Carta à Berta: Pedro Costa e o "Eu É Que Sou o Presidente da Junta" - Parte II
Olá Berta,
Voltando ao assunto de ontem, para continuar esta segunda parte sobre: Pedro Costa e o “Eu é Que Sou o Presidente da Junta”, não quero que penses que estou apenas a falar, à laia do tempo de Gil Vicente, como se estivesse a cantar apenas mais uma “Cantiga de Escárnio e Mal Dizer”. Nada disso. Gosto é que se saibam as coisas ou, pelo menos, de explicar como elas são vistas por mim. Volto, portanto, ao tema em causa:
Há que referir que o jovem, o Pedro Costa, depois de ter passado pela JS (um ingresso feito aos 14 anos), tendo sido aluno do Colégio Moderno, acabou por, ainda no entusiasmo da adolescência, se encostar aos seus amigos centristas, dos tempos da sua entrada na Faculdade de Direito na Universidade de Lisboa, com quem fez parte da associação académica e com quem acabaria por fazer a sociedade para o negócio do bar Winston (eram três no total), um dos quais o centrista Francisco Laplaine Guimarães, atual vice-presidente do CDS-PP, altura em que privava a miude com o atual presidente do CDS-PP, à data, o afamado Chicão. Aliás, Francisco Rodrigues dos Santos, recorda Pedro Costa, numa entrevista, há já uns anos, à revista Sábado, minha querida Berta, da seguinte forma:
"O Pedro não é socialista, é um liberal utópico em toda a aceção do termo. É um tipo empreendedor que não gosta de ser escravizado e um criativo com um rasgo de inteligência. Nos costumes é muito mais progressista do que conservador". Acrescenta ainda: "Já lhe disse isso várias vezes e ele responde-me sempre com um riso bonacheirão, concordando sem o dizer.” Finalmente conclui: “Pedro Costa é um tipo para todas as ocasiões. Além de bom conversador e um grande companheiro de copos, é leal. A nossa amizade extravasa as ideologias… O Pedro teria sempre uma carreira promissora na política independentemente do pai. Ele tem mérito próprio."
Ora, Pedro Costa, ainda com o bar, em 2013, criou uma marca de roupa com os amigos, a Pyramid Collective, e em 2016 investiu num projeto, de outro amigo, de molas para meias, tendo tido ainda uma participação minoritária de 7,50% na marca de roupa Nuno Correia, que acabou por falir, isto é, minha cara amiga, não teve grande sorte nos negócios.
Porém, também em 2016, Pedro Costa abandona o seu falhado mundo de empreendedor, já com o curso de direito no bolso, e, diria que como por “milagre”, vira-se para a política e novamente para o PS. Por “sorte” do destino, sim, porque na vida é realmente preciso ter sorte nos momentos certos e, inteligentemente, fazer o melhor uso dela, a vida voltou a sorrir para o primogénito varão do nosso Primeiro-Ministro, António Costa.
Não me vou adiantar mais por agora. Este é o momento de começar a chegar ao final desta saga de três cartas, já contando com aquela que te enviarei depois desta. Por isso, recebe a minha despedida saudosa num beijo sincero, deste que está sempre ao teu dispor,
Gil Saraiva