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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta: Kim Jong-Un - "- Sai um Cachorro!"

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Olá Berta,

Hoje trago-te mais uma triste notícia, destes loucos anos 20 do vigésimo primeiro século d.C., venho falar-te da Coreia do Norte e do seu “largo mais do que grande” líder Kim Jong-Un, um puto que ainda tem cara para levar uma boa bofetada, daquelas à antiga, mesmo a estalar.

O catraio, que não lhe consigo chamar outra coisa, já tem oficialmente quase 37 anos feitos, embora os serviços secretos americanos digam serem apenas 36. Porém, em meu entender, continua a ser apenas um catraio. Com jeito, fazendo um esforço, talvez o possa chamar de homenzinho, mas com ares e comportamentos de criança mal-educada, a quem sempre foram feitas todas as vontades.

Porém, e voltando à notícia, que vem reforçar uma outra do mês de julho passado, o líder norte coreano, que já tinha proibido a aquisição de novos animais domésticos no país, vem agora obrigar todos aqueles que têm, presentemente, algum animal doméstico, em suas casas ou terrenos, a entregarem-no às autoridades locais.

Pelo que consegui apurar na imprensa internacional (visto que a portuguesa só fala, quase exclusivamente, de cães) todos os animais domésticos têm, até ao fim de agosto, de ser entregues às autoridades mais próximas de cada um dos seus donos. Não são feitas exceções, ou seja, do canário ao pombo correio, do coelho ao gato ou ao cão, tudo conta.

Nem as quintas de formigas ou os aquários escapam à medida. A partir de setembro o Estado da Coreia do Norte considera que a posse de um animal de estimação é, e passo a citar: "uma tendência contaminada da ideologia burguesa" e a medida é apresentada como uma proteção do país contra a "decadência capitalista”, passando a ser crime ter um qualquer tipo de animal doméstico.

Contudo, na opinião da imprensa internacional e mais concretamente da imprensa sul coreana, a medida visa ajudar a combater as dificuldades económicas que o país atravessa. Os sul coreanos explicam mesmo que 90 % dos animais entregues se destinam ao consumo por parte da população, sendo vendidos como carne diretamente a restaurantes ou a estabelecimentos de venda  e comercialização de carne.

Outros animais serão usados como adubos e fertilizantes, o que equilibra, por uns meses, a necessidade desse tipo de recursos no país, pelo menos até perto do final do corrente ano, dando tempo ao Governo de se abastecer e encontrar um novo equilíbrio.

Para além disso a medida alivia as famílias da despesa que tinham com os animais de estimação em registos, taxas, saúde e alimentação, baixando em cerca de 7% os gastos médios familiares dos norte coreanos. Contribuindo desse modo para um real aumento do poder de compra de muitas das famílias norte coreanas.

Com efeito, já existiam no país e mais acentuadamente na capital, Pyongyang, restaurantes especializados em servir menus baseados na carne de cão e nas diferentes formas de a confecionar. Alguns deles apenas frequentados pela elite militar, partidária ou governamental.

Também segundo os porta-vozes do governo de Kim Jong-Un, apenas se registou um caso de Covid-19 no país, até ao momento, fruto de um infetado que entrou no território e que foi de imediato isolado, tendo a cidade de Kaesong, onde a deteção foi efetuada, sido imediatamente  posta de quarentena.

Portanto, amiga Berta, já sabes, se gostas de animais de estimação, nada melhor do que viajar até Pyongyang, entrar num dos famosos restaurantes especializados e pedires um “Bobi au vin rouge”. Por aqui me fico e despeço, um resto de bom dia para ti, este amigo de sempre,

Gil Saraiva

P.S.: Se os dirigentes do PAN vivessem na Coreia do Norte eram tratados como subversivos elementos da decadente sociedade capitalista. Provavelmente André Silva era considerado mais subversivo que André Ventura.

 

 

 

Carta à Berta: Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 18) Meio Caminho Andado

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Olá Berta,

Do lado oposto ao teu, em Guimarães, ainda não vai a meio, hoje, dia 12/02, o Reino da Diversão, que durará 30 dias. O evento decorre no Multiusos de Guimarães e espaços envolventes e conta com uma Pista de Gelo, apresentada como a rainha da companhia, os Carrinhos de Choque, o Tornado Loopping, o Carrocel Circus, os Barquinhos Infantis, o Twitter Infantil, a Minipista, a Scalextric, os Elásticos Radicais, o Carrocel Familiar, o Mega Crazy, as Rolling Balls e ainda o Pavilhão dos Matraquilhos. Este é um Reino que já vai no oitavo ano de história e sucesso.

A juntar-se à diversão, como não poderia deixar de ser, quiosques e tasquinhas trouxeram o elemento da restauração ao Reino da Diversão. A lembrar as antigas feiras e mercados regionais, este megaevento de 30 dias, entre 1 de fevereiro e 1 de março, proporciona, em Guimarães e arredores, uns dias bem divertidos com muitos sorrisos à mistura, num ambiente criado para toda a família, que promete continuar a fazer história na região. Durante este período o berço da nacionalidade é, novamente, um Reino de alegria e riso.

O motivo que me levou a assinalar aqui o acontecimento tem a ver com a taxa de felicidade acrescida que realizações deste género incutem nas populações que servem. Somos um país com uma taxa de suicídio que é a maior da Europa, de 13,7 pessoas por cada 100 mil habitantes, sendo que a média europeia é agora de 10,5 a par com a mundial, apenas nos ultrapassam, em números de suicídios por cada 100 mil habitantes, 7 países no mundo, a saber, em ordem decrescente: a Guiana, a Coreia do Norte, a Coreia do Sul, o Suriname, Moçambique, Nepal, Burundi e, logo depois, estamos nós, Portugal.

Outra nota menos engraçada é o facto de, até 2012, Portugal não ter um lugar de destaque neste nefasto ranking. Sendo nessa altura o oitavo lugar ocupado pela Alemanha com 10,7 suicídios por cada 100 mi habitantes. A partir da amaldiçoada governação de Passos Coelho e do clima de ultra austeridade implementada com a ajuda da Troika, centrada diretamente no indivíduo e não no consumo ou nas empresas, rapidamente o nosso país galgou lugares neste ranking até se instalar de pedra e cal no oitavo lugar, de onde parece não querer sair. No quadro europeu, segue-nos agora a França, com 12,1 de taxa, ainda bem longe nos nossos números absurdos.

Precisamos, por tudo isto, de mais Reinos da Diversão e sem sombra para dúvidas de incutir um maior otimismo e esperança nos estratos populacionais mais desfavorecidos. Sei que já te falei deste problema numa outra carta, mas considero realmente este um ranking do qual temos de sair com urgência.

Para que se atinjam estes objetivos não chegam os Reinos Divertidos, são precisas estratégias concretas de combate a este flagelo que rouba um cidadão ao país a cada 6 horas que passam. Espero sinceramente, amiga Berta, que se procurem medidas efetivas na redução do problema de forma pensada e urgente.

Quanto ao teu desafio, referente á minha produção de quadras sujeitas a mote, escolheste para hoje o tema “Meio Caminho Andado”. Espero, corresponder ao proposto, com estas novas quadras. Tive de construir 3, em vez de uma, para me sentir satisfeito com o tema. Contudo, é mesmo assim, nem sempre apenas uma nos dá o retorno que esperamos alcançar. Mas julgo que, pelo menos a terceira quadra, responde perfeitamente ao desafio. De qualquer maneira seguem as 3, para que possas avaliar por ti se o que digo faz sentido.

Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 18) Meio Caminho Andado.

 

Meio Caminho Andado I

 

Meio caminho é, pela estrada,

Não sofrer, antes sorrir,

É saúde encomendada

Doença levada a rir.

 

Meio Caminho Andado II

 

Sem saúde, paz, dinheiro,

Não se chega a nenhum lado,

Procura rir tu primeiro,

É meio caminho andado

 

Meio Caminho Andado III

 

É meio caminho andado

Pelos azares da vida,

Manter o foco apertado

E rir de cada partida.

 

Gil Saraiva

 

Está na hora de terminar esta carta, minha querida Berta, com um beijo pleno de saudades regularmente enviado como os antecessores, por este que não te esquece,

Gil Saraiva

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