Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Espero que o vento previsto aí para o Algarve não seja demasiado forte nem incomodativo. A região está habituada a brisas suaves e a ventos pouco intensos. Principalmente nessa zona do Sotavento onde te encontras.
Um dos alegadamente maiores idiotas da história do Brasil, ocupa, neste momento, a presidência do país, de seu nome, Jair Bolsonaro. Depois da COP25 e do papel mesquinho, ridículo e assustador a que o Brasil se prestou, por força das diretrizes presidenciais, é a vez de o próprio país, vir a público, revelar mais algumas facetas do alegado fanático de direita religiosa.
Segundo declarações, da Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas do Brasil, <<Bolsonaro mostra-se hostil à liberdade de expressão e de imprensa e tem demonstrado essa hostilidade com diversos meios, não só pelos ataques verbais que faz aos jornalistas, mas também pelas tentativas de desacreditação dos “media”(…) Há no Brasil o princípio constitucional da liberdade de imprensa, mas o Governo tenta impor-se contra este princípio usando o seu poder>>.
Por outro lado, Rogério Christofoletti, professor da Universidade Federal de Santa Catarina e membro do Observatório da Ética Jornalística, afirma que está em movimento no Brasil a implantação de uma agenda anti jornalística.
O douto responsável mostra-se convicto quando diz: <<Estou convencido que esta estratégia faz parte das relações que o Presidente do Brasil tem com a sociedade, numa busca de inimigos claros e evidentes. Ele escolheu a imprensa como um desses inimigos e, para jogar com o seu público, faz críticas e acusações, promovendo uma campanha anti jornalística>>.
Para a Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas do Brasil, Maria José Braga, e para o já referido membro do Observatório da Ética Jornalística, Rogério Christofoletti, é evidente que Jair Bolsonaro, enquanto Presidente do Brasil, promove uma política concertada de ataques à liberdade de expressão.
Aliás, a Presidente da FENAJ adiantou que Bolsonaro deixou claro, ainda como candidato, nos seus discursos de apologia à ditadura militar e à violência, que, os mesmos, uma vez implantados como métodos de Governo, gerariam a sua oposição ao papel dos meios de comunicação social de fiscalizar os poderes da democracia.
Maria José Braga afirma ainda: <<Ele é uma pessoa, um político, e agora um Presidente, que de facto não tem nenhum apreço pela democracia e, por isso, não respeita as regras democráticas (…) não só em palavras, mas por atos, o Presidente tem atacado e retaliado os “medias” brasileiros>>.
A Presidente da FENAJ é perentória ao afirmar que, após um estudo, realizado pela Federação a que preside, ao quase primeiro ano completo de Governo as conclusões são alarmantes.
Segundo a mesma fonte, Bolsonaro desenvolveu ataques sistemáticos à liberdade de expressão e de imprensa ao promover um determinado número de medidas, que passam por avançar com:
Críticas diretas a repórteres e órgãos de comunicação social; extinção da obrigatoriedade de registo para exercer a profissão de jornalista; restrições visando órgãos de comunicação social específicos, apresentando o caso particular das medidas contra o jornal “Folha de S. Paulo”, uma publicação impressa, líder em todo o país, que foi proibido de participar em concursos e licitações públicas.
Aliás o estudo, já referido, divulgado este mês de dezembro pela Federação, indicou que o Chefe de Estado terá realizado, pelo menos, 111 ataques públicos contra profissionais da comunicação social quer em entrevistas, quer em publicações nas redes sociais, isto só no ano de 2019, o que indica um ataque programado e bem direcionado a cada 3 dias.
Ainda segundo a mesma fonte, estes ataques seriam uma forma de o <<Presidente incitar os seus seguidores a não confiarem no trabalho jornalístico da maioria dos órgãos e dos profissionais, principalmente quando divulgam notícias críticas>>.
Por sua vez Rogério Christofoletti apresenta como resultado das suas avaliações ao longo deste ano a conclusão de que o Presidente do Brasil decidiu adotar ações semelhantes às do Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, quer na retórica quer no comportamento, que, reiteradamente, afirma que os meios de comunicação social críticos ao seu Governo propagam notícias falsas.
Segundo Christofoletti, o Presidente tenta assim, com esta atitude, estabelecer uma narrativa que quer ser preponderante aos factos e que, em última análise, sequestra a verdade dos mesmos. Acrescenta ainda que Bolsonaro faz transmissões ao vivo na internet, na rede social Facebook, todas as quintas-feiras e que usa como seu canal de comunicação, em direto com o público, o Twitter e que, deste modo, prescinde dos mediadores convencionais, ou seja, da comunicação social tradicional. Mas o membro do Observatório da Ética Jornalística vai mais longe, afirmando que o Presidente do Brasil sataniza e demoniza a imprensa brasileira e não só.
Os exemplos são muitos, mas, voltando apenas ao já referido, o Presidente, não só excluiu a Folha de S. Paulo das licitações e concursos públicos como, por retaliação, cancelou a assinatura do jornal da lista de periódicos recebidos pelo Governo brasileiro.
Esta medida causou uma reação de Lucas Furtado, o subprocurador-geral junto do Tribunal de Contas da União, o TCU, tendo, na sequência dos factos, apresentado um pedido formal para que a Folha de S. Paulo não fosse excluída das licitações. Até ao momento em que te escrevo, minha querida amiga Berta, este pedido ainda não foi sequer analisado, segundo é referido pelas mesmas fontes.
Quando no fim de outubro, Bolsonaro, declarou que nenhum órgão do Governo voltaria a receber a Folha de S. Paulo, adiantou, à laia de explicação, que o jornal era um órgão propagador de notícias falsas.
Visando criar a sua própria imprensa, devidamente moldada à sua imagem e semelhança e devido à falta de jornalistas devidamente creditados para a comporem, o poder executivo enviou em outubro para o Congresso, um projeto chamado “Verde e Amarelo” que prevê a extinção de registo profissional para quem exerça a profissão de jornalista.
Já em agosto último, Bolsonaro havia declarado publicamente que um outro jornal, o “Valor Económico” poderia ter de fechar as portas, uma vez que o Governo iria acabar com a norma que obrigava as empresas de capital aberto a publicarem os seus balanços financeiros em jornais nacionais, e, com isto, retirar os fundos necessários à sobrevivência da publicação, uma vez que esta ousara, por diversas vezes, criticar a sua gestão, nomeadamente, na vertente económica e financeira.
Contudo, a determinação do Presidente do Brasil, precisou, e ainda bem, de aprovação do Congresso, que inteligentemente a chumbou, sem propor sequer qualquer alternativa possível.
Este é um pequeno exemplo do que tem sido a governação de Bolsonaro. Muito pior do que isto tem acontecido numa imensidão de áreas, desde as questões ambientais, à tentativa de alteração de costumes, ao ataque sistemático às tribos indignas e à criação de uma legião de fanáticos. Em apenas um ano, ainda por terminar, o programa de implementação de uma alegada nova ditadura no Brasil vai adiantado.
A minha esperança, minha querida amiga, é que este povo que eu adoro como se fosse o meu, consiga arranjar forma de inverter esta vertiginosa sucessão de acontecimentos e que este alegado lunático consiga ser travado a tempo. Seja por eleições, seja por impugnação, seja por abuso de poder, seja pelo que for. Impõe-se o fim, a curto prazo, desta desastrosa governação de gente que acha que os peixes são inteligentes e as pessoas burras que nem calhaus.
Despeço-me, como sempre, enviando-te um beijo saudoso, deste que não te esquece,
Por incrível que te possa parecer (a mim soa-me quase a inacreditável), vou falar hoje, pela segunda vez consecutiva, de coisas ligadas ao Sporting Clube de Portugal. Estou mesmo irritado com isto. Se eu não tivesse aberto a revista Visão… enfim, nada aconteceria deste modo.
Já não me bastava ter escrito ontem sobre o Julgamento ligado ao Assalto à Academia Sportinguista de Alcochete e, consequentemente, do ex-Presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, acerca do qual defendi a inimputabilidade, para hoje vir falar de outro Presidente do mesmo clube. Desta vez o atual, o médico, Frederico Varandas. O seu nome completo é Frederico Nuno Faro Varandas, mas acho que poderia alegadamente ser, e muito bem, Frederico Chico Esperto com Faro à Varanda.
Ao contrário de muitos sportinguistas, e eu até sou sócio de outro clube, gostava bastante deste novo Presidente. Parecia-me uma pessoa ponderada, fã do clube, com um discurso calmo, pacificador e pouco interventivo nas guerrilhas clubísticas, que ecoavam e ecoam na comunicação social. Ele até esteve disposto a enfrentar as claques do clube, algo que, por si só, já me pareceu uma tarefa mais para um Hércules, do que para um Frederico. Aliás, bastou-me esta franca determinação para a minha consideração pelo homem subir vários patamares.
Por alguns dos seus atos, parecia-me alguém seriamente firme na sua missão de colocar as contas do Sporting em ordem, fazendo os sacrifícios que ninguém estava disposto a levar a cabo, mesmo correndo o risco de ser menos popular e de, numa primeira fase, não poder, para já, unir a Nação Sportinguista, situação à qual, em meu entender, ele chegaria mais tarde, depois de arrumar melhor a casa.
Todavia, era e é notória a sua falta de experiência nalgumas das temáticas ligadas ao futebol, porém, emanava um tal desejo intenso em aprender, progredir e levar a sua missão a bom porto, que sempre achei que, com o acumular da experiência, e com alguns bons conselhos, acabaria por lá chegar, talvez até mais rapidamente do que muitos julgariam ser possível acontecer.
Em resumo, achava-o uma pessoa de excelentes princípios, determinada, inteligente, ativa e com uma vontade gigante de ajudar o clube a erguer-se, mais uma vez, até aos patamares de glória que lhe são merecidos e reconhecidos no passado.
Só que a revista Visão, e a minha posterior investigação, acabou-me com a convicção e com a esperança. Fico danado quanto isto me acontece. Há quem diga que eu sou ingénuo e tolo por, aos 58 anos, ainda acreditar nas pessoas. O que posso eu fazer? Nesta altura da minha vida parece-me um pouco tarde demais para mudar este meu rumo.
Ora, o que a Visão revelava é que Frederico Varandas é um Médico-Capitão do Exército Português (hoje ainda), várias vezes condecorado pelas suas missões ao serviço das Forças Armadas, tendo estado destacado em fervilhantes cenários de guerra deste nosso mundo, como, por exemplo, o Paquistão.
Dirás tu, Berta, que isso e outros apontamentos notáveis do currículo de Frederico Varandas ainda me deviam deixar mais convicto da postura, dedicação e seriedade do homem em causa e nunca o contrário. Tens efetivamente toda a razão. Até este ponto, Varandas, continuou a subir em flecha na minha estima e admiração pelo ser humano que representa. Até aqui, ele era o homem que serviu, com destacadas honras, militarmente o seu país, que se formou e pós-graduou em medicina enquanto militar, e que subiu a pulso as longas escadarias da vida.
A sua vertente desportiva iniciou-a no Vitória de Setúbal, em 2007, integrando a equipa médica do clube e, em 2009, tornou-se seu diretor clínico, cargo que manteve até 2011. E é neste período, minha querida amiga, que as pesquisas que conduzi me começam a causar sérias preocupações.
A data de entrada do novo médico no Vitória de Setúbal só refere o ano de 2007 e, por mais que procure, ainda não consegui descobrir o mês e muito menos o dia. Queria saber durante a vigência de que Comissão Administrativa entrou.
Não é relevante para a história, a não ser pelo facto de ter chegado num período conturbado do Vitória de Setúbal e ter atingido o cargo de diretor clínico dentro desse mesmo período complicado. No caso concreto, uma vez que completou a pós-graduação em medicina desportiva em 2007, julgo que terá entrado como médico após essa nova aptidão ter sido adquirida.
Assim sendo, a sua carreira médica no clube iniciou-se e terminou durante os períodos que se balizam entre a primeira Comissão Administrativa presidida por Carlos Costa e a segunda por Luís Lourenço e a eleição do Presidente atual, Vítor Hugo Valente. Segundo reza a história, é pela mão do treinador Carlos Carvalhal que se dá a sua entrada no Setúbal.
A passagem a diretor clínico tem precisamente a ver com este período conturbado de grandes mexidas nas equipas técnicas e médicas, das quais Fernando Varandas acabou saindo alegadamente beneficiado. É que não há outra maneira de explicar como é que um médico de um clube, que vai para o Afeganistão durante 6 meses, em 2008, regressa e se torna diretor clínico. Eu pelo menos não compreendo. Porém, mesmo aqui, embora a situação não seja clara, eu sou dos que considera que Frederico Varandas pode apenas ter sido bafejado pela sorte e que o seu regresso heroico o tenha conduzido à sua rápida ascensão e consequente nomeação como diretor clínico.
Mas a porca só torce seriamente o rabo a partir daí. Em 2011, a direção do Sporting de Godinho Lopes, convida-o a integrar os quadros médicos do Sporting, como médico da equipa de juniores de futebol do clube. Aliás, o convite, ao que se diz, parte de Luís Duque, ex-Presidente da SAD do Sporting e na altura vice-presidente da mesma.
Pelo que se contava na época, Luís Duque, tinha entrado em rota de colisão com José Henrique Fuentes Gomes Pereira, mais conhecido apenas por José Gomes Pereira, há 11 anos no cargo de diretor clínico, com uma carreira brilhante dentro e fora do clube, conforme poderás comprovar se deres um salto à Wikipédia. Esse conflito, terminou na assinatura de um acordo de saída entre o prestigiado médico e o Sporting. E é assim que, o mais novo médico da estrutura, com um mês de casa, ascende meteoricamente ao cargo de diretor clínico do clube. Há quem diga que, alegadamente, o facto de João Pedro Varandas ser vogal do Conselho Diretivo, ajudou na promoção, mas, efetivamente, pode ser apenas má-língua, o facto de se ter um irmão na direção não é decreto promocional à partida.
Outros dizem que o facto de João Pedro Varandas ser sócio fundador da firma de advogados Rogério Alves & Associados, sendo este Rogério, por seu turno, o atual Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, nada tem a ver com o facto de se terem criado as condições para que Frederico Varandas se tenha candidatado e tornado Presidente do Sporting.
Apesar de tudo as coincidências existem. Não se pode culpar Rogério Alves de ter sido escolhido para o lugar que já fora seu entre 2006 e 2009, nem de ser sócio do irmão do atual presidente. São coisas da vida, nada mais.
Voltando ao início, e à notícia da revista Visão, fiquei a saber que Frederico Varandas ainda é Capitão-Médico do Exército e que tem a sua atividade apenas suspensa porque, para minha surpresa, nos termos da lei o requereu, por se ter candidatado (e na sequência sido eleito) pelo PSD em 2013 e pelo PSD/CDS-PP em 2017, como membro da Assembleia de Freguesia de Odivelas. É este cargo político, apenas remunerado através de senhas de presença, que permite ao militar não estar no ativo no seio das Forças Armadas. É este cargo que lhe permite ser Presidente a tempo inteiro do Sporting Clube de Portugal, pelo menos até outubro de 2021, sendo que, nessa altura talvez volte a ser candidato, quiçá para a Assembleia de Freguesia da “Merdaleija de Cima” ou até de outra Freguesia mais exótica. Nada importará desde que se tenha assegurada a eleição por mais 4 anos.
O que interessa é manter-se fora do exército enquanto isso for vantajoso e rentável. Um capitão da tropa, mesmo médico, não tinha como comprar uma casa de 740 mil euros e ter 2 carros (um BMW e outro Mercedes) cujos valores ultrapassam os 250 mil euros, segundo a imprensa. Aliás, estes são os bens que se conhecem, mas que têm, certamente, uma catrefada de outros associados bem mais difíceis de escortinar.
Tirar um curso universitário, mais as especializações à custa da tropa e depois não a compensar com a sua presença em serviço, não é bonito, nem parece bem e mete em causa a integridade do visado. O mesmo acontece com o facto de ser eleito para um lugar político onde depois não se põe os pés (o que, desde que foi candidato à presidência do Sporting, tem vindo a acontecer com Varandas), segue a mesma falta de cumprimento do dever e coloca em dúvida a seriedade do Presidente Frederico. A situação leva a que as faltas à Assembleia de Freguesia ultrapassem já, em 8 porcento, as presenças. Não pensem os mais ingénuos, como eu, que tem havido assim tantas reuniões da Assembleia, em 7 anos apenas se realizaram 26 e o eleito nem em metade destas conseguiu estar presente.
Poderão os mais ferrenhos dizer que nada disso é ilegal, alegando que tudo está feito de acordo com a lei. É verdade, mas não de acordo com a ética, jamais com a ética.
Em 2015, Godinho Lopes foi expulso do Sporting e o seu braço direito, Luís Duque, suspenso por 1 ano, o tal que deu uma mãozinha a João Varandas, a quando da entrada e promoção estratosférica de Frederico de médico de juniores, com um mês de casa, a diretor clínico, passando à frente de todos os médicos da estrutura leonina. Para azar de Luís Duque, 2015 foi também o ano em que perdeu a Presidência da Liga de Clubes para Pedro Proença. Mas o que interessava a Frederico já fora assegurado 4 anos antes e ele conseguiu manter o lugar com Bruno de Carvalho, com quem conviveu harmonicamente durante a direção deste, afinal, haveria tempo para tratar da situação um dia mais tarde.
Não faço a menor ideia se durante todo o seu percurso o Presidente sportinguista cometeu ou não alguma ilegalidade. Vou, aliás, ao ponto de acreditar que não, mas depois disto tudo que te escrevi, Berta, onde está o homem limpo, impoluto, integro, de excelentes princípios e de coragem soberana de que falei no início? Já não me revejo na pessoa e fico triste, não gosto deste Frederico Chico Esperto com Faro à Varanda.
Despeço-me saudoso, com um carinhoso beijo, deste teu eterno amigo,
Começo por te dizer que a minha carta de hoje é sobre injustiças. Não leves a mal, contudo, escolhi um tema do qual não gosto de falar. Perguntar-me-ás porque é que, então, eu o escolhi? Porque estou farto de ouvir os outros a falar do assunto. Talvez, depois de ser eu a dizer algo, deixe, finalmente, de reparar que o assunto existe. Não tenho a certeza que isso aconteça, mas estou certo que tenho de tentar.
Começou o julgamento do ataque à Academia Sportinguista de Alcochete, anunciando, como cabeça de cartaz, Bruno de Carvalho. Neste mundo, o da nossa correspondência, em que tudo o que é dito se escreve apenas dentro dos domínios do alegadamente, o que achas tu do caso?
No meu entender, o arguido Bruno de Carvalho devia ter sido sujeito a um exame psicológico e psiquiátrico, realizado por peritos e especialistas do foro mental e das suas respetivas doenças, sob pena do julgamento já ter começado inquinado.
Só depois de ser conhecido o resultado de tais exames é que o julgamento se deveria iniciar e nunca antes. É como meter o carro à frente dos bois, julgar alguém que, logo à partida, pode ser inimputável, não faz o menor sentido. Contudo, como estes procedimentos não tiveram lugar, não foi assim que este caso arrancou para a barra do tribunal.
Quando Vale e Azevedo foi julgado e condenado, não houve grandes dúvidas quanto à sua culpabilidade. Aliás, achei muito bem que fosse condenado por tudo o que fez, não apenas à imagem do Benfica, nem só pelos atos de pôr a foice em seara alheia, nem mesmo pelos roubos descarados perpetrados, mas, acima de tudo, porque usou o Benfica em evidente benefício próprio, manchando claramente o bom nome do clube.
Já na situação atual de Bruno de Carvalho, não sendo eu um sportinguista, tenho quase a certeza absoluta que o homem é mesmo inimputável. Pelo que o julgamento no final se revelará irrelevante, no que ao ex-dirigente desportivo diz respeito. Se assim não for, e o sujeito for declarado culpado, não teremos tido, mais uma vez, uma justiça a funcionar de forma isenta, transparente e imparcial.
Contudo, no que respeita aos restantes arguidos, considero que o caso deva continuar apurando os crimes de cada um, quer no campo individual, quer enquanto bando que agiu coletivamente, de forma bem planeada. Só há que prová-lo.
Já no que se refere a Bruno de Carvalho, penso que este é, não apenas um paranoico esquizofrénico, como um maníaco-depressivo, ou, como hoje é moda dizer-se, um bipolar. Os níveis e gravidade da existência destas demências psicológicas e psiquiátricas, do foro estritamente mental, tem de ser metodicamente avaliado.
Digo isto porque, em muitos casos, o demente não se reconhece enquanto tal e por isso mesmo não usará a demência para se defender das acusações de que é alvo. Tal facto poderá, em última análise, levar a um veredito injusto que possivelmente colocará na prisão apenas mais um caso de saúde mental e não um criminoso.
Se o sujeito for demente deve ser tratado, internado à força, se preciso for, mas não faz sentido prendê-lo. Basta ouvi-lo para nos apercebermos que ele não se considera somente um leão de coração, mas um rei absolutista na verdadeira acessão dos termos. Ele é, no seu mundo cerebral, o verdadeiro Senhor da Razão, o portador da Real Juba Imperial, o Rei da Selva. Em termos concretos este é o mais puro Tarzan das Lianas Verdes, egocêntrico, narcisista e vaidoso em soberba, que não aceita sequer que o estejam a julgar, e nem mesmo entende o porquê. Julga-se vítima de um ataque ao seu poder e magnificência e não um vulgar criminoso sem discernimento.
Se a demência tivesse sido detetada e tratada enquanto criança, ou mesmo até na adolescência, se calhar hoje apenas estaríamos unicamente na presença de um sujeito algo perturbado e confuso, mas absolutamente inofensivo.
Berta, minha amiga, fico-me por aqui, beijo de saudades, deste que não te esquece,
Não era para te escrever hoje, mas, a questão que envolve a campeã olímpica, Rosa Mota, a marca de cerveja Super Bock, por intermédio da empresa proprietária da bebida, a Super Bock Group, e a Câmara do Porto, liderada pelo autarca Rui Moreira, continua sem mostrar sinais de diminuição no que concerne à polémica, não existindo qualquer abrandamento ou cedência de posição por entre aqueles que defendem cada um dos intervenientes e as opções e atitudes por estes escolhidas.
Os doutos defensores do ataque à posição de Rosa Mota, veem agora acusar a atleta por ter o seu nome associado ao consumo de cerveja e, por tabela, a uma bebida, por a atleta fazer parte da Confraria da Cerveja. Porém, digam lá estes cérebros o que disserem, uma coisa é, em termos estritamente pessoais uma pessoa estar associada a uma bebida, porque até gosta de a consumir na privacidade da sua vida, outra é, enquanto atleta, ver o seu nome misturado com uma marca alcoólica no seu pavilhão desportivo (“seu”, enquanto detentor do nome da desportista), ou será que Rosa Mota aparece equipada para correr a maratona, enquanto atleta, por entre os capotes dos confrades nas reuniões? Eu diria que esta é uma diferença bem superior à que existe entre a água e o vinho.
Todavia, outros ainda afirmam que existe uma publicidade da TAP, lançada no tempo da Maria Cachucha, na qual Rosa Mota, faz o papel de hospedeira e onde é filmada a entregar miniaturas de garrafas de Vinho do Porto, a pessoas que representam os passageiros. Ora, esta defesa dos “Superboqueiros Camarário-parvos” não faz o menor sentido. Primeiro, a publicidade é à TAP e não ao vinho, segundo, um dos papeis das hospedeiras passa pela entrega de bebidas aos passageiros e, certamente, o Vinho do Porto pagou para aparecer. Terceiro, duvido que o guião previamente entregue a Rosa Mota esclarece-se que isso iria acontecer, precisamente dessa forma, ou que tivesse um papel relevante (que não teve) no conjunto de toda a publicidade que constitui o anúncio. O que Rosa Mota estava a publicitar era a capacidade da equipa de bandeira em bem receber aqueles que transporta e não a demonstrar quão fácil seria transformá-los em bêbados perus de Natal.
Contudo, este espernear de pernas ou patas, não sei bem qual é o caso, traduzido pela busca minuciosa de situações que provem que Rosa Mota escapa por pouco a fazer parte dos Alcoólicos Anónimos é de toda ridícula, mas demonstra, por outro lado, que alguém anda a gastar muito dinheiro em defesa das posições tomadas quer pela Câmara de Pilatos, quer pelos glutões da Super Bock. Espero bem que não seja o Rui Pilatos, pois nesse caso o dinheiro gasto a denegrir a atleta é de todos nós e eu, pela minha parte, não o admito.
Além disso, nas 2 situações que acima te descrevo tudo não passa de uma forma desajeitada de se tentarem misturar alhos com bugalhos, o que, não fosse a persistência desta gentinha, nem deveria ter merecido os comentários que te envio. Porque será que nem a Câmara nem a Cervejeira reconhecem o erro e o reparam? Só há uma razão possível: O dinheiro fala mais alto do que a honra, a palavra e a verdade!
Aliás, aproveito o facto para esclarecer aqueles que, usando o anonimato, atacam a Carta à Berta, no meu blog, alegadamente.blogs.sapo.pt, através de comentários, maioritariamente anónimos, que o blog só publica os pontos de vista concordantes com a posição política, social ou estética tomada no mesmo, não dando direito a contraditório naquilo que é um espaço de alegada opinião restrita e específica. Escusam por isso de continuar a espernear sobre o assunto neste local, ocultos no manto do anonimato, que por aquelas bandas jamais vos será atribuída voz.
Aliás, nada do que é referido anteriormente tem qualquer importância. O relevante aqui é saber se o Presidente Rui Pilatos Moreia pela Calada, faltou ou não à palavra dada, ao seu compromisso para com a atleta, que não precisa de respeito apenas pelo facto de ser atualmente uma sexagenária sénior da nossa sociedade, mas, principalmente, pela elevação do orgulho de se ser português, de que é total responsável, aos píncaros olímpicos mundiais.
Na sua frenética lavagem de mãos o referido Pilatos alega ainda não estar a par das conversações entre a atleta e a Super Bock, como que a insinuar que a atleta possa ter vendido o seu nome, secretamente, em troca de dinheiro ou de 2 grades de minis, à cervejeira, sem ter dado conhecimento do facto à entidade responsável pelo nome do pavilhão e agido mesmo à sua revelia. É neste ponto que o edil assume o papel de um personagem da BD chamado Grão-Vizir Iznogoud, um maléfico, dissimulado e ignóbil governante que queria ser Califa no lugar do Califa, criado pelo génio do falecido artista Jean Tabary, que aqui adaptei para a imagem ilustrativa desta carta que te envio, minha querida Berta. Neste caso, é mais uma questão de faltar à palavra dada, de esconder que se faltou ao prometido, de limpar uma imagem a todo o custo nem que para isso se seja badalhoco com outra pessoa que é um símbolo nacional.
Lembrando outras bandas desenhadas, considero que ao contrário das histórias de Spirou, não há “Refúgio para esta Moreia”. Desculpa o desabafo deste vagabundo que em tudo o que diz apenas faz afirmações alegadamente corretas, porém, ou muito me engano, ou este tema ainda me fará gastar mais um ou outro desabafo contigo.
Despeço-me com o carinho do costume, sempre saudoso. Recebe um beijo deste teu amigo do peito,