Carta à Berta: Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 6) O Chico Esperto
Olá Berta,
Esta é nonagésima nona carta que te escrevo. O tempo passa, minha querida amiga, e quase não damos por ele. Parece que foi ontem que começamos a trocar correspondência. Espero que as nossas cartas te tenham proporcionado o mesmo que a mim. Estes últimos 3 meses e tal foram deveras criativos. Este facto é, pelo que consigo lembrar-me, a única coisa boa da tua partida de Lisboa rumo ao Algarve.
Saber que alguém espera por um dado momento do dia para nos ler é algo muito agradável. Ainda para mais se for, como acontece, alguém com o devido sentido crítico. Contudo, se algum dia te fartares estás à vontade para avisares. Nada disto teria qualquer graça se fosse feito por frete, a contragosto ou algo do género.
O teu tema de hoje, para as quadras populares, foi dos mais difíceis até agora. Bem… também me pode ter faltado a inspiração na hora de escrever, porém, acho que consegui passar a ideia, mas tu é que serves de júri. Se reprovares alguma eu quero ter direito a, pelo menos, mais duas tentativas, combinado? Espero que sim.
Série: Quadras Populares Sujeitas a Tema - 6) O Chico Esperto.
O Chico Esperto I
(Primeira Tentativa)
Quem sem água mata a sede,
É esperto ou oportunista,
É como pescar, sem rede,
Há que ser-se especialista.
O Chico Esperto II
(Segunda Tentativa)
A mim não me enganas tu...
Tudo sabe o rei do esquema,
Vende frango por peru,
Para ele, truque é poema.
Gil Saraiva
Por hoje é tudo, recebe este beijo com que me despeço, feliz por estas nossas conversas escritas, com carinho e saudade, este teu amigo do costume,
Gil Saraiva.