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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta nº. 645: Parabéns ao Grupo CAMPO DE OURIQUE e Obrigado!

Berta 545.jpg Olá Berta,

No passado dia 23 de maio, faz hoje um mês, o grupo Campo de Ourique tinha exatamente tantos membros, como no dia 18 de maio, cinco dias antes, altura em que publiquei uma post sobre o assunto. Nomeadamente, amiga querida, a Carta à Berta n.º 639. No total o grupo Campo de Ourique possuía uns notáveis, 6.905 membros.

Estava contente com o facto de sermos o segundo maior grupo de Campo de Ourique, só ultrapassado pelo irmão, 3 anos mais velho, o grupo Fãs de Campo de Ourique, magistralmente gerido pela Administradora Clara B. Fonseca, tendo este grupo, à data, uns incríveis 9.089 membros. A diferença, entre os dois grupos era imensa, minha amiga, mais precisamente 2.184 membros, porém, eu estava muito satisfeito. Eu herdei o grupo Campo de Ourique em setembro de 2020, numa altura em que eramos apenas o sexto maior grupo de Campo de Ourique, o que, mesmo assim, já era bastante significativo.

Em setembro de 2020, Berta, por altura do sétimo aniversário do grupo, tínhamos uns relevantes 5.455 membros. No top 5 da tabela estavam os grupos: Fãs de Campo de Ourique; Crescemos em Campo de Ourique; Campo de Ourique Bairro de Campeões; Campo de Ourique: mais que um bairro, um estilo de vida; Tertúlia de Campo de Ourique.

Pode agora parecer pouco, amiguinha, mas eu estava orgulhoso do trabalho do anterior administrador do nosso grupo. Acontece que, devido a algumas mudanças na sua vida, ele teve de passar o grupo a alguém, principalmente por falta de tempo para o continuar a acompanhar devidamente.

Passei o primeiro ano a tentar, como sabia e podia, a não deixar que o grupo perdesse relevância, pois o bairro tem este caráter único que, no Facebook, se traduz pela existência de quase 30 grupos a ele alusivos, querida amiga. Não era opção deixar o grupo desaparecer do top 10 dos grupos de Campo de Ourique.

Em setembro de 2021, um ano volvido, doce amiga, tínhamos conseguido crescer à razão de 5 membros por mês e terminamos o oitavo ano com 5.515. Para mim, envolto nesta nova responsabilidade, foi como uma lança em África. Infelizmente no ranking não tínhamos conseguido chegar ao quinto lugar.

Todavia, Berta, no segundo ano, eu já tinha umas ideias sobre como poderia ajudar o grupo a evoluir de forma mais substancial. Chegámos ao nono aniversário do grupo, em setembro de 2022, com 6.201 membros, tendo sido angariados mais 686 elementos, com uma média de 57 novos membros por mês, quase dois por dia. Quanto ao ranking, para minha felicidade, entrámos no top 5. Algo que dois anos antes eu julgava impossível de atingir. Mas a vida não é só desgraças, tem as suas coisas boas também.

Nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2022, a média de novos membros por mês continuou a aumentar. Na altura, da passagem de ano eramos já 6.452, caríssima, chegando a ultrapassar as 83 novas adesões mensais. Tendo subido para o quarto lugar do ranking dos grupos de Campo de Ourique.

Chegados a 23 de maio de 2023 a minha admiração pela colaboração de todos atingiu um patamar de excelência, amiginha, que julgava impensável de acontecer: o grupo atingia os 6.905 membros, tendo aumentado mais ainda o número de elementos aderentes, agora com uma média de mais de 93 membros por mês.

No entanto, minha querida, no dia 18 de maio eu escrevi a Carta à Berta n.º 639, a solicitar o apoio do grupo. Entre o dia 12 de maio e o dia 23 de maio, não tinha havido qualquer crescimento de novos membros, os que entravam eram compensados pelos que saiam. Pensei que tínhamos chegado ao nosso topo. O grupo não ia crescer mais. Fiz vários pedidos de apoio aos membros do grupo, depois daquele dia de 18 de maio.

A esperança não era muita, mas agora que já eramos, há alguns meses, o segundo maior grupo do bairro, Bertinha, e o objetivo era ainda tentar chegar a setembro com 7.500 membros. Não sei se fui ouvido ou não, afinal eu acho que esta mania de crescimento é mais uma teima minha do que de todo o grupo. Pouca gente se importa por fazer parte do sexto ou do segundo maior grupo do bairro.  Gostam do grupo e isso chega-lhes. Todavia, eu sou teimoso nos meus objetivos.

Ora, hoje, minha querida amiga Berta, passado um mês, sobre o dia 23 de maio, o grupo não só passou os 7.000 membros como também já chegou aos 7.101. Em 30 dias crescemos em quase duzentos membros, mais propriamente, 196, algo inacreditável para um grupo de bairro que vive do povo que o integra e que não possui vedetas famosas do jet-set nacional que se saiba. Somos só nós, o povo do bairro, a lutar pela nossa própria visibilidade.

A todos, os que ajudaram a que isto acontecesse ou aos que apenas ficaram a assistir com curiosidade, o mais profundo agradecimento. Sabes minha amiga, muitos dos que por aqui andam, conforme referi atrás, não querem saber se somos o segundo ou o sexto maior grupo do bairro, todavia, mesmo assim, e porque eu acho que pode fazer diferença, obrigado a todos aqueles que me têm ajudado a alcançar o protagonismo que o grupo merece. Afinal, somos Campo de Ourique!

Faltam 3 meses para o décimo aniversário do grupo, a todos peço ajuda para o celebrarmos com 7.500 membros. Obrigado. Quanto a ti, Berta, deixo um beijo,

Gil Saraiva

Ah! Já agora aproveito para dar as boas-vindas aos nossos novos membros da última semana:

José Santos,

Esmeralda Amoroso,

Thalita Araujo,

Antonio Gouveia,

Jaime Lane,

Manuel Pereira,

Luis Marques Matias,

Rita Gonçalves,

Tiago Magalhães,

Lívia Pinheiro,

Joao Garcia Pereira,

Liliana Beato Teixeira,

Lara Sofia,

Miguel Mendes,

Lopes Herinquis,

Silva Rod Ana,

Jorge Madeira - Kw,

Sílvia Bettencourt,

Miguel Santos,

Rita Leitão,

Luis Muchacho,

Ana Campos,

José Duarte,

Ambitur Profissionais,

Inês Gromicho Chenrim,

Daniel Baião,

Mariana Ramos Rocha,

Clara Araujo,

Ana Luisa

Estamos muito gratos pela vossa escolha, boa participação.

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta nº. 643: Ter ou Não Ter Queixas

Berta 643.jpg Olá Berta,

A propósito de um comentário de Faty Santos, onde afirmava que as pessoas se queixam demais, no passado dia 21, no grupo Campo de Ourique, relativas aos problemas que as afligem ou condicionam, achei que o assunto era merecedor de uma reflexão. Ora, minha querida Bertinha, afinal, criticar é próprio do ser humano, mais ainda quando vemos as mesmas regras a serem quebradas diariamente pela maior parte das pessoas.

Contudo, minha querida, acho positivo que se fale no assunto, uma vez que os diretos a respeitar são exigidos a ambos os lados, ou seja, Campo de Ourique, por exemplo, há muitos passeios largos e dá perfeitamente para que as esplanadas possam existir e para que as pessoas possam passar em simultâneo.

O problema, cara amiga, é quando alguém abusa do seu direito e resolve, por exemplo, colocar duas filas de mesas, a par, numa esplanada apenas autorizada para uma fila única, conforme consta na licença que pagaram à Junta de Freguesia, mas a ânsia do lucro tem essa tendência.

Com os carros passa-se o mesmo. Todos os condutores sabem que não podem estacionar os carros com as rodas da frente em cima do passeio, nas passadeiras, nas esquinas das ruas, porém, continuam a fazê-lo descaradamente, uns por desleixo, outros por manifesta falta de estacionamento, outros por pura arrogância.

Os motivos variam bastante, Berta. Alguns até são bastante compreensíveis, todavia, independentemente disso, as consequências são sempre as mesmas. Ora, as queixas existem por isso mesmo, porque o mau estacionamento prejudica quem anda a pé, quer exista por detrás um bom ou um mau motivo para este ter acontecido.

Ontem à noite, ao regressar a casa, o meu passeio, por exemplo, logo a seguir à passadeira de quem atravessa a Rua Almeida e Sousa, vindo da Pastelaria Aloma, para a esquina do takeaway 10 Prá Uma, Cantina do Bairro, estava um carro estacionado, quase todo, em cima do passeio. Até à parede da loja faltavam talvez uns 30 a 40 centímetros, minha amiga, por ali nunca passaria alguém de moletas ou bengala, um carinho de bebé ou um cego. Aliás, nem uma pessoa normal, porque entre a parede e o carro estava “arrumada” uma trotinete. E esta, hem, Berta?

Tive pena, de não estar com a minha máquina fotográfica, algo que já tinha feito na noite anterior, para ilustrar esta carta, Bertinha. Porém, ao contrário da opinião de Faty Santos, do grupo do Facebook, Campo de Ourique, eu acho que é bom haver críticas. Criticar tira-nos stress de cima, principalmente quando percebemos que as autoridades e a Junta têm filhos e enteados, no que respeita ao cumprimento das normas. Isso, mais do que o resto, não devia existir. Deixo um beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

Desabafos de um Vagabundo: Bem -vindos ao grupo de "Campo de Ourique" - 28 Elementos numa Semana

CO Lago.jpgDamos as nossas boas-vindas aos nossos novos 28 membros do grupo "Campo de Ourique":

Ze Marado,

Flávia Duarte,

Victor Amorim,

Nizete Lopes,

Sofia Pereira,

Tiago Martins,

Rute Anastácio,

Pedro Garcia,

bronzedasm,

Patrícia Martins,

Beatriz Camacho,

Vasco Durão,

Olivia Pereira,

Rita Santos Lima,

Mazi Nafshi,

Sandra Nogueira,

Cátia Rodriguez,

Roni Kuppers,

Alexandrina Melancia Francisco,

Pedro Boss,

Aurisdeive Carvalho,

Juana Gonzalez,

Dino Ferreira&Lurdes Almeida,

Aminata Balde,

Mariana Popescu,

Leontina Esteves,

Moules & Gin e

Joana Pimenta Real Estate Consultant.

O nosso lema é "Seja Bem-Vindo Quem Vier Por Bem!"

Publicidade só é permitida para lojas do bairro uma vez por semana, cadeias de lojas onde uma se encontra na Freguesia não podem fazer publicidade, vídeos e diretos de vendas não são permitidos. Obrigado a todos pela compreensão.

Gil Saraiva

 

 

 

Desabafos de um Vagabundo: Bem -vindos ao grupo de "Campo de Ourique" - 57 Elementos em 3 Dias

Portas e Portões de CO 1.jpgAproveitamos a imagem para dar as boas-vindas  e abrir a porta aos nossos novos membros ao grupo: "Campo de Ourique" do Facebook.

Jesse Jms Drosdosqui,

Ana Paula Sousa,

Luis Centeno Fragoso,

Ruben Madeira,

Graça Pereira,

Miguel Oliveira,

Alex Darius,

Maria Lidia Esteves,

Isabel Vicente,

Ernesto Pinto,

Carlos Torres,

Pedro Lourenco,

Laura Borges,

Fernando Bandeira Caniço,

Barbara Antunes,

Miguel Viegas,

Luis Neves,

Pedro Viegas,

É admirável como desde quarta-feira até hoje, às 3 e meia da tarde passamos a ter mais 57 membros no grupo.

Seja bem-vindo(a) quem vier por bem.

Desabafos de um Vagabundo: Fotografia - Edifícios - As Meninas dos Cântaros

Desabafos As meninas.jpgRua Almeida e Sousa 38 e 38A. Neste momento a loja está vazia. Deixou de ser uma frutaria, que por algum tempo nos fez esquecer a loja de mobiliário antigo envolta num caos que quase parecia propositado.

Desabafos As meninas 2.jpg 

 

 

Desabafos de um Vagabundo: Mamarrachos de Campo de Ourique I - No Melhor Pano Cai a Nódoa.

Mamarracho I.jpgNem sempre tudo é belo e bonito no melhor bairro de Lisboa. Como em tudo na vida... ele há coisas que fogem ao nosso entendimento. Quem terá sido o arquiteto que desenhou este cofre gigante e quem foi o arquiteto da Câmara Municipal de Lisboa que o autorizou?

Não posso afirmar que tenha havido corrupção, mas que cheira a algo estranho cheira, ou serei só eu a achar isso? Na volta sou só eu, provavelmente este pode vir a ser o novo modelo, quiça... dos futuros edifícios da capital.

 

Gil Saraiva

 

 

 

Desabafos de um Vagabundo: Seja Bem-Vindo(a) quem vier por bem.

Bem-Vindos.jpg

JÁ SOMOS 7007, MAS QUEREMOS SER 8.000 EM 2024,

TEMOS DE TER VOZ SE NOS QUEREMOS FAZER OUVIR

Damos as boas-vindas aos nossos novos membros do grupo,  Campo de Ourique, no Facebook nesta semana:

Maria Madalena Goncalves,

Ana Fernandes Homem,

Juju Dealmeida,

Marta Marta,

Paulo Espadanal,

Sónia Borges de Carvalho,

Filipe Vieira,

Teresa Valente,

João Trindade,

Vítor Ferreira Alves,

Carlos Carvalho,

Paula Reis Nunes Correia,

Isabel Sena,

Cristina de Camacho,

Bruno Alexandre,

Paulo Riço,

Alberto Taveira,

Sofia Colombo,

Adriano Cunha Pinto-Nano,

Cátia Pedroso

 

Quem vem como amigo,

Venha e entre, a casa é sua.

Quem não vem também lhe digo

Que é melhor ficar na rua.

(quadra popular)

 

Obrigado,

Gil Saraiva

 

 

 

Desabafos de um Vagabundo: Jardim da Parada. Lago Limpo - O Impossível Apenas Demora Mais Tempo

Os meus parabéns à Junta de Freguesia. Desta vez Pedro Costa cumpriu!

Berta.jpg 

 

 

Carta à Berta n.º 627: Prémios Lisboa com Alma - para o Maior Centro Comercial de Ar Livre de Portugal - Centro Comercial de Campo de Ourique

Berta 627.jpgOlá Berta,

Cá estou eu, mais uma vez a retomar a escrita contigo. Espero que o meu livro policial te tenha agradado como leitura descontraída. Hoje, regressei para te relatar que os Prémios Lisboa com Alma (LcA) vão voltar a ser atribuídos no Centro Comercial de Campo de Ourique (CCCO), o Maior Centro Comercial ao Ar Livre de Portugal, que envolve a Restauração, o Comércio Lojista (incluindo Supermercados, Frutarias, Minimercados, Lojas de Conveniência e Quiosques) os Serviços Liberais, os Serviços Solidários, de Saúde e Sociais, os Espaços Desportivos, Recreativos, Artísticos e Culturais e os Espaços de Lazer, Culto e Segurança, do Bairro de Campo de Ourique.

Das seis categorias com que se iniciam os Prémios Lisboa com Alma de 2023/2024, apenas a Restauração apresentará, na edição atual, quinze subcategorias, nomeadamente, Restaurante de Bairro, Restaurante Vegetariano e/ou Vegan, Pizaria e/ou Restaurante Italiano, Tasca e/ou Pequeno Restaurante, Hamburgueria, Snack-Bar, Pastelaria e/ou Padaria, Cafetaria (inclui Croissanteria, Leitaria, Casa de Chá e Gelataria), Restaurante de Petiscos e/ou Tapas,  Restaurante Temático, Especializado, de Chef,  Restaurante de/com Cozinha Internacional, Restaurante Regional, Restaurante de Peixe e/ou Marisqueira, Takeaway e Bar.

As escolhas são sugeridas por um conjunto de vinte e cinco pessoas convidadas a fazer parte do Júri que emanam dos seguintes Grupos do Facebook. “Encontro de Palavras”, “Lisboa com Alma”, “Viver Feliz em Campo de Ourique”, “Turma de Campo de Ourique”, “Bairro de Campo de Ourique” e “Campo de Ourique” escolhidas de um universo de mais de 8.500 membros.

Em caso de empate nalguma categoria o desempate será efetuado por mim, Gil Saraiva, enquanto detentor da marca registada “Lisboa com Alma” e presidente do Júri dos “Prémios Lisboa com Alma” desde 2012.

A divulgação dos galardoados deste ano será anunciada no próximo dia um de maio de 2023 e será válida pelo biénio 2023/2024. Os diplomas dos premiados serão entregues entre o dia dois de maio e o dia cinco de maio. De forma a evitar a falta de avaliadores, por alguma desistência, serão escolhidos, se houver necessidade, entre um a dez jurados suplentes para suprir alguma desistência até final da votação.

Ao contrário dos prémios anteriores, este ano não serão divulgados publicamente os cinco nomeados para cada um dos diplomas em causa. Contudo, o prémio Diploma Superlativo de Excelência continuará a ser atribuído, agora com este nome, para o negócio ou serviço que obtiver o maior número de votos angariados, independentemente da categoria a que puder pertencer.

Os elementos do Júri enviarão, por mensagem, para mim, os seus votos em cada categoria, sendo obrigados a votar em pelo menos dez das vinte categorias.

Agradeço, minha amiga Berta, a forma solidária como me incentivaste a voltar a esta modesta forma de premiar os esforços de alguns para o esforço conjunto do Bairro, ao serviço de todos, deixo um beijo de saudade,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta n.º 569: Ser Ancião em Campo de Ourique ou em Portugal

Berta 569.jpg

Olá Berta,

Esta tarde, farto de estar confinado há já três anos. Dois pela Covid-19 e um devido à minha repetição de AVC (por nove vezes) em 2019 a que acresceu o entupimento por um calhau, do meu canal biliar, que depois me provocou uma infeção grave, resolvi ir dar um pequeno passeio pelo bairro de Campo de Ourique. É raro fazê-lo, mas de vez em quando, sabe imensamente bem.

Nunca tive problemas em viver com gente ou sozinho, mas hoje, não sei porquê, algo me fez pensar no assunto assim que coloquei um pé no passeio. Estou a falar da solidão das pessoas idosas, sendo que idoso, para mim, são aqueles e aquelas que já ultrapassaram os três quartos de século de idade há mais de um ano. Existem dois tipos desses idosos. Os que aparentam a idade que têm e os que a combatem.

Lembrei-me da solidão talvez pelo facto de ter reparado no touro gigante  e só, na fachada do edifício do antigo Cinema Europa, ou de me ter lembrado da grua gigante que instalaram na nova obra ao pé de minha casa, erguendo-se altiva e solitária acima dos prédios, ou, quem sabe, por ver uma velhinha quem já conheço há mais de uma década a competir com um caracol, na sua marcha lenta em direção a um almoço costumeiro e frugal na pastelaria Az de Comer, sendo que, até ao momento continua a ser ela a bater o danado do caracol.

A mesma velhinha irá, depois de conversar com as suas amigas no café, uma vez mais, ao Pingo Doce, comprar o seu costumeiro jantar e o pequeno-almoço para o dia seguinte. A ementa varia pouco, normalmente as compras alternam entre uma perna de frango ou uma lata de atum, por vezes um saco de arroz, raramente, uma embalagem de creme de cenoura, mas nem sempre, mais uma garrafa de água, um pão, um iogurte e uma banana ou uma maçã e talvez, uma vez por semana, uma alface fresca.

Atenção, amiga Berta, que a senhora em causa, não tem uma aparência pobre, de quem vive com dificuldades, nada disso. Pelo contrário, aparenta ser alguém que se aposentou, há mais de uma década atrás, de um qualquer serviço público após quarenta anos de trabalho. Mantém um ar limpo e tratado onde o vergar das costas, num arco já prenunciado, desmascara a sua idade real. Descobri há mais de seis anos que a senhora é viúva. O marido faleceu cedo do coração.

Pelo que me é dado a perceber o seu grupo da pastelaria tem vindo a perder elementos. Das seis ou sete senhoras que se encontravam ali, na mesa do costume, junto à janela, restam agora ela e mais três. Antigamente, quase todas as tardes, também a encontrava sozinha a olhar para os pombos como quem olha para o infinito no Jardim da Parada, outras vezes, perdida nos seus pensamentos, junto ao parque infantil, onde os seus olhos escolhiam esta ou aquela criança para recordar tempos há muito ultrapassados.

Esta anciã, tem uma filha, um genro e uma neta que nunca a visitam. Numa conversa que escutei, faz tempo, na pastelaria, a falta de convívio deve-se ao facto de ela não ter querido vender a sua casa, para partilhar com a filha parte da herança do marido. Esta queria a toda a força que a mãe vendesse a casa e se mudasse para um lar. Como a idosa senhora não concordou o corretivo por parte da descendente passou a ser a sua ausência na vida da senhora.

Esta pessoa, minha amiga, vive só, privada do conforto e do carinho dos que lhe eram próximos, apenas porque optou por viver onde sempre viveu. A solidão, desta senhora, como de tantas outras e outros no nosso país é aflitiva, injusta e constrangedora. Todavia, mais do que isso tudo, é inaceitável. A sociedade, no seu conjunto, devia ter formas de combater o isolamento e o abandono dos seus anciãos.

Isto é, sem dúvida, o mínimo que lhes devemos. Eu vi a minha mãe a definhar, aos poucos, muito lentamente, vítima de Alzheimer. Algo que não desejo a ninguém que assista. Mas, a minha mãe, nunca esteve só, um único dia, dos quase seis anos que a doença levou para a vencer. É tempo de olharmos com respeito e orgulho para os nossos idosos e de começar a fazer algo por eles. Principalmente pelos que estão sós, seja em Campo de Ourique ou em Portugal…

Por hoje é tudo, desculpa a nostalgia, mas todos nós temos dias assim, recebe um beijo deste que não te esquece, um amigo para sempre,  

Gil Saraiva

 

 

 

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