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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta nº. 646: "O Mistério do Triângulo"

Berta 646.jpgOlá Berta,

Gostei de te rever nestas minhas férias pelo Algarve, mais propriamente pela maravilhosa vila da Fuzeta. A ilha continua deliciosa e de águas tépidas. Já a praia na Ria Formosa, junto à vila, antes chamada dos namorados, parece ter adotado, definitivamente, a designação de “praia dos tesos”. Contudo, continuo sem saber ao certo se a designação “tesos” se deve à presunção de que só lá vai quem não tem dinheiro para pagar os 5 minutos de barco de ida (e volta também) para a ilha da Fuzeta (há muito ligada à ilha da Armona) ou se o cognome se deve à quantidade anormal de preservativos que se encontram pelo areal ao amanhecer.

Seja porque for, a originalidade do nome é merecida. Aliás, Berta, cada vez mais ficamos com a impressão de que vivemos num país de tesos. Serão, sem dúvida, mais aqueles que o são pela insustentável leveza da carteira do que os outros assim chamados pelo vigor imponente de um mastro firme e hirto, mas ambos são efetivamente “tesos”.

Foi nestes dois areais que eu me deparei com um novo paradigma, um verdadeiro “Mistério do Triângulo Concavo que Não É das Bermudas”. Estou a falar dos novos biquínis que vestem ou despem senhoras e raparigas nesta temporada estival de 2023, conforme podes facilmente constatar, minha amiga, sempre que estiveres na praia.

Com efeito, minha querida, a parte de trás da cueca da maioria dos biquínis, que vi a revestir os corpos do belo sexo na praia, deixaram de servir para cobrir uma boa parte das nádegas e o rego traseiro, para se dedicarem a revestir, num minúsculo triângulo concavo, o fundo das costas, deixando por completo a descoberto os cus que deveriam ocultar.

Poderão uns argumentar que a nova moda é sexy, outros dirão certamente, Bertinha, que dependerá muito do tipo de “peida” que fica a descoberto. É que esta cueca, de utilidade duvidosa, foi adotada pela generalidade das mulheres e não apenas pelas catraias elegantes e ainda sem celulite nos glúteos.

Assim sendo, até um qualquer observador menos atento, se vê obrigado a reparar, ao detalhe, nas cordilheiras de banha, celulite e carne a descoberto pelas praias do país. Ora, minha amiga, eu nem sou sequer um defensor de pudores arcaicos e em desuso e penso mesmo que as mulheres devem ter todas as liberdades que conseguirem conquistar. Todavia, acho evidente que esta nova moda apenas beneficia uma pequena minoria do sexo feminino.

Aviso até que se no verão de 2024 aparecer uma moda de praia em que os homens metem a “gaita e os tomates” num saquinho diminuto preso por um lacinho, eu, sempre coerente, Berta, jamais usarei tal peça estival, nem que o Papa a recomende. Por hoje é tudo, deixo um beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 645: Parabéns ao Grupo CAMPO DE OURIQUE e Obrigado!

Berta 545.jpg Olá Berta,

No passado dia 23 de maio, faz hoje um mês, o grupo Campo de Ourique tinha exatamente tantos membros, como no dia 18 de maio, cinco dias antes, altura em que publiquei uma post sobre o assunto. Nomeadamente, amiga querida, a Carta à Berta n.º 639. No total o grupo Campo de Ourique possuía uns notáveis, 6.905 membros.

Estava contente com o facto de sermos o segundo maior grupo de Campo de Ourique, só ultrapassado pelo irmão, 3 anos mais velho, o grupo Fãs de Campo de Ourique, magistralmente gerido pela Administradora Clara B. Fonseca, tendo este grupo, à data, uns incríveis 9.089 membros. A diferença, entre os dois grupos era imensa, minha amiga, mais precisamente 2.184 membros, porém, eu estava muito satisfeito. Eu herdei o grupo Campo de Ourique em setembro de 2020, numa altura em que eramos apenas o sexto maior grupo de Campo de Ourique, o que, mesmo assim, já era bastante significativo.

Em setembro de 2020, Berta, por altura do sétimo aniversário do grupo, tínhamos uns relevantes 5.455 membros. No top 5 da tabela estavam os grupos: Fãs de Campo de Ourique; Crescemos em Campo de Ourique; Campo de Ourique Bairro de Campeões; Campo de Ourique: mais que um bairro, um estilo de vida; Tertúlia de Campo de Ourique.

Pode agora parecer pouco, amiguinha, mas eu estava orgulhoso do trabalho do anterior administrador do nosso grupo. Acontece que, devido a algumas mudanças na sua vida, ele teve de passar o grupo a alguém, principalmente por falta de tempo para o continuar a acompanhar devidamente.

Passei o primeiro ano a tentar, como sabia e podia, a não deixar que o grupo perdesse relevância, pois o bairro tem este caráter único que, no Facebook, se traduz pela existência de quase 30 grupos a ele alusivos, querida amiga. Não era opção deixar o grupo desaparecer do top 10 dos grupos de Campo de Ourique.

Em setembro de 2021, um ano volvido, doce amiga, tínhamos conseguido crescer à razão de 5 membros por mês e terminamos o oitavo ano com 5.515. Para mim, envolto nesta nova responsabilidade, foi como uma lança em África. Infelizmente no ranking não tínhamos conseguido chegar ao quinto lugar.

Todavia, Berta, no segundo ano, eu já tinha umas ideias sobre como poderia ajudar o grupo a evoluir de forma mais substancial. Chegámos ao nono aniversário do grupo, em setembro de 2022, com 6.201 membros, tendo sido angariados mais 686 elementos, com uma média de 57 novos membros por mês, quase dois por dia. Quanto ao ranking, para minha felicidade, entrámos no top 5. Algo que dois anos antes eu julgava impossível de atingir. Mas a vida não é só desgraças, tem as suas coisas boas também.

Nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2022, a média de novos membros por mês continuou a aumentar. Na altura, da passagem de ano eramos já 6.452, caríssima, chegando a ultrapassar as 83 novas adesões mensais. Tendo subido para o quarto lugar do ranking dos grupos de Campo de Ourique.

Chegados a 23 de maio de 2023 a minha admiração pela colaboração de todos atingiu um patamar de excelência, amiginha, que julgava impensável de acontecer: o grupo atingia os 6.905 membros, tendo aumentado mais ainda o número de elementos aderentes, agora com uma média de mais de 93 membros por mês.

No entanto, minha querida, no dia 18 de maio eu escrevi a Carta à Berta n.º 639, a solicitar o apoio do grupo. Entre o dia 12 de maio e o dia 23 de maio, não tinha havido qualquer crescimento de novos membros, os que entravam eram compensados pelos que saiam. Pensei que tínhamos chegado ao nosso topo. O grupo não ia crescer mais. Fiz vários pedidos de apoio aos membros do grupo, depois daquele dia de 18 de maio.

A esperança não era muita, mas agora que já eramos, há alguns meses, o segundo maior grupo do bairro, Bertinha, e o objetivo era ainda tentar chegar a setembro com 7.500 membros. Não sei se fui ouvido ou não, afinal eu acho que esta mania de crescimento é mais uma teima minha do que de todo o grupo. Pouca gente se importa por fazer parte do sexto ou do segundo maior grupo do bairro.  Gostam do grupo e isso chega-lhes. Todavia, eu sou teimoso nos meus objetivos.

Ora, hoje, minha querida amiga Berta, passado um mês, sobre o dia 23 de maio, o grupo não só passou os 7.000 membros como também já chegou aos 7.101. Em 30 dias crescemos em quase duzentos membros, mais propriamente, 196, algo inacreditável para um grupo de bairro que vive do povo que o integra e que não possui vedetas famosas do jet-set nacional que se saiba. Somos só nós, o povo do bairro, a lutar pela nossa própria visibilidade.

A todos, os que ajudaram a que isto acontecesse ou aos que apenas ficaram a assistir com curiosidade, o mais profundo agradecimento. Sabes minha amiga, muitos dos que por aqui andam, conforme referi atrás, não querem saber se somos o segundo ou o sexto maior grupo do bairro, todavia, mesmo assim, e porque eu acho que pode fazer diferença, obrigado a todos aqueles que me têm ajudado a alcançar o protagonismo que o grupo merece. Afinal, somos Campo de Ourique!

Faltam 3 meses para o décimo aniversário do grupo, a todos peço ajuda para o celebrarmos com 7.500 membros. Obrigado. Quanto a ti, Berta, deixo um beijo,

Gil Saraiva

Ah! Já agora aproveito para dar as boas-vindas aos nossos novos membros da última semana:

José Santos,

Esmeralda Amoroso,

Thalita Araujo,

Antonio Gouveia,

Jaime Lane,

Manuel Pereira,

Luis Marques Matias,

Rita Gonçalves,

Tiago Magalhães,

Lívia Pinheiro,

Joao Garcia Pereira,

Liliana Beato Teixeira,

Lara Sofia,

Miguel Mendes,

Lopes Herinquis,

Silva Rod Ana,

Jorge Madeira - Kw,

Sílvia Bettencourt,

Miguel Santos,

Rita Leitão,

Luis Muchacho,

Ana Campos,

José Duarte,

Ambitur Profissionais,

Inês Gromicho Chenrim,

Daniel Baião,

Mariana Ramos Rocha,

Clara Araujo,

Ana Luisa

Estamos muito gratos pela vossa escolha, boa participação.

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 644: Quem Pode, Pode!!!

Berta 644.jpg Olá Berta,

Aqui estou eu novamente, saudoso como sempre, para te comunicar que, estou em vias de, abandonar o sapo.pt e os blogs do sapo. O email do Sapo sobre o qual tenho registado os meus blogs tem vinte e três anos, pois foi registado o ano 2.000.

Há uns oito anos tendo aderido à MEO eles anexaram o meu email antigo à minha conta e agora que sai da empresa, sem mais nem menos, suspenderam-me esse email, mesmo sendo ele muito anterior à minha adesão aos outros serviços, em vez de o voltarem a libertar. O que te parece, Berta?

É assim, minha querida, eles querem, podem e mandam. Por sorte o meu email principal é, como bem sabes, um gmail.com, mas, se não fosse, agora estava tramado. Foi já para prevenir coisas destas que eu o criei uns dias antes de aderir à MEO, embora a menina do atendimento me tivesse garantido que nunca perderia o email antigo se um dia deixasse a companhia.

Agora, amiguinha, vou tentar passar para o blogger.com, mas, para já, ainda ando às voltas com ele, a ver se me desenrasco. A disposição para me entender com estas coisas é que já não é a mesma de quando tinha 50 anos, mas vou ter de fazer um esforço. Tenho muita pena pelo meu histórico de poemas, desabafos, cartoons e carta à Berta ir ficar nos Blogs do sapo.pt, mas nada posso fazer.

Para já, Berta, a MEO tem dias em que me deixa aceder ao editor dos meus blogs e outros em que não me permite a entrada, avisando que o email está suspenso. Portanto, se um dia destes, ainda não sei quando, me quiserem continuar a ler, vão ter de me procurar no blogspot.com, num endereço novo, porque o alegadamente está tomado. Assim, passarei a usar o: https://presumivelmente.blogspot.com/, quem quiser pode guardar o endereço do blog. Afinal, seja onde for, serão sempre bem-vindos. Já eu, espero vir a adaptar-me rapidamente.

Pode ser que um dia, minha amiga, com sorte, volte a recuperar o meu email do sapo.pt e com isso consiga aceder à edição dos meus blogues permanentemente, contudo isso pode nunca chegar a acontecer. Enfim, terei de seguir em frente… deixo um beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 643: Ter ou Não Ter Queixas

Berta 643.jpg Olá Berta,

A propósito de um comentário de Faty Santos, onde afirmava que as pessoas se queixam demais, no passado dia 21, no grupo Campo de Ourique, relativas aos problemas que as afligem ou condicionam, achei que o assunto era merecedor de uma reflexão. Ora, minha querida Bertinha, afinal, criticar é próprio do ser humano, mais ainda quando vemos as mesmas regras a serem quebradas diariamente pela maior parte das pessoas.

Contudo, minha querida, acho positivo que se fale no assunto, uma vez que os diretos a respeitar são exigidos a ambos os lados, ou seja, Campo de Ourique, por exemplo, há muitos passeios largos e dá perfeitamente para que as esplanadas possam existir e para que as pessoas possam passar em simultâneo.

O problema, cara amiga, é quando alguém abusa do seu direito e resolve, por exemplo, colocar duas filas de mesas, a par, numa esplanada apenas autorizada para uma fila única, conforme consta na licença que pagaram à Junta de Freguesia, mas a ânsia do lucro tem essa tendência.

Com os carros passa-se o mesmo. Todos os condutores sabem que não podem estacionar os carros com as rodas da frente em cima do passeio, nas passadeiras, nas esquinas das ruas, porém, continuam a fazê-lo descaradamente, uns por desleixo, outros por manifesta falta de estacionamento, outros por pura arrogância.

Os motivos variam bastante, Berta. Alguns até são bastante compreensíveis, todavia, independentemente disso, as consequências são sempre as mesmas. Ora, as queixas existem por isso mesmo, porque o mau estacionamento prejudica quem anda a pé, quer exista por detrás um bom ou um mau motivo para este ter acontecido.

Ontem à noite, ao regressar a casa, o meu passeio, por exemplo, logo a seguir à passadeira de quem atravessa a Rua Almeida e Sousa, vindo da Pastelaria Aloma, para a esquina do takeaway 10 Prá Uma, Cantina do Bairro, estava um carro estacionado, quase todo, em cima do passeio. Até à parede da loja faltavam talvez uns 30 a 40 centímetros, minha amiga, por ali nunca passaria alguém de moletas ou bengala, um carinho de bebé ou um cego. Aliás, nem uma pessoa normal, porque entre a parede e o carro estava “arrumada” uma trotinete. E esta, hem, Berta?

Tive pena, de não estar com a minha máquina fotográfica, algo que já tinha feito na noite anterior, para ilustrar esta carta, Bertinha. Porém, ao contrário da opinião de Faty Santos, do grupo do Facebook, Campo de Ourique, eu acho que é bom haver críticas. Criticar tira-nos stress de cima, principalmente quando percebemos que as autoridades e a Junta têm filhos e enteados, no que respeita ao cumprimento das normas. Isso, mais do que o resto, não devia existir. Deixo um beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 642: Cavaco e a Semente do Mal - Parte II/II

Berta 642.jpg

Olá Berta,

Na conclusão da carta anterior, querida amiga, recordo ainda os insultos do senhor Silva, que se mantiveram até ao fim do seu infame discurso de ódio, como se atreve o homem que defendeu Ricardo Salgado e o BES, enquanto, à socapa, salvava o seu dinheiro, de vir falar em mentir aos portugueses. Nem dá para acreditar ou tentar levar o discurso como algo de sério.

Estas acusações precisam de provas, caríssima, e não é por serem ditas da boca seráfica de uma múmia paralítica que se tornam verdade. Não é preciso muito para se descobrir que o homem “que nunca se engana” está redondamente enganado ou a mentir, ele sim, pérfida e descaradamente no seu discurso verborreico.

Afinal, Berta, ele está a falar de um Governo e de um Primeiro-Ministro que nos tirou do estrangulamento das medidas estranguladoras de Passos Coelho e da Troika, voltando a repor o subsídio de férias e o de Natal e que acabou com a sobretaxa.

Mas também é o meu Governo que superou uma pandemia nunca antes vista e uma guerra na Europa, como já não se via desde os anos quarenta e que, ainda por cima, foi capaz de fazer baixar a dívida pública e fazer subir o PIB em índices superiores aos do resto da Europa. Para mim, amiguinha, Aníbal Cavaco Silva é a Semente do Mal, tem mau fígado e piores vísceras.

Porém, Berta, recordo ainda os insultos do senhor Silva, que se mantiveram até ao fim do seu infame discurso de ódio, quando falou de outros dois primeiros-ministros socialistas: “O governo de António Guterres deixou o país no pântano. O governo de José Sócrates deixou o país na bancarrota. O governo de António Costa vai deixar ao próximo governo uma herança extremamente pesada”.

De uma assentada, cara amiga, o repelente Conde Drácula junta o atual Secretário Geral da Organização das Nações Unidas com Sócrates, um Primeiro-Ministro que ainda está para ser julgado, substituindo-se à justiça e cuja bancarrota não passou do resultado da Assembleia da República o ter derrubado a meio do seu segundo mantado.

Sim, porque Aníbal, o manipulador de focas, considera, Bertinha, que o atual líder do PSD está: “tão ou mais bem preparado” do que ele próprio quando governou (aí até acredito), afirmando que o PSD é: “a única alternativa” ao Partido Socialista (o que só nos pode fazer rir).

Mas o vampiro também acha, minha querida, que: “O doutor Luís Montenegro tem mais experiência política do que eu tinha quando eu subi a primeiro-ministro em 1985, e está tão ou mais bem preparado do que eu estava.”, (mais uma vez, sou levado a crer que a falsa modéstia do Conde, nos quer fazer acreditar que ele fez um bom trabalho, mas a esse respeito nem preciso de me preocupar, a História ocupar-se-á de provar mais um dos seus muitos enganos).

Sem se rir, doce amiga, mas com a mesma boca seráfica, ouvimos Cavaco afirmar: “o PSD é inequivocamente a única, verdadeira alternativa credível ao poder socialista” que, segundo o mesmo, é suportada por: “oligarquia que se considera dona do Estado”.

Num Estado de Direito, minha querida, onde existisse respeito pelas instituições, um ex-presidente não devia poder dizer isto impunemente, a não ser num espetáculo de “stand up comedy” para surdos.

Contudo, Berta, a múmia considera ainda que Luís Montenegro: “tem identificado bem o adversário político do PSD: o PS e o seu Governo”, enquanto acusa os socialistas de terem posto: “o país na trajetória de empobrecimento e de profunda degradação da situação política nacional”.

Também escutámos a múmia paralítica, minha cara, a dizer que: “É no governo socialista que o PSD deve centrar a sua atenção. Não deve dispersar energias com outros partidos, nem responder às provocações que deles possam vir, assim como de alguns analistas políticos”.

Nestes dois últimos parágrafos a ignominia vem barrada de infâmia, numa altura em que a dívida pública desce aceleradamente, em que o desemprego perde a sua vertente vertiginosa e em que o PIB sobe de forma consistente. Mas o pior, Berta, é ouvir o vampiro a aconselhar Montenegro a não divulgar acordos com outros partidos, antes de conseguir o poder.

O pedido do Chacal (outro bom nome para o sujeito), minha cara, para o atual líder do PSD não responder a comentadores, que para Montenegro seria uma virtude, foi uma das queixas que o canídeo apresentou contra António Costa no seu discurso. Mas no senhor Silva dar o dito por não dito é política corrente.

Avançou ainda, Bertinha, o viperino que: “é totalmente falsa a afirmação de que o PSD não tem apresentado políticas alternativas ao poder socialista… o PSD é a única opção credível para todos os que queiram libertar Portugal de uma oligarquia que se considera dona do Estado”.

Por fim, qual Oráculo do Apocalipse, o Conde Drácula anunciou que considera excelentes os “programas bem estruturados” referidos pela presente liderança do PSD, atrevendo-se a deixar alguns conselhos e sugestões, terminando dizendo: “Na minha opinião, o PSD não deve cometer o erro de pré-anunciar qualquer política de coligações tendo em vista as próximas eleições legislativas. Se o PS, que está em queda, não o faz, porque é que o PSD, que está a subir, deve fazê-lo?”.

Ora, querida confidente, provavelmente, Aníbal, sem o saber, está gravemente afetado por alguma espécie pouco estudada de Alzheimer. Como é possível afirmar que Montenegro apresentou qualquer programa, ainda para mais bem estruturado, quando a realidade demonstra o contrário?

Como pode a múmia paralítica, Berta, tentar elevar o valor político do Luís se a sua oposição se resume em dizer mal do PS, ajudado pela comunicação social, sem ter um plano, uma visão ou sequer uma estratégia?

É triste reconhecer a senilidade de Cavaco, aos 83 anos, mas ela é uma realidade, espero que na hora da partida algum padre exorcista lhe retire do corpo, de uma só vez, o chacal, a múmia paralítica, o Conde Drácula e os demos todos que fizeram da sua alma uma estalagem para o mal. Deixo um beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 641: Cavaco e a Semente do Mal - Parte I/II

Berta 641.jpgOlá Berta,

Eu sei que te prometi falar de João Galamba ontem ou hoje, minha querida. Só que algo surgiu no panorama político nacional há dois dias atrás. Um senhor de avançada idade, a quem só faltam os dentes de vampiro, apareceu viperino, minha querida, com uma verborreia própria das múmias do Antigo Egipto, a proferir profecias maléficas e insultuosas contra António Costa e logicamente contra o PS.

Ora, quando as trevas se levantam no horizonte luso, há que comentar, vou fazê-lo em duas cartas porque uma seria demasiado extensa. Pese embora a minha humilde opinião, não passe disso mesmo, minha amiga, isso não quer dizer que o meu alegadamente, não possa vir a provar-se como algo absolutamente correto.

Pode não ser fácil quando apelido Cavaco de vampiro ou de múmia paralítica, mas isso, Bertinha, não pretende ser factual, apenas procura representar o que me faz sentir quando o oiço, como sempre, revoltado contra quem está no poder, que não seja ele mesmo.

Aliás, minha amiga, nem sequer tem a ver com o facto de o homem já ter 83 anos, porque há muita gente dessa idade sem um décimo do fel que, para mim, esse “Velho do Restelo” consegue produzir.

Para além disso, cara amiga, também não me considero culpado por comparar a sua lividez, hostilidade e forma quase esquelética, à de um vampiro ou de uma múmia amaldiçoada do Antigo Egipto.

Se o casaco de Cavaco Silva tivesse as abas elevadas em torno do pescoço, seria quase como olhar para o próprio Conde Drácula, em pessoa, bastava enquadrá-lo num castelo medieval, à luz das velas, aparecendo por detrás de uma porta empoeirada, cheia de teias de aranha ou a emergir, no escuro de uma cripta, de um caixão forrado de veludo bordeaux, envergando o seu tradicional sorriso seráfico, não te parece, amiga? Mas isso é apenas culpa minha e da fértil imaginação que possuo a funcionar.

Tenho dúvidas, doce confidente, que Cavaco alguma vez tenha conseguido amar alguém que não o venere na cripta sombria onde descansa, não sei a que horas, entrapado pelas suas vestes de múmia a que certamente chama de pijama.

O Presidente que aconselhou os portugueses a investir no BES, enquanto ele retirava de lá as suas economias, quando já sabia que o banco ia colapsar, acusou no sábado o primeiro-ministro, António Costa, de perder a sua autoridade, dizendo que, por vezes, os primeiros-ministros “decidem apresentar a sua demissão” devido a “um rebate de consciência”, coisa que o próprio não sabe em que consiste, nem para que serve, Berta.

É claro, para mim, minha cara, que se Lucifer quisesse arranjar um representante seu na Lusitânia, só poderia ter escolhido o Aníbal.

Se tivesse optado por Salazar, minha querida, teria perdido tempo, o homem já era mau por si mesmo, e não o escondia de ninguém.

Já, por outro lado, amiguinha, o Diabo escolher André Ventura, seria outro insulto para os infernos, pelo pouco significado do sujeito em si.

Porém, Cavaco, Bertinha, serviria como a acha perfeita para a fogueira, escondido no seu seráfico sorriso donde não vem ponto sem nó.

A múmia paralítica disse, minha cara, e cito: “Em princípio, a atual legislatura termina em 2026. Mas às vezes os primeiros-ministros, em resultado de uma reflexão sobre a situação do país ou de um rebate de consciência, decidem apresentar a sua demissão e têm lugar eleições antecipadas – foi isso que aconteceu em março de 2011”.

Ora, neste tom inocente, perfeitamente seráfico, Berta, o senhor Silva está a comparar Sócrates com António Costa, como se fossem ambos farinha do mesmo saco. É verdade que foi Ministro no Governo de Sócrates, mas também muitos outros que nada sabiam sobre a vida pessoal do então Primeiro-Ministro.

Assim sendo, como é que alguém totalmente desprovido de “consciência” consegue usar a palavra “consciência” sem que lhe caiam os dentes todos ou sem que os olhos lhe saltem das órbitas, isso é inexplicável para mim, minha cara, e um dos mistérios deste ser nefasto residente num mundo pérfido e oculto.

Cavaco Silva falou no fecho do 3.º Encontro Nacional dos Autarcas Social-Democratas, em Lisboa. Numa verborreia cínica sobre a governação socialista, chamando-a de “desastrosa”, defendendo que o primeiro-ministro “perdeu a autoridade” e que, amiguinha, “não desempenha as competências que a Constituição lhe atribui”.

Olha quem fala! Afinal, estamos perante o homem que “nunca se engana e raramente tem dúvidas”. Se António Costa tivesse perdido a autoridade aceitaria a demissão de João Galamba e, aí sim, não teria desempenhado as competências que a Constituição da República Portuguesa lhe atribui, que te parece, amiga? Para desgosto do senhor Silva, que teve de dar posse ao primeiro Governo de Costa, isso não aconteceu.

O Conde, minha querida, vai ao ponto de, no seu inqualificável discurso de ódio, palavrear que o Governo de Costa não passa de: “um somatório desarticulado e sem rumo de ministros e secretários de Estado, incapaz de lidar com a crispação social e os grupos de interesse, a sua tendência será para distribuir benesses e comprar votos e para despejar dinheiro para cima dos problemas e não para preparar um futuro melhor para Portugal”.

Este é o mesmo homem que mandou construir um mamarracho junto aos Jerónimos, em vez de tentar fazer baixar uma inflação, na altura, quase o dobro da atual, conforme te deves lembrar, minha cara.

Este, que foi o Primeiro-Ministro das autoestradas e do betão, em tempos em que os juros bancários em Portugal batiam recordes nunca mais superados no país, tem a desfaçatez, Berta, de proferir enormidades como se estivesse, como outros, a comer um gelado Santini.

Todavia, caríssima, as acusações do vampiro foram ainda mais longe, segundo ele o PS “passa a vida a mentir” e “nunca desceu tão baixo”. “Ainda se pode acreditar num o Governo que passa o dia a mentir?”, chegou a perguntar.

Afirmando ainda, Berta, que este Governo é perito em: “Mentiras, propaganda e truques.” E ainda que: “O Governo é um vazio. A palavra socialista é apenas um slogan. A ação do PS resume-se a manter-se no poder e controlar o Estado sem olhar a meios.”, e mais: “Este Governo é uma oligarquia que se considera dona do Estado”.

Os dois últimos parágrafos são tão nojentos, negativos, macabros e viperinos que apenas merecem desprezo total e absoluto. Concluirei na próxima carta, minha querida. Beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 640: 7,5 Anos de Governo de António Costa

Berta 640.jpgOlá Berta,

Eu sei que o blog onde atualmente escrevo as tuas cartas, minha querida, se intitula propositadamente “alegadamente”. Esse nome deve-se ao facto de eu ser jornalista com carteira profissional e não querer estar a ser levado à justiça, com processos que poderia perder, não pelo facto de não ter razão, mas sim pelo facto de poder não possuir os recursos económicos necessários, para provar a minha razão, mesmo que esta seja a verdadeira. É por isso que tudo o que escrevo no blog está mesmo sob a alçada de um vasto, mas claro, “alegadamente”.

Dito isto, amiga, já posso afirmar que me irrita o facto da a comunicação social tender toda, no seu conjunto, monocordicamente para a direita. Toda a gente sabe quem tem na mão a divulgação das notícias neste país. Quem são os donos das grandes empresas de imprensa e televisão em Portugal?

Um deles, caríssima, até é fundador do PSD e controla, coisa pouca, o Expresso e a SIC. Mas todos os jornais do JN e DN, ao Económico ou ao Negócios, passando pelo Público, pelo Observador, pelas revistas Visão e Sábado, já para não falar do Correio da Manhã, da CmTV, da TVI e das principais rádios nacionais, da Renascença, à TSF, pertencem aos grupos ligados ao capital e isso não precisa de Polígrafo para ser facilmente provado que se trata de uma constatação real.

Há quem argumente, cara confidente, que, mesmo assim, ainda temos a RTP e a Antena 1, 2 e 3, para proteger a verdade da democracia em Portugal. Com efeito, nota-se uma ligeira melhoria na condução da informação noticiosa nos meios de comunicação do Estado, embora possuam Estatutos de Autonomia Programática. Mas isso é pouco, porque o Estado exige que estas empresas não apresentem prejuízos, o que as faz, na maioria das vezes, seguir a mesma linha dos outros órgãos de comunicação social, tentando rivalizar com as demais na pesca de publicidade e de mais audiências.

Há cerca de 20 anos atrás, Bertinha, o dono de vários órgãos de comunicação social deste país, disse, num evento público, mas apenas no seio do pequeno circulo de pessoas que o rodeavam, quase todas da sua confiança pessoal, que (já naquela altura), tinha o poder de conseguir provocar a queda de um Governo, se assim o entendesse.

No meio do grupo, naquela mesa, estava eu, um estranho (convidado por um dos acólitos, que era meu amigo dos tempos do liceu). Para o magnata, era evidente que eu estar ali, significava, mesmo sem me conhecer, que eu era pessoa da confiança de um dos seus seguidores e portanto merecia a mesma confiança destes.

Não sei, amiga, nem nunca investiguei a fundo, se o magnata ajudou efetivamente a fazer cair um Governo, mas fica a dúvida, uma enorme e imensa dúvida.

Ora, Berta, embora o povo português se incline maioritariamente para governos de centro ou de centro esquerda, nestes quarenta e nove anos de democracia, já vimos de tudo um pouco. Nos primeiros anos tivemos o poder nas mãos revolucionárias da extrema esquerda, o que se entende pelo contexto histórico, mas também já, por diferentes ocasiões, fomos confrontados com a direita no poder.

Basta lembrar os velhos tempos da AD, os quase vinte anos de Cavaco Silva à frente do Governo ou da Presidência República, e os anos vergonhosos da aliança CDS, PSD, com Passos Coelho, muito à frente da Troika, com a “guerra naval” de Paulo Portas a meter água nos “submarinos” que comprámos e Assunção Cristas a lançar uma “Lei das Rendas” que transformou uma imensa quantidade de idosos em Portugal em gente “Sem Abrigo”, cara amiga.

As pessoas, minha querida, têm memória curta, e já se esqueceram, por exemplo, que nos tempos dos Governos de Cavaco Silva passámos anos com uma inflação de dois dígitos e não como os 5 ou 8% como temos tido ultimamente e nem é bom lembrar como estavam as taxas de juros.

Toda a gente sabe, principalmente tu, minha amiga, que sou militante do PS, mas, para os que leem as minhas crónicas, sejam as “Crónicas da Rua do Crime”, as “Páginas Rasgadas”, os Desabafos de um Vagabundo” ou a “Carta à Berta” que eu e o PS tivemos muitas vezes em desacordo.

O que é normal. Porquê? Porque não vale tudo, só porque são os nossos preferidos que estão no poder. Quando se acha que o Governo está a errar numa política deve-se apontar o erro, sem receio de represálias. A alternativa, cara confidente, é triste, porque calar, nos obriga, mais cedo ou mais tarde, a termos que lidar com a nossa própria consciência e a mudar de profissão, o que é penosamente trágico e muito dramático.

Ora, querida amiga, se me pedirem para analisar os Governos de António Costa nestes últimos 7 anos e meio sou obrigado a afirmar que o saldo é extremamente positivo.

Se me perguntarem se aprovo tudo o que Costa tem feito. Bem… nesse caso, Berta, já terei de dizer que nem sempre. Por exemplo, não aprovo nem o bocadinho algo a que eu chamo de “Monarquia Maçónica Socialista”, onde certos Barões, muitos deles vindo de um passado mais antigo, se fazem suceder no poder pelos seus filhos ou filhas como se existisse algum direito dinástico no seio do Partido Socialista. A Monarquia em Portugal já acabou.

Foi mesmo já há muito tempo e tem de chegar a altura de a pôr para trás das costas. É incompreensível ver Jamila Madeira, que cresceu politicamente no colo do pai, Filipe Madeira, o velho Barão do PS no Algarve, a aparecer no Governo de Costa como se, alguma vez, tivesse feito algo para o merecer. O mesmo, Berta, se passa com o próprio filho de Costa e a maneira como o pai o meteu na política.

Começa por infiltrar o rapaz como número dois de um presidente de Junta de Freguesia, depois, ganhas as eleições, promove o presidente vencedor, a meio do mantado, a deputado da Assembleia da República, e o filho sobe a Presidente de Junta. Teve sorte, António Costa, minha querida, porque nas eleições autárquicas posteriores, o filho ganha novamente a Junta de Campo de Ourique, à pele, com 15 votos de vantagem.

Podia apostar já hoje que, nas próximas eleições autárquicas, o filho de Costa já não será candidato a Campo de Ourique. Porquê? Porque será candidato às legislativas e irá engrossar o lugar de Baronete na Assembleia da República. Todavia, Berta, se eu me enganar, cá estarei para dar a mão à palmatória.

Conforme acabas de confirmar, Bertinha, pelo que disse nos parágrafos anteriores, nem tudo o que acontece no seio do PS me agrada, porém, não tenhas dúvidas, quanto digo, e insisto, que os 7,5 anos de governação de António Costa são mesmo muito positivos. Tenho, contudo, pena que a comunicação social esteja integralmente nas mãos da direita. Na próxima carta falarei de Galamba, mas por hoje é tudo. Deixo um beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 639: Os Grupos do Facebook Onde Participo Ativamente

Berta 639.jpgOlá Berta,

Como bem sabes, eu tenho estado a gerir alguns grupos do Facebook. Não é uma tarefa muito fácil para o meu feitio. Afinal, eu não gosto de ter o poder de censurar o que os membros decidem escrever ou publicitar nos grupos. Porém, minha cara amiga, tem mesmo que ser feito. Caso contrário a publicidade toma conta dos espaços e os arautos da desgraça utilizam a maior liberdade de publicação para virem anunciar que tudo está mal, com as suas razões populistas e baratas do bota abaixo, pois quanto pior, melhor.

Nos grupos privados e mais pequenos, a coisa é mais fácil de gerir. Seja no “Encontro de Palavras” que apenas tem 130 membros, seja no “Turma de Campo de Ourique” em que nem administrador sou, mas que por só ter 463 membros não é demasiadamente alvo dos propagandistas ou dos populistas, ou até no “Lisboa com Alma” que apenas é frequentado por pouco mais de meia centena de pessoas (58). Contudo, minha querida, à medida que a dimensão dos grupos aumenta, a situação exige outros cuidados.

No grupo “Viver Feliz em Campo de Ourique” que começou a crescer, de forma acelerada, nos últimos três meses, passando de pouco mais de 150 membros para 278 elementos, porém, já se nota mais publicidade a tentar entrar. Contudo, minha amiga, esse é o preço do crescimento. Há que pacientemente tentar gerir a situação.

Quanto ao maior grupo privado que criei, o “Bairro de Campo de Ourique”, neste momento com 797 membros, já se nota, com maior evidência, Bertinha, a tentativa dos publicitários e dos populistas em terem influência no espaço. No que respeita à publicidade eu nem sou totalmente contra, se um espaço do bairro, devidamente identificado, publicitar ali, digamos, uma vez por semana, até ajuda a manter viva a atividade e vivacidade do grupo. Todavia, existe gente que acha que o ideal é colocarem a mesma publicidade três vezes por dia.

Depois, para além disso, publicitar o que vem de fora do bairro é uma inviabilidade absoluta. Significaria deixar publicar mais de 50 anúncios diários o que é um absurdo. Outro absurdo é publicar anúncios de arranjos de unhas ou de senhoras em direto a vender roupa. São coisas que efetivamente não se enquadram nestes grupos, porque não se podem escolher apenas uns em detrimento de outros e são imensas as tentativas diárias nesses setores. Aliás, cara confidente, e sendo eu um homem de esquerda moderada, mas mesmo assim um sujeito de esquerda, não faz sentido estar a dar voz às opiniões dos fiéis do Chega ou de outras pessoas igualmente radicais de direita.

Por fim, amiguinha, vem o grupo “Campo de Ourique”, com 6.905 membros, apenas a 2.156 do grupo do bairro com mais elementos, o grupo “Fãs de Campo de Ourique”, já com 13 anos de idade.

Mais novinho, o grupo “Campo de Ourique” faz 10 anos em setembro deste ano. Incrivelmente, minha querida, no último ano, passámos de um valoroso quinto lugar, no que aos grupos de Campo de Ourique diz respeito, para sermos, atualmente, o segundo maior grupo do bairro. O objetivo é celebrarmos o 10º. Aniversário com 7.500 ou mais membros.

Mais ainda, minha querida, temos todo o interesse em que se mantenham em crescimento as intervenções dos membros no grupo, quer com as suas próprias publicações, quer com os comentários aos “posts” publicados, e que, nestes primeiros 5 meses do ano, já mostra um aumento de 40% do envolvimento dos membros na participação pública, face aos últimos 4 anos.

É na vivacidade e participação de todos, Berta, que poderemos crescer em dimensão e em representação do grupo de Campo de Ourique no próprio bairro em si mesmo. Queremos ser uma voz ativa, critica e participada dos problemas que vamos enfrentando no dia-a-dia. Quanto à publicidade, ela não se rejeita no grupo, apenas somos contra o excesso da mesma. Uma vez por semana é suficiente para se publicitar cada uma das empresas ou lojas do bairro, no nosso entender.

Gostaria, amiga Berta, que todo o grupo se mantivesse ativo e participativo. Vamos chegar aos 7.500 membros até setembro, todos juntos unidos. Deixo um beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 638: Resposta às Questões da Comissão de Utentes USF Campo de Ourique ao Ministro da Saúde

Berta 638.jpgOlá Berta,

Hoje, esta carta serve para te esclarecer a ti, à Margarida Vicente, à Comissão de Utentes da Unidade de Saúde Familiar Santo Condestável (USF) e a todos os 13.605 utentes desta Unidade de Saúde Familiar a que, normalmente, apenas chamamos de Centro de Saúde de Campo de Ourique, sobre o que o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, respondeu no “II ENCONTRO SECÇÕES SECTORIAIS E TEMÁTICAS” da  Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL), ontem, dia 13 de Maio de 2023, no nº. 6 do Hotel Roma, em Lisboa, no que concerne às questões colocadas pela Comissão de Utentes USF Santo Condestável e para as quais, minha amiga, eu apenas servi de mensageiro.

Quanto aos emails enviados pela Comissão é reconhecido que os sistemas de correio eletrónico do Ministério da Saúde, não andam a funcionar devidamente e que o Ministério está a trabalhar com a Modernização Administrativa, amiguinha, para fazer do mesmo um verdadeiro instrumento de comunicação e não um entrave ao esclarecimento daqueles que o usam, como atualmente acontece.

Presentemente, Bertinha, o Ministério da Saúde não tem um prazo para poder dar aos utilizadores sobre a resolução do problema, porque não está diretamente sob a sua alçada a resolução do mesmo. Contudo, espera ter as devidas soluções num espaço de tempo aceitável.

Relativamente à segunda questão, minha cara, a resposta veio anexada à terceira pergunta, num conjunto que visa tranquilizar todos os utentes do Centro de Saúde de Campo de Ourique e até aqueles que ainda o não são e que aguardam a sua aceitação nesta Unidade de Saúde Familiar.

Existe, Berta, por parte do Ministério da Saúde, a intensão de transformar a USF de Santo Condestável numa USF tipo B, a quanto da criação do novo Centro de Saúde ou, no limite, num espaço temporal que não se prolongue para além da atual legislatura, permitindo a inclusão dos 2.440 sem médico de família na respetiva USF. Todavia, contrariamente ao que alegadamente proferiu o Presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, querida amiga, ainda não está resolvido o problema do Contrato de Arrendamento com o proprietário do imóvel, ou seja, ainda não existe acordo sobre o prolongamento do mesmo.

No que respeita às alegadas afirmações da Vereadora da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa, pelo PSD, com os pelouros da Habitação e Desenvolvimento Local, minha amiga, fonte do PS alega que era melhor que a digníssima Professora Universitária e Arquiteta, não adiantasse nada sobre a nova USF de Campo de Ourique, porque o assunto ainda está inteiramente sob a alçada do Ministério da Saúde. Assim sendo, tudo o que a senhora vereadora possa afirmar sobre o assunto é, no mínimo, prematuro e demasiado especulativo para poder ser considerado seriamente.

Ainda sobre a possibilidade dos utentes do atual Centro de Saúde de Campo de Ourique deixar de existir ou de os utentes serem espalhados por outros Centros de Saúde das freguesias vizinhas foi afirmado, e pelo próprio Ministro da Saúde, minha querida confidente, que essa hipótese é, em absoluto, uma impossibilidade e um absurdo que jamais acontecerá.

Esclareço também, doce amiga, que, em todas as diligências que fiz durante toda a manhã do passado sábado, jamais usei o tom belicoso, conflituoso, arrogante e de confronto direto que me foi apresentado pela Comissão de Utentes USF Santo Contestável, através da formulação das questões que recebi no grupo de Campo de Ourique do Facebook, pela Margarida Vicente.

É entendível, minha cara, que a Comissão esteja a agir em desespero de causa e que a linguagem usada seja um reflexo disso, bem como a longa lista de insinuações, provocações e frustrações implícitas na exposição e nas questões. Porém, e por não me parecer crível que um Governo formado pelo PS, enquanto criador do SNS, tenha qualquer intuito em destruir a sua obra, o tom com que coloquei as questões foi educado, cordato, mas suficientemente assertivo para que as respostas fossem claras e esclarecedoras.

Aproveito, Berta, esta carta para esclarecer que alguns dos destinatários para quem a Comissão de Utentes enviou emails não tinham competência para darem uma resposta.

No entanto, minha querida, foi-me assegurado durante o II Encontro que, apesar de tudo, essas entidades, podiam e deveriam ter respondido aos emails da Comissão de Utentes USF Santo Condestável, pois nem todas enfrentam o problema de tráfego de emails e de atraso nas respostas que o próprio Ministério da Saúde atravessa. Mais informo que foram tomadas notas no sentido de se ir tentar apurar a falta de respostas, nem que fossem apenas para confirmarem que o assunto ainda não se encontrava sob a sua alçada.

Foi igualmente reconhecido que o direito constitucional à saúde, à organização de uma defesa e o direito à informação não estão em causa. No momento, o que se passa, cara amiga, é apenas que o Ministério da Saúde, ainda está a recuperar dos anos da Covid-19, que paralisou imensos serviços durante demasiado tempo. Para além disso, como esclareceu o próprio Ministro, o seu tempo no cargo ainda é curto para que tudo tenha voltado à desejada normalidade, mas deixou a garantia de que para lá caminha a passos largos.

Segundo garante o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e contrariando a desinformação que circula nas redes sociais e nalguma comunicação social e que lavra no seio de certa oposição, Berta, ele só está interessado em desenvolver três vetores essenciais de momento: “Promoção da Saúde”, “Acesso à Saúde” e “Requalificação do SNS”. Nestes pontos enquadra-se a USF de Campo de Ourique.

Sobre o que se passa com a atual USF do bairro, caríssima, o Ministro da Saúde não só mostrou estar pessoalmente a par do problema como deu a garantia de que, e passo a citar: “Não vai deixar de haver um Centro de Saúde em Campo de Ourique. A USF não sairá de onde se encontra atualmente enquanto o problema não estiver resolvido.”

Manuel Pizarro assegurou que é o próprio ministério que está em negociações com o senhorio e que este tem toda a vontade de que a situação seja resolvida por acordo entre as partes, minha amiga.

Fiquei a saber, igualmente, Bertinha, mas não pelo Ministro, que o proprietário quer evitar, a todo o custo, que o Ministério da Saúde invoque o “Superior Interesse Nacional”, que o poderiam levar, em última análise, a perder o direito sobre a propriedade, cujo valor declarado nas Finanças se encontra bem abaixo do real valor do imóvel na atualidade, o que seria um verdadeiro inconveniente com perdas de verbas significativas para o senhorio.

Porém, cara amiga,  quando, no final do “II ENCONTRO SECÇÕES SECTORIAIS E TEMÁTICAS” da Federação da Área Urbana de Lisboa do Partido Socialista, questionei o Dr. Manuel Pizarro se o podia dar com vinculado à certeza de que o Centro de Saúde se mantém onde está, para já, e que em altura alguma sairá de Campo de Ourique e que a nova Unidade de Saúde Familiar será uma realidade requalificada nos termos anunciados, este deu-me a sua garantia pessoal.

Mais do que isso, fui autorizado a transmitir esta garantia pessoal, enquanto pessoa e enquanto Ministro da Saúde, à Comissão de Utentes Unidade de Saúde Familiar Santo Condestável, coisa que estou a fazer através desta “Carta à Berta”. Espero ter ajudado em alguma coisa, principalmente devido à consideração que tenho pela Margarida Vicente e encontro-me ao dispor da mesma sempre que for preciso ajudar em mais algum assunto, em que eu possa ou consiga ser útil. Por hoje é tudo, minha querida Berta, despeço-me com um beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 637: “Atualmente, no 26 de ABRIL, Eu Celebro Todos os Dias Depois do 25 de Abril de 1974.”

Berta 637.jpg

Olá Berta,

“Atualmente, minha querida, no 26 de ABRIL, Eu Celebro Todos os Dias Depois do 25 de Abril de 1974.” Sim, sim, é isso mesmo. Celebro os dias de festa e liberdade, celebro os dias em que ainda foi preciso lutar, celebro a liberdade de pensamento e de existir tal como sou e de os outros portugueses poderem fazer o mesmo se o quiserem.

Celebro coisas sem fim, cara amiga, por exemplo, a igualdade de género, uma realidade atual que ainda só existe perfeita no papel, mas para onde caminhamos a cada dia que passa. Desde aquele ABRIL que o ensino passou a ter turmas mistas, de jovens em formação conjunta, em vez de rapazes para um lado e meninas para o outro, todos com farda.

Foi desde ABRIL de 74, amiguinha, que, uma menina ou uma mulher, pôde passar a vestir, a seu gosto, uma minissaia ou usar biquíni; ou ainda que uma mulher pode sair do país sem a autorização escrita do marido, e não, o povo não era Taliban, era católico, mas enfermeiras, telefonistas, hospedeiras da TAP e funcionárias do Ministério dos Negócios Estrangeiros não se podiam casar, para o fazerem tinham de abandonar a profissão e as professoras precisavam de obter uma autorização especial do Estado para poderem sair do país. Quanto ao voto, porque havia eleições, só que controladas pelo Estado, as mulheres podiam votar, mas só se tivessem o ensino secundário completo.

Desde esse ABRIL, Bertinha, passou a ser permitido usar isqueiros sem licença, um objeto banido por Salazar, ou beber Coca-Cola, minha cara confidente, uma marca que deve a Fernando Pessoa o slogan “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”, mas cujo consumo em Portugal era proibido, por mais bizarro que isso possa parecer.

Foi depois daquele ABRIL, minha amiga, que se puderam criar associações, fazer reuniões, juntar grupos de pessoas para conjuntamente darem as suas opiniões ou até discutirem ideias, porque tudo isso estava banido da sociedade portuguesa. O primeiro um de maio, em 1974 teve mais de um milhão de pessoas a celebrá-lo nas ruas e isso só contando Lisboa, porque antes não era permitido falar nele, quanto mais festejar o Dia do Trabalhador.

Antes do ABRIL de todos nós, Berta, não se podia dizer mal do Governo, nem dar a entender alguma opinião contrária. Tudo passava pelo filtro do “lápis azul” da censura e era comum livros, músicas, desenhos e notícias serem apreendidos por porem em causa a ordem pública. Existiam milhares de livros proibidos em Portugal, mas também bandas musicais ou certas músicas em especial. Aliás, existiam proibições absolutamente bizarras e, por exemplo, dava direito a prisão jogar às cartas no comboio ou estar bêbado em público, para além do valor das multas.

Antes do nosso ABRIL, minha querida, só era permitido ser-se heterossexual em Portugal, porque, por cá, todas as pessoas que se enquadravam dentro do atual movimento LGBTQQICAPF2K+, ou seja, de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis, Queer, Questionando, Intersexo, Curioso, Assexuais, Pan e Polissexuais, Amigos e Familiares, Two-spirit e Kink, que no mundo ocidental já conquistaram o seu direito à manifestação, estavam proibidos de demonstrarem as suas tendências no nosso país, sob pena de prisão.

Aliás, Berta, não era só isso que era absurdo, um homem bater na sua mulher, não se tratava de violência doméstica, não era crime, o individuo estava apenas a pôr a mulher na ordem, como lhe competia, nada mais. E, ah, se esta quisesse o divórcio, temos pena, era proibido haver divórcios em Portugal, exatamente do mesmo modo que dar um beijo em público fugia às regras da moral e dava direito a multa e prisão.

À mulher, cara confidente, também não lhe era permitido andar sozinha na rua à noite ou entrar numa igreja de cabeça destapada. Como também era proibido a casais, marido e mulher ou namorados, beijarem-se em público. Ela podia ser presa por afrontar a moral e os “bons costumes” e o homem, que era responsável pela manutenção desses valores, era preso, pagava multa e só saía da esquadra depois do cabelo lhe ser devidamente rapado à máquina zero.

As mulheres, doce amiga, eram mesmo as maiores vítimas do regime. Antes do 25 de ABRIL, foram muitas as desigualdades entre homens e mulheres, com elas a serem empurradas para as tarefas domésticas, sem direito sequer poderem decidir sobre a educação dos filhos. A discriminação chegou ao ponto de os maridos terem o direito de abrir a correspondência das suas mulheres.

Elas tinham também de pedir o consentimento dos maridos, Bertinha, se quisessem exercer atividades ligadas ao comércio, assinar contratos ou tomar decisões sobre bens (casas ou propriedades) que lhes pertenciam. Estavam igualmente impedidas trabalhar na administração local, na carreira diplomática, na magistratura e no Ministério das Obras Públicas.

Eu falei, amiguinha, que as turmas eram separadas por género, mas esqueci-me de referir que os recreios também o eram. Também ainda não tinha dito que todas as salas de aula tinham o retrato do Presidente da República, do Primeiro Ministro e um crucifixo, e que era obrigatório começar o dia escolar entoando o hino nacional. Importante e muito usada era a palmatória na mesa do professor ou professora, que servia para castigar os malcomportados.

Sim, sim, os docentes não precisavam dos pais para baterem nos alunos ou para colocar a criança num canto da sala com orelhas de burro enfiadas na cabeça, minha cara, já para não falar em outros tipos de repressões autorizadas pelo Estado.

O bizarrismo do dia-a-dia antes de ABRIL de 1974 tinha, minha amiga, coisas que nem lembram ao diabo. Vou dar um exemplo: se uma pessoa viajasse num comboio, e alguém se descuidasse e desse um daqueles traques fedorentos de fazer levantar os mortos em protesto, ela só podia abrir uma janela se todos os outros passageiros estivessem de acordo, ou seja, se o dono do traque discordasse, a solução era o incomodado sair da carruagem.

Antes de ABRIL até histórias aos quadradinhos ou qualquer banda desenhada, vinda do estrangeiro estava proibida. Mesmo as que eram adaptadas para português, com visto da censura, não podiam mostrar armas, falta de decoro, como decotes, e os nomes dos heróis eram passados para português. Por exemplo, minha querida, o Flash Gordon, era o Capitão Relâmpago.

Estavam proibidos em Portugal, antes do ABRIL das nossas vidas, mendigos, vadios e as pessoas atualmente designadas por “sem abrigo”. A pena de prisão de seis meses era a penalização mínima que esta gente arriscava se fosse apanhada pela polícia. Aliás, minha querida, os bufos, aqueles que denunciavam outros cidadãos por atos ou porte de objetos proibidos à PIDE ou à Polícia tinham direito a recompensa monetária regulada por uma tabela criada para o efeito.

Em resumo Berta, não te vou descrever mais sobre a miséria que era a vida antes do 25 de ABRIL de 1974 durante o antigo regime, se quiseres saber mais aconselho-te um livro lançado em 2019, “Era Proibido” de António Costa Santos que se dedicou ao assunto. Isto já para não falar da repressão política e social, da PIDE, das prisões sem mandato e de muito, muito mais. Mas é por isso que eu “Atualmente, no 26 de ABRIL, Celebro Todos os Dias Depois do 25 de ABRIL de 1974.” Deixo um beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

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