Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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A 2 dias do Natal e prestes a entrar no ano bissexto de 2024, a 81 dias de novas eleições legislativas no nosso país, parece-me que está na hora de te desejar um Feliz Natal e um tão maravilhoso quanto possível ano de 2024. Desejos que se estendem não apenas a ti, mas a todos aqueles e aquelas que conheço ou mesmo aos que não sei quem são e que nunca virei a conhecer. No essencial, minha amiga, os meus votos vão para toda a humanidade.
No entanto, por questões de proximidade, os votos mais sentidos são dirigidos a todos quantos têm alguma consideração por mim. Pode parecer incrível, mas não são assim tantos. Contudo, tens de reconhecer, amiguinha, que é normal que a minha homenagem se dirija especialmente àqueles que me respeitam. É uma questão de reciprocidade e de equilíbrio.
Todavia, ainda mais fervorosos são os meus votos para os que gostam de mim e, bem lá no topo das atenções, para os que me amam, sem olhar a género, idade, raça ou religião. Afinal, Berta, são esses que me guardarão na sua memória mesmo quando eu já não andar por cá. É verdade que serão muito poucos, mas as suas memórias perpetuarão a minha existência por mais algum tempo e isso importa, por muito que este tipo de valores esteja fora de moda e se viva atualmente numa sociedade onde apenas existe presente.
É verdade, minha querida, que eu não sou uma pessoa ligada à religião e que acredito tanto no Pai Natal como no Menino Jesus. Só que, mais do que tudo, não são as personagens que aqui são relevantes, o que realmente tem valor é o espírito social, humanitário, solidário e de harmonia que esta época de festas especiais transmite a todos quantos a celebram. Com efeito, a afinidade que sentimos para com os outros está profundamente ligada à própria felicidade e ao que sentimos em cada dia.
Pode parecer-te ridículo, cara amiga, quando eu afirmo que sempre fui uma pessoa feliz. Poderás dizer que é absurdo alguém dizer isto, muito mais depois de ter passado por situações intensamente graves ao longo dos últimos 62 anos. Contudo, apesar disso, é que eu sinto e o que sempre senti, sou um homem de sorte que, durante a vida teve alguns azares. Os azares de um homem de sorte não são o que o desvalorizam, nada disso, dão-lhe experiência, valor e caráter se ele souber tirar partido deles para o futuro.
Continuo a afirmar hoje, como sempre, Bertinha, que sou a pessoa mais feliz que conheço. Se já passei por um coma de 6 meses, se já vivi bem mais do que um ano na condição de sem abrigo, se já tive 9 AVCs, ou se já fui traído por pessoas que eu considerava das mais próximas do meu coração, entre tantas peripécias que a vida me obrigou a viver, o que importa mesmo é o que cresci enquanto indivíduo durante essas experiências menos boas.
Mesmo nesses tempos fui feliz. Porquê? Porque poderia ter sido bem pior. Porque ultrapassei os azares sem deixar que eles me condicionassem e tudo fiz para aprender a tirar o melhor de cada situação. Ora, isso tem sempre de incluir as boas e as más vivências. É nessa dicotomia que nos formamos enquanto gente.
O que realmente importa, doce confidente, é que estou aqui, vivo e feliz, sem remorsos, a viver o meu quotidiano e a pensar que tudo valeu a pena. O que tem mesmo valor é que, nesta época muito especial e festiva, estou aqui a desejar-te um Feliz Natal. Um desejo de Feliz Natal para ti e para todos os que me respeitaram ao longo da vida, aos que me têm nas suas memórias e aos que me guardam nos seus corações, nas suas almas ou nos seus pensamentos.
Até desejo felicidade aos maus das várias fitas da minha vida, se forem felizes, alguma vez, pode ser que melhorem enquanto gente. Para todos e especialmente para ti, Berta, um Feliz Natal e um novo ano de 2024 que vá de encontro os teus sonhos e esperanças. Faz-me a vontade, tu e todos, e sê FELIZ. Deixo um beijo e um abraço profundo,
Fico feliz de saber que tens reparado no facto de as minhas crónicas, nesta época festiva não terem a minha componente satírica e crítica habitual. Com efeito tenho-me esforçado por me manter mais calmo durante as festividades. Perguntaste-me o que é que eu via na Ria Formosa de tão extraordinário para me referir à paisagem como uma das analogias que usei na minha Teoria do Amor – Parte II. Pois bem, como sabes eu vivi 18 anos no Algarve, precisamente na mesma zona onde tu te encontras e tive imenso tempo para lhe absorver a envolvência. Segue o poema que deu origem à comparação que fiz. Espero que seja do teu agrado. O poema chama-se “Imagine-se”, mas tu não precisas, basta-te olhar para entenderes, espero que consigas ver e sentir o que eu captei, não pelos meus olhos mas pelos teus:
"IMAGINE-SE..."
Imagine-se
Um mar de prata
Bordado ao ouro macio
De um pôr-do-sol.
Deixemos agora
A nossa mente
Colocar algumas aves nidificando
Na costa fina de arbustos salgados,
Reserva natural
De um qualquer sonhado paraíso...
Em silêncio,
Os bateres de asas,
Se confundem com o restolhar do vento
Que sorri prá primavera
Agora tão tangível...
O sentimento é por certo de harmonia!...
Pra quem não sente em verso
O deleite que os sentidos propiciam,
Recomendo que respirem fundo,
Deixem entrar languidamente
O cheiro a maresia...
Issooo...
Procurem agora sentir
A aragem vos acariciar,
De leve,
Passando-se suave
Pelo brilho dos olhos
E obrigando ao esvoaçar de alguns cabelos...
Com o olhar
Sigam as aves
Que gritam cânticos de amor
E de acasalamento...
Se entreabrirem os lábios
As papilas vão, por certo,
Detetar o gosto a mar,
O gozo das sensações plenas
E do encontro puro
E idílico com Gaia,
A deusa que voluptuosa
Representa a Terra original...
Sentem?
Agora pensem,
Com um sorriso,
Num amor ausente...
Procurem influenciar a mente,
Mas sem esforço...
Issoooooo...
Estão vendo a sereia…?
Nesta Ria Formosa
Onde imaginar
Se torna milagre,
Esperança, acreditar,
Apenas o belo tem lugar.
Aqui não existe crise, cortes,
Recessão, nem suicídio…
Apenas amor, emoção
E a delicada teia dos sentidos…
É no exato instante,
De sensual
E romântica lasciva,
Em que de joelhos
Nos dobramos
Para colher uma flor
De beira de caminho,
Que estamos integrados!
Cheios de amor,
De vida e de natura,
Enfim, de plenitude!
O voo simultâneo dos flamingos
Faz-nos crer que o mundo
É cor-de-rosa
E que a vida,
Afinal, tem sentido.
Imagine-se
Um mar de prata
Bordado
Ao ouro macio
De um pôr-do-sol
E conclua-se
Que afinal amar
É simples...
Senão o mar seria água
E nada mais,
As aves: pássaros
E a reserva: pântano...
Imagine-se...
Este é, Berta, um dos poemas que escrevi até hoje que mais mexe comigo, é… sei lá, a natureza em todo o seu fulgor, é vida, essência e existir. Tem em si um não sei quê a mais e comporta ainda o como da esperança, da felicidade e, irremediavelmente, do amor, do amor puro, sincero, franco, genuíno e verdadeiro.
Minha querida amiga, recebe um beijo de saudades teu amigo de sempre,
Um excelente dia para ti. Tem cuidado amanhã com o mau tempo que, ao que parece, vai chegar ao Algarve mais uma vez. Deve chover e ventar bastante. Não sais de casa como se estivesses no Algarve, imagina-te em Coimbra ou algo assim.
Não sei se sabes, mas vamos ter, outra vez, 19 mil elementos da GNR e da PSP nas patrulhas de fiscalização às estradas entre o Natal e o Ano Novo. A justificação apresentada passa, evidentemente, pela tentativa de evitar a sinistralidade rodoviária nesta época festiva.
Contudo, eu desconfio da existência de alguma pressão do Ministério da Administração Interna e do Ministério das Finanças, tal como aconteceu em 2018.
Pela segunda vez consecutiva, o número de elementos policiais, no processo de fiscalização nesta época, é o dobro do que acontecia nos anos anteriores.
Afinal, têm aumentado, significativamente, as receitas provenientes das multas aplicadas nos últimos 15 dias do ano. Em 2018 foram registadas quase 7 mil infrações, o que, traduzido em verbas, é deveras assinalável e justifica o reforço dos contingentes de fiscalização
Por outro lado, ao analisarmos a sinistralidade, podemos ver que o número geral de sinistros aumentou em 2018 face a 2017, onde a força de fiscalização era metade das realizadas nestes últimos anos. De 17 para 18 o número de vítimas mortais também dobrou, como a quantidade de sinistros foi igualmente superior.
Em conclusão, a única componente prática de se dobrar os operacionais, nos últimos 15 dias do ano, tem, como consequência única, um substancial aumento das receitas derivadas das contraordenações e das infrações detetadas nas estradas portuguesas.
Seria por isso obrigatória a exigência da redução drástica do número de sinistros registados. Isso sim, justificaria a manutenção do dobro de efetivos nesta época ou até do triplo. Importa realmente ter resultados práticos nos objetivos propostos e não apenas em verbas angariadas pelas forças da ordem. Enfim, é mais uma medida feita à portuguesa, sem se pensar em tudo, sem foco real no objetivo principal.
Minha querida Berta, recebe um beijo de despedida deste teu amigo,