Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Hoje é um dia em que, 5 minutos depois de acordar, ao abrir as notícias no computador fiquei possuído por uma angústia extrema. A razão prende-se com a violência contra mulheres. Não estou a generalizar para a violência doméstica, estou apenas a falar do absurdo abuso contra quem é mulher. O que li é algo que vem de longe da nossa Europa, mas o facto de ser mais grave do que aquilo que acontece entre nós, não nos transforma em anjinhos ou meninos do coro e, o que se passa por cá, é na verdade igualmente revoltante, para não dizer repugnante e mesmo abjeto.
Na investigação que depois efetuei descobri um estudo recente da União Europeia sobre o tema e que analisa e compara a gravidade do mesmo nos 28 Estados Membros. Os números do relatório sobre a “Violência contra as mulheres: um inquérito à escala da União Europeia — Síntese dos resultados” são avassaladores.
O inquérito de 48 páginas, que pode ser pedido em livro, gratuitamente, através do número europeu gratuito composto por 13 algarismos, 00800 6 7 8 9 10 11, é, realmente, extremamente grave. De qualquer maneira eu coloquei o “link do pdf” disponível no meu blog, para facilitar o acesso e a consulta de quem queira ler, mais em detalhe, o estudo realizado.
Para quem não está habituado a consultar este tipo de relatórios o discurso e a apresentação são tão cinzentos, como os textos e os gráficos em análise. Recomendo que, em vez de tentarem ler tudo online, imprimam e vão lendo e analisando, ponto por ponto.
Usem a tabela das siglas dos países como uma folha de consulta em separado. Assim, uma vez chegados às tabelas poderão mais facilmente verificar onde e com que frequência, em percentagem, certas práticas e crimes são mais repetidos nesta barbárie a 28.
Separem também as tabelas finais do resto do inquérito, usem-nas, igualmente, como folhas de consulta à medida que leem. O relatório é demasiado formal para o meu gosto, todavia, os dados estão todos lá e, depois de uma análise cuidada, fica mais fácil retirar as devidas conclusões. Existe inclusivamente uma página que sugere “os caminhos a seguir”. Porém, peca pela forma, mais uma vez cinzenta.
Por fim, recomendo o uso de 2 marcadores fluorescentes, um amarelo e outro laranja ou verde, de forma a sublinharem e entenderem melhor a relação dos textos com as tabelas e as siglas dos países. Contudo, isto não é um método obrigatório, mas apenas aquele que eu uso quando faço uma investigação deste tipo, por forma a retirar todo o sumo daquilo que estou a consultar. Cada um pode ler e seguir o caminho que entender melhor.
Ora, voltando ao tema, eu já sabia, que a violência contra mulheres era crítica, mais frequente do que há uns anos atrás se imaginava, mas não fazia ideia que, na Europa dos 28, uma das zonas mais civilizadas do globo, num dos locais onde melhor se vive e mais qualidade de vida se tem, ela fosse de tal forma alarmante que, quase se pode dizer, tratar-se de uma coisa comum, banal e enraizada nos hábitos de uma imensidão de agressores, perante a benevolência quase pacífica de amigos, vizinhos e conhecidos. Assusta ler este inquérito e mais do que ser um texto, por si só gritante, é algo que exige dos Estados medidas imediatas e muito mais drásticas do que tudo o que foi feito até aqui. É preciso parar este flagelo.
Contudo, Berta, não te vou falar dos números deste inquérito, se quiseres saber algo mais sobre ele basta ires ao meu blogue, onde guardo as cartas que te escrevo e clicares, na coluna da direita, no local onde diz:” Inq. Violência sobre Mulheres UE”.
A minha má disposição de hoje tem a ver com uma notícia que vem de um local bem longe da Europa, como te dizia no início desta carta, ou seja, vem da Índia. Onde hoje, um grupo de 5 homens raptou e pegou fogo a uma jovem de 23 anos, no “distrito de Unnao”, no norte do país, quando esta se dirigia para a estação de comboio da localidade. A razão prendeu-se com o facto de a rapariga se estar a dirigir para o tribunal onde ia ser julgado o caso da sua alegada violação.
A jovem, foi interpelada, agredida, raptada e arrastada para um campo fora dos olhares de terceiros. Uma vez nesse local os 5 selvagens regaram-na com gasolina e em seguida pegaram-lhe fogo. A rapariga, que foi encontrada pouco depois do crime ser cometido, foi conduzida a um hospital em Lucknow e está em estado crítico com queimaduras em 90 porcento do corpo. Será transportada ainda hoje para a capital, Nova Deli, não se sabendo, contudo, até ao momento, qual é a probabilidade de sobrevivência.
Segundo depois consegui saber pela BBC, a polícia deteve 5 homens, todos adultos, sendo 2 deles os alegados violadores da vítima, que iriam ser julgados, em tribunal, neste mesmo dia. A denúncia da violação provinha de março deste ano e só 9 meses depois, a partir desta data, é que a justiça se iria pronunciar, tendo os acusados ficado em liberdade até ao julgamento.
Segundo dados divulgados pelo Expresso online, na Índia, a média diária de violações é de quase 100 mulheres por dia. Porém, este é apenas o número oficial, mas, as Organizações Não Governamentais, estimam que o real valor possa ser cerca de 5 vezes superior ao apresentado pelas autoridades. Tal facto indicaria que, por ano, mais de 180 mil mulheres sejam violadas neste país. E, minha amiga, só estamos a falar da violação, os dados da violência contra mulheres estimados para esta zona do globo entram na casa dos milhões com o maior à-vontade.
Só na capital, Nova Deli, a informação mais recente aponta para que de 3 em 3 horas uma mulher seja violada na capital, quando, os dados oficiais de 2015 referiam uma de 4 em 4 horas, segundo informação do Expresso. Ora, se estes são dados oficiais, isso significa um quotidiano na capital indiana onde pelo menos uma ou 2 violações ocorrem a cada hora que passa. Um cenário absolutamente dramático, horripilante e intolerável, seja qual for a perspetiva em que for visto ou analisado.
É importante que estes assuntos ascendam, e muito, na agenda política mundial, não apenas na Índia, na China ou na Austrália, na América Latina, Estados Unidos ou em África, mas também aqui, na Europa e nomeadamente em Portugal. ISTO TEM DE PARAR JÁ!
Despeço-me muito triste, minha querida amiga Berta, isto não é o mundo em que um poeta, como eu, possa viver tranquilo e escrever odes sobre o mais perfeito ser do universo conhecido: A Mulher. Recebe um beijo deste que não te esquece,
Um grupo de municípios portugueses teve uma ideia luminosa. Para a concretizar criou uma associação e lançou um projeto. O Expresso Diário online divulgou a coisa, depois o programa “Boa Cama, Boa Mesa”, da Sic, pegou no mote e fez a apresentação televisiva e, por fim, o “MSN Lifestyle” da “Microsoft News”, difundiu-a ainda mais pela internet.
Estou a falar da Maior Estrada Histórica Nacional da Europa e uma das maiores do Mundo, nesta categoria, com origem na antiguidade clássica, e, primeiramente, criada pelos romanos. Trata-se da EN2, ou Estrada Nacional n.º 2, que fica em Portugal, e liga Chaves a Faro.
A “Route Two”, ou usando a sigla nacional a EN2, vai-se transformar em percurso turístico com o apoio de todos os municípios que atravessa. Conseguindo, deste modo, ser vista e explorada, enquanto itinerário turístico português único, pois atravessa Portugal de Norte a Sul, mesmo pelo centro do território.
Uma brilhante ideia que me fez ficar a saber um pouco mais sobre este nosso pequeno, porém, diversificado país. A via, que passa por 11 rios e atravessa 4 serras, vai ter guia específico e escalas recomendadas em todo o percurso, para que os turistas possam apreciar as diferentes paisagens e regiões nacionais, à medida que a percorrem, tirando partido da oferta hoteleira e gastronómica de cada município.
Um guia elaborado propositadamente para o assunto, proporá as etapas, explicando as alternativas paisagísticas, hoteleiras e gastronómicas entre outras, em cada trecho. O programa “Boa Cama, Boa Mesa” adiantou alguns dos pontos já identificados. e a não perder nos 739,2 quilómetros de viagem previstos. São 11 os distritos interligados no itinerário a percorrer e 32 os municípios envolvidos no trajeto.
A ideia já valeu um prémio atribuído pelo Turismo de Portugal à Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2(AMREN2), que arrecadou o Prémio Projeto Público, aquando da realização da primeira edição do Prémio Nacional de Turismo (PNT).
Os destaques já feitos pelo programa da Sic, apresentam uma das possíveis propostas hoteleiras do roteiro, a saber:
O Hotel Casino de Chaves, donde se segue para o Vidago Palace Hotel, continuando a viagem até ao Six Senses Douro Valley na Quinta do Vale Abraão, em Samodães.
Na continuidade vem a Pousada de Viseu, que serve de poiso, antes do Hotel da Montanha, no Monte Senhora da Confiança, em Pedrógão Pequeno.
Montargil é a próxima paragem, com descanso no resort Nau Lago Montargil & Villas, antes de seguir para a Herdade da Cortesia, em Avis, e depois para a Casa dos Castelejos, em Castro Verde, que antecede a chegada ao Eva Senses Hotel em Faro, no final da viagem pela EN2 sentido Norte, Sul.
Estes destaques do programa, nesta rota, custariam em dormidas uma verba na casa dos mil e 60 euros, sem as refeições estarem sequer incluídas, mas o futuro roteiro trará alternativas para todo o tipo de bolsos e carteiras.
O fundamental, contudo, e muito mais interessante, é que a viagem possa ser programada e disfrutada de sul para norte ou o contrário, com maior ou menor número de escalas e com uma grande variedade de ofertas hoteleiras e gastronómicas adequadas a cada tipo de turista, seja ele nacional ou estrageiro, seja ele mais ou menos abastado.
Sabes, Berta, amei toda a ideia. Uma estrada que une Portugal transformada em roteiro turístico. Gostava de fazer a experiência, com calma, muitas paragens e tempo para explorar cada município. No meu caso, mesmo assim, teria de seguir a proposta dos pelintras, de maneira a fazer tudo por menos de 500 euros, mas isso sou eu, que ainda espero um dia voltar a ser pago pelo que escrevo.
Despeço-me de ti, saudoso, com um beijo, este teu amigo que não te esquece,
Esta minha carta hoje é mais um desabafo do que qualquer outra coisa.
Ando farto da publicidade escondida em notícias, sem o aviso, de que efetivamente se trata de propaganda e não de factos, o que antigamente era obrigatório. De estudos e anúncios científicos que fazem exatamente o mesmo, e que não passam de vulgares cartazes de venda de banha da cobra, envoltos em brochuras douradas, mas também estou cansado de notícias, sem verificação de fontes ou apuramento aprofundado do que realmente se passou e, por fim, de falsas notícias, produzidas para causar alarme. Ah, já me esquecia, e de divulgações distorcidas, apenas para defender uma causa qualquer, difundidas numa espécie de populismo bacoco, como se as pessoas fossem carneiros que seguem cegamente o respetivo divulgador, sem pensar duas vezes e sem qualquer seriedade.
Hoje abri o browser da Microsoft, o Microsoft Edge, e entrei diretamente no “msn notícias”. Acabei por sair irritado de lá. A quantidade de informação, teoricamente de notícias, que devia ser excluída, por ser claramente uma outra coisa qualquer é não apenas maioritária, como avassaladora.
Sabes, minha amiga, não sei se são os meus 38 anos de jornalista, 23 dos quais com carteira profissional, ou se é apenas o meu feitio reativo, mas faz-me impressão que isto se faça desrespeitando a lei de imprensa. Não entendo porque não há uma reação séria do Governo ou, no mínimo, da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas. Acho sinceramente que se deviam tomar medidas radicais neste sentido, sob pena, de um dia destes, já ninguém acreditar em nada do que lê na internet. Sim, porque basicamente me tenho estado a referir às notícias online.
Como não existe melhor maneira de te explicar o que quero dizer, vou usar como exemplo o “msn notícias” de hoje:
Em destaque, nos principais títulos do dia, vem no “meu feed” (a janela das relevâncias diárias), entre outras, uma notícia ligada à saúde. O título é sugestivo: “As iguarias que poderão desaparecer em breve.” O corpo da divulgação é seguido de 30 diapositos legendados que apresentam os principais produtos, entre muitos outros, que vão deixar de existir nos próximos 30 a 50 anos, por força das alterações climáticas (cujo lóbi do clima é o verdadeiro difusor deste alarme idiota, penso eu).
Vou enumerá-los, pela ordem de apresentação, para teres a real noção do ridículo. Produtos que vão desaparecer do mercado em breve: cerveja, peixe, maçãs, frango, vinho, morangos, laranjas, bananas, Tabasco, batatas, milho, cerejas, pêssegos, mel, arandos, grão-de-bico, chocolate, abóbora, feijão, soja, abacate, amendoins, arroz, peru, flocos de cereais, trigo, pão, xarope de ácer e café.
Segundo a “notícia” alguns dos itens enumerados no parágrafo anterior terão acabado algures no período que vai entre 2050 e 2080, pese embora a grande maioria deva desaparecer antes de 2050, ou seja, nos próximos 30 anos.
Esta barbaridade é colocada como resultado de estudos sérios, por um lóbi estúpido que cheira a pseudo-ambientalistas, com interesses ainda desconhecidos do público. Contudo, é difundida numa página de notícias que tinha obrigação de ser séria, uma das mais lidas no mundo por quem usa a internet, traduzida em todas as línguas, e difundida como realista.
Ora, Berta, este é só um exemplo, e embora seja ridículo, é apenas um dos 15 que encontrei, só nas notícias gerais do dia de hoje, nesta página da dita prestigiada Microsoft.
Espero que alguém com poder comece a pôr um travão na situação rapidamente, senão a palavra notícias deixará, a breve trecho, de ter qualquer significado. Despeço-me saudoso, com o beijo do costume, este teu eterno amigo,