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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta n.º 617: O Metro no Jardim da Parada - Parte III/VI

Berta 617.jpg(Jardim da Parada, fotografia de autor, todos os direitos revervados)   

Olá Berta,

Cá estou eu no “Metro no Jardim da Parada – Parte III/VI”. Relativamente à última carta, já há mais três grupos a divulgar esta correspondência, minha amiga. Ao rol juntaram-se o grupo “Campo de Ourique Ontem”, o grupo “Campo de Ourique Bairro de Campeões” e o grupo “Viver Feliz em Campo de Ourique”. O atraso destes apoios deveu-se ao facto de os administradores dos grupos terem, evidentemente, vida própria e não terem como verificar a toda a hora quem enviou que “post” e sobre o quê.

Quanto ao facto da família Laranjo, que administra o grupo “Tertúlia de Campo de Ourique”, censurar as Cartas à Berta, é algo que respeito em absoluto (pois, segundo explicou o senhor César Laranjo, parece que as consideram como sendo alarmistas e que, por isso,  terão decidido em junho ou julho de 2020 deixar de promover o blog onde as publico). Só me falta saber, amiguinha, se o bloqueio é total ou se eu publicar diretamente na Tertúlia, sem passar pelo blog, continuarei ou não a ser censurado.

Contudo, minha querida, aplicar censura a uma publicação ou a um membro do grupo é um direito dos administradores, e esse direito é inalienável. Nada poderei fazer no que respeita a esse assunto. Será que existe alguma ligação que eu desconheço entre o senhor César Laranjo e a Junta de Freguesia de Campo de Ourique? Parece, mas não faço ideia. É que, com efeito, eu tenho criticado, em uma ou outra carta, os procedimentos da Junta de Freguesia. Isso já me faria entender melhor a censura assumida, porém, nada sei sobre a verdade destes factos.

Por isso, Bertinha, já sabes, as crónicas “Metro no Jardim da Parada”, são partilhadas, por mim, unicamente nos seguintes grupos: “Campo de Ourique Ontem”, “Campo de Ourique Bairro de Campeões”, “Turma de Campo de Ourique”, “Fãs de Campo de Ourique”, “Crescemos em Campo de Ourique”, “Viver Feliz em Campo de Ourique”, “Campo de Ourique”, “Bairro de Campo de Ourique”, “Política em Portugal PT”, “Encontro de Palavras”, “Lisboa com Alma” e a Página do Facebook: “Salvar o Jardim da Parada”. Se alguém se atrasar na publicação terás de ter paciência, pois ninguém tem a obrigação de o fazer na hora. Todos temos vida própria e muito mais que fazer.

Hoje tenho para te contar, minha cara correspondente, um episódio infeliz, passado na Assembleia Municipal de Lisboa, durante o debate temático sobre o traçado da Linha Vermelha do Metropolitano de Lisboa. Foi no Fórum Lisboa, realizado no dia 13 de outubro deste ano, no antigo cinema Roma, durante a primeira sessão subordinada ao tema: “Que traçado para melhor servir as populações”. Esclareço, contudo, que não estive presente, por razões pessoais, mas que as minhas fontes (e a arquiteta envolvida no que se passou) autorizaram que as divulgasse enquanto fontes fidedignas sobre a ocorrência dos factos.

Ora, Berta, quando, no decorrer da Assembleia Municipal de Lisboa, chegou a vez da participação por parte das diversas entidades e do público participarem no debate, o Movimento “Salvar o Jardim da Parada” foi naturalmente participar e expressar a sua opinião, justificando porque, não estando contra o metro em Campo de Ourique, se encontram absolutamente contra a sua concretização no subsolo do Jardim da Parada, a trinta e um metros de profundidade, assim como mantêm a sua oposição à instalação de um estaleiro de obras ali e igualmente se manifestam contra a construção dos poços de ataque na mesma área.

Este era e é, efetivamente, um direito inalienável do movimento que, ao chegar a sua vez, fez questão de exercer. Ora o senhor “Sentadinho”, como lhe chamou, minha querida, um elemento do movimento, referindo-se à pessoa do Presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, o senhor Pedro Costa, esqueceu-se das regras de conduta democrática que, por certo, o seu pai e Primeiro-Ministro deste país, António Costa, lhe terá ensinado, quando o introduziu nas lides da política, aqui há poucos anos atrás, como forma de garantir ao filho um futuro descansado e promissor nos corredores do poder autárquico e, quiçá, mais além.

Assim sendo, o tal de senhor “Sentadinho” comodamente instalado na sua cadeirinha, passou toda a intervenção dos seus fregueses a troçar das suas palavras de uma forma clara e evidente. A coisa foi, minha querida, tão evidente e descarada que uma arquiteta que se encontrava perto dele achou por bem, revoltada com a atitude pouco educada, se aproximar dele e lhe dizer baixinho que ficava mal ao senhor Presidente estar a fazer comentários jocosos sobre os intervenientes e sobre a sua defesa do Jardim da Parada se dever manter intocável e referiu-lhe que ainda parecia pior verem-no a rir-se descaradamente destas intervenções, chegando a afirmar:

   - O senhor Presidente desculpe-me, mas não lhe fica bem gozar com os seus fregueses e rir-se do que eles dizem aqui, desta forma, em público. O senhor não pode fazer isso, fica-lhe muito mal.

O senhor Sentadinho, minha amiga, escutou a preocupada arquiteta e, quando esta terminou de expor a sua preocupação, afirmou com um sorriso de quem não gosta de ser contrariado ou corrigido nas suas atitudes:

   - Posso e faço! – retorquiu, sem mais, Pedro Costa.

Acontece que, embora não estando presente, e perante um relato desta desfaçatez, atrevimento e insolência, eu acho que o Presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, o senhor Pedro Costa, deve uma desculpa expressa e clara ao Movimento “Salvar o Jardim da Parada”, até porque, as fontes não tiveram qualquer problema em dar a cara no relato desta ocorrência.

Esta gente trabalha diariamente para colocar na mesa o alimento para si e para os seus, para ter um lar, uma vida estável, dentro das dificuldades em que vivemos, e ainda consegue tirar tempo, que fica a faltar aos cuidados da sua família e ao seu descanso próprio e merecido, para defender aquilo que acha melhor para a sua freguesia, para o seu bairro. É infame, amiga, que este esforço seja recompensado com bocas de escárnio e maldizer e risinhos hipócritas do seu Presidente de Junta de Freguesia. É realmente intolerável.

Entretanto relembro a todos os que lerem esta Carta à Berta que, por favor, não deixem mesmo de assinar a petição pública que circula na internet é simples, é só irem a salvarojardimdaparada.pt/peticao, e depois fazem a confirmação da assinatura no vosso email quando a petição vos enviar a mensagem de confirmação. Já só faltam 536 assinaturas, estamos quase lá, um terço ou quase da população da freguesia de Campo de Ourique já assinou.  Mesmo com esta esperança de fundo, hoje, estou particularmente desapontado. Despeço-me descrente desta gente que eu, ainda por cima, ajudei a eleger. Presentemente, tenho vergonha do meu voto. Deixo um beijo saudoso,

Gil Saraiva

 

 

 

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