Carta à Berta n.º 578: O Dia Internacional do Beijo
Olá Berta,
Hoje é o Dia Internacional do Beijo, e não há melhor altura para apresentar a nova sequela do meu livro “O Colecionador de Beijos – Ensaio Sobre o Beijo”, denominada: “O Angariador de Beijos – Uma Temática Para a Eternidade”.
Nos tempos difíceis em que a guerra é o assunto dominante não há nada mais simples do que contrariar a maré enviando um beijo a alguém. Por isso mesmo, minha querida amiga Berta, aqui vai, revelando um pouco deste novo livro, um novo beijo:
Beijo de Namoro, aquele que, embora possa parecer único e facilmente identificável, tem várias correntes ou vias de concretização. Para os românticos trata-se de um beijo de sedução, fascínio e entrega incondicional. Não tem condicionalismos que não sejam os que derivam da própria relação de entrega mútua. Porém, num cenário que envolva duas pessoas cumpridoras de rituais, sejam eles religiosos ou de mero pudor, traduz-se num beijo casto, impoluto, sem troca de línguas ou demoras exageradas pela paixão. Existem variadíssimos tipos de beijos de namoro, todavia, aquele que se considera mais representativo, mais clássico no género, é o que é partilhado na paixão sensual e mútua de quem se pensa entregar cegamente na fusão eterna entre dois seres, onde a pele sente o arrepio da espinha, o coração acelera batimentos sem motivo aparente, as secreções humedecem recantos na derme ardente e a vida parece, finalmente, ter encontrado a razão do seu perfeito existir.
Despeço-me enviando-te um especial beijo de amizade, este teu amigo saudoso que nunca te esquece, por muito que, por vezes, esteja ausente, mas sempre contigo no coração porque a amizade mais do que presença tem memória,
Gil Saraiva