Carta à Berta: Livro - O diário Secreto do Senhor da Bruma - III - Conversas com a Consciência - Os Pensadores - 3) Henry Jenkins
(continuação – III – 7)
Olá Berta,
Continuando nos pensadores com mais peso na formação da minha consciência e que me levaram a criar a noção de Afinismo (segundo a qual a humanidade evolui pela interatividade próxima ou remota dos envolvidos e pelos laços entre si), não podia deixar de referir, entre os eleitos, Henry Jenkins.
Ele é o homem que defende as convergências, um conceito que, no meu entender, só pode ser explicado se o Afinismo for realmente uma realidade e não apenas um conceito inventado por mim, num dia de abundância cerebral, por parte da minha inteligência emocional. O meu terceiro pensador em destaque, no Diário Secreto do Senhor da Bruma é, por isso mesmo, Henry Jenkins.
Podes achar estranho eu não referir, nos meus 9 nomeados, alguns génios como Albert Einstein, Franz Kafka, Sigmund Freud entre outros, e são bastantes, referenciados genericamente como aqueles pensadores, génios, filósofos ou cientistas, sem os quais o mundo de hoje não seria aquilo que é.
Todavia, por muito fundamental que o seu trabalho, pensamento e desenvolvimento científico, tenham sido, não contribuíram diretamente para a formação da minha consciência que é aquilo que aqui se encontra em causa. Não estou a estudar a Humanidade, em geral, mas apenas a minha própria humanidade. Regressando ao tema:
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III
Conversas com a Consciência
Pensadores: 3) Henry Jenkins
(continuação – III – 7)
Abril, dia 22:
3) Henry Jenkins (04/07/1958) - Formação superior como jornalista e em Ciências Políticas, mestrado em Estudos da Comunicação e doutoramento (PhD) em Artes da Comunicação, pensador:
Henry Jenkins nasceu em Atlanta nos Estados Unidos da América a 4 de junho de 1958, publicou mais de uma dúzia de livros e foi coautor em mais de 2 dúzias de outras publicações. Para ele “… não basta assistir, há que participar…”.
Abril, dia 23:
“Nenhum estudioso jamais saberá metade do que os fãs sabem sobre cultura pop.” Afirmaria Henry, convicto.
Jenkins passou grande parte da sua vida a estudar o comportamento dos diferentes meios de comunicação, nas suas várias plataformas, em combinação com o comportamento e interação dos utilizadores das mesmas, quer enquanto sujeitos passivos, quer, e mais importantes segundo ele, no papel de intervenientes ativos e verdadeiramente participativos nos conteúdos. Os media não conseguem cumprir o seu verdadeiro papel se não interagirem com os seus consumidores.
Abril, dia 24:
Para Henry, um verdadeiro envolvimento do consumidor implica múltiplas plataformas de participação para um mesmo conteúdo, sejam elas: os livros, os jogos, os filmes e a própria interatividade entre plataformas e consumidores. Inclusivamente o antigo agente passivo, fosse leitor, jogador ou espetador, pode, agora, ele próprio gerar novos conteúdos, seja através da criação de sequelas do produto original, seja com a promoção ou criação de produtos derivados do inicial. O que importa é que a cultura funcione de modo convergente, participativo e dinâmico.
Abril, dia 25:
Com efeito, Henry Jenkins, acabaria por sintetizar todo este novo raciocínio num livro onde se debruça sobre a política desta sabedoria convergente, explicando, de forma clara, o conceito da cultura de convergência.
Um conceito inovador pela sistematização e definição do que a realidade já apontava, à data, como um caminho emergente e em expansão.
Abril, dia 26:
Não é minha ideia explanar aqui toda a filosofia do pensador, afinal, para isso, existem múltiplos recursos disponíveis nas mais diversas plataformas. Situação que é transversal a todos os pensadores que refiro neste meu Diário Secreto do Senhor da Bruma. O que é relevante é o impacto que os mesmos tiveram na formação do meu pensamento e, consequentemente, na minha noção de consciência. Analisar as ideias dos pensadores aqui referidos será sempre uma opção de quem me possa vir a ler e demonstre nisso algum interesse, e, nunca, o papel de um diário deste género, que tem por função apenas explicar aquilo que mexe comigo e com as minhas ideias.
Abril, dia 27:
O universo dos Media, o seu estudo, a interação com os consumidores, implica uma política ativa, participativa e dialogante no entender de Jenkins. Tudo isso origina a sua chamada Cultura de Convergência, fundamental para a compreensão do nosso quotidiano. No entanto, para mim, a relevância desta convergência é que ela implica obrigatoriamente a interação dos que têm interesses afins promovendo uma participação conjunta e originando, de modo claro, inequivocamente, uma filosofia afinista que eu defendo com unhas e dentes.
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Não me demoro mais, minha querida amiga, uma vez que já vai longa esta minha carta para ti. Despeço-me com um beijo, sempre saudoso. Sei que tens a noção de sempre poder contar comigo, que é o que mais me importa. Recebe um simpático «até amanhã», do velho amigo,
Gil Saraiva