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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta n.º 620: O Metro no Jardim da Parada - Parte VI/VI

Berta 620.jpg (Jardim da Parada, fotografia de autor, todos os direitos revervados)   

Olá Berta,

Nesta sexta e última carta subordinada ao tema “O Metro no Jardim da Parada”, parte VI/VI, não posso dizer que esteja completamente satisfeito com o resultado das mesmas. As visitas à Carta à Berta, minha querida, embora ainda possam aumentar nos próximos dias, ficaram-se por um total, até à data, durante estes últimos 6 dias, em 15.240 leituras. Não sendo mau, não é de todo excelente. O valor que eu procurava andava perto das 22.500 leituras, o que significaria ter sido lido por cerca de um terço a um quarto dos eleitores do bairro. Porém, com alguma sorte, pode ser que o número por mim desejado seja atingido lá para o final deste mês. Isso sim, seria ótimo.

Ainda não te falei, minha amiga, num outro grupo de ilustres cidadãos de Campo de Ourique, que anda com outras ideias interessantes, como forma de mitigar o impacto da estação de metro no Jardim da Parada. Eles usam como slogan: Metro no Jardim da Parada – Minimizar Impacto + Potenciar Oportunidades. Como propostas principais avançam com a ideia de acabar com o trânsito no interior do quadrado urbano ladeado pela Rua Ferreira Borges, a Rua Coelho da Rocha, a Rua Francisco Metrass e a Rua Correia Teles.

Este quadrado gigante seria arborizado e passaria a ser constituído por passeios, sem ruas de trânsito, exceção feita apenas nos acessos às garagens dos prédios já existentes.

Seria um híper quarteirão onde as crianças poderiam brincar à vontade, sem estacionamentos por todo o lado, bem no centro do bairro, uma maravilha, Bertinha. Para além disso, com as árvores a colocar no meio dessas ruas a zona verde quase que duplicava. O coração do bairro ganharia mais alma, mais alegria e mais sossego depois de, um dia, as obras do metro estarem finalmente concluídas.

O projeto ainda prevê a construção de dois silos, um para 600 lugares no Pátio das Sedas e outro com 80 lugares na Travessa Bahuto. O conjunto de propostas é vasto e atinge a dúzia de forma equilibrada e verdadeiramente idílica, cara amiga. Para além disso, ao que parece, estes cidadãos estão bem inseridos na comunidade lisboeta e têm bons contactos no seio da malha política da capital, possuindo igualmente um tratamento facilitado junto da comunicação social tradicional (imprensa, rádio e televisão).

Os primeiros signatários desta proposta parecem saídos, a ver pelos nomes e apelidos, diretamente da Heráldica Portuguesa e Europeia, Bertinha, a saber: Ana Cordovil, António Quintão, Ariana Simões de Almeida, Filipa Pinto da Silva, Filipe Alfaiate, Helena Skapinakis, Inês Costa Pereira, Jorge Farelo, Jorge Wemans, Leonor Serzedelo, Manuel Queiroz, Maria do Rosário Rodrigues, Maria Tavares de Almeida, Miguel Brito e Abreu, Rita Castel’ Branco, Rui Loureiro, Sofia Rodrigues e Teresa Júdice da Costa. Esta reunião de talento e prestígio importa à nossa casta política.

Quando me apercebi que este louvável grupo de notáveis encabeçava o projeto, amiguinha, imaginei logo que ele teria pernas para andar e a bênção da Junta de Freguesia e talvez até do Governo e dos enfatuados administradores do Metropolitano. Porém, aquilo que este grupo organizado não explica é a única pedra no sapato da minha total aprovação.

Tentando apresentar a coisa de forma simples, cara correspondente, fica por explicar o que acontecerá depois das árvores de grande porte (quase todas) morrerem do Jardim da Parada, porque a estação de metro se mantém praticamente no mesmo local e à mesma profundidade projetada. Substituem por arvoredo de pequeno porte? Com 20% da folhagem em relação à mancha atual? Isso anularia a expansão da zona arbórea do grande jardim verde, onde também iriam ser colocadas árvores de pequeno porte. No final, iriamos ficar com 40% do verde face ao que agora possuímos.

Como seriam autorizados, realmente feitos e a que horas, os acessos aos quase 400 lugares de garagens que existem no interior deste grande projeto? É que, mesmo assim, amiga, 400 viaturas a entrar e a sair desta zona, enfim, não deixa as crianças a poderem brincar à vontade ou deixa? Para além de que não será fácil convencer os moradores que agora têm as suas viaturas (cerca de 513) estacionadas na zona prevista, a mudarem para silos pagos, relativamente distantes das suas habitações. Isto se é que os silos fossem realmente construídos. Já oiço falar nisso há 14 anos.

O que iria acontecer ao trânsito destas ruas, que teria de ser desviado para as ruas Ferreira Borges, Coelho da Rocha, Francisco Metrass e Correia Teles? Seria a aurora de um novo caos urbano, absolutamente absurdo e intransponível, minha amiga. Nestas ruas, aliás já sobrecarregadas com saídas e entradas para o metro, a despejar 11 milhões de pessoas no bairro por ano (segundo as previsões do Metropolitano de Lisboa), o estacionamento ilegal iria aumentar substancialmente. A ocupação de viaturas paradas nos cruzamentos geraria a aflição absoluta dos peões e a quantidade de viaturas a atravessar estas quatro artérias pioraria imenso a qualidade do ar nas mesmas, aumentaria potencialmente o ruído de forma estapafúrdia e perturbaria as dezenas de prédios feitos de tabique com 80 ou mais anos.

Contudo, e apesar da ideia me ter parecido bem-intencionada, ao princípio, chego a pensar se não será antes uma forma de tapar o Sol com a peneira, atirando areia para os olhos dos que querem realmente “Salvar o Jardim da Parada” com a sua petição. É certo que os signatários do Movimento “Salvar o Jardim da Parada” não têm, nem de perto, o “pedigree” deste novo grupo, são gente do povo, portugueses e estrangeiros, com paixão pelo seu bairro e pelo seu Jardim da Parada, mas merecem igual respeito.

Entretanto relembro aos que lerem esta última Carta à Berta subordinada ao tema “O Metro no Jardim da Parada”, parte VI/VI, a última deste grupo que, por favor, não deixem mesmo de assinar a petição pública que circula na internet. Avisa os teus amigos também, amiga Berta. Eles que vão a salvarojardimdaparada.pt/peticao e assinem a petição. O processo é muito simples, e depois façam logo a confirmação da vossa assinatura (no respetivo email de cada um), assim que a petição vos enviar a mensagem de confirmação, para o email.

Já só faltam 126 assinaturas, Berta, estamos mesmo quase lá, um terço ou próximo da população e da freguesia de Campo de Ourique já assinou, sem esquecer aqueles que já por cá passaram e passam e que ficam ou ficaram com fortes laços com Campo de Ourique. Que todos passem a mensagem aos seus familiares e amigos. Precisamos de todos aqueles que, sem exceção. vivem ou já viveram no bairro, dos que aqui trabalham ou trabalharam e dos que nos visitam, para levar a bom porto esta missão.  Despeço-me com um beijo terno e amigo,

Gil Saraiva

 

 

 

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