda não baixou do milhar e os óbitos não mostram qualquer esperança de passarem a residuais. Onde está então o controle? Na vacina? No excelente trabalho do almirante? Claro que isso ajuda, mas não resolve a situação.
A dona Graça fala no regresso à normalidade. Sempre com enfoque na vacina. Mas faz tábua rasa das previsões da Organização Mundial de Saúde, que apontam uma subida de mortos para a Europa, durante o inverno, que poderá ultrapassar o quarto de milhão de futuras vítimas. A senhora Freitas disse igualmente que: “Vamos tender a voltar à nossa vida como era em 2019”. Ninguém reforma esta mulher?
Ela prepara-se para enviar para o “Domínio dos Deuses” e para o “Reino da Opacidade” a informação referente ao evoluir da Covid-19 em Portugal seguindo o único exemplo mundial que sempre assim atuou, desta forma tão iluminada, a Coreia do Norte. Como é óbvio, amiga Berta, o fim dos boletins diários da covid-19 é um ato absolutamente condenável e de falta de respeito pelos portugueses. Se a DGS acabar mesmo, como promete a dita Freitas com os documentos que todos os dias informam o público do número de casos, mortes e internamentos pela pandemia, entraremos no âmbito norte-coreano da desinformação, situação que, no meu modesto entendimento, viola os direitos constitucionais de todo a população portuguesa.
Se esta entrevista, minha amiga, fosse efetuada pelo falecido Max, a senhora Graça seria equiparada certamente à mula da cooperativa por afirmar convictamente a seguinte asnice: “O foco da DGS vai tender a ser na doença propriamente dita e não tanto na infeção. Para isso, o boletim vai deixar de ser diário, para libertar os portugueses do peso dos números. Queremos aumentar o intervalo desta publicação, sendo que, sempre que acontecer alguma coisa inesperada, comunicaremos”.
Uma atitude que, a acontecer, vai levar este país em que vivemos a uma nova e gravíssima crise pandémica. Pode não morrer tanta gente como aconteceu até esta fase da vacinação, mas as consequências serão de uma gravidade completamente inimaginável. Despeço-me triste com tanta asneirada proferida por alguém que devia ter responsabilidades sérias na gestão da pandemia. Os meus votos, desejos e anseios vão para que Marta Temido e António Costa se apercebam da asneirada antes de esta se iniciar e que a possam extinguir atempadamente. Ah, resolvi nem esperar pela reunião do INFARMED para escrever esta segunda parte. Por hoje é tudo. Recebe um beijo de despedida deste teu amigo de sempre,
Por mais que eu não queira voltar a falar desta senhora, lá vem, de novo, a dita cuja Diretora Geral de Saúde, dizer uma alarvidade que me tira do sério. Desta vez, Graça Freitas (a alegadamente ignóbil diretora das ideias peregrinas e dos raciocínios absurdos), cujo nome já se tornou famoso no país, veio, através de uma entrevista dada ao jornal Público anunciar, como se algo de bom se tratasse, mais uma tentativa de fuga à transparência, com o mais vil descaramento.
Relembro-te, querida Berta, que a ela se deve o alegado facto de, em todo o país, (e principalmente nas zonas metropolitanas de Lisboa e Porto) nunca terem sido divulgados os casos, infeções e óbitos ao nível das freguesias, no âmbito da pandemia, mesmo contrariando com isso o que os especialistas acham ser o procedimento mais correto e eficaz para ajudar as populações a fazer uso das medidas anunciadas de combate à Covid-19. Usar de maior transparência podia trazer à ribalta e à vista de todos a imensa incompetência inicial da gestão pandémica.
O anúncio que a Dr.ª Freitas tinha para fazer ao país, minha querida amiga, bem no final da entrevista, como se isso alguma vez pudesse repor a normalidade no quotidiano ou como se fosse algo que realmente viesse a trazer algum benefício às pessoas, foi o seguinte:
“Vamos libertar os portugueses desta carga que é recordar todos os dias quantos casos, quantos internamentos, porque isso também dá um peso à nossa vida.”
Fazer esta afirmação a um órgão de comunicação social, como se estivesse a querer fazer algo de positivo não só é ridículo como é uma afronta à inteligência das pessoas. Graça Freitas não quer é continuar a ser escortinada pelos portugueses e está a tentar arranjar uma desculpa (esfarrapada, diga-se) para levar a água ao seu moinho. Esta é mais uma atitude inaceitável. Acabar com os relatórios diários da pandemia e os respetivos gráficos, numa altura em que os casos diários se mantêm na ordem dos milhares, a cada dia que passa, só pode servir interesses obscuros e quiçá sinistros.
É tão grave como quando afirmou, com total desconhecimento médico e científico, que: “O uso generalizado de máscara, por parte dos portugueses, só vai trazer à população uma falsa sensação de segurança.” Ainda te lembras amiga Berta?
A Dr.ª Freitas também queria ficar, alegadamente, com o controlo da vacinação em Portugal, imagina só o que poderia ter acontecido querida Berta. Para nossa sorte quer a Ministra da Saúde, Marta Temido, quer o Primeiro-Ministro, António Costa, dessa vez, estavam atentos e à revelia da DGS nomearam uma task-force cujo comando, depois das barracas de mais um burocrata, acabou por ser assumido, com o máximo sucesso, por um militar, o vice-almirante Gouveia e Melo.
É preciso arranjar uma forma de impedir que Freitas cancele os relatórios diários sobre a Covid-19 a que a DGS está atualmente obrigada, e isso, custe o que custar. Para não me alongar em demasia terminarei esta carta na próxima sexta-feira, já depois da reunião do INFARMED na quinta-feira, ou seja, amanhã. Despeço-me com um beijo saudoso,
O outro dia, julgo que foi na passada segunda-feira, escutei à mesa do café Az de Comer, na esplanada, uma conversa de uma criança de doze anos com o pai. Achei imensa graça ao diálogo e chegado a casa fui tentar tirar as minhas próprias dúvidas. A jovem menina queria saber quantos países e territórios tinha a Europa. O assunto tinha vindo à baila na escola e a professora fugira à questão.
O pai, com a experiência que os anos lhe deram, contornara a questão dizendo que existiam vários países entre a Europa e a Ásia, que estavam sempre, conforme os critérios, a ser considerados ou uma ou outra coisa. Deu o exemplo recente do euro2020 em que existiram jogos realizados em Baku, capital do Azerbaijão.
Ainda lembrou o festival da canção da Eurovisão, onde já há alguns anos passaram a entrar países euroasiáticos como o Azerbaijão, a Geórgia e a Arménia. Para além disso, a coisa ainda era mais complicada se fossemos contar com o Kosovo, reconhecido como país por mais de noventa dos seus pares, mas ao mesmo tempo não aceite como tal pela Sérvia, que o considera seu território.
Certo, certo, afirmava o pai lá do alto da sua sabedoria, eram os países que constituíam a União Europeia. Esses eram vinte e sete e para fazerem parte da mesma tinham que ser efetivamente europeus.
Foi no nono segundo depois desta afirmação que eu soltei uma gargalhada bem audível, que depois tentei disfarçar, amiga Berta. É que a catraia indagou, quase imediatamente o pai, querendo saber se ele tinha a certeza porque, segundo ela, Chipre, membro da União, parecia localizar-se na Ásia, pelo menos fora isso que ela aprendera na escola. O homem pareceu mastigar a informação enquanto ingeria um mini rissol de camarão.
Ora bem, cara amiga, pela geografia dos meus tempos a Turquia (excetuando Istambul até se atravessar a ponte) e a Ilha de Chipre já se encontram em território asiático. Porém, num continente euroasiático, a dinâmica diplomática, política e estratégica tende a estabelecer fronteiras que não são exatamente as que se aprenderam na escola.A definição moderna de Europa separa-a da Ásia no mar Egeu, Dardanelos-mar de Mármara-Bósforo, mar Negro, tergos do Grande Cáucaso, parte noroeste do mar Cáspio e montes Urais, como exemplificam muitos atlas, entre os quais o publicado pela National Geographic Society.
Há, por isso mesmo, uma espécie de nova Europa em expansão, nos tempos que correm, influenciada pela própria definição de Europa, que culturalmente estabeleceu raízes a partir da Idade Média, no ocidente europeu. Esta Europa expansionista procura estabelecer os seus limites pelo Mar Mediterrâneo e pelos países árabes a Sul e pela Rússia (que é parte Europa, parte Ásia) e pelo mar Cáspio a Leste.
Já a Norte a fronteira é evidentemente traçada pelos vários mares do Norte que se ligam ao Oceano Ártico, enquanto o Oceano Atlântico gera os limites a Oeste, incluindo Açores, Gronelândia e Ilhas Canárias.
Porém, um conjunto muito unido e organizado de cientistas e geógrafos a nível mundial tem, cada vez com maior sucesso, tentado acabar com a ideia de dois continentes (Europa e Ásia), com fundamentos meramente políticos e estratégicos, para passar a falar do continente Euroasiático, enquanto unidade continental única e indivisível.
Assim, somente pela definição moderna e política, a atual Europa inclui cinquenta e quatro países e territórios. A Arménia, a Geórgia, o Azerbaijão e Chipre são, portanto, países europeus, assim como o Kosovo, que é maioritariamente reconhecido enquanto país pela grande maioria dos seus pares europeus, de fora ficando a Sérvia, o Chipre, a Eslováquia, a Grécia e a Roménia, para além da Turquia e da Rússia. Fora da Europa nem a China nem o Brasil apoiam o reconhecimento independente do Kosovo. Em números redondos, aliás, o Kosovo só é reconhecido por cerca de um terço da população global, sendo que mais de cento e vinte países e territórios do mundo não o consideram um Estado independente e soberano.
Já à Turquia, por ter a cidade de Istambul situada na Europa, é deixada igualmente a possibilidade de ser considerada um país quer europeu, quer asiático, ficando por isso também incluída no grupo dos cinquenta e quatro países e territórios com reconhecimento europeu.
A ambição europeia atual parece querer ainda ir mais longe e já reconhece ao Cazaquistão, que tem uma leve fatia do seu território dentro das fronteiras geográficas da moderna definição de Europa, o direito a solicitar a sua integração na União Europeia. Pensamento peregrino certamente, uma vez que a Rússia nunca permitiria uma tal adesão.
Por curiosidade resolvi investigar mais uma ou outra situação. Dos cinquenta e quatro países e territórios da dita Europa que lugar ocuparia Portugal em termos de população? Seria um país considerado pequeno, médio ou o quê? E na listagem dos territórios europeus mais infetados pela Covid-19, em que lugar estaríamos nós?
As respostas a estas questões foi, mesmo para mim que me considero minimamente informado, surpreendente. Descobri que somos o décimo quinto país da Europa (incluindo Rússia e Turquia) com mais população. O que quer dizer que estamos bem dentro do primeiro terço dos países europeus mais populosos, com trinta e nove países e territórios atrás de nós. Também em termos de total de infetados por Covid-19 ocupamos a décima quinta posição, bem coincidente com o nosso lugar em termos de quantidade de habitantes. Fiquei deveras surpreendido e por isso alarguei a minha pesquisa a outras dúvidas no âmbito da Covid-19 e tento em conta o nosso número de habitantes.
Desta vez usei outro critério. Verificar em que lugar estaríamos nós, em termos de testagem à Covid-19, dentro dos países europeus e mundiais com igual ou superior número de habitantes de Portugal. Mais uma vez fui surpreendido pelos números, à nossa frente em testagem na Europa apenas encontrei o Reino Unido, a França e a República Checa com mais testes por milhão de habitantes que Portugal.
Já em termos mundiais os números, vistos de acordo com estas premissas, são ainda mais elogiosos, minha querida Berta, porque, parece mentira, apenas somos ultrapassados pelos três já referidos atrás e pelos Estados Unidos da América, ficando em quinto lugar mundial neste ranking dos países que mais testam a Covid-19 no globo, dentro daqueles que têm mais de dez milhões e cem mil habitantes.
Hoje vou para a cama mais sereno e menos preocupado com a forma como o Governo de Portugal tem combatido a pandemia. Estamos perfeitamente na média de infeções face á população que temos e somos dos países do mundo que mais se esforça em testar a sua população. Atrás de nós ficam oitenta e cinco países na testagem mundial, dentro destes parâmetros. Por hoje é tudo, despeço-me com amizade. Recebe um beijo, minha querida Berta, deste teu amigo de sempre,
Hoje e mais uma vez, infelizmente, venho falar das trapalhadas do Ministério da Marta. A culpa do mau serviço pode não ser diretamente da Temido, mas temo que se fique pela esfera da sua ação e dos seus procedimentos. São quatro os problemas com que me vi pessoalmente confrontado nos últimos tempos. Penso que todos eles se prendem com a disfunção tática da Direção Geral de Saúde.
Com efeito, a DGS, liderada pela alegada barata tonta da senhora, dita doutora, Graça Freitas, não só parece autista na maneira como comunica com o país, sem qualquer desprimor para quem sofra de autismo (pois a comparação apenas pretende demonstrar a falta de clareza em comunicar e em atuar em certas situações por parte da DGS, que é bem mais disfuncional do que qualquer autista, que não tem culpa de ter uma tal enfermidade), como é incapaz de resolver os diferentes problemas com que, ao longo da pandemia, se vai defrontando.
No decorrer das próximas cartas vou-te, minha querida amiga, descrever cada um deles, porque não é fácil inclui-los todos na mesma missiva sem me tornar maçador. O problema que hoje abordo é o do Certificado Digital Covid, e a sua emissão em Portugal. Nas outras cartas falarei do homicídio por negligência, do auto agendamento e dos adiamentos aos pacientes não Covid na área da saúde.
É do conhecimento de todos que, tendo o Governo de Portugal aderido ao Certificado Digital Covid proposto pela União Europeia, já existe inclusivamente site (https://www.sns24.gov.pt/servico/obter-certificado-digital-covid-da-ue/) para baixar o respetivo certificado, o qual, engloba três possíveis situações:
1) Certificado de Vacinação - Comprova que o cidadão foi vacinado contra a COVID-19. - A emissão dos certificados de vacinação contra a COVID-19 é efetuada de acordo com a orientação 007/2021 de 15 junho de 2021 da DGS.
A) Caso o seu certificado não apresente ainda a última dose recebida de determinada vacina, deve repetir o pedido após 48 horas.
B) Caso tenha tido COVID-19 antes da administração de uma dose de determinada vacina e por esse motivo complete o esquema vacinal com apenas uma dose, nas situações em que o mesmo habitualmente se completa apenas com duas doses, o seu certificado de vacinação ainda apresentará o esquema vacinal de duas doses durante esta fase piloto.
C) Até ao dia 1 de julho de 2021 (data da produção integral de efeitos dos Regulamentos (UE) 2021/953 e 2021/954, ambos de 14 de junho) o certificado passará a identificar de forma clara que o esquema vacinal, nestes casos, se completa apenas com uma dose, sugerindo-se que proceda à repetição do pedido de emissão após aquela data.Certificado de Testagem - Comprova que o cidadão realizou um teste à COVID-19. - A emissão dos certificados de testagem à COVID-19 é efetuada de acordo com a orientação 007/2021 de 15 junho de 2021 da DGS.
2) O certificado de testagem de testes rápidos de antigénio (TRAg) estará disponível a partir de 1 de julho de 2021 (data da produção integral de efeitos dos Regulamentos (UE) 2021/953 e 2021/954, ambos de 14 de junho).
3) Certificado de Recuperação - Comprova que o cidadão recuperou da COVID-19. - A emissão dos certificados de recuperação da COVID-19 é efetuada de acordo com a orientação 007/2021 de 15 junho de 2021 da DGS.
A) O certificado de recuperação tem validade de 180 dias a partir da data do teste positivo à COVID-19.
Até aqui tudo está bem e parece perfeitamente bem estabelecido e organizado. O Governo prepara-se inclusivamente para usar estes certificados chamados conjuntamente de: Certificado Digital Covid, como documento comprovativo suficiente para se poder sair de uma cerca sanitária, como a que atualmente acontece ao fim-de-semana na zona de Lisboa e Vale do Tejo.
Para além disso, também se prevê que possa ser usado não apenas nas viagens dentro da União Europeia, como sirva de atestado sanitário para participação em eventos ou frequência de certas áreas e espaços que necessitem de maior controlo sanitário dentro do território nacional.
As explicações no site sobre o certificado e cada uma das vertentes são mais completas e elaboradas, porém, amiga Berta, se quiseres saber mais basta seguires o endereço que referi no quarto parágrafo, pois estão lá todas as explicações necessárias.
Ora, conforme pudeste verificar, até este momento tudo parece bem feito e um produto com a qualidade que se espera de uma organização estatal como a DGS. Todavia, é no momento em que se acede ao pedido do Certificado Digital Covid que tudo muda de figura. Na página, que já te referi, um quadrado verde, com letras brancas, anuncia o acesso ao documento com os seguintes dizeres: “Obter o Certificado Digital Covid”.
Eu entrei e cliquei na primeira opção (a da vacinação). De seguida, no formulário presente inscrevi nome e número de utente do SNS. Comecei pelo da minha mulher-a-dias que me tinha pedido ajuda para o obter, o serviço enviou um código para ser inserido numa nova janela por sms (e também por email), coisa que fiz e, dois minutos depois, já lhe estava a entregar o devido certificado impresso. Seguidamente tentei o meu e a desgraça começou.
Tudo correu bem até ao pedido do código de confirmação por email e sms. O problema foi que o sistema não enviou o código respetivo. Nem desta vez, nem das 23 vezes que tentei obtê-lo nos últimos três dias. Liguei para o número de apoio do SNS24 e, à terceira insistência, um rapaz do “call center”, mandou-me clicar na opção cinco, que não é referida na gravação automática, mas que é (secretamente) a opção dos serviços administrativos relacionados com o site, segundo me confirmou o senhor João Mendonça do serviço de atendimento.
Tudo porque, dizia-me ele, o próprio site tem uma ressalva nas opções finais, para insistir no envio do código quando ele não é enviado automaticamente. Visto isso também nunca ter resultado comigo vez nenhuma, teriam de ser os serviços administrativos a resolver o problema. Agradeci, satisfeito por encontrar, por fim, uma solução para o meu problema, marquei o 808 24 24 24, ouvi a voz gravada da menina e cliquei na opção 5, não anunciada no registro da gravação. A chamada foi estabelecida.
Depois de expor o meu problema, o número de tentativas efetuadas e todos os passos dados, fui informado por um simpático brasileiro de que, assim sendo, o serviço administrativo não podia fazer mais nada. A solução, se precisar mesmo do certificado, dizia-me ele, era continuar tentando até que a coisa resulte. “- Da nossa parte o processo não tem mais seguimento.” - afirmou.
Verdadeiramente incomodado com a situação, resolvi tentar saber se aquilo só tinha acontecido comigo, se era invulgar ou se acontecia com muito mais pessoas. Liguei para 21 dos meus contactos, pessoas que já sabia terem a vacinação completa. Para meu espanto (exceto dois que tinham os telemóveis desligados), dos dezanoves contactados, todos já tinham pedido o Certificado Digital Covid. Porém, apenas oito o tinham conseguido receber e imprimir.
Assim sendo, desta pequena amostra, apenas 40% dos utilizadores dos serviços tinham conseguido obter o Certificado Digital Covid. Todos os outros estavam na mesma situação que eu, sem saberem o que fazer e a quem recorrer. Uma coisa inadmissível.
Conforme podes constatar, minha querida amiga Berta, sempre que entra em ação a mão humana e a coordenação da Direção Geral de Saúde o resultado é como que o de uma lotaria. Se tivermos sorte temos prémio, se o azar nos bater à porta, temos pena. Com esta observação me despeço até à próxima carta, este teu amigo de sempre,
“Portugal é o país da União Europeia com menos novos casos diários de infeção por SARS-CoV-2 e continua entre os com menos mortes por milhão de habitantes nos últimos sete dias, segundo o site estatístico Our World in Data”, divulgado hoje pelo site nacional “Notícias ao Minuto”.
Ainda, segundo as mesmas fontes: “Desde a semana passada, Portugal desceu em número de novos casos por milhão de habitantes para 32,29, muito longe do país em pior situação, Chipre, com uma média de 499 novos casos diários.” Por fim, pode-se ler ali também que: “Em relação à média de mortes por milhão de habitantes atribuídas à Covid-19 nos últimos sete dias, Portugal aumentou ligeiramente na última semana de 0,17 para 0,21, igual à Finlândia e quatro centésimas acima da Dinamarca, que é o país com a média inferior.”
Tudo isto é muito bonito, principalmente se nos lembrarmos do passado mês de janeiro, em que vertiginosamente atingimos o topo no ranking dos piores países do mundo em termos de pandemia. A grande questão é saber como conseguimos este feito de passar do pior país do mundo, no que à Covid diz respeito, para o ranking dos melhores em apenas dois meses. Há quem fale na vacinação eficaz, nas medidas de confinamento implantadas, da sensatez dos portugueses ou da agilidade da nossa DGS. Tudo treta.
A recuperação de Portugal ficou a dever-se, isso sim, à implantação de um método transparente, e de fácil perceção pelos cidadãos, de gestão da pandemia. Este novo processo de confinar ou desconfinar, dividido por várias fases, cada uma delas com objetivos específicos, e acompanhado por gráficos da evolução dos parâmetros adotados, permitiu o entendimento total do problema pela generalidade da população.
A reforçar a ideia, a possibilidade de os concelhos avançarem ou regredirem no confinamento, consoante o seu comportamento face ao padrão adotado, implementou responsabilidade e união em torno de objetivos comuns, ou seja, o povo sabe comportar-se se as coisas lhe forem devidamente explicadas.
É claro que a vacinação competente, o aumento do rastreio, a maior dinâmica no acompanhamento dos surtos e o grande acréscimo da testagem, também contribuíram para o sucesso, mas nada teria sido conseguido sem a implementação deste espetacular método.
Na elaboração do esquema o Governo optou, e muito bem, por criar limites aos desconfinamentos que, há data da sua implementação, eram metade dos exigidos na União Europeia, ou seja, 120 casos por cem mil habitantes, por concelho, para períodos de 14 dias, face aos 240 adotados na maioria dos países europeus e recomendados pela EMA. Uma jogada inteligente que cedo deu frutos.
Aliás, se registássemos a patente deste método, sem sermos líderes no âmbito da inteligência artificial, nem mesmo sermos produtores de qualquer tipo de vacina para a Covid-19, veríamos facilmente a importância do valor acrescentado que Portugal deu no combate a este flagelo, que não para de fazer vítimas em todo o mundo.
Fora de brincadeiras e de patentes, aplicar na Índia o método luso, poderia ajudar mais os indianos a recuperar do que qualquer ajuda material que Portugal consiga dar a este povo com quem tem laços seculares. Aliás, o mesmo se poderá dizer relativamente ao Brasil e a muitos outros países do mundo, em que as populações não conseguem compreender porque é que os seus governantes mandam confinar e desconfinar sem uma explicação evidente.
Portugal foi inovador na criação de um sistema eficaz e fácil de compreender, composto por parâmetros ambiciosos e por consequências de desvios ao plano imposto. Foi tão inovador que lhe deveria, no meu entender, minha querida amiga Berta, dar-lhe um nome. Talvez CUPIDO (Criação Única de Processos Interativos de Desconfinamentos Organizados). Tal como o deus do arco e flecha que leva amor aos corações dos amantes este CUPIDO transporta, com provas dadas, a saúde aos lares de todo o pais, sendo radicalmente eficaz no combate à pandemia. Viva CUPIDO! Por hoje é tudo, deixo um beijo e a promessa de escrever em breve, recebe ainda um grade abraço deste amigo de todos os dias,
Tenho visto e ouvido imensa gente a criticar o Governo por andar a fazer poucos testes. Seja na Assembleia da República, por parte dos partidos da oposição, seja na imprensa escrita e, mais assertivamente nas redes sociais, que quase que espumam de raiva reivindicativa pela testagem em falta. Eu que aponto o dedo à atuação dos nossos líderes, sempre que me parecem que eles escorregam nos seus deveres, também gosto de ter a noção de que as críticas que faço são minimamente justas.
Nestas coisas sobre o que o SNS anda a fazer a mando da DGS eu acho importante que se tenha em atenção dois pontos fundamentais: o rácio de testagem realmente efetuada, desde que a pandemia começou, por milhão de habitantes e a comparação com os países que têm a mesma ou maior população que Portugal.
O primeiro critério é evidente porque não faz sentido fazer comparações sem ser pela percentagem de testes realizados desde o início por cada milhão de habitantes, o segundo ponto é ainda mais importante porque não acho justa a comparação nacional com países ou territórios de menor dimensão populacional, como por exemplo o Mónaco, o Luxemburgo ou Andorra, que, dada a sua pouca população, atingem grandes percentagens por milhão de habitantes com meia dúzia de testes, porque a comparação se torna ridícula.
Ora, analisemos, portanto, quais e quantos são os países e os territórios que, com igual ou superior dimensão populacional e desde que as testagens começaram, têm mais testes por milhão de habitantes que Portugal. Serão muitos? Estaremos assim tão na cauda da testagem como se afirma? Devo confessar que eu não sabia, mas resolvi consultar as testagens em todo o globo e compará-las connosco, fazendo uso dos critérios já referidos. Para tal usei os dados da OMS e do site do “Worldometer”, que é muito usado para avaliação dos dados da pandemia.
República Checa, Bélgica, França, Reino Unido e Estados Unidos da América, são os cinco, e únicos, países do mundo que, tendo uma população igual ou superior à nossa, já fizeram mais testes por milhão de habitantes que Portugal, desde que a pandemia começou. Ora, vistas as coisas por este prisma objetivo, não se pode dizer que estamos na cauda seja lá do que for no que à testagem diz respeito.
Pelo contrário, fica demonstrado que testamos mais do que Espanha, Itália, Holanda, Alemanha, China, Rússia, Índia, Brasil, México, Canadá, Austrália, só para enunciar alguns dos países que esperaríamos encontrar mais avançados do que nós. Para cúmulo desta análise, devido ao elevado aumento da testagem nacional, e a manter-se este ritmo, dentro de menos de 30 dias, estaremos no top 3, o que não me parece um lugar de envergonhar quem quer que seja, por mais voltas que se tentem dar aos números.
Vergonha, é a palavra certa a aplicar a todos estes críticos de barriga cheia e de língua solta e viperina, que nem se dignam a consultar as tabelas oficiais antes de botarem discurso. Vir criticar o Governo, porque num período de sete ou quinze dias se fizeram menos testes que o normal, tendo em conta o universo de quase 16 meses, é como criticar a Telma Monteiro, honra e glória do judo português, por ter faltado a um treino quando, mesmo assim, sempre atingiu o pódio de cada vez que participou em campeonatos internacionais da sua modalidade. Haja bom senso e moderação.
Se querem criticar os nossos governantes atirem-lhes à cara com o abandono discriminatório, e quase xenófobo, a que os circos e as atividades circenses foram votadas desde o início da pandemia, por exemplo, no que se refere ao apoio a um setor da cultura totalmente desprezado pelo Governo, que os proibiu de exercerem a sua atividade, desde que a pandemia teve início há 16 meses. Aqui sim, há razões para indignação e vergonha, mas há mais exemplos como este, muitos mais.
A crítica, a ser feita, deve ser objetiva, assertiva e construtiva. Falar por falar fica ridículo e põe em perigo quem realmente precisa de apoio. Por hoje é tudo minha querida amiga, recebe um beijo de despedida e sempre saudoso,
Já ultrapassei as 500 cartas diárias para ti desde finais de outubro de 2019. Olha que é muita carta, minha querida amiga. Estávamos ambos a precisar de um intervalo. Foi este, aliás, conforme tínhamos combinado, o motivo da minha ausência nos últimos tempos.
Claro que retomarei a nossa rotina, mas agora sem a obrigação diária. Não só nem sempre se justifica, como nenhum de nós quer fazer da escrita ou da leitura, uma chata obrigação. A minha carta de hoje prende-se com um acontecimento previsto para amanhã:
Vou finalmente, depois de um ano e 5 dias em lista de espera, ser operado à vesícula, a uma hérnia e nem sei bem a que mais. A minha entrada no Hospital da Trofa Saúde, na Amadora, está prevista para as 7,30 da manhã. Ontem fiz o teste PCR à Covid-19, cujo resultado veio negativo e, portanto, estou apto para ser intervencionado.
Embora esta seja uma operação de rotina, que os cirurgiões costumam fazer com uma perna às costas, no meu caso há algum risco acrescido. Em primeiro lugar, fui obrigado a parar a medicação preventiva de AVC e a fazer um tratamento alternativo. Em segundo lugar, de acordo com o meu médico, tenho uma vesícula grande e mais espessa do que a média o que dificulta o trabalho. Em resumo, as hipóteses de não ficar internado depois da intervenção são de 50%.
Claro que eu, enquanto otimista nato, estou convencido de que regresso a casa já amanhã. Todavia, a realidade é que essa é apenas uma de duas hipóteses. Seja como for eu prefiro pensar que retornarei no próprio dia e que o resto é somente um cenário hipotético.
Fui ver as estatísticas e as operações do tipo da minha têm uma taxa de sucesso de 95% e uma probabilidade de sair no próprio dia de 80%. Assim sendo, como sempre fui um rapaz com sorte, tudo aponta para um imediato regresso a casa, sem problemas de maior.
Em síntese, minha querida amiga Berta, amanhã “desconfino” a minha vesícula e mando-a à vida, para que esta possa ter as suas próprias aventuras sem ter de me arrastar com ela nesses processos. Por hoje é tudo, aproveita bem os “dias do desconfinamento 2.0” que amanhã começam. Deixo um beijo saudoso, este que nunca te esquece,
Ando aborrecido com esta pandemia. Por um lado, a quantidade de gente no mundo que já morreu por causa direta, e devidamente registada, devido à Covid-19 é algo que está para lá do aceitável. Também me aborrece ter a certeza que amanhã Portugal ultrapassa, a contar desde o início desta praga, os 800 mil infetados com o coronavírus, ou seja 8% da população, uma verdadeira tragédia. É um em cada 12,5 portugueses que já foram afetados pela ameaça do “bicho mau”. Um horror.
Por outro lado, é certo que quando a morte não bate numa porta próxima de nós a situação nos parece vaga e genérica, contudo, só para ficares com uma ideia, minha querida Berta, imagina que todas as mortes provocadas pelo coronavírus tinham acontecido em Portugal, durante este último ano.
Se assim fosse, e se fossemos somando concelho a concelho até atingirmos o número total de mortos, o cenário era o equivalente a morrerem todas as pessoas, incluindo crianças e bebés, nos seguintes concelhos do país: Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Funchal, Ponta Delgada, Aveiro, Leiria, Viana do Castelo, Beja, Évora, Setúbal, Braga, Viseu, Vila Real, Covilhã, Castelo Branco, Ponte de Lima, Bragança, Guarda, Portalegre, Santarém, Entroncamento, Loulé, Tavira, Espinho, Almada e Oeiras.
Toda esta gente somada perfaz o número de vítimas por Covid no mundo, desde que a pandemia começou até hoje, somando um total de dois milhões e meio de pessoas. Uma verdadeira barbaridade. Tudo isto sem contar com as mortes em excesso devido às dificuldades económicas ou às doenças que ficaram por tratar.
As estimativas aproximadas parecem indicar que desde que a pandemia teve início o mundo perdeu, para além da média anual de óbitos no globo, uma população equivalente à de Portugal, ou seja, se todas as mortes em excesso, desde março de 2020 até fevereiro de 2021, tivessem ocorrido em Portugal, o país já estava dado como extinto.
É este absurdo que mexe com a minha estabilidade emocional. Porque raio é que uma coisa destas tem de acontecer? Quase parece que o planeta quis mostrar aos humanos aquilo de que é capaz de fazer se o desafiarem. Estás a ver, minha querida amiga, estou nostálgico e chato. Já basta de te aborrecer. Não te preocupes que isto passa. Recebe um beijo amigo de até amanhã,
O Mercado de Campo de Ourique fechou hoje devido à Covid-19. Aparentemente um funcionário da limpeza acusou positivo na quinta-feira, o que levou a junta de freguesia e a Câmara Municipal a fecharem o mercado ao público para poderem proceder durante o dia de hoje à desinfeção do espaço, por intermédio dos operacionais do Regimento dos Sapadores Bombeiros de Lisboa.
As informações foram dadas à Lusa pelo não eleito Presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, o senhor Pedro Costa, filho do atual Primeiro Ministro. Segundo relatou a decisão de encerrar o espaço para descontaminação foi tomada em articulação com a Câmara Municipal de Lisboa, através do vereador da Câmara, responsável pela proteção Civil, Miguel Gaspar.
Devido ao encerramento brusco a Câmara Municipal decidiu indemnizar os comerciantes do mercado de Campo de Ourique pelas perdas das mercadorias de hoje. Contudo, devido à descontaminação não se sabe, até ao momento se o espaço reabrirá ou não já este sábado.
Aliás, no decorrer das declarações à Lusa, Pedro Costa, declarou: "Tudo depende dos contactos agora dos responsáveis da Saúde que estão a fazer o inquérito epidemiológico. Sei que se tratou de um funcionário do mercado, mas não sabemos agora os contactos que teve".
O atual presidente da junta informou ainda que poderão haver comerciantes identificados, devido aos contactos com o funcionário infetado, que terão de ficar em isolamento profilático. Adiantou ainda este responsável que a autarquia tem funcionários que poderá fazer deslocar para o mercado em caso de necessidade, para que este volte a abrir.
A operação de hoje envolveu duas viaturas do Regimento dos Sapadores Bombeiros de Lisboa, mais as da Proteção Civil e da Polícia Municipal. Ao todo, pelo que consegui contabilizar, minha querida Berta, a mobilização para estas ações envolveu uma força mista de 16 elementos. Sabes, minha querida, o mercado de Campo de Ourique é um daqueles espaços que dá vida ao bairro e é constrangedor vê-lo fechado, principalmente na zona das bancas de venda do peixe, onde a tradição ainda se sente na plenitude. Por hoje fico-me por aqui, recebe um beijo amigo,