Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
Embora tu, minha querida amiga, já me tenhas pedido para falar do plano de vacinação em Portugal, por queres saber a minha opinião sobre o assunto, eu, muito sinceramente tenho evitado trazê-lo para as nossas cartas. Porém, como algum dia terá de acontecer, pode até ser já hoje. Apenas sublinho que vou dizer o que penso sobre o assunto sem mais delongas.
Quanto ao plano em si, e as prioridades definidas para a toma de vacinas eu acho que irá sempre haver quem o conteste e quem se sinta injustamente deixado para uma segunda ou terceira linha, seja qual for o critério de prioridades. Quanto às que atualmente estão em vigor estou de acordo que existam e que se façam cumprir da melhor maneira possível e com a celeridade projetada.
Penso, no entanto, que o grupo responsável pelos critérios irá fazendo pequenos ajustes às prioridades, consoante assim se achar melhor, durante o processo, e não vejo mal algum em que o façam. Um plano rígido era por si só muito mais absurdo. Cheguem atempadamente as vacinas da Europa e o serviço tratará de as distribuir atempadamente e julgo mesmo que sem problemas de maior.
Não sou arauto da desgraça, nem sequer sou uma Clara Ferreira Alves que, ainda ontem, ouvi dizendo que tudo estava e seria um caos. Pois bem, no meu entender isso não corresponde à verdade dos factos. A vacinação está a correr muito bem e acho que assim continuará. Também discordo com a jornalista comentadora do Eixo do Mal, quando ela vê e prevê um fim à vista para António Costa, todavia isso são contas de outro rosário e não vale a pena falar nisso presentemente.
No que respeita às vacinas que têm sido dadas indevidamente, a pessoas que não constavam nas prioridades, existem dois grandes tipos de situações. As que foram dadas a qualquer pessoa, para não desperdiçar doses que sobraram e que já estavam descongeladas, numa altura em que ainda não existiam alternativas definidas para o efeito, e as que foram alvo de abusos seja de que ordem for. Enquanto que o primeiro caso não foi grave, foi residual e serviu para serem criadas listas de suplentes para as sobras, a segunda é mais séria e merece ter as devidas consequências consoante a gravidade de cada caso.
Apenas acho que no caso nacional, onde essa divergência, sobre o que estava planeado, é inferior a 0,1% das vacinas já efetuadas e que entre primeiras e segundas doses já atingiram o meio milhão praticamente, é deveras irrelevante. Dito isto todos os casos devem ser analisados e punidos quando for realmente o caso.
Por hoje fico-me por aqui minha querida Berta. Despede-se este teu velho amigo, sempre ao dispor onde e quando me achares necessário, com um beijinho,
Entrámos hoje num novo Estado de Emergência. Agora temos o país dividido, face à pandemia, em 4 cores. Quanto mais carregada é a cor, mais grave é a situação do concelho assinalado. Os graus de gravidade são igualmente quatro: moderado, elevado, muito elevado e extremamente elevado. Até aqui a coisa parece clara.
Contudo, se não há diferença entre as consequências entre muito elevado e extremamente elevado, a criação dos escalões perde algum sentido. Qual é a motivação que um concelho tem para descer do nível máximo para o imediatamente anterior? Ah! A responsabilidade de combater a pandemia. Certo. Mas isso chega em termos de incentivo? Tenho as minhas dúvidas, sabendo eu como funciona o poder local, sem prémio não há motivação.
Se os níveis agora anunciados, para classificar o risco pandémico, servissem para esclarecer os efeitos na performance masculina sobre o efeito do viagra e similares, a situação seria bem mais divertida e muito menos perigosa, quiçá mesmo competitiva. Um concelho com uma performance extremamente elevada, principalmente nos idosos seria, nesta hipótese demonstrativa, um concelho feliz. Contrariamente à pandemia nenhuma região iria querer fazer parte do escalão dos moderados. Aliás, conhecendo o povo português, rapidamente seriam alcunhados.
Já estou a imaginar o Correio da Manhã a fazer manchete, em gigantescas parangonas, com as autarquias dos pilas-moles ou o Expresso a apresentar um Estudo ou uma douta Opinião Especializada e aborrecida, sobre as consequências, do efeito extremamente elevado, nos séniores portadores de doenças cardiovasculares, entre outras.
De uma forma ou de outra, a imprensa e a comunicação social em geral, haveriam de arranjar maneira de tirar todo o divertimento aos efeitos na performance masculina sobre o efeito do viagra e similares no escalão sénior da sociedade. Porém, tenho dúvidas se com isso afetariam a competição saudável que esta luta pela busca dos prazeres básicos iria certamente suscitar.
Estava a imaginar, aqui com os meus botões, como seria este novo mapa nacional a quatro cores. Que concelhos estariam em ambos os extremos do mapa? À partida, eu que de sexologia, enquanto ciência, sei muito pouco, sou levado a pensar que o Norte continuaria a ser o grande detentor do tom carregado próprio da classificação de extremamente elevado.
Nunca saberemos. Como sempre parece haver pouco interesse em medir e aferir a verdadeira felicidade do povo, pois é mais dramático e vende mais massacrá-lo com os níveis da desgraça nacional. Todavia, não me admiraria se a sombra de um chaparro não contribuísse positivamente para uma atividade mais dinâmica, mas isto sou só eu a pensar. Fico-me por aqui, querida amiga, recebe um beijo de até amanhã deste que não te esquece,
Como bem sabes não sou um fã da desgraça e muito menos desta pandemia que assolou o mundo. Não gosto de coitadinhos e não aprecio gente que se faz de vítima para conseguir a atenção e a solidariedade de terceiros. Porém, reconheço que muita coisa vai mal e pior ainda agora, principalmente, desde que fomos invadidos por esta coisa chamada de Covid-19. A pandemia pôs a nu fragilidades e, em muitos casos e situações, revelou mais nitidamente muitas das assimetrias existentes por este mundo a fora.
Não sou, nem nunca fui um nacionalista ferranho, todavia, adoro ser português e tenho muito orgulho em sê-lo. Considero que vivemos num país especial. Não é apenas o facto de estarmos estrategicamente situados no centro do mundo Ocidental. É o sermos o melhor destino turístico do mundo já há três anos consecutivos, é mantermo-nos como o terceiro país mais pacifico e seguro do globo, apenas ultrapassados pela Islândia (que conta com menos de meio milhão de habitantes) e pela Nova Zelândia (que tem uma população que é em número menos metade da portuguesa), ou seja, estou convencido que vivo num país realmente especial, moderado em usos e costumes, moderado no clima e cujo passado de mais de oito séculos muito me orgulha, independentemente das asneiras que alguns dos nossos líderes foram fazendo ao longo da História.
Ultimamente, por causa do novo aumento de infeções, andam por aí umas vozes a dizer que o país perdeu o rumo, que não soubemos sair do confinamento, que agora é que está tudo a caminhar para o caos.
Desculpa que o diga de uma forma mais grosseira, amiga Berta, mas é tudo uma grande treta. Continuamos a ser um país moderado até quanto à pandemia. Nos indicadores que importam estamos proporcionalmente colocados se levarmos em consideração a população de Portugal face aos outros países e territórios. A tabela do «worldometer» que divulga, entre outros dados, os números da pandemia em termos mundiais e europeus, é disso a melhor das provas, não deixando dúvidas sobre o tema.
Mas analisemos mais de perto os dados europeus. O site que referi identifica 48 países e territórios na Europa (podes consultar, minha amiga, a tabela que te enviei a ilustrar esta carta com os primeiros 14 países em termos de população). Ora, dos 48 referidos existem 13 que não chegam ao milhão de habitantes, e que vão desde o Vaticano ao Luxemburgo. Depois há mais 10 que não conseguem ultrapassar a barreira dos 5 milhões, situados em números entre a Estónia e a Irlanda. Em seguida vêm mais outros 10 que se ficam abaixo dos 10 milhões e acima dos 5, enquadrados em crescendo entre a Noruega e a Hungria. Em resumo existem 33 países e territórios na Europa cuja população não alcança os 10 milhões de habitantes.
Quando imaginamos que somos um país pequenino no Velho Continente, convém sabermos que há 34 países e territórios na Europa com uma população menor que a nossa, pois a Suécia, embora ultrapasse os 10 milhões de habitantes, tem menos umas largas dezenas de milhares de pessoas do que nós. Aliás apenas, 13 países nos ultrapassam em população, desde a Grécia com mais 222 mil indivíduos que Portugal até à Rússia com quase 146 milhões de habitantes… e sim, estou a contar com a Rússia, que abrange 2 continentes, estendendo-se bem Ásia adentro.
Pelo que atrás vai dito ficamos com a perfeita noção que somos o décimo quarto país mais populoso da Europa. Ora, não é, portanto, estranho que ocupemos igualmente esse mesmo lugar no que respeita aos países mais infetados do continente. A proporção é a mesma. Também somos o 14.º no que aos novos casos diários de infeções diz respeito e isso também acontece já há mais de uma semana. Pode parecer estranho, contudo, é também essa a posição que ocupamos quanto ao total de mortos e ao número de casos críticos em cada país ou território europeu.
Mas as coisas ainda são melhores se pensarmos nos casos recuperados da pandemia onde estamos em sexto lugar em números absolutos. Já quanto ao número de mortos diários e no número total de infetados por milhão e de óbitos por milhão de habitantes ocupamos orgulhosamente o 18.º nos primeiros dois e o 19.º no último destes parâmetros.
De referir que somos o décimo país (de 27) com mais população no seio da União europeia e igualmente o décimo com mais casos registados até ao momento. Todavia, no número absoluto de testes realizados por cada país europeu estamos orgulhosamente acima da média, no 10.º lugar entre os 48. Mas se olharmos para os testes por milhão de habitantes passamos rapidamente para o terceiro lugar do ranking, só sendo ultrapassados pela Rússia, logo seguida do Reino Unido. O destaque ainda é mais espantoso porque podemos dizer que somos o país da União Europeia que mais tetes realiza por milhão de pessoas. Ao todo já testámos mais de 20% da população nacional. Um facto absolutamente revelador da nossa firme determinação em combater a pandemia, com mais testes por milhão de habitantes que Alemanha, França, Itália, Espanha, Holanda, Polónia, Roménia, Grécia ou Bélgica, só para falar dos casos mais flagrantes.
Podia continuar com o mesmo tipo de comparação em relação ao mundo onde somos o 89.º país ou território do mundo com mais população, havendo 125 países ou territórios com um número de habitantes inferior ao nosso. Posso afirmar que relativamente ao globo, contando os países com população igual ou superior à nossa, ainda estamos mais bem colocados do que a nível exclusivamente europeu. Todavia acho que já seriam números a mais para uma só carta, pelo que me fico por aqui. Julgo que até me agradeces por não me alargar em demasia.
Porém, só para dar uma ideia, acima dos 10 milhões de habitantes somos o quinto país que mais testes faz, por milhão de habitantes, no mundo inteiro, apenas sendo ultrapassados por colossos como a Rússia, o Reino Unido, os Estados Unidos e Austrália.
Como podes comprovar, minha querida Berta, temo-nos portado muito bem nesta coisa do Covid. Recebe deste teu amigo um beijo de despedida e carinho, saudosamente,
Gil Saraiva
PS: Apenas um aparte, querida amiga, a saga do fogo em coberturas continua, agora alargada ao país. Desta vez foi a cobertura, no sótão, localizado no terceiro piso de um restaurante, em Felgueiras. Com este, em 4 dias úteis (desde a passada sexta-feira), já são 11 as coberturas, sótãos ou águas-furtadas que ardem pelo país. Espero que isto tenha um fim, pois não consigo compreender tanta coincidência.
A minha carta de hoje prende-se com a notícia, do Jornal Público, que anuncia que «o Governo investe 20 milhões em vacinação “universal e gratuita”», contra a Covid-19. Esta é realmente uma notícia que merece destaque. Contudo, e eu nunca fico plenamente satisfeito com as coisas que leio, esta declaração devia dizer mais. Assim, conforme é descrita a coisa, embora me agrade a divulgação da intenção, não me deixa completamente satisfeito. Sinto ausência de mais responsabilidade e de alguma determinação.
Com efeito, na modesta opinião de um cidadão anónimo como eu, sinto alguma falta de rasgo e determinação naquilo que é a narrativa do Estado, ou seja, acho que esta era uma boa altura para o Primeiro-Ministro ser claro e determinado nas intenções. Assim, o anúncio deveria dizer: Costa investe 27 milhões em vacinação obrigatória, universal e gratuita. Porém, eu não escrevi 20 milhões, mas sim 27.
Porquê? Porque acho que era uma ocasião soberba para os socialistas se anunciarem solidários, cooperativos, agradecidos e fraternos para com os países de língua oficial portuguesa e anunciarem a oferta de toda a vacinação necessária a países como Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné e Timor-Leste pois estamos a falar de apenas mais 4 milhões, 72 mil e 122 pessoas, no total das 4 populações abrangidas. Um custo que não ultrapassaria os 7 milhões de investimento.
Angola, Moçambique e Brasil, já não precisam tanto do nosso apoio como os anteriores 4. Primeiro, porque têm entre 3 a 21 vezes mais população do que nós e, segundo, porque detêm outros recursos que os outros não abarcam. Talvez Moçambique pudesse ter algum apoio nosso, mas pela dimensão teria de ser sempre algo bem menos significativo do que para os países que referi logo à partida.
Todavia, ter anunciado a atitude e intenção com esta dimensão teria sido uma notícia de absoluta relevância. Seria sempre uma ação determinada, forte, atuante, séria, participativa, solidária e fraterna. Uma ação diferenciadora do que temos assistido no “venha a nós” de muitos outros países por este mundo fora.
Também a palavra obrigatória na vacinação deveria constar na notícia. É imperativo garantir à população de risco a segurança de uma vacinação plenamente universal, por isso obrigatória. Nestas coisas da vida e morte, da saúde e da doença, os paninhos quentes apenas nos dão uma falsa sensação de conforto, mas não resolvem os problemas pela raiz.
Contudo, e eu sou um crente nos homens, sempre e até prova em contrário, pode ser que algo de semelhante ao que acabo de desejar, venha a ser anunciado pelo nosso Governo, na pessoa de António Costa. De uma coisa tenho a certeza, nos próximos tempos jamais poderemos demonstrar tanta solidariedade e irmandade fraterna como desta vez, com um custo reduzido de apenas 7 milhões de euros. Despeço-me com o costumeiro beijo de até amanhã,
Peço imensa desculpa, sei que estás curiosa por saber qual é o meu próximo pensador, e que já deveria ter dado continuidade ao Diário Secreto do Senhor da Bruma. É verdade e tens razão. Quando assim é não há muito mais a acrescentar em jeito de desculpas, uma vez que, efetivamente, elas não existem.
Contudo, há assuntos que queria referir e que não pretendia mesmo deixar cair no esquecimento. Eles têm surgido, uns atrás dos outros, em catadupa e não há como evitá-los. Espero, já amanhã, retomar o diário. A não ser que por ironia surja algo importante.
Ora eu, que quando penso que existem motivos para criticar não me coibo de o fazer, também estou disposto em dar a mão à palmatória quando, mesmo contra algumas das minhas perspetivas, as coisas correm de forma diferente, para melhor, daquilo que eu previa ou vaticinava. É o caso do tema de hoje.
Não é uma temática muito original, nem sei sequer quantas cartas para ti, amiga Berta, já dediquei ao Covid-19, mas foram bastantes, e hoje é mais uma delas. Embora esteja em pulgas para me referir ao caso específico de Campo de Ourique, vou começar do geral para o particular. Aliás, vou tentar ser sucinto e não partir para grandes devaneios, porém, quero deixar bem claro que tiro o meu chapéu à DGS.
Com efeito, a Direção Geral de Saúde, por competência efetiva, sorte ou mero acaso, nem importa qual das situações ocorreu, conseguiu um feito notável e nada esperado por este atento observador. Prefiro pensar, apesar de tudo, que o feito se deveu efetivamente à competência e não a um qualquer acaso.
Ora, relembro aqueles que se possam ter esquecido, nos 2 últimos dias de abril, do corrente ano, Portugal ocupava a décima quarta posição nos 213 países e territórios com casos de pandemia no mundo. Hoje, 3 meses e 3 dias depois, se tudo correr normalmente, devemos passar a ocupar o lugar 45 de um ranking em que descer é muito mais valorativo e importante do que subir.
Mas, mais relevante ainda é que, dos países com a mesma população que nós ou superior à nossa, atingimos a trigésima sétima posição, quando antes estivemos colocados no triste top 10. Aliás dos países com igual ou maior número de habitantes que Portugal, em termos de testes à população, só temos à nossa frente, em percentagem de testagem por milhão de habitantes, o Reino Unido, a Rússia, os Estados Unidos da América e, nós, estamos num muito honroso quarto lugar, quando já estivemos quase no fim da tabela possível.
Tudo isto demonstra um trabalho gigantesco que tem vindo a ser feito pelo Governo e pela DGS a quem tenho efetivamente que elogiar neste momento.
Não farei o mesmo à Ministra da Cultura, pois a triste senhora devia estar colocada noutro Ministério, talvez o dos Estrangeirismos despropositados como o “drink” do outro dia em que se falava do estado deplorável em que se encontram muitos dos intervenientes do setor.
Finalmente o particular. Soube, de fonte fidedigna, que Campo de Ourique baixou, para menos de metade, o número de casos ativos que registava há uns 17 dias atrás. Uma recuperação assinalável que não podia deixar de evidenciar, nem de manifestar o meu vivo aplauso. Com efeito, é preciso uma boa consciencialização de todos para que algo deste género se consiga. Isto demonstra que a minha aldeia no meio de Lisboa se mantém atenta, embora, como em todo o lado, surjam, aqui e ali, alguns imbecis dispostos a contrariar a tendência.
Aproveito a ocasião para lembrar os utentes dos grupos de Campo de Ourique para o voto que se manterá ativo até final de agosto, no dia de aniversário de Campo de Ourique. Relembro aqui as datas possíveis, para votar é procurar o meu post do passado dia 16 de julho e efetuar a votação na opção pretendida. Todo o sistema e o que está em causa vem explicado na minha publicação desse dia.
Para os que desejem participar relembro que a votação termina no dia 31 de agosto e que só voltarei a fazer referência à escolha, no próximo dia 14 de agosto. Não deixem de participar.
O resultado será publicado, em todos os grupos participantes, a 4 de setembro.
DATAS PROPOSTAS PARA O ANIVERSÁRIO DE CAMPO DE OURIQUE E SUA ORIGEM:
5 de julho => Criação oficial, por atribuição de moradas aos primeiros residentes permanentes e instalados, do Bairro de Campo de Ourique, em 5 de julho de 1880.
12 de janeiro => Nomeação primeira, efetuada de forma oficial, da designação de “Bairro de Campo de Ourique” pela Câmara Municipal de Lisboa. 12 de janeiro de 1880.
15 de novembro => O projeto que dera entrada no mês anterior teve a sua aprovação oficial por parte da Câmara Municipal de Lisboa em 15 de novembro de 1878.
18 de outubro => Entrega na Câmara de Lisboa do 1.º Projeto de Edificação para a Tapada do Campo de Ourique em 18 de outubro de 1878.
Nenhuma delas => Não acho nada disso relevante e Campo de Ourique passa bem sem aniversário.
Nota: Apenas o grupo “Nascemos Felizes em Campo de Ourique” não participou, pois não consegui a adesão, em tempo útil, ao grupo conforme tinha planeado.
Hoje fico-me por aqui, recebe um beijo deste teu amigo eterno, minha querida Berta, contigo sempre na memória me despeço, este que sempre te recorda,
Graças à simpatia de um elemento do Grupo Tertúlia de Campo de Ourique, no Facebook, o Senhor Abel Rosa, que até discordava com a crónica, tive acesso a uma notícia da passada sexta-feira, publicada no jornal diário Público, a qual trazia alguns dados sobre a pandemia em Lisboa. Neste grupo gerou-se um debate vivo a propósito da carta que te enviei ontem intitulada “Covid-19 em Campo de Ourique. Dá a origem desta parte II.
Foi um debate muito interessante, com uma elevada participação das pessoas que me pareceram genuinamente interessadas em saber mais, aliás, os 93 comentários, 35 manifestações de gosto, tristeza ou espanto e mais de 2 milhares de visitas ao blog onde publico as tuas cartas, são disso prova evidente. A destacar convém ainda referir as intervenções dos administradores do grupo, neste caso pai e filho, nomeadamente Marcelino Laranjo e César Laranjo.
Este último, mais irreverente, bastante contrariado com a forma como a crónica estava escrita, considerando-a até desnecessária e alarmante, entre outras coisas. O pai, foi mais simpático e garantiu-me saber, de fonte segura, que não existiam casos de infeções ativas nos supermercados do Pingo Doce em Campo de Ourique, esclarecendo a dúvida que, sobre esse assunto, eu levantara na crónica, o que me descansou mais, pois moro em frente a um deles. Gostei muito, também, das intervenções de Joana De Mello Moser.
Infelizmente a divulgação do jornal Público não reporta o número de casos acumulados desde o início da pandemia, nem quantos desses já recuperaram. Apenas refere o número de óbitos existentes em cada uma das freguesias, quantos são os casos ativos e como se comportaram as freguesias entre o dia 9 e dia 15 de julho no que concerne a novas infeções. No caso de Campo de Ourique, a atualização avança até dia 17 pois podemos somar os casos divulgados pela reportagem da Sic.
Junto envio a informação do jornal Público colocada num quadro que permite uma melhor leitura da informação, onde já incluo a atualização da Sic, 2 dias depois, em 17 de julho, que apenas respeita o “upgrade” dos casos no caso Lar dos Cegos em Campo de Ourique.
Porém, da análise dos dados torna-se evidente que os 55 casos ativos no Bairro, avançados por mim, na carta de ontem, nada tinham de alarmante e correspondem exatamente à verdade. Contudo, alegadamente cai, sem que por isso me caiam os parentes na lama, a hipótese de existirem infeções nos supermercados Pingo Doce da freguesia.
Deves ter reparado, amiga Berta que mudei a imagem principal nesta sequência da Carta de ontem. O desagrado à forma como a imagem estava composta pareceu-me por demais evidente e por isso tinha que ser trocada. Espero que a apresentação dos factos acalme os mais alarmados.
Infelizmente, eu, no meu caso concreto e pessoal, fiquei bem mais alarmado com os factos do que estava anteriormente. Primeiro o ritmo de crescimento de casos em Campo de Ourique (em 9 dias), num total de 13, parece-me imenso. E depois, tendo em conta a área de Campo de Ourique (1,65 quilómetros quadrados) e o número de habitantes, com uma densidade populacional de 13,4 mil pessoas, a segunda maior de todo o Concelho de Lisboa, depois de Arroios que tem 14,8 ainda fico mais preocupado.
Afinal, Santa Clara, que tem 3,36 quilómetros quadrados, ou seja, pouco mais do dobro da área de Campo de Ourique e sensivelmente o mesmo número de habitantes, na casa dos 22 mil, está confinada. Com uma densidade de 6,69 habitantes por quilómetro quadrado tem 110 casos ativos. Precisamente o dobro da nossa freguesia. Porém, tem também o dobro da área o que significa que, por quilómetro quadrado, temos tantos infetados ativos (55) como a única freguesia confinada do Concelho de Lisboa.
Não sei se me estou a deixar influenciar pelo facto de ser uma pessoa pertencente a 2 grupos de risco, mas sinto-me realmente preocupado com a situação. Mas cada caso é um caso e não quero que se pense que estou a fazer um grande alarde dos dados ou a tentar gerar qualquer tipo de pânico em quem quer que seja. Já basto eu. Os números estão na imagem que te mando e qualquer um, tal como eu fiz, pode fazer qualquer outro tipo de análise mais otimista.
Uma coisa é certa, amiga Berta, a situação é séria e recomendo a todos os máximos cuidados quando se deslocam por Lisboa, afinal, 1200 casos ativos, no Concelho, representam mais de 25% de todos os casos de Lisboa, desde o início da pandemia, ainda por resolver. Se todos os infetados cumprirem o confinamento os riscos serão bem menores. É o que desejo.
Por hoje fico-me por aqui, despeço-me com o habitual beijo de saudades, deste teu amigo de todos os dias, que não te esquece nunca,
Sempre que me chegam aos ouvidos notícias sobre Campo de Ourique, o meu muito adorado bairro, tudo em mim se focaliza para tentar saber mais. Infelizmente, nestes tempos de transparência, cada vez as coisas são mais baças e obscuras. Uma situação irritante e quase atentatória do direito de informar, mas que teima em ser cada vez mais frequente e deveras preocupante.
Segundo uma fonte próxima da proteção civil, Campo de Ourique tinha, pelos dados de ontem, mais de 50 casos de Covid-19 ativos. A situação não parece alarmante, pois que apenas menos de uma dezena se encontra em instalações hospitalares da capital, estando a grande maioria a recuperar em suas casas ou nas instituições referenciadas pela proteção civil.
Um dos casos mais conhecidos foi, ainda no decorrer deste mês, a Sede da Fundação Lar de Cegos de Nossa Senhora da Saúde, na Rua Silva Carvalho, noticiada pela comunicação social no dia 17 deste mês, mas sobre a qual já existiam informações anteriores a circular, desde o dia 8 de julho, pelo menos, tendo o edifício sido descontaminado no passado dia 13. Ao todo, estão ainda com a infeção ativa 17 pessoas, sendo as mesmas: 13 utentes, 3 funcionárias e uma enfermeira. A Sic realizou mesmo uma peça de reportagem na entrada das instalações esta sexta-feira.
O que me aborrece é não saber nada sobre os outros 33 casos (ou mais), existentes no bairro. A minha fonte não quer ser publicamente identificada e recusa-se a avançar com mais detalhes informativos. Por outro lado, nos órgãos do poder local a uma coisa que se confirma é a garantia de não poderem dar informações desse género à imprensa remetendo, quem os questiona sobre estes assuntos, para a Administração Regional de Saúde da área em causa, neste caso a de Lisboa e Vale do Tejo, que, por seu lado, diz não ter autorização do Ministério da Saúde para divulgar detalhes de freguesias.
Uma verdadeira pescadinha de rabo na boca nesta que devia ser a transparência informativa prestada a jornalistas profissionais que, apesar de tudo, apenas tentam fazer o seu trabalho de informar a população sobre o que se passa na sua zona habitacional, neste caso, no Bairro de Campo de Ourique e na sua freguesia.
Em resumo, apenas temos conhecimento oficial garantido de 17 ocorrências, fazendo, os outros 2 terços, parte de uma especulação que eu, pessoalmente, considero perigosa. Uma outra fonte, uma funcionária de limpeza do Grupo Jerónimo Martins, garante-me que alguns destes casos envolvem os 2 supermercados do Pingo Doce no bairro, estando vários funcionários confinados nas suas casas, por causa do problema, e assegura-me que o restante pessoal nem sequer foi testado, com receio do alarme que isso poderia provocar.
As coisas ganham ainda maior preocupação e relevância quando é publico que a Junta de Freguesia de Campo de Ourique, que durante este período de pandemia, dá apoio a doentes, idosos e grupos de riscos, na sua área de intervenção, nomeadamente, entregando produtos farmacêuticos e alimentares a esta gente, abastece-se, no que concerne à alimentação, graças ao estabelecimento de um protocolo, nos 2 supermercados Pingo Doce em exclusividade.
Os riscos que os cruzamentos destas informações levantam, geram um alarme preocupante que tem de ser evitado a todo o custo. É imperativo saber, se há algum fundamento na alegada existência deste problema que atribui parte das 33 ou mais ocorrências, por identificar no bairro, aos 2 supermercados Pingo Doce existentes em Campo Ourique.
Na minha situação a preocupação é imensa. Não só faço parte dos grupos de risco, como moro mesmo em frente a um dos Pingo Doce, na Rua Francisco Metrass. Ora, embora não compreenda a opacidade informativa do poder, considero uma obrigação do mesmo, um comunicado relatando a verdade dos factos ou até um desmentido sobre a possibilidade de existência de um surto nestes 2 supermercados.
Já nos chega a preocupação real com o caso do Lar dos Cegos, numa das principais artérias do bairro. A pergunta mantém-se: Quantos casos de Covid-19 identificados existem afinal em Campo de Ourique? Ou de outra forma: Quantos casos ativos existem em Campo de Ourique? Importa que alguém nos consiga esclarecer. A não informação ou a desinformação, numa zona onde vivem quase 30 mil pessoas em 1650 metros quadrados de área á assustadora fase à elevada densidade populacional, uma das maiores de Lisboa.
Desde ontem que medito sobre o meu dever de trazer ou não toda esta embrulhada à discussão pública, porém, tendo a informação chegado a mim, manter o silêncio parece-me mais grave do que expor um problema sobre o qual me faltam elementos para poder, cabalmente, compor uma notícia factual acertada. Espero, por isso mesmo, um possível desmentido sobre a gravidade da situação, um esclarecimento com transparência sobre quantas ocorrências já tivemos em Campo de Ourique e quantas ainda se mantém ativas.
Não serve de nada virem, por exemplo, dizer que não existem casos na Jerónimo Martins, alegadamente confirmados por uma funcionária de limpeza que trabalha no Grupo, e não nos esclareceram cabalmente sobre o que é que subsiste na realidade. Eu, e toda a população da freguesia, mediante a atual situação, temos o direito de ser informados, esclarecidos e se for o caso, descansados quanto ao alarme provocado pelo cruzamento destas notícias.
Desculpa lá este meu desabafo extra de hoje, amiga Berta, uma vez que até já te tinha enviado a costumeira carta diária, contudo, tenho de agir de acordo com a minha consciência e ela, neste momento, diz-me que tinha de fazer esta carta e este desabafo. Despede-se de ti este teu amigo, com o carinho de sempre e com um beijo,
Ontem, a meio da minha divagação sobre o estado de saúde mental da nossa Direção Geral de Saúde e do respetivo Ministério onde está integrada, acabei por não dizer tudo o que me vai na cabeça sobre a construção civil ou a distribuição. No final dessa carta, minha amiga, ficou uma pergunta por colocar e mais uns considerandos por pôr em pratos limpos. Assim:
A DIREÇÃO GERAL DE SAÚDE
DE OPACA À LEI DA ROLHA – III/III
Diz-me lá, minha querida amiga, se te lembras de ver a construção civil parar um único dia que fosse desde que a crise começou, lembras-te? Nem tu, nem eu, nem ninguém. O mesmo se passou com a distribuição que, inclusivamente, nem as fronteiras fechadas serviram para os fazer parar de laborar e transitar.
Não me parece mal que o Estado tome esse tipo de decisões políticas. Só não consigo é engolir que, tendo atuado assim, propositadamente, desconhecessem os riscos assumidos. É que a bota não bate com a perdigota. Claro que sabiam e claro que estavam à espera que a realidade fosse a que se veio a revelar. Contudo, a opção dessa verificação foi deixada para depois.
Quanto ao motivo, ele até é simples de compreender. Primeiro havia que ter outras situações já perfeitamente controladas, antes de se avançar para estas que poderiam, em caso de já terem sido inspecionadas, colocar em risco esses e outros setores. Foi, entre outras explicações, uma forma de manter a chata da curva chata. Apenas e somente isso, sem nada mais a acrescentar.
E, mesmo que tenha sido porque o poderoso lóbi da construção civil esteve à altura da sua verdadeira influência no Estado, ou para o caso, com a mesma validade, os lobistas das distribuidoras e o setor do grande retalho alimentar ou, então, porque o Governo não quis piorar a crise económica e social com a inclusão desses setores na paragem do país. Qualquer das respostas é válida e coerente. Mas não me digam a mim, ou aos portugueses, que não conheciam os riscos. Claro que conheciam.
Aliás, foi precisamente por motivos ocultos (na altura a alarmante falta de meios de testagem e dos respetivos reagentes) que os lares de idosos e de terceira idade, entre outros locais de institucionalização de seniores, não foram logo testados. Simplesmente, não existiam os recursos necessários para a triagem. O mesmo se repetiu com os locais de concentração de migrantes ou ainda com os bairros muito populosos e de condições de pobreza mais evidentes. Todos estes 3 casos, por questões de segurança e das fragilidades do sistema, tiveram de ser feitos à vez.
Tudo isto são factos que se entendem sem grande dificuldade. No lugar do Governo, do Ministério da Saúde e em última análise da DGS, também nós teríamos, se fossemos os responsáveis, tido que tomar essas ou outras atitudes semelhantes. Não é isso que me provoca irritação ou nervoso na escrita.
Todavia, o caldo entorna quando o Governo, querendo esconder que, ao ir arrastando deliberadamente certos setores de serem testados ou verificados, isso implicaria que, evidentemente, os casos positivos nessas áreas ou setores corriam o risco de ter muito mais sintomáticos e apresentarem-se com problemáticas bem mais graves do que se tivessem sido travados no início, como tantos outros foram.
Não me venham é dizer que foram os comportamentos desviantes de alguns portugueses (que sempre os houve desde o início) que provocaram estas quase 4 semanas de não abrandamento no número de situações e casos no país. Qual é o problema de o Estado dar a cara e dizer que já sabia que iriam aparecer um grande número destas ao testar os setores que foram sendo adiados, para não entupirem o sistema de saúde ou porque tinham lóbis mais fortes ou seja lá porque motivo for.
A DGS escusa de cinismos, de se fazer opaca e de optar pela lei da rolha. Assumam a estratégia que escolheram. Os portugueses agradecem e dormem bem mais descansados.
Fico-me por aqui, querida Berta, recebe os beijos e as despedidas deste teu amigo, cansado de o fazerem passar por tanso,
Pegando no tema de ontem, convém continuar o raciocínio. Não penses que se trata de uma mera teimosia minha. É, na realidade, um facto triste sabermos que estamos a ser manipulados, porque alguém se julga conhecedor da frágil e débil constituição dos portugueses para lidar com a realidade e os acontecimentos. Regressemos, pois, à vaca fria:
A DIREÇÃO GERAL DE SAÚDE
DE OPACA À LEI DA ROLHA - II/III
Esta falta de transparência foi a mesma que levou Graça Freitas a desvalorizar, no início, o uso das máscaras. Em vez de informar o país que o Governo não estava a conseguir arranjá-las, em tempo útil, e que existia uma imensa escassez das mesmas nos mercados… lá veio a história da falsa sensação de segurança que uma máscara poderia causar, desculpa aliás, que está a ser usada do mesmo modo, tal e qual, no caso da opacidade dos dados da pandemia e da sua divulgação por freguesias.
As situações sucedem-se, foi assim na situação dramática da falta inicial de ventiladores, foi assim na escassez de gel desinfetante, foi assim sempre que a DGS não queria demonstrar que não estava a conseguir dominar os problemas, fosse por que motivo fosse.
A Lei da Rolha, não só é profundamente inconstitucional, como parece tratar os portugueses como criancinhas inconscientes, que se podem vir a portar mal se souberem a verdade. Estamos a falar de um povo com 877 anos de idade e, portanto, com maturidade mais do que suficiente para saber o que faz.
Esta coisa, que não consigo sequer arranjar outra palavra, da DGS passar o tempo a viajar entre uma entidade opaca, e de cabeça na areia como a avestruz, a um serviço onde tudo se rege pela Lei da Rolha, tem de ter um fim.
Ao fim ao cabo, são comportamentos impróprios num país democrático, com uma Constituição e onde a Lei de Imprensa, e consequentemente, o dever de informar dos jornalistas, não deveria estar sujeito às fragilidades de uma Direção Geral que tem problemas graves em assumir os seus pontos fracos. Só ainda não consegui entender, ao certo, de onde vem o receio. Será da própria DGS e de Graça Freitas ou do Ministério da Saúde e de Marta Temido?
Outro aspeto que me irrita é tentarem tapar o Sol com a peneira. Esta situação de quererem fazer de conta de que não sabiam que os setores da distribuição de bens alimentares e o da construção civil pudessem ter casos com vários surtos de infeção e alguns deles com bastante gravidade é absolutamente falsa. Foi opção deliberada do Governo não testar ambos os setores até ao final do mês passado, princípio deste mês.
É um direito do Estado o de fazer opções, como a da tourada, que ainda não teve autorização para por “os cornos de fora” apesar de nos seus recintos já se realizarem outro tipo de espetáculos. Só não nos apresentem as coisas como se de lapsos se tratassem. No mínimo fica ridícula a situação para todos, quer para quem profere a atoarda quer para quem tem de fingir que a engole.
Por hoje, remeto-me ao descanso do guerreiro. Voltarei amanhã para terminar essa mini série do jogo do esconde-esconde. Despede-se este sempre teu amigo, com carinho e um beijo,
Hoje, num dia que se apresenta bonito e agradável, eu sinto-me aborrecido. Tudo isto porque as nossas autoridades de saúde estão a sonegar o direito à informação às populações e ao país.
A DIREÇÃO GERAL DE SAÚDE
- DE OPACA À LEI DA ROLHA – I/III
Tentei obter junto da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, da DGS, da Proteção Civil e da Câmara Municipal de Lisboa, os dados referentes às freguesias do Concelho, quanto à pandemia, mais concretamente os números relativos aos infetados, aos recuperados e aos óbitos de cada uma das freguesias, contudo, sem qualquer sucesso. Facto que não faz o mínimo sentido.
Já foram divulgados dados de fábricas, de empresas distribuidoras de produtos alimentares, de freguesias até do Concelho, quando apareceram surtos mais preocupantes. O que ainda torna, a não divulgação dos dados existentes ao nível de todas as freguesias do Concelho e de todas elas no país um contrassenso, aliás, não faz sentido e não é uma atitude correta, num Estado de Direito, numa democracia, nestes últimos anos do primeiro quartel do século XXI do terceiro milénio.
Como pode um Ministério, neste caso o da Saúde, ocultar informação tão relevante para todos nós?
O direito à informação, num assunto desta gravidade, não devia estar a ser sonegado e a ser mantido oculto num país que se quer transparente.
Até a própria gestão da saúde pública iria beneficiar com isso. Os cuidados dos habitantes seriam muito mais minuciosos nas freguesias mais atingidas e não seriam desleixados naquelas sem casos, como aliás se tem visto nos poucos concelhos onde não existem casos de pandemia e onde as pessoas não abrandaram nos cuidados por estarem livres de um perigo imediato, mas que pode aparecer a qualquer instante.
Durante toda esta pandemia a DGS tem gerido a informação de um modo que nos remete para tempos antes do 25 de Abril de 1974. Divulga umas coisas, para manter o povo contente e sonega outras ou só as divulga muito depois dos problemas terem ocorrido. Por exemplo, há vários dias que não atualiza o número de testes realizados em Portugal. No site constam, há dias, 975 mil quando a própria DGS já divulgou ter ultrapassado o milhão de testes. Desta vez, a sonegação e a opacidade acontecem, para não revelarem, em tempo útil, se é verdadeira a informação de que estando a testar mais têm estado a descobrir mais casos de infeção. Este truque, aliás, já foi utilizado no passado em diversas ocasiões com o mesmo objetivo.
Quem já se esqueceu de quando a DGS não divulgava quantos testes estavam a ser feitos em Portugal para esconder a evidente falta dos mesmos, no país, nessa altura? Ninguém. As pessoas não são parvas. Nem são criancinhas a quem uma desculpa esfarrapada possa tapar uma falha ou uma asneira.
Amanhã continuo este tema para não me tornar demasiado extenso numa só abordagem. Este teu amigo despede-se com um beijo saudoso,