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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta: Livro - O diário Secreto do Senhor da Bruma - III - Conversas com a Consciência - Os Pensadores - 2) Chris Anderson - Parte II

(continuação – III – 6)

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                                                                                                                                                                  Chris Anderson

Olá Berta,

Como o prometido é devido e não de vidro, cá estou eu a acabar o conteúdo referente ao meu segundo pensador, incluído no Diário Secreto do Senhor da Bruma. Espero que gostes do cavalheiro, ou, pelo menos, da minha apresentação sobre o mesmo:

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III

Conversas com a Consciência

2) Chris Anderson – Parte 2/2

(continuação – III – 6)

Abril, dia 14:

Chris Anderson publicou 2 artigos fundamentais para o entendimento do seu pensamento no magazine que editava. Em 2004 e em 2010. O primeiro chamava-se “The Long Tail” e o segundo “Os átomos são os novos bits”. Graças a estas 2 erupções das suas ideias publicou os seus primeiros 3 livros, uma trilogia ímpar do raciocínio cognitivo moderno, em 2006, 2009 e 2012, nomeadamente: “The Long Tail (A Cauda Longa): Por que o futuro dos negócios vende menos ou mais”, “Free (Grátis): O futuro de um preço radical” e “Makers: The New Industrial Revolution (Fabricantes: A Nova Revolução Industrial)”.

Abril, dia 15:

O primeiro livro de Chris explica que os produtos com pouca procura ou com menor volume de vendas podem se associados aos seus congéneres gerar uma participação de mercado acima da dos seus rivais, ou superar os escassos «Best-sellers» e «blockbusters» atuais, desde que a loja ou o canal de distribuição seja grande o suficiente. Esta revolucionária ideia de fazer mais com menos fez o livro chegar à lista dos livros mais vendidos na categoria dos Não-Ficção do New York Times e garantiu-lhe em 2007 o prémio, relativo às publicações de negócios, «Gerard Loeb Award» o mais prestigiado galardão da especialidade.

Abril, dia 16:

No segundo livro, Anderson, analisa os benefícios de uma estratégia em que os produtos e serviços são inicialmente entregues aos clientes de modo gratuito ou quase e como as empresas podem ganhar mais com este método a longo prazo. A aplicação das estratégias dos 2 livros é fácil de verificar quando, por exemplo, a Google, lhe oferece um telemóvel de gama média-alta por um euro logo na abertura do motor de busca. Não só lhe fazem uma proposta aparentemente irrecusável, em grande parte patrocinada pelo fabricante e não pelo anunciante, como passam a ter os seus dados completos que vendem bem mais caro do que isso quer ao fabricante quer a terceiros. Contudo, é preciso ter muito cuidado, pois esta mesma estratégia passou a ser igualmente usada pelos burlões, que proliferam na internet, para acederem aos dados bancários dos utilizadores do sistema.

Abril, dia 17:

É de assinalar que o segundo livro de Chis Anderson, logo após o lançamento apareceu em décimo segundo lugar na lista dos livros mais vendidos na categoria de Não-Ficção e isto numa altura em que o autor permitia a sua aquisição gratuita, em formato de e-book, no primeiro mês após o lançamento o que originou algo entre os 200 mil e os 300 mil «downloads» só nos primeiros 15 dias. Aliás, a versão de livro em áudio continua gratuita até hoje. A importância, e o impacto do autor, pode ser aferida também pelo facto de em maio de 2007, poucos meses depois da saída do primeiro livro, ele ter sido integrado pela revista «Time» na lista desse ano dos 100 melhores pensadores do mundo.

Abril, dia 18:

Finalmente, o terceiro livro explica como os empreendedores estão a usar o design, na internet, em código aberto, cumulativamente com a impressão 3D, como plataformas para impulsionar o ressurgimento da manufatura americana e não só. Aliás esta sua visão, onde se inclui a fusão global de fontes (crowdsourcing) no que concerne às ideias, associada à utilização das ferramentas do design e à fabricação de baixo custo ou em 3D, a que acrescem as opções para levar para o setor terciário a produção intensiva de capital levaram a Harvard Business Review, a destacá-lo em fevereiro de 2012 num artigo intitulado; «Faça você mesmo, para o realizarmos juntos».

Abril, dia 19:

Chris Anderson, considerado o homem «Pró-futuro», é o pensador que transforma o sonho de um homem na realidade de milhões que se articulam conjuntamente para atingir um objetivo não apenas antigamente inalcançável, como de fácil acesso e de baixo custo, porque seguido por muitos. Das teorias económicas de Chris nasce todo um novo paradigma do pensamento e da forma de abordar os problemas e a realidade. Uma aplicação prática e evidente desse fenómeno foi a criação de novos modelos de ventiladores caseiros e hospitalares em todo o mundo, recorrendo aos designs acessíveis online e à sua manufatura económica através da impressão em 3D.

Abril, dia 20:

Processo idêntico aconteceu com as máscaras sociais. Veja-se a partilha dos conhecimentos da sua fabricação ao acesso de todos a nível da população em geral e a acreditação e certificação de fabricantes industriais, novos no setor, até aí com o seu processo produtivo em rotura, devido à pandemia, e que deram a volta ao problema criando as necessárias adaptações usando os processos para a transformação, que adquiriram, muitos deles, gratuitamente online.

Abril, dia 21:

Chris Anderson não só anteviu a chegada da quarta revolução industrial, com a auspiciosa ascensão do 5G, como foi a mente por detrás da massificação dos produtos lançados para o mercado para serem desenvolvidos por todos e por todos consumidos. Esta atitude acabaria por gerar toda uma nova filosofia de interatividade absolutamente relevante em termos filosóficos e sociais, com aplicações e implicações em todas as áreas do conhecimento humano. Não é à toa que novos produtos financeiros como o Crowdfunding surgiram no mercado ou que uma empresa belga apresentou, recentemente, a sua primeira casa de dois andares construída em tecnologia 3D, e que brevemente poderá demorar apenas 2 dias a realizar.

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São estas janelas de oportunidade, toda esta nova atitude perante os mercados e a existência que, para mim, ajudam a explicar a presença, nas minhas escolhas, de Chris Anderson no conjunto dos 9 maiores pensadores contemporâneos.

Por hoje, fico-me por aqui, envolto na curiosidade de saber o que tu achas do sujeito. Despeço-me com o costumeiro carinho, recebe um beijo deste teu sempre disponível amigo de todos os dias, saudosamente,

Gil Saraiva

 

 

 

                                                                                                                                                                                                                   

Carta à Berta: Livro - O diário Secreto do Senhor da Bruma - III - Conversas com a Consciência - Os Pensadores - 2) Chris Anderson - Parte I

(continuação – III – 5)

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                                                                                                                                                                                                                                                Chris Anderson

Olá Berta,

Espero que o calor a mais não seja em demasia para ti. Sei que gostas de tempo quente, contudo, apesar disso, não sei se as atuais temperaturas não são excessivas até para ti. Estando de férias e no Algarve, num local perto do mar, imagino que deva ser mais fácil de aplacar a soalheira que se tem feito sentir.

Retomo o Diário Secreto do Senhor da Bruma para te apresentar, em 2 partes, o meu próximo pensador de eleição. Estou a falar de um homem da minha idade, produzido e nascido em 1961. Apesar da admiração que tenho por ele, pode não ser, para terceiros, uma opção evidente, mas é absolutamente relevante no meu modesto entender.

Estou a falar de Chris Anderson, o segundo dos meus pensadores selecionados. O homem das ideias mirabolantes que fizeram muita gente ter de repensar muita coisa que, até ele, davam como pontos assentes e resolvidos. Em termos de manifestação e pensar é um dos últimos a despontar neste panorama das minhas 9 escolhas.

Com efeito, a sua influência manifesta-se em 2004, já neste século e milénio, mas é em 2006 que ela se torna evidente como um todo. Para a existência da sua estranha abordagem do mundo muito se fica a dever ao tipo de formação académica escolhida. Vamos então à apresentação:

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III

Conversas com a Consciência

Os Pensadores

2) Chris Anderson – Parte 1/2

(continuação – III – 5)

Abril, dia 9:

2) Chris Anderson (09/07/1961) – Jornalista, cientista, empresário e pensador:

Chris nasceu em Londres, em julho de 1961, mas cedo, não por sua opção, se viu a viver no novo mundo. Os pais mudaram-se para os Estados Unidos da América tinha ele apenas 5 anos de idade. Cresceu num lar tipicamente britânico influenciado por um ambiente totalmente americano. Formado no campo da escrita e da comunicação em conjunção perfeita com a ciência Chris Anderson graduou-se em física pela Universidade George Washington e dividiu o seu estudo em complementar a sua formação em mecânica quântica e jornalismo científico na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Muito relevante ainda foi o seu trabalho como pesquisador no Laboratório Nacional de Los Alamos.

Abril, dia 10:

Anderson é, na essência, um aglutinador das ideias extravagantes para o futuro. A sua dupla formação permitiu-lhe desenvolver uma visão ímpar da vida, da sociedade e da evolução em curso. A sua frase: “A tecnologia chega sempre. Estamos programados para criar o futuro, seja ele mau ou bom.”, é disso bem demonstrativa. Com efeito, é graças à sua multidisciplinariedade que as suas ideias ganham forma e se criam, em lógicas até aí por imaginar ou desenvolver.

Abril, dia 11:

De notar que o jornalista, Chris Anderson, iniciou a sua carreira, enquanto editor, em 2 das mais prestigiadas revistas científicas, onde se manteve durante 6 anos, estou a falar dos magazines “Nature” e “Science”. A dupla nacionalidade foi também uma mais valia preciosa nas suas transições entre a América e o Reino Unido. Posteriormente, esteve sete anos, desde 1994, no “The Economist”, tendo repartido o seu local de trabalho por cidades como Londres, Hong Kong e Nova Iorque, alternando o seu papel nas publicações entre vários cargos, nomeadamente desde Editor de Tecnologia a Editor de Negócios, sendo que este último posto só foi ocupado aquando do seu regresso aos Estados Unidos da América e a Nova Iorque.

Abril, dia 12:

Foi em 2001, aos 40 anos, que a qualidade de Chris e o seu espírito analista desaguou num mar da genialidade. Com efeito esse foi o ano em que Chris Anderson passou a integrar a equipa da Revista WIRED, na qualidade de editor-chefe. Por aí se haveria de manter até 2012, apenas tendo saído para fundar a sua própria empresa, a 3D Robotics onde ainda hoje se mantém. Contudo, não é toda esta atividade que, para mim, faz dele um dos grandes pensadores dos últimos 120 anos. São sim, principalmente, os 3 artigos fundamentais que publica enquanto editor que, posteriormente geram 3 livros onde sentimos que existe um articular do mundo que foge à normalidade padrão a que estamos acostumados.

Abril, dia 13:

Uma comparação apareceu inúmeras vezes associada a Chris Anderson. Dizia-se que: “se o futuro tem uma igreja, esta é a revista americana Wired. Quanto ao seu sumo pontífice este só tem reconhecimento de existência na pessoa do editor do magazine”. Com efeito, a manipulação dos conceitos de ciência, tecnologia e economia, recombinados por Anderson deram lugar a teses mirabolantes e geralmente polémicas. Numa altura em que existiram tantos génios do pensamento, em muitas áreas, que influenciaram a própria filosofia e a sociologia, bem como as teorias do comportamento, as minhas escolhas podem parecer estranhas a quem um dia dê com este meu diário, mas são, efetivamente, aquelas que mais me influenciaram na formação do meu pensar. 

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Deixo para amanhã o conteúdo do pensamento de Chris Anderson, que, de uma forma abstrata, se pode quase resumir aos seus 3 primeiros fabulosos livros, entre os quais, o primeiro, é absolutamente impactante e o mais relevante dos 3. Para entender o que digo não sei se bastará o que te irei descrever amanhã, mas vou fazer um esforço para que assim possa acontecer.

Se, pelo menos, conseguir que fiques com uma ideia já me dou por satisfeito. Por hoje registo a minha despedida, completamente saudoso da tua companhia e sorriso, oferecendo-te um beijo deste com quem podes contar para o que der e vier,

Gil Saraiva

 

 

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