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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta nº. 003: Os Reis da Rua - Parte 1

Os Reis da Rua

Rua FM.JPG

Olá Berta,

Cá estou eu de novo a escrever. Deves estar curiosa com o que tenho para te dizer. O título desta carta, embora sugestivo, não dá muitas pistas. Os Reis da Rua, são, neste caso específico, os 3 supermercados que tenho por vizinhos. Com o decorrer do que tenho para contar vais entender porquê.

Moro, conforme sabes, já lá vão onze anos, na Rua Francisco Metrass, em Campo de Ourique. Embora tenha instalado vidros duplos em casa, para minimizar os sons vindos do exterior e controlar melhor a temperatura ambiente, o último andar de um prédio quase a celebrar o centenário, feito em taipa e sei lá mais o quê, não abafa por completo os aviões, cuja rota de chegadas e partidas do aeroporto de Lisboa, fica mesmo por cima do edifício. Durante o dia, uma pessoa já quase não dá por eles, embora passem mais de 250 por cima da minha futura careca. O restante burburinho da cidade ajuda a dispersar a atenção.

Todavia, durante a noite, entre a meia-noite e as 6 da manhã, há sempre mais de uma dúzia que fura a hora de silêncio, e, pelo enorme tamanho dos passarocos, são todos aviões intercontinentais, a coisa faz-se ouvir e bem. Por isso, convém conhecer esses horários e tentar adormecer entre dois voos. Contudo, nunca me posso deitar entre as duas e meia e as três e meia da manhã. A essa hora passa o camião do lixo, que produz um chiqueiro tal, durante os 20 minutos em que se faz ouvir, que chega a parecer que sou eu quem está a ser despejado num dos caixotes.

Efetivamente, moro numa das ruas mais frenéticas do bairro. Se reparares nas fotografias que te envio vais, certamente, entender porquê. Não é normal num pequeno troço de 25 metros, para cada lado do prédio onde vivo, ter oito estabelecimentos de restauração, 6 esplanadas, 500 vizinhos, 400 estudantes, e mais um infinito número de viaturas a tentar estacionar num local onde só há lugar para 50 carros, que teimam em ficar mais agarrados ao lugar que político ao poleiro.

Mais tarde continuarei esta carta, mas por agora é tudo, despeço-me com um beijo amigo,

Gil Saraiva

 

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