Carta à Berta nº. 144: O Empalhamento Recomendado...
Olá Berta,
Como correu este Carnaval aí para os lados do Algarve? Espero que o bom tempo te tenha ajudado a ter diversão e alegria com fartura e talvez também com farturas. A minha carta de hoje, contudo não tem graça, é que se no “Carnaval, tudo vale, menos ir para o hospital com as cuecas embrulhadas num jornal”, a prisão preventiva de mais um alegado pedófilo que, de há 3 anos a esta parte, abusava sexualmente da filha, hoje com 8 anos, e da enteada com 12, dá-me uma volta ao estômago como poucas coisas que vamos ouvindo são capazes de o fazer.
Na idade média, já no século XV, existiu um reino, a Valáquia, onde atualmente se situa geograficamente a Roménia, onde o Rei, de nome Vlad Dráculea, empalava os seus inimigos e os conterrâneos que decidia condenar à morte. O monarca chegou ao cúmulo de o fazer massivamente, numa altura em que se viu atacado por uma força armada muito superior à sua, empalando, num mesmo campo, a céu aberto, mais de 20 mil homens, mulheres e crianças.
A força opositora fazia parte do Império Otomano e a intenção do Sultão era obrigar Vlad a manter o pagamento de uma vassalagem ao império, que já vinha dos seus antecessores, e que este tinha interrompido bruscamente. Tal pagamento não representava apenas um tributo, mas o reconhecimento por parte do rei de que a Valáquia se encontrava sob o domínio otomano. Aconteceu, porém, que quando o exército inimigo chegou ao campo onde se encontravam recentemente empaladas as 20 mil vítimas, muitas delas ainda vivas e em total agonia, o sultão, totalmente horrorizado com o espetáculo, abandonou o ataque e ordenou a retirada do seu contingente de Valáquia, perdendo a vassalagem definitivamente.
Faço aqui um aparte para te contar que, estudos recentes, provaram que Dráculea poderia efetivamente ter conseguido que, após muitas experiências, do tipo tentativa e erro, as suas vítimas de empalamento, atravessadas por uma vara de pinho desde o ânus até à saída pela boca, sobrevivessem, algumas delas, até 48 horas, nessas condições.
Aliás foi este tipo de práticas sangrentas e horrorosas que inspiraram Bram Stoker a criar a personagem de Drácula, Senhor da Transilvânia (também parte da atual Roménia) vizinha de Valáquia, criando o vampiro sedento de sangue, seguindo a inspiração sanguinária de Vlad Dráculea, o Empalador.
Embora eu seja, normalmente e, poderei mesmo dizer, em princípio, contra a pena de morte, esta seria a pena mais justa para todos os violadores consumados e devidamente comprovados de crianças. Era um instante enquanto se acabavam os violadores no nosso país.
Não consigo sequer entender a demência de um predador deste tipo. Julgo até que se trata, realmente, de uma doença do foro psiquiátrico gravíssima, mas que não devia ter qualquer perdão. Os seus praticantes não merecem sequer a dádiva de continuarem vivos. Tal como aqueles que optam por comer carne humana e mais um bom role de transviados que infelizmente continuam a existir entre nós.
Em última análise porque, como disse, sou contra a pena de morte, deveriam, no mínimo, ser castrados e sujeitos a prisão perpétua sem possibilidade de redução de sentença.
Desculpa se te incomodei com esta carta, minha querida amiga, mas este é um dos assuntos que me faz sempre perder a calma, a lógica e a ponderação. Como despedida, por hoje, recebe um beijo deste teu amigo,
Gil Saraiva